Interpretação de Romanos 8
Romanos 8
Romanos 8 é frequentemente considerado um dos capítulos mais significativos e inspiradores da Bíblia. Ele investiga temas teológicos-chave, oferecendo uma compreensão profunda do relacionamento do crente com Deus, do papel do Espírito Santo e da certeza da salvação. Aqui está uma interpretação dos pontos-chave em Romanos 8:
1. Liberdade em Cristo: O capítulo abre com a declaração de que não há condenação para aqueles que estão em Cristo Jesus. Isto significa que os crentes, através da sua fé em Jesus, são libertos da culpa e do castigo do pecado. Eles permanecem justificados e perdoados aos olhos de Deus, tendo sido declarados justos pela fé (Romanos 8:1).
2. O Papel do Espírito Santo: Paulo enfatiza o papel central do Espírito Santo na vida do crente. O Espírito habita nos crentes, capacitando-os a viver de acordo com o Espírito e não com a carne. Este Espírito que habita em nós representa um novo modo de vida, caracterizado pela justiça e pela capacidade de agradar a Deus (Romanos 8:2-11).
3. Adoção como Filhos de Deus: Paulo introduz o conceito de adoção. Através da fé em Cristo, os crentes tornam-se filhos de Deus e herdeiros com Cristo. Esta adoção significa um relacionamento íntimo com Deus como Pai, marcado pelo testemunho do Espírito de que eles são realmente filhos de Deus (Romanos 8:14-17).
4. Esperança no Sofrimento: Paulo reconhece que os crentes enfrentarão sofrimento e dificuldades neste mundo. Contudo, ele enfatiza que estes sofrimentos presentes não podem ser comparados à glória que neles será revelada. A esperança da glória futura sustenta os crentes em meio às provações (Romanos 8:18-25).
5. Intercessão do Espírito Santo: Paulo destaca o papel consolador e tranquilizador do Espírito Santo. O Espírito intercede pelos crentes com gemidos profundos demais para serem palavras, ajudando-os em suas fraquezas. O Espírito conhece a mente de Deus e ora de acordo com a vontade de Deus, garantindo que as orações dos crentes estejam alinhadas com os propósitos de Deus (Romanos 8:26-27).
6. O Amor Inabalável de Deus: Paulo celebra o amor infalível de Deus. Ele afirma que nada pode separar os crentes do amor de Deus em Cristo Jesus. Quer seja tribulação, angústia, perseguição ou qualquer outra circunstância, os crentes são mais que vencedores através do amor de Deus (Romanos 8:31-39).
7. Segurança dos Crentes: Paulo conclui afirmando a segurança dos crentes. Ele declara que nada – nem a vida nem a morte, os anjos nem os demônios, nem qualquer coisa criada – pode separar os crentes do amor de Deus em Cristo. Esta garantia está fundamentada na natureza imutável do amor de Deus e na obra completa de Cristo (Romanos 8:38-39).
Em Romanos 8, Paulo pinta um quadro vívido da transformação, liberdade e segurança do crente em Cristo. Destaca o papel central do Espírito Santo em capacitar e guiar a vida do crente. O capítulo também oferece esperança e encorajamento diante do sofrimento, afirmando o amor inabalável de Deus que garante a vitória final dos crentes. É uma expressão poderosa do relacionamento do cristão com Deus e da certeza da salvação através da fé em Jesus Cristo.
Interpretação
8:1-39 Ninguém pode compreender o significado da vitória, até que saiba quem é o oponente, e que tipo de luta está envolvida. Em Romanos 8 Paulo mostra o que Deus fez pala conceder ao cristão a vitória sobre o pecado. Ele destaca o que Deus está fazendo agora e o que o crente deve fazer. Ele examina o propósito de Deus e a crise sentida por ambos, a criação e o crente. Ele enfatiza a relação do Espírito com o crente e a inter-relação do Espírito com Cristo e o Pai. Ele pinta um quadro glorioso do destino daqueles que ama a Deus e mostra que nada pode separá-los do amor de Deus. Quando um crente se ocupa de si mesmo, não pode levantar-se acima de Rm. 7:25. Quando vê o que Deus fez e está fazendo por ele, deve reagir com a linguagem de 8:37-39.8:1 Agora, pois, retrocede ao último versículo de 7:25. Uma vez que a libertação vem por meio de Jesus Cristo não existe nenhuma condenação (que envolva castigo ou destino eterno) há para os que estão em Cristo Jesus. Aqueles que estão em Cristo não são condenados, porque Cristo foi condenado em lugar deles. Não haverá nenhum castigo para eles, porque Cristo levou esse castigo.
