Gênesis 45 — Explicação das Escrituras
Gênesis 45
45:1–8 Em uma das cenas mais comoventes de toda a Bíblia, Joseph ordenou que sua equipe saísse da sala enquanto, com uma enorme liberação emocional, revelava sua identidade a seus irmãos. Ele lhes disse para não lamentar a maneira como o trataram, porque Deus havia anulado isso para sempre.
45:9–15 Eles deveriam trazer seu pai, sua família e seus bens para Gósen, no Egito, para os cinco anos restantes de fome. “Conte a meu pai toda a minha glória no Egito” — um mandamento que também podemos obedecer quando ensaiamos diante de Deus as glórias de Seu amado Filho. As fontes do grande abismo foram quebradas quando José abraçou Benjamim e depois beijou todos os seus irmãos.
Esta é uma feliz prévia da alegria que aguarda o povo de Israel quando o Cristo do Calvário aparecer para eles e se revelar como seu Messias-Rei.
45:16–24 Quando o Faraó ouviu o que estava acontecendo, disse aos irmãos de José que trouxessem seu pai e suas famílias de Canaã, mas não se importassem em trazer seus móveis pesados e bens porque ele providenciaria tudo de que precisassem. Então eles voltaram para Canaã com carroças fornecidas pelo Faraó e com belas roupas, animais e provisões de José. Benjamin ganhou um presente em dinheiro e um guarda-roupa especial. Temendo que seus irmãos pudessem acusar uns aos outros por sua culpa por maltratá-lo anos antes, Joseph os advertiu a não brigar em sua jornada de volta para casa.
45:25–28 Ao chegarem em casa, eles deram a notícia a Jacó. A princípio, foi demais para ele. Mas quando ouviu toda a história e viu as carroças carregadas, soube que era verdade — José ainda estava vivo e eles se encontrariam novamente!
Joseph menciona seu pai cinco vezes neste capítulo. Isso revela sua semelhança com Cristo, além do perdão gratuito que ele estendeu a seus irmãos. Foi o amor de nosso Senhor por Seu Pai e Seu desejo de fazer a vontade do Pai que O trouxe ao mundo para redimir o homem caído. O amor de José por Jacó é apenas uma sombra fraca desse amor.
Notas Adicionais:
45.1 José se deu o conhecer, só depois que se certificou do novo coração de que seus irmãos estavam possuídos. José, domo o próprio Deus, bem sabia que a disposição mais gene- rosa para perdoar, busca a certeza necessária quanto ao arrependimento real, verificado no ofensor, antes de segura e saudavelmente entregar-se à empresa- de derramar lágrimas de verdadeira reconciliação.45.3-15 A auto-revelação pela qual José se dera conhecer, é um retrato da auto-revelação divina: 1) Sua plena condescendência, movida por sublime amor, o reduz à condição de unir se aos indignos (cf. Fp 2.7, 8 e 2 Co 8.9); 2) O método pessoal, não mediante alguma instituição, mas, tão somente isto: “eu sou José” - é tudo quanto se faz necessário para uma auto-revelação (cf. Jo 6.20); 3) O poder - algo que suscita temor e consciência de reprovação em face do pecado antes cometido e seguido, porém, da paz que o per- dão proporciona; 4) Resultado - reconciliação, proteção e participação irrestrita nos inefáveis tesouros (cf. O Filho Pródigo, Lc 15.22, 23, Rm 8.17); 5) Responsabilidade -anunciai: a) que Jesus vive; b) que está em elevada posição; que ele deseja ter consigo toda família que encontra sob duras provações.
45.5-9 Outra vez deparamos o tema central do relato - todos os acontecimentos são conduzidos pela graciosa mão divina que pode fazer com que provenham boas coisas dos males que afligem os homens (cf. Sl 76.10). Observem-se as quatro vezes nas quais se faz referência a Deus como o Agente que ordena os acontecimentos verificados na existência de José.
45.8 Pai de Faraó é a tradução do hebraico ab, mas, também é fiel para a palavra egípcia “vizier”, cuja significação é “primeiro ministro”. Muito provavelmente é esta última a melhor tradução o que, insistimos, é indício certo quanto às fontes das quais o relato é oriundo, que são egípcias, portanto, não sendo o produto de composição feita muitos séculos depois na Palestina, como o pretendem alguns eruditos partidários da Alta Crítica.
45.10 A terra de Gósen, presentemente, “Wadi Tumilat”, estreita faixa de terras férteis, situada no Delta. Visto que aqueles colonos haviam de ficar por perto de onde José se encontrasse, a natural suposição é de que a capital do Faraó, então, ficava na região do Delta. Foi este o caso no período dos hicsos. De acordo com certas inscrições egípcias, não era incomum que Faraó permitisse o estabelecimento de colônias asiáticas no Egito; quando ocorriam períodos de fome.
45.24 Calvino, já há muito tempo, admitiu que a transformação verificada na posição de José, pela qual ele se tornara assim afortunado, poderia ter suscitado em seus irmãos aquele interesse tão comum entre os homens de tentar fugir da culpa mediante acusações mútuas. Isto teria encorajado contendas.
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