Estudo sobre Gênesis 22
Gênesis 22
Provisão e sacrifício
(22.1-24)
Alguns anos se passaram, e
Isaque agora tem idade suficiente para fazer perguntas. Mesmo assim, sua
obediência silenciosa ao pai é um aspecto de importância menor
na história, que concentra a atenção do leitor em Abraão, para quem
esse era o teste máximo de fé (cf. Hb 11.17ss). O texto diz que Deus
pôs Abraão à prova (v. 1), e não que o tentou. Qualquer pai ou mãe
pode entender os sentimentos de Abraão; mas é importante observar que
a morte prematura de Isaque, o único filho da promessa (v.
2), anularia e invalidaria todas as promessas que Deus havia feito a
Abraão. Obedecer, então, significaria tornar o futuro sem sentido; e mesmo
assim ele foi, sem fazer objeções. O v. 8 pode sugerir que ele já tivesse
o pressentimento de que Deus iria prover um escape. Na
verdade, a palavra prover é o tema central de todo o capítulo.
Esse tema torna-se bem evidente no v. 14; ele também está na raiz da
palavra Moriá (v. 2), que em hebraico pode ser facilmente entendida
como “lugar de provisão de Javé”. (O nome passou a ser associado com
Jerusalém, cf. 2Cr 3.1, mas a referência vaga a um dos montes
impede qualquer identificação segura e definitiva do local.)
22:9-14. Isaque só foi
“redimido” no último momento, por meio do sacrifício de um animal; o povo de
Israel não deveria esquecer nunca que o primogênito era um “sacrifício” que
deviam ao Senhor (cf. Êx 13.1,15). Precisamos lembrar que Abraão, e o povo
de Israel depois dele, vivia em um mundo em que se praticava
sacrifício humano; e até esse ponto o Deus de Abraão ainda não lhe
havia revelado a sua vontade acerca da questão. O que fica claro
agora é que os padrões de Deus não são menos exigentes; mas o sacrifício
de crianças foi rejeitado definitivamente. Essa lição, no entanto, é
secundária, sendo subordinada aos novos aspectos do caráter de
Deus revelados a Abraão. O v. 14 extrai de forma concisa toda lição
possível do nome “Moriá” e dos eventos ocorridos no local: Deus vê e proverá;
e, à medida que se recebe a provisão que ele dá, pode-se ver o próprio
Deus. (O verbo hebraico inclui as duas idéias, ver e
prover.)
22:15-19. Gomo era de
esperar, visto que Isaque agora superou o perigo da morte, as promessas
divinas acerca dele são renovadas e tornadas ainda mais certas a Abraão
por meio de um juramento, acerca do qual Hb 6.13,14 dá explicações
suficientes. Agora nada poderia impedir que Israel se tornasse uma
grande nação, que conquistaria os seus inimigos e mesmo assim
seria fonte de bênçãos para todos os povos. A combinação de fé e
obediência por parte de Abraão (cf. Tg 2.21-24) assegurou tudo isso.
22:20-24. Essa lista
genealógica pode parecer um anticlímax, mas há um claro propósito no parágrafo.
Isaque deveria se tornar o progenitor de uma grande
descendência; entrementes, Deus tinha “providenciado” a mãe, na
pessoa de Rebeca. Os outros nomes podem parecer de importância
menor, mas, junto com outras genealogias em Gênesis, ajudaram mais
tarde Israel a entender sua relação com outros povos. Essa lista em particular
refere-se à Síria (heb. Arã) e grupos tribais relacionados.Índice: Gênesis 1 Gênesis 2 Gênesis 3 Gênesis 4 Gênesis 5 Gênesis 6 Gênesis 7 Gênesis 8 Gênesis 9 Gênesis 10 Gênesis 11 Gênesis 12 Gênesis 13 Gênesis 14 Gênesis 15 Gênesis 16 Gênesis 17 Gênesis 18 Gênesis 19 Gênesis 20 Gênesis 21 Gênesis 22 Gênesis 23 Gênesis 24 Gênesis 25 Gênesis 26 Gênesis 27 Gênesis 28 Gênesis 29 Gênesis 30 Gênesis 31 Gênesis 32 Gênesis 33 Gênesis 34 Gênesis 35 Gênesis 36 Gênesis 37 Gênesis 38 Gênesis 39 Gênesis 40 Gênesis 41 Gênesis 42 Gênesis 43 Gênesis 44 Gênesis 45 Gênesis 46 Gênesis 47 Gênesis 48 Gênesis 49 Gênesis 50