8:2 Mas o que dizer desta luta com o pecado que Paulo está comentando? Porque a lei, isto é, o Espírito da vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei, isto é, do pecado e da morte. Tanto o Espírito como o pecado e a morte são chamados de lei por causa da constância de sua influência e ação.
8:3 A Lei aqui refere-se à Lei Mosaica, e o leitor vê que Deus fez o que a Lei não podia fazer. A Lei estava face a face com uma impossibilidade. Ela receitava um tipo de vida aos homens que estavam na carne, o qual não eram capazes de seguir. Legalistamente, deviam aparentar que o faziam, mas jamais conseguiriam preencher os termos de tudo o que Deus exigia. Deus enviou o Seu Filho em semelhança de carne pecaminosa. A palavra semelhança é importante, pois significa que Cristo veio em carne como a nossa, e foi um homem real, mas não pecador. Esta é a diferença entre Cristo e aqueles que Ele veio salvar: Ele estava livre do pecado tanto pela natureza, quanto pela sua ação. Deus condenou o pecado na carne. O contexto favorece a tradução na sua carne, mas ela pode ser traduzida na carne. Aqui a palavra carne refere-se à verdadeira humanidade de Cristo.
8:4 Neste versículo carne refere-se aos homens que estão vivendo sob o controle do pecado. O pecado como força rebelde contra Deus foi condenado na carne de Cristo. Deus pronunciou a condenação do pecado na carne de Cristo a fim de que o preceito da lei se cumprisse em nós que não andamos (vivemos) segundo a carne, mas segundo o Espírito. A palavra traduzida para preceito está no singular. Significa toda a justiça de Deus. Deus resolveu a questão do pecado na morte do seu Filho, para que os que estão em Cristo, pudessem entender a completa justiça de Deus conforme expressa na Lei. Aqueles que percebem este propósito de Deus vivem de acordo com o Espírito, não de acordo com a carne.
8:5 Em 8:4 o quadro é daqueles que vivem segundo acame ou o Espírito. Aqui o destaque foi dado àqueles que estão de acordo com a carne ou o Espírito. Num grupo estão aqueles que se ocupara com todos os particulares de uma vida pecadora. No outro grupo estão aqueles que se ocupam com tudo o que pertence à vida sob a direção e o poder do Espírito.
8:6. Porque o pendor da carne dá para a morte, mas o do Espírito, para a vida e paz. A carne – o princípio de rebeldia dentro do homem – produz um certo padrão e modo de pensar. Do mesmo modo, o Espírito Santo também produz um certo padrão e modo de pensar. A tradução, pendor, destaca a direção e o ponto de vista da mente. Morte espiritual equivale à inclinação da carne. Vida e paz equivale à inclinação do Espírito.
8:7, 8 A inclinação da carne é hostil a Deus, não querendo se sujeitar à sua lei. Pessoas com tal natureza não podem agradar a Deus. Nos versículos 9-11 o apóstolo mostra o que faz a diferença entre aqueles que estão na carne e os que estão no Espírito.
8:9 Seus leitores estão “no Espírito”. Ele presume que o Espírito de Deus habita neles. O se é de fato dá uma falsa impressão. Na verdade, o escritor não deixa dúvidas na sua declaração. Se alguém não tem o Espírito de Cristo, não pertence a Cristo. Aqueles que pertencem a Cristo têm o Espírito Santo. O fato do Espírito ser chamado de Espírito de Deus e depois Espírito de Cristo, mostra que o Pai e o Filho estão relacionados com o Espírito da mesma forma.
8:10 Além de se dizer que o Espírito habita nos crentes – vós, Cristo também está neles. Para o crente, ter o Espírito de Cristo dentro de si, é ter o próprio Cristo (cons. 8:16, 17). Paulo fala da realidade de Deus na vida de um cristão. Embora cheio de Deus sob este aspecto, ele diz, o corpo na verdade, está morto por causa do pecado, mas o espírito é vida por causa da justiça. Aqui o termo corpo significa o homem sob o controle do pecado – a ideia comumente expressa em “carne”. O falso ego está morto ou inútil por causa do pecado. Este ego não pode produzir algo para Deus. Mas o espírito – o verdadeiro ego – está vivo por causa da justiça que Deus concede. É claro que não existem dois egos separados. Quando o ego se toma falso, age de acordo com a carne. Quando o ego é verdadeiro, age de acordo com o Espírito.
