Estudo sobre 1 Coríntios 16
A coleta (16.1-4)
Os crentes da igreja em
Jerusalém estavam passando necessidade; era privilégio dos coríntios ajudá-los.
Há aqui, portanto, instruções concernentes ao procedimento correto para
coletar as ofertas, que na época devida o apóstolo vai enviar, ou ele mesmo
levar ao destino.
v. 1. Quanto à coleta
para o povo de Deus-, Cf. Rm 15.26; 2Co 8.1ss; 9.1ss. Supostamente os
coríntios já sabiam da contribuição proposta (não há menção de Jerusalém até o
v. 3) e talvez tenham pedido mais instruções na sua carta. v. 2. No
primeiro dia da semana-, Isso sugere que os cristãos se
encontravam regularmente no domingo; é a primeira indicação dessa prática;
cf. Jo 20.19,26; At 20.7; Ap 1.10. Observe a orientação que é
dada; deveria ser regular e sistemática, envolvendo cada membro, cada
um dando de acordo com as suas possibilidades. reservando-a\
Deduzimos daí que as ofertas deveriam ser guardadas em casa semana após semana,
v. 3. cartas de recomendação aos homens que vocês aprovarem-, O
dinheiro era deles, não de Paulo, e ele tomava todos os cuidados para não
ter contato com o dinheiro. Acusações infundadas poderiam surgir
facilmente; cf. 2Co 8.20-22; v. tb. 2Co 12.14-18. A maioria dos tradutores
(Moffatt, Phillips, NEB, NVI) adotam a formulação de que Paulo escreveria
a carta de recomendação a ser levada por aqueles homens que eles
mesmos escolheriam. Contraste com a ARC: “mandarei os que, por cartas,
aprovardes, para levar...”, v. 4. Se me parecer conveniente ir.
Então nenhuma carta seria necessária.
2) Questões pessoais (16.5-18)
O tempo de Paulo é
flexível. Ele gostaria de passar um tempo com eles, não simplesmente para
visitá-los de passagem. No entanto, as oportunidades em Éfeso não permitem que ele abrevie o seu
ministério ali. Timóteo vai vê-los na sua volta para Éfeso; eles devem cuidar bem dele. Apoio talvez
venha mais tarde. Entrementes, há homens locais a quem devem dar
ouvidos.
v. 5. Atos 20.1,2 sugere
que Paulo conseguiu realizar esse plano, embora 2Co 1.15,16 indique que
alternativas foram sugeridas mais tarde. V. tb. 2Co 1.23. Além disso, mais
uma “visita dolorosa” ocorreu a partir de Éfeso, precedendo aquela de
At 20. V. Introdução, p. 1932. v. 6. eu permaneça com vocês: o vocês é
enfático e é repetido três vezes nos v. 6,7, destacando que era
particularmente com eles que ele queria passar um tempo. Uma
visita de passagem não permitiria que ele fizesse tudo que esperava
fazer. Essa carta deixou diversos assuntos ainda não resolvidos;
cf. 11.34. Ele, finalmente, passou três meses na Grécia (cf. At
20.3). As frases aonde quer que eu vá c se o Senhor permitir
(v. 7) revelam a incerteza dos seus planos. Ou isso foi escrito antes
da ocasião de At 19.21,22, ou Paulo ainda não estava em condição de
confirmar as suas intenções, v. 8. Éfeso: O lugar de
onde Paulo escreve. Pentecoste: Dá uma ideia geral quanto à
época, pois nesse tempo os navios estariam viajando novamente. v. 10,11. Se Timóteo
for. Gf. 4.17; At 19.22. tomem providências para que ele não tenha nada
que temer e ninguém o despreze lembram frases nas cartas de
Paulo a ele bem mais tarde; cf. lTm 4.12; 2Tm 1.7. O seu temperamento e,
nessa época, sua juventude bem precoce faziam facilmente as pessoas
subestimarem o seu verdadeiro valor, ele trabalha na obra do
Senhor, assim como eu: Gf. lTs 3.2; Fp 2.20-22. v. 12. Quanto
ao...: O mesmo uso de 7.1,25; 8.1; 12.1; 16.1, que sugere que eles
tinham escrito e perguntado a respeito de Apoio, esperando que ele pudesse vir
a eles. os irmãos: Provavelmente os mesmos do v. 11 que talvez
tenham levado a carta de Paulo a Corinto. Ele não quis de modo nenhum:
A maioria dos comentaristas e das versões prefere a “vontade dele”, i.e.,
o próprio Apoio se opôs ferrenhamente a ir. Ele pode bem ter percebido que
a situação estava por demais crítica para conseguir administrá-la. No
entanto, há evidência suficiente a favor do uso absoluto de thelêma
(“vontade”) no grego judaico com o significado de “vontade de Deus” para
dar apoio à formulação da RSV aqui. v. 13.14. O apóstolo insere sua
última e breve exortação. Os primeiros quatro imperativos desafiam a ações
militantes, o último, ao amor. O primeiro par é de atitudes
defensivas, o segundo, de atitudes ofensivas. Estejam vigilantes: Um
chamado a estarem alerta, muitas vezes associado à segunda vinda; cf. Mc
13.35, 37; lTs 5.6; Cls 4.2. mantenham-se firmes: Sejam estáveis,
uma qualidade que até aqui lhes faltou; cf. Rm 11.20; G1 5.1; Fp 4.1; 2Ts
2.15. sejam homens de coragem: Lit. “ajam como homens”. O uso da
LXX sugere coragem para a batalha, como em Js 1.6,7 etc. sejam
fortes: Cf. Ef 3.16; às vezes associado a coragem na LXX,
como em SI 27.14. amor. Lembra o cap. 13, uma qualidade que deve
predominar até mesmo na batalha, v. 15,16. casa de Estéfanas: Cf.
1.16. o primeiro fruto: “os primeiros cristãos convertidos” (NTLH). V.
comentário de 15.20. Visto que houve conversões em Atenas (como
também na província romana da Acaia) antes da visita de Paulo a
Corinto, isso é uma referência ou a eles serem a primeira família a se
converter, ou indica que eles vieram a Cristo em outro lugar antes
de Paulo chegar à cidade, que se submetam a pessoas como eles: O
serviço de outros caracterizava homens como Estéfanas, e agora os
outros deveriam se submeter a eles, assim produzindo um ciclo interminável
de estima e cuidado mútuos; um remédio seguro contra a divisão (cf. Fp 2.3).
Aqueles que servem, trabalham e se fadigam ganham o respeito de Paulo. O
último verbo (kopiaõ) sugere labuta envolvendo fadiga; referência
àqueles que gastavam a sua vida por Cristo e seu povo; v. comentário de
4.12; cf. lTs 1.3. v. 17,18. Estéfanas, Fortunato e Acaico: Eles,
possivelmente, levaram a carta a Paulo e levariam a sua resposta. A
presença deles tinha um efeito duplo; eles supriram...: levaram a
Paulo um auxílio de Corinto; Eles trouxeram alívio ao meu
espírito...: a simples presença deles mostrou ao apóstolo que esses homens
de caráter aprovado, como servos da igreja de Corinto, eram a própria
garantia de Deus da sua estabilidade e crescimento.
3) Saudações finais (16.19-24)
v. 19. As igrejas da província
da Asia: A província romana da Ásia — Éfeso e suas cidades vizinhas. Aquila
e Priscila tinham relações estreitas com Corinto, onde a sua
casa tinha sido a base das atividades de Paulo (At 18.2,3). Agora em Éfeso, a igreja se encontrava na
casa deles, como ocorreria mais tarde em Roma (cf. Rm 16.5). v. 20. beijo
santo: A saudação comum nos dias de Paulo; cf. Rm 16.16; 2Co
13.12; lTs 5.26. v. 21. de próprio punho: Tendo ditado a carta até
esse ponto, o apóstolo agora escreve ele mesmo as frases finais como
um símbolo de sua autenticidade; cf. 2Ts 3.17; Cl 4.18. v. 22. seja
amaldiçoado (anathema): Ausência de amor pelo Senhor só pode ter um resultado; cf.
12.3; G1
1.8,9. ama: O uso de phileõ em vez de agapaõ
pode sugerir “Se alguém não tem nem mesmo afeição pelo Senhor”. Observe o
uso de João em Jo 21.15-18. Yem, Senhor! (Marana thd): Uma
transliteração do aramaico. Mesmo que o verbo tenha sido traduzido
diversamente pelo passado, presente e futuro, provavelmente é melhor
compreendê-lo como um imperativo; uma oração característica
não somente daquela época (v. Ap 22.20), mas bem adequada ao
contexto. De acordo com o Didaquê (10.6), um manual de ordem
na igreja do século II, a expressão era usada como uma invocação na
hora da ceia do Senhor, v. 23. A graça...: Uma frase com
que começam e terminam todas as cartas de Paulo, não como uma mera
convenção, mas na convicção da sua provisão garantida e do seu
suficiente poder. v. 24. A expressão o amor que tenho por todos vocês
conjuga em uma expressão os diversos fios das emoções de Paulo tão
profundamente perturbadas. Repreender, exortar, elogiar, aconselhar, castigar,
encorajar; faça ele o que precisar — mesmo que os coríntios façam o pior —
ele vai amá-los até o final.