Gênesis 32 — Explicação das Escrituras

Gênesis 32

32:1–8 A caminho de Canaã, Jacó encontrou um bando de anjos e chamou o lugar de Maanaim (duas hostes ou acampamento duplo). Os dois acampamentos podem ser o exército de Deus (v. 2) e a comitiva de Jacó. Ou duas hostes podem ser uma expressão figurativa para uma grande multidão (v. 10). Conforme Jacó se aproximava da terra, ele se lembrou de seu irmão Esaú e temeu vingança. Será que Esaú ainda estaria zangado com a maneira como foi roubado da bênção? Primeiro, Jacó enviou mensageiros a Esaú com saudações de paz. Então, quando soube que Esaú vinha ao seu encontro com um bando de quatrocentos homens, ficou tão apavorado que dividiu sua família em dois grupos, para que, se o primeiro grupo fosse destruído, o segundo pudesse fugir.

32:9–12 A oração de Jacó nasceu de um sentimento desesperado de necessidade de proteção divina. Baseava-se no relacionamento de convênio que o Senhor havia estabelecido com ele e seus antepassados, e era orado com humildade de espírito. Ele baseou seu apelo na palavra do Senhor e reivindicou as promessas de Deus.

A melhor oração vem de uma forte necessidade interior. Por sistemas de segurança humanos, muitas vezes nos protegemos de uma vida de oração dinâmica. Por que fazemos isso de errado?

32:13–21 Em seguida, Jacó enviou três manadas sucessivas de animais totalizando 580 cabeças como presentes para Esaú, na esperança de apaziguá-lo. Esaú receberia o presente em três parcelas. As manobras de Jacó manifestavam a sua incredulidade ou pelo menos um misto de fé e descrença.

32:22–32 Depois de enviar sua família imediata através do rio Jaboque (ele esvaziará), Jacó passou a noite sozinho em Peniel para o que seria uma das grandes experiências de sua vida. Um homem lutou com ele. Aquele Homem era um anjo (Oseias 12:4), o Anjo de Jeová, o próprio Senhor. O Senhor deslocou a articulação do quadril de Jacó, fazendo-o mancar pelo resto da vida. Embora Jacó tenha perdido o encontro fisicamente, ele obteve uma grande vitória espiritual. Aprendeu a triunfar na derrota e a ser forte na fraqueza. Esvaziado de si mesmo e da confiança em sua própria esperteza, ele confessou que era Jacó, um suplantador, um “vigarista”. Deus então mudou seu nome para Israel (traduzido de várias maneiras como “Deus governa”, “aquele que luta com Deus” ou “um príncipe de Deus”). Jacó deu ao lugar o nome de Peniel (a face de Deus) porque percebeu que tinha visto o Senhor. Pfeiffer aponta que o versículo 32 ainda é verdadeiro entre os judeus hoje: “O nervo ciático, ou veia da coxa, deve ser removido do animal abatido antes que essa porção do animal possa ser preparada para consumo pelos judeus ortodoxos.” (Pfeiffer, Genesis, p. 80.)

Notas Adicionais:

32.2 Maanaim - “Dois campos”. Transparece que Jacó estivesse a contemplar, por um lado, o exército do Senhor e, por outro lado, o ajuntamento indefeso que levava consigo. (Note-se uma semelhante provisão da proteção divina em 2 Rs 6.8-23).

32.5 Jacó queria persuadir a Esaú de que o Senhor o tinha abençoado de modo inteiramente à parte daquela bênção que ele havia, tão sutilmente, tornado ao irmão mais velho.

32.9 Elementos da verdadeira oração: 1) Reconhecimento da iniciativa divina nas manifestações da graça para com seu pai e para consigo mesmo, quando se aproximava novo momento crítico; 2) Reconhecimento do próprio demérito e de Deus como a fonte de todo bem e do dom perfeito (10); 3) Reconhecimento da necessidade da proteção de Deus (11); 4) Expressão evidenciando a Deus que o suplicante crê ainda na promessa (12).

32.22 O ribeiro de Jaboque ainda permanece como linha divisória na cadeia de montanha de Gileade. Despeja suas águas no Jordão (no lado orienta) a 70 km ao sul do mar da Galileia e a cerca de 38 km ao norte do mar Morto.

32.24 Pode ser que tal homem tivesse dado à Jacó certa impressão de que se tratasse de espia vindo da parte de Esaú. Entretanto, no decorrer da luta ali travada, Jacó veio a compreender que aquele homem não era um simples mortal, pois se tratava de um emissário da parte de Deus.

32.25 O anjo poderia facilmente prevalecer sobre Jacó na pugna física ali travada. Transparece o fato de que o Senhor desejava que Jacó se lhe rendesse de modo voluntário, corporal e espiritualmente, assim como se demonstrava predisposto a oferecer a Esaú suas riquezas. Mediante um golpe instantâneo, o Senhor o privara de qualquer capacidade de resistir. Assim Deus procede também para conosco. Deus há de elevar-nos até sua pessoa; isto, porém, ele efetua tão somente depois de levar-nos aos extremos de nossas necessidades. Por causa da inveterada resistência que lhe oferecem, bem como da incapacidade que revelamos de sentir sua, mão paternal através da disciplina que nos é imposta, ele tem de “tocar-nos” para reduzir-nos à impotência total, e, assim, fortalecer- nos na sua graça (2 Co 12.9, 10).

32.28 Não mais Jacó, “suplantador”, mas, Israel, “Campeão com Deus”, pois que Jacó lutara (sarah) com Deus e com os homens, obtendo a vitória.

32.29 A revelação do nome de alguém era como um passo avantajado, no sentido de firmar-se uma amizade íntima e de estabelecer-se uma aliança mútua. Conhecer o nome significava, até certo ponto, um controle sobre a pessoa (cf. Ap 2.1 7).

32.30 Peniel significa “face de Deus”. Como em Betel, a “casa de Deus”, onde Jacó tinha obtido certeza quanto à Presença Divina e, em Maanaim, “o exército de Deus”, onde ele tinha obtido certeza quanto ao Poder Divino. Também, em Peniel estava obtendo certeza quanto ao favor e à Companhia divina (cf. Êx 33.11-20 e Dt 34.10). • N. Hom. 1) “Ver a Deus” é experiência que transforma os caracteres, (cf. 1 Jo 3.2) assim como Jacó teve o nome trocado para Israel. 2) “Ver a Deus” traz-nos a certeza da graça e do poder para enfrentarmos o futuro sem que possíveis surpresas nos aterrorizem. 3) 'Ver a Deus” significa a reiteração das bênçãos divinas; acarretando-nos, entretanto, novas responsabilidades (cf. Is 6.7-8).

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