Estudo sobre Gênesis 28
Gênesis 28
Jacó em Betei (27.46—28.22)
Tendo colocado medo em Jacó
para que fugisse de casa em busca de refúgio, agora Rebeca persuadiu o pai
dele a fazer Jacó sair de casa para buscar uma mulher adequada
para ele. Assim a família escolhida poderia manter a pureza racial
por mais uma geração; tanto Isaque quanto Jacