Interpretação de Joel 3

Interpretação de Joel 3

Interpretação de Joel 3 

Índice: Joel 1 Joel 2 Joel 3 

C. O Julgamento das Nações. 3:1-17.
Quando o grande dia anunciado por fenômenos extraordinários realmente irromper, seus terrores só sobrevirão aos inimigos de Israel. Este juízo é duplo: primeiro, consumar uma separação completa e final entre os fiéis e os inimigos de Deus ; segundo, estabelecer o reino do Senhor sobre a terra em glória triunfal. Este conflito será travado no vale de Josafá (lit. o juízo do Senhor; 3:1-3). Talvez este vale deva ser identificado com o Quidrom. As nações que tiverem exibido a maior hostilidade sofrerão mais (3:4-8); não obstante sua superioridade numérica, serão totalmente aniquiladas e os habitantes de Jerusalém não experimentado dano nenhum (3:9-17).
1) A Vingança das Maldades Cometidas Contra os Judeus. 3:1-3.
1. O versículo 1 começa o capítulo 4 no hebraico. Eis liga 3:1 com 2:32. Ele introduz a explicação do profeta sobre o .livramento dos judeus somente; as outras nações serão destruídas. Naqueles dias, e naquele tempo. Não se refere retroativamente a 2:28, mas ao futuro, quando do livramento dos judeus (Jr. 33:15).
2. Congregarei todas as nações. Todas aquelas que tiverem maltratado o povo de Deus. Vale de Josafá, ou vale do juízo divino. Este nome é dado ao cenário do conflito final por causa do significado do nome – o Senhor julga. Espalharam . . . repartindo. Duas acusações especificas contra as nações: eles deportaram os israelitas; e dividiram a terra entre eles.
3. Destaca-se o tratamento ignominioso dado aos judeus desamparados pelos conquistadores. Lançaram sortes. Um costume comum entre os povos antigos (cons. Ob. 11; Na. 3:10; Tucídides, History iii, 50). Isto tornava os prisioneiros propriedade absoluta dos seus senhores. Meninos. Considerando que eles não tinham serventia imediata, trocavam-nos por meretrizes a fim de satisfazer a sua sensualidade. Meninas. Jovens demais para os seus propósitos; ou, após satisfazerem sua sensualidade, eles as trocavam por vinho, para satisfazer seus anseios de orgias licenciosas.
2) O Julgamento da Fenícia. 3:4-8.
4. O profeta volta-se para o lado momentaneamente, para se dirigir às nações que foram especialmente hostis para com o povo da aliança. Ele destaca as maldades especiais e promete às nações retribuição imediata e justa pelos seus crimes. Tiro e Sidom. As duas principais cidades da Fenícia. Originalmente Tiro estava localizada no continente, mas foi transferida, por questões de segurança, para uma ilha rochosa próxima. Regiões da Filístia. O distrito ao sudoeste da Palestina cobrindo uma área de cerca de 64 quilômetros de comprimento por 24 quilômetros de largura. Os filisteus foram excessivamente hostis para com os israelitas através de sua história cheia de altos e baixos.
5. Estas nações trataram o Senhor com total desprezo. Roubaram Seu ouro e a Sua prata, encheram seus templos com essas preciosidades e venderam Seus filhos como escravos. A minha prata e o meu ouro, e as minhas jóias preciosas. Isto incluía as coisas tomadas das casas dos ricos além daquelas que foram tiradas do Templo. Antigamente, a espoliação sempre se seguia à conquista de uma cidade (por exemplo, I Reis 14:26; II Reis 14:14).
6. Os gregos. lateralmente, jônios, ou Javã (cons. Gn. 10:2-4; Is. 66:19; Ez. 27:13, 19). A literatura pós-bíblica menciona o comércio de escravos dos fenícios (com. Ez. 27:13; I Mac. 3:41). Contudo, os escritores gregos provam que os fenícios e os gregos desfrutavam de intercâmbio comercial desde um período mais precoce. Para os apartar para longe dos seus termos. Portanto não trilham mais esperanças de retornarem. Foi um golpe severo para os judeus, pois consideravam imundas as nações e os países estrangeiros.
7, 8. Tudo o que os inimigos tinham feito seria retribuído lextalionis (isto é, pela lei da retaliação). Os (pronome oblíquo). Os filhos de Judá e Jerusalém. Serão despertados para a atividade e voltarão para a sua terra natal; as bênçãos do Senhor os tornarão fortes e poderosos. Os judeus, por seu lado, serão usados por Deus para invalidar os tiros, sidônios e filisteus – para vendê-los como escravos! A uma nação remota. Uma nação comerciai célebre na Arábia. Porque o SENHOR o disse. Uma fórmula comum de afirmação no V.T. (por ex., Is. 1:20; 22:25; Ob. 18).
3) O Julgamento do Mundo. 3: 9-17.
9. Proclamai isto entre as nações. O profeta retoma ao aviso que interrompeu no versículo 3. Insiste-se com as nações a que se preparem para o conflito e se reúnam no vale de Josafá. Ali serão convocadas por ordem do Senhor, mas serão aniquiladas. Apregoai guerra santa (lit., santificai-vos para a guerra). Tragam os sacrifícios, executem os costumeiros rituais religiosos que precedem à batalha. Suscitai. Despertem os heróis, pois a ocasião não é para sono. Cheguem-se, subam. Termos militares técnicos.
10. Relhas de arado, e lanças das ... podadeiras. Os implementos (pacíficos) da agricultura devem ser transformados em anuas de guerra.
11. Apressai-vos. A toda pressa! O assunto deve ser resolvido rapidamente. Os povos em redor. Não apenas os vizinhos imediatos mas todas as nações gentias.
