Gênesis 37 — Explicação das Escrituras

Gênesis 37

37:1–17 As palavras “Esta é a história de Jacó” parecem abruptas. A história de Jacó (caps. 25–35) é interrompida pelas gerações de Esaú (cap. 36), continuando do capítulo 37 até o final do livro, com ênfase no filho de Jacó, José.

José é um dos mais belos tipos (símbolos) do Senhor Jesus Cristo no AT, embora a Bíblia nunca o rotule como um tipo. A. W. Pink lista 101 correspondências entre José e Jesus, (Arthur W. Pink, Gleanings in Genesis, pp. 343–408.) e Ada Habershon lista 121. Por exemplo, José era amado por seu pai (v. 3); repreendeu o pecado de seus irmãos (v. 2); foi odiado por seus irmãos e vendido nas mãos de inimigos (vv. 4, 26–28); ele foi punido injustamente (cap. 39); ele foi exaltado e se tornou o salvador do mundo, pois todo o mundo tinha que vir a ele em busca de pão (41:57); ele recebeu uma noiva gentia durante sua rejeição por seus irmãos (41:45).

A túnica de muitas cores (ou um longo manto com mangas, RSV) era sinal do carinho especial de seu pai, e despertava o ódio ciumento de seus irmãos. No primeiro sonho de José, onze feixes de grãos se curvaram ao décimo segundo feixe, uma profecia de que seus irmãos um dia se curvariam a ele. No sonho seguinte, o sol, a lua e as onze estrelas curvaram-se diante de José. O sol e a lua representavam Jacó e Lia (Raquel havia morrido), e as onze estrelas eram os irmãos de José (vv. 9–11).

37:18–28 Quando José foi enviado em uma missão a seus irmãos, eles conspiraram para matá-lo, mas por sugestão de Rúben, eles concordaram em lançá-lo em uma cova perto de Dotã. Ao se sentarem para comer, viram uma companhia de ismaelitas indo para o Egito e, por sugestão de Judá, decidiram vendê-lo. Nesta passagem, os ismaelitas também são chamados de midianitas, como em Juízes 8:22–24. Enquanto os mercadores midianitas passavam, os irmãos de José o tiraram da cova e o venderam aos mercadores.

37:29–36 Rúben estava ausente quando tudo isso estava acontecendo. Quando voltou, ficou apavorado, pois seria ele o responsável por explicar a ausência de José a seu pai. Assim, os irmãos mergulharam a túnica de José no sangue de uma cabra e depois a devolveram insensivelmente a Jacó, que naturalmente presumiu que José havia sido morto. Certa vez, Jacó enganou seu pai com uma cabra, usando a pele para representar os braços peludos de seu irmão (27:16–23). Agora ele mesmo foi cruelmente enganado pelo sangue de uma cabra no casaco de Joseph. “A dor do engano é aprendida mais uma vez.” Os midianitas inadvertidamente cumpriram os propósitos de Deus ao fornecer transporte gratuito para José ao Egito e vendê-lo a Potifar, um oficial do Faraó. Assim, Deus faz a ira do homem para louvá-lo, e o que não vai louvá-lo, Ele reprime (ver Salmos 76:10).

Notas Adicionais:

37.2 Transparece aqui que Dã e Naftali, Gade e Aser se fizeram mui notórios pelo péssimo comportamento que tiveram por causa do quase inerradicável paganismo das duas mães, Bila e Zilpa. A influência materna ficou bem evidente no caráter dos filhos.

37.3 Outra razão por que José dispunha da preferência paterna, encontra-se no fato de ser ele filho de Raquel, Tudo indica que Jacó estivesse planejando deixar José como sucessor. Como prova dessa sua intenção, distinguira-o dando-lhe a túnica principesca ele longas mangas, ou de cores variadas. (A significação é imprecisa em hebraico.)

37.5 Observe-se que os sonhos de José não chegavam a ser revelações divinas (cf. as aparições a Abraão, Isaque e Jacó), entretanto, tinham significação profética.

37.7 A significação deste sonho era a predominância de José sobre os irmãos.

37.9 A significação do segundo sonho era sua preeminência sobre toda a casa de Israel. A repetição visava a estabelecer a certeza quanto ao cumprimento do sonho (cf. 41.32).

37.14 De Hebrom a Siquém a distância seria pouco mais que 100km. A. solicitude de Jacó por saber como estariam os filhos, certamente se relacionava com o que havia acontecido em Siquém (cf. 34.25-30). A mesma razão teria determinado a retirada dos jovens pastores para Dotã.

37.17 Dotã ficava na planície que separa as colinas de Samaria da Serra de Carmelo, cerca de 30 quilômetros ao norte de Siquém.

37.20 A mentira teria, forçosamente, de seguir-se ao assassínio planejado. É extremamente rara conseguir-se que um pecado ocorra isolado, relativamente a outros pecados.

37.22 Rúben, o filho mais velho, sentia-se responsável pelo que pudesse acontecer aos mais jovens. Nas cercanias de Gezer e outros lugares se tem deparado cisternas com esqueletos que indicam terem sido elas usadas com a finalidade de dar cabo a certas vitimas.

37.25 Dotã estava situada ao longo da estrada comercial que percorria a costa ocidental da Palestina desde Gileade (a leste do Jordão) até o Egito.

37.27 Os Ismaelitas e os Midianitas (36) eram descendentes de Abraão. A aparência de ambas as tribos e suas características eram tão comuns que uma dada caravana poderia receber tanto um nome como outro.

37.28 Os vinte siclos de prata corresponderiam a cerca do Salário que então se pagava por dois anos e meio de trabalho. Compare a avaliação de um jovem em Lv 27.5. Este preço era normal para um escravo, na primeira metade do segundo milênio a.C.

37.35 Deus pode fazer que até mesmo a ira humana o glorifique (Sl 76.10). 1) O pecado humano, a raiz da maldade aqui descrita era a inveja (At 7.9). Cf. a atitude dos líderes religiosos para com Jesus (Mt 27.18). Toda a ira dos irmãos de José, toda sua malícia, crueldade, rudeza e dolo que cometeram, provieram da inveja. E é assim mesmo que tem acontecido através dos tempos (cf. Rm 1.29, 1 Tm 6.4, Gl 5.21); 2) A graça Divina - a soberania de Deus determinando que do mal proviesse algum bem. O plano de matá-lo foi abandonado em face da deliberação que tomaram de vendê-lo como escravo e isto fez que ele fosse levado ao Egito, onde se cumpriria o propósito de Deus no sentido de salvar os descendentes de Jacó e constituí-los em povo particularmente seu.

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