8:11 A presença do Espírito de Deus nos crentes garante que Deus, que ressuscitou Cristo dos mortos, revivificará os corpos mortais dos crentes por meio do seu Espírito que habita neles. O papel do Espírito Santo na ressurreição dos crentes é um tema que tem sido negligenciado. Um corpo mortal é um corpo sujeito à morte. Um corpo revivificado pelo Espírito Santo torna-se imortal. A transição da mortalidade para a imortalidade é obra do Espírito.
8:12 Os crentes estão no Espírito, e o Espírito habita neles. Através dEle receberão corpos glorificados. Estes fatos levara a uma certa conclusão. Assim, pois, irmãos, somos devedores, não à carne como se constrangidos a viver segundo a carne (veja Arndt, opheiletes, 2b, pág. 603).
8:13 Presumindo que estão vivendo de acordo com a carne, Paulo diz aos seus leitores que vão morrer. Esta é uma morte espiritual. Mas presumindo que pelo Espírito condenam à morte os feitos maus (cons. Cl. 3:9) do corpo, viverão. Os dois “ses” em 8:13 presumem a realidade da coisa declarada. As conclusões seguem-se logicamente. Sua solenidade corresponde à seriedade da ação nas cláusulas com os “ses”. Uma vez que a morte espiritual aqui foi encarada como o clímax – o banimento final da presença de Deus – a vida, à que se refere, deve ser a vida glorificada que está à espera do crente.
8:14 Filhos de Deus são definidos como aqueles que são guiados pelo Espírito de Deus. O Espírito lidera. O verbo está no tempo presente e na voz passiva - todos os que são guiados (conf. Arndt, ago, 3, pág. 14).
8:15 As frases, espírito de escravidão e espírito de adoção são paralelas. Uma tradução melhor seria: O estado de espírito que pertence à escravidão e o estado de espírito que pertence à adoção. O resultado do primeiro é o medo; o resultado do outro é a capacidade de orar e dirigir-se a Deus como Pai. A palavra Aba é um termo aramaico colocado em letras gregas e transliterado para o português. Significa “Pai”. A reunião de ambos, judeu e grego (gentios), em Cristo, vê-se nessas palavras introdutórias de vocativo em oração.
8:16 O Espírito Santo dá testemunho com o nosso espírito de que somos filhos de Deus. Isto significa na verdade que o Espírito dá testemunho com nosso ego (veja I Co. 16:18; Gl. 6:18; Fp. 4:23). Este testemunho relaciona-se a cada aspecto de nossa personalidade, que participa da estrutura de nosso ego. O testemunho do Espírito é para a pessoa.
8:17 Observa-se que os crentes são herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo. Somos herdeiros de tudo que Deus tem para nos oferecer, o que significa que somos co-herdeiros em Cristo, a quem o Pai entregou todas as coisas. Mas, para sermos co-herdeiros com Cristo, significa que temos também de participar dos sofrimentos de Cristo. O tempo está no presente: se com ele sofremos. O sofrimento é o papel que Deus deu a Cristo para desempenhar (Lc. 24:26, 46; Atos 17:3; 26:23; Hb. 2:9, 10). É também uma experiência que Deus tem ordenado aos crentes em Cristo (Mt. 10:38; 16:24; 20:22; I Ts. 3:3; lI Ts. 1:4, 5; lI Co. 1:5; Cl. 1:24; II Tm. 3:12; I Pe. 1:6; 4:12). Aqueles que são participantes com Cristo no sofrimento, também serão participantes da sua herança na glória (Rm. 8:17): A experiência do sofrimento precede a experiência da glória.
Como se deve encarar os sofrimentos do presente?
8:18 Eles devem ser encarados à luz da glória por vir a ser revelada em nós. Os sofrimentos não devem ser comparados com a vinda da glória, pois não são de modo nenhum iguais em intensidade ou valor.
8:19 Além da glória que será revelada aos crentes, estes também serão revelados. Paulo diz que este acontecimento é ardente expectativa da criação. Esta palavra criação (E.R.C., criatura, no v. 22) que se encontra em 8:19-22 refere-se a toda a criação de Deus abaixo do nível humano, personificada aqui para esclarecer as tensões e deslocamentos encontrados na criação, por causa do pecado. O pecado trouxe a distorção não só no relacionamento do homem com Deus, mas em todo o universo em que ele vive.
8:20 Pois a criação está sujeita à vaidade (frustração) não voluntariamente, mas por causa daquele que a sujeitou. Tufões, furacões, terremotos, secas, enchentes são apenas algumas evidências do desequilíbrio da natureza. Paulo diz que a natureza foi reduzida a esse estado por Deus. Embora o Senhor tenha feito assim, Ele o fez na esperança, isto é, com uma esperança definida num dia futuro quando a frustração será removida.
8:21 A própria criação será redimida do cativeiro da corrupção. Deus prometeu que essa mesma criação que foi escravizada pela deterioração e corrupção, será libertada dessa condição. Sua nova condição está descrita como a liberdade da glória dos filhos de Deus.
8:22 Como isto é diferente da presente situação – para ambos, a criação e os filhos de Deus. A criação geme e agoniza com os homens que habitam a terra.
8:23 Não apenas a criação, mas também os crentes que têm as primícias do Espírito gemem dentro de si mesmos. As primícias aqui podem ser as bênçãos e mudanças que o Espírito já tem produzido nas vidas dos crentes. Ou pode ser que o próprio Espírito seja considerado as primícias (cons. II Co. 1:22; Ef. 1:14). À luz do contexto, a primeira interpretação parece a melhor. Os gemidos do crente nada tem a ver com murmuração. Antes, é o suspirar de cada um em particular, por ter de viver em um mundo pecador.
A adoção pela qual o crente espera refere-se à redenção do nosso corpo, sua libertação do pecado e da limitação, cuja pressão estamos constantemente sentindo, enquanto temos nossos corpos mortais.
8:24. Porque na esperança fomos salvos. A esperança para a qual Deus nos salvou é a libertação do corpo sob a pressão do pecado, e do estado de limitação mortal na qual aguardamos o dia quando, vestidos de imortalidade, veremos a Deus. O que é esperança? Paulo diz que é a confiante expectação das bênçãos prometidas, ainda não presentes, nem vistas. Esta esperança não é o desejo de ter alguma coisa boa demais para ser verdade e improvável de acontecer. O objeto ou a bênção esperada (aqui, a redenção do corpo) é real e distinto, mas ainda não presente.
8:25 Mas, se esperamos o que não vemos, com (diá; veja Arndt, III, 1, c, pág, 179) paciência (ou fortitude) o aguardamos. O corpo redimido será um corpo glorificado, livre de todo pecado. Com tal esperança diante dele, o crente aguarda sua realização com fortitude.
8:26 Semelhantemente, o Espírito ajuda nossa fraqueza. A fraqueza mencionada é a nossa incapacidade de analisar situações e orar inteligentemente sobre elas. Sabemos que esta é a fraqueza mencionada por causa da frase seguinte. Dá-se que o Espírito intercede por nós sobremaneira com gemidos inexprimíveis (veja alaletos, Arndt, pág. 34). Às vezes não conseguimos orar porque as palavras não podem expressar a necessidade que sentimos. A ação do Espírito com gemidos inexprimíveis mostra como Deus penetra em nossa experiência através do Seu Espírito.
8:27 Deus Pai que investiga os corações (dos homens) sabe qual é a mente do Espírito. Deus conhece toda a reação do Espírito a qualquer situação ou questão. A intercessão que Ele faz em favor dos santos é segundo a vontade de Deus. Estas palavras certamente declaram que a comunicação do pensamento e conhecimento de cada um é partilhada por dois membros da Divindade - Pai e Espírito (isto é, o Espírito Santo).
8:28 Paulo começa com um axioma básico: Sabemos. Depois ele declara esta verdade: Todas as cousas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus. Paulo coloca a frase “aqueles que amam a Deus” primeiro, para que não haja dúvidas sobre os que estão envolvidos nas “cousas que cooperam para o bem”. Essas coisas. são para aqueles que continuamente expressam amor a Deus tanto por meio de atitude quanto por atos. Mais adiante eles são definidos como aqueles que são chamados segundo o propósito (plano ou decreto). A chamada e a eleição são colocados lado a lado em lI Ts. 2:13, 14; lI Pe. 1:10. A chamada pode ser focalizada sobre o destino eterno (II Ts. 2:14) ou sobre a vida terrena de liberdade e santidade (Gl. 5:13; I Ts. 4:7).
8:29 Aos que de antemão conheceu. Paulo aqui está pensando em um grupo – composto de indivíduos certamente – mas, não obstante, um grupo de indivíduos que constituem um todo incorporado. Isto é idêntico ao procedimento do apóstolo em Ef. 1:4, onde ele diz: Como também nos (plural) elegeu nEle (isto é, em Cristo). Cristo é o Eleito ou Escolhido (veja Lc. 9:35; 23:35; I Pe. 2:4, 6); e os crentes - aqueles que pertencem a Deus - são eleitos ou escolhidos nEle (isto é, em Cristo). A expressão de antemão conheceu tem como seu ingrediente básico o conhecimento. Este grupo de indivíduos, os membros desse todo incorporado, são dantes conhecidos, em que sentido? São dantes conhecidos, tendo lugar distinto no plano ou propósito de Deus (Rm. 8:28). Eles têm um papel a executar no plano divino. Qual é o seu destino? Aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho (v. 29). A decisão de Deus aqui, é que aqueles que compõem este grupo sejam semelhantes a Seu Filho em forma e aparência. O número não é pequeno. Deus decidiu isto dantes para que o Seu Filho pudesse ser o primogênito entre muitos irmãos. O termo primogênito significa o mais alto em hierarquia ou posição. Que Cristo é supremo ou primeiro, Paulo esclarece em Cl. 1:18; “E ele é a cabeça do corpo, da igreja. Ele é o princípio, o primogênito de entre os mortos, para em todas as cousas ter a primazia”. A supremacia é sobre e entre muitos irmãos - aqueles que recebem a abundância da graça e o dom da justiça (Rm. 5:17) O posto de Cristo como primogênito, mostra que Ele é o cabeça exaltado da nova humanidade – como o segundo Adão (Rm. 5:12-21; I Co. 15:22). A força desta parte (Rm. 8:28-30) foi colocada sobre a ação de Deus – Seu plano e a realização do Seu plano.
8:30 Os verbos: chamou, justificou e glorificou relacionam-se com o plano (eterno conselho de Deus) e a execução do Seu propósito. Tendo Deus um plano, ou propósito – resumir todas as coisas, reuni-las em Cristo, as coisas do céu e da terra (Ef. 1:10, 11), Ele é capaz de operar conjuntamente para o bem daqueles que O amam. A ênfase que Paulo dá aqui está no que Deus faz pelos muitos irmãos. A única resposta humana mencionada é o amor a Deus.
8:31, 32 Agora Paulo começa a destacar as implicações do seu ensinamento. Deus envolveu-se no dilema do homem, a fim de realizar o Seu plano. Ele entregou seu próprio Filho por todos nós. Cristo foi entregue para benefício nosso, em nosso favor e em nosso lugar. Deus não podia poupar Seu Filho e executar o Seu plano de redenção. Por isso Ele o entregou à morte para que pudéssemos ser redimidos. Paulo tira certas conclusões dessa ação divina. Com Cristo Ele nos dará graciosamente todas as cousas, embora possamos não tê-las todas agora.
8:33, 34 Ninguém pode acusar os escolhidos ou eleitos de Deus, nem condená-los, porque Deus e Cristo participaram nesta ação divina da entrega de Cristo.
8:35, 36 Obstáculos formidáveis não podem nos separar do amor que Cristo nos dispensa. Essas dificuldades são: tribulação, angústia, perseguição, fome, nudez, perigo ou espada (isto é, a morte violenta). O apóstolo cita Sl. 44:22 para mostrar quais as dificuldades que o povo de Deus tem de enfrentar.
8:37 Sua conclusão é que em todas essas dificuldades, somos mais do que vencedores, por meio daquele que nos amou. O significado aqui é o seguinte: “Estamos no processo de alcançar a vitória”. Nas pressões externas da vida podemos obter a vitória por meio dAquele que nos amou. Estamos vencendo, não através de nossa própria força ou talento, mas por meio de Cristo.
8:38, 39 Paulo alarga as experiências, as personalidades, e as coisas que o crente tem de enfrentar: morte ou vida, anjos ou principados, a altura ou a profundidade, ou qualquer outra criatura. Depois declara enfaticamente que nenhuma dessas coisas poderão nos separar do autor que Deus manifesta, este amor que está em Cristo Jesus, nosso Senhor. O poder do autor de Deus é um tema que nunca poderá ser exaurido.
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