12, 13. A réplica de Deus à sucinta oração é que Ele cuidará do Seu povo. Ali me assentarei, para julgar. Não para atender à pedidos adicionais mas para enunciar a sentença. O julgamento é descrito por meio de uma figura dupla – a colheita do grão e o esmagamento das uvas (veja também Ap. 14:15, 16, 19, 20). Madura. São tão pecadoras que estão prontas para o juízo (cons. Amós 3). Cheio. Uma figura adicional de pecado extremo. Os seus compartimentos transbordam. As uvas do pecado são tão abundantes e tão maduras que antes mesmo de serem artificialmente esmagadas, o suco está sendo espremido pelo seu próprio peso.
14. A figura do juízo começa aqui. Multidões, multidões. Literalmente, tumultos. Isto é, grandes multidões. A repetição é a bem da ênfase. Vale da decisão. O juízo será decisivo! As nações estão reunidas porque o juízo está prestes a irromper.
15, 16. Estas trevas, símbolo do juízo, como na crucificação, talvez signifique que diante da grande luz de Deus, as luzes menores se apagam. Mas a referência é mais provavelmente ao terror diante da ira de Deus (veja 2:10, 31; Is. 13:10; Ez. 32:7; Mt. 24:29; Mc. 13:24). O SENHOR brama. O verbo descreve a ira do leão quando salta sobre a sua presa. Sob a figura de um leão enfurecido (cons. Amós 1:2; Jr. 25:30), o Senhor é representado pronto para saltar sobre as nações. E se fará ouvir. O aparecimento de Deus, no V.T., costuma ser descrito freqüentemente sob a imagem de uma tempestade com travões. Sião . . . Jerusalém. O Templo do Monte Sião em Jerusalém é a habitação terrena do Senhor, a base de Suas operações. O fato de Deus não abandonar o Templo é um sinal favorável para com o Seu povo. Os céus e a terra tremerão. Um terremoto severo acompanhará a tempestade.
17. A crise atual, isto é, a destruição das nações e o livramento de Israel, ensinará ao povo de Israel que o Senhor é o seu Deus. Agora o reconhecerão como ser supremo (2:27; cons. Os. 2:8; Ez. 28:23). Jerusalém será santa. Separada, inteiramente consagrada a Deus. Estranhos. Estrangeiros, cidadãos de outras terras, que não se interessam nem amam as coisas que são preciosas para os judeus redimidos (cons. Os. 7:9; Jr. 30:8).
D. As Bênçãos Subseqüentes ao Julgamento. 3:18-21 .
Após o julgamento das nações, Judá sob o cuidado e a mão protetora do Senhor, desfrutará da plenitude da bênção divina. A sede dos antigos poderes mundiais se transformará em um deserto estéril, mas em Judá haverá fertilidade e paz.
18. Naquele dia. O começo da Era Messiânica – o dia do juízo dos inimigos de Deus e o livramento dos judeus. Uma figura hiperbólica de extrema fertilidade é o que vem a seguir. O território de Judá estava coberto com rochas calcárias, e o solo produzia apenas uma escassa colheita em troca do trabalho mais árduo. Mas nesta nova era, descreve-se a fertilidade em termos de montes e outeiros que destilarão mosto e manarão leite. Canaã é chamada de ''terra que mana leite e mel” (Êx. 3:8). Águas. A água em Judá era parcamente racionada. A maior parte dos riachos secavam inteiramente durante a estação da seca. Na nova era não haveria mais secas. Haverá abundância de água para homens e animais. Uma fonte da casa do SENHOR. De Jerusalém brotará uma fonte, ou do Templo do Senhor (Ez. 47:1-12; Zc. 14:8). O Vale de Sitim. Literalmente, o vale das Acácias – um lugar seco e sedento. Este foi o nome do último acampamento dos israelitas antes de entrarem em Canaã (Nm. 25:1; Js. 3:1). Ezequiel descreve a água correndo na direção leste atravessando o Jordão.
19. Enquanto Judá prospera, a maldição da ruína (cons. 2:3) recairá sobre Edom e o Egito por causa dos crimes que cometeram contra os israelitas. Egito. O velho opressor. Edom. O espinho constante na carne de Israel, que venceu os israelitas e se beneficiou comas calamidades de Israel (SI. 137:7; Lm. 4:22; Ez. 25:12; 35:15; 36:5; Ob. 10-14). Esta violência consistia não apenas no derramamento do sangue dos judeus durante a guerra, mas também do massacre sem provocação de judeus pacíficos que viviam nessas terras (Amós 1:11; Ob. 10).
20. Enquanto as nações vizinhas ficarem arruinadas, Judá e Jerusalém florescerão para sempre. Será habitada. Literalmente, assentada – uma expressão poética indicando habitação e prosperidade contínuas. Para sempre (heb. 'ôlam). Um período sem fim – sinônimo de geração em geração. Nem os romanos nem os turcos realmente reduziram este pequeno pais de Judá à ruína. Atualmente os israelitas estão reconstruindo suas cidades, rejuvenescendo sua terra e restaurando sua glória antiga!
21. Eu expiarei (purificarei, AV). O julgamento das nações será uma prova decisiva de sua culpa e da inocência das vítimas judias. Porque o SENHOR habitará em Sião. Uma reiteração da maior de todas as promessas. Com a execução do juízo, o Senhor se estabelecerá para sempre em Sião. Jamais tornará a abandonar o Seu povo de modo que este. não tornará a constituir objeto de desprezo dos seus inimigos.
No Livro de Joel temos a descrição da passagem de Israel de Cidade de Destruição para Cidade Celestial. A luminosa promessa destes versículos finais fazem paralelo com o glorioso final do Evangelho de Mateus!