Estudo sobre Gênesis 24

Estudo sobre Gênesis 24

Estudo sobre Gênesis 24



Gênesis 24

Uma noiva para Isaque (24.1-67)
Este é o capítulo mais longo de Gênesis. E dedicado a um único tema, a escolha de uma noiva para Isaque. A história é idílica e apresentada com extraordinária habilidade literária; mas é muito mais do que um conto romântico relatado de maneira cativante. Já a sua extensão contribui para equilibrar a longa narrativa que conduziu ao nascimento de Isaque; assim como Deus havia sido soberano naquela questão, excluindo qualquer outro possível herdeiro de Abraão, ele agora é soberano em muitos pequenos detalhes na escolha da “única” esposa do “único” filho (em contraste com Abraão e Jacó). Podemos considerar esse capítulo, então, como uma lição ilustrada de como Deus dirige os acontecimentos; ele também mostra que sinais e até mesmo milagres podem ser vistos nos menores detalhes da vida. Há quatro cenas na história: o diálogo entre Abraão e o servo (v. 1-9), o encontro do servo com Rebeca (v. 10-27), a conversa na casa de Rebeca (v. 2860) e o encontro de Isaque com Rebeca (v. 61-67).
24:1-9. A pressuposição da história é que Abraão tinha o direito, e na verdade a tarefa, como homem rico, de decidir quem seria a noiva adequada para o seu filho. Dois motivos determinavam essa forma de pensar: Isaque não deveria deixar Canaã e, por outro lado, não deveria casar com uma moça da terra de Canaã. (Se Isaque tivesse voltado para a região de Harã, ele teria, por assim dizer, atrasado o relógio da história.) A determinação de manter pura a linhagem étnica contrasta com a escolha que Hagar fez de uma mulher egípcia para Ismael (21.21).
O servo (v. 2) — provavelmente o Eliézer de 15.2 — concordou com as condições de seu senhor, fazendo um juramento na forma mais solene (v. 2,9).
24:10-27. O cenário muda agora para o norte da Mesopotâmia; o autor tem em mente a região de Harã (cf. 11.31), embora o nome da cidade não seja mencionado (houve de fato uma cidade chamada Naor, mas supõe-se que aqui seja um nome de pessoa; cf. v. 15). A oração do servo lembra a promessa de Deus a Abraão (a referência a ser bondoso no v. 12 denota lealdade a uma promessa). Ao pedir um sinal (v. 14), ele estava na verdade procurando por uma mulher “que estivesse disposta a ajudar, tivesse bondade no seu coração e carinho pelos animais” (Von Rad) — o que não era uma má escolha!
Deus rapidamente fez prevalecer a sua vontade na pessoa de Rebeca, cujo exato parentesco com Abraão é informado; pode-se observar que Betuel (v. 15), o pai dela, tem papel de importância menor na história, o que sugere que ele era de idade muito avançada e que seu filho Labão havia se tornado o chefe do clã. Rebeca mostrou ser o tipo de pessoa que o servo estava procurando, e, além disso, muito bonita (v. 16). A sua hospitalidade imediata (v. 25) fechou a questão para ele, e ele reconheceu que o Senhor o conduzira “diretamente” (NTLH; NVI diz na jornada) para a casa certa.
24:28-60. As palavras de hospitalidade foram colocadas em prática (v. 28-33), e o servo explicou a sua missão em todos os detalhes (v. 34-41) e também relatou como a sua oração tinha sido respondida (v. 42-48). Em face disso, nem Labão nem o pai de Rebeca poderiam fugir dos fatos, e a permissão para o casamento foi prontamente concedida (v. 49ss); além disso, Labão era um homem avarento, como o v. 30 já indicou. Tendo recebido o consentimento deles e também lhes dado presentes valiosos (v. 53), o servo expressou o seu desejo de partir muito antes do que era costume no Oriente “sem pressa” daquela época. A disposição de Rebeca de quebrar as convenções da época e partir logo foi mais uma confirmação da soberania de Deus.
24:61-67. Mais uma vez, o narrador não se fixa na demora da viagem; toda a ênfase desse capítulo está nas ações e reações pessoais. Isaque agora é introduzido na história, e, do outro lado, Abraão sai dela. A cena é novamente o Neguebe, provavelmente perto de Berseba. Aqui um homem e uma mulher se encontram pela primeira vez, e a escolha de Deus foi ratificada pelo fato de que, sem esperar ou questionar, Isaque a amou. O v. 67 no texto hebraico se refere à tenda de sua mãe Sara-, essa é, provavelmente, a leitura correta, destacando que Rebeca agora toma o lugar de Sara como a mãe da família eleita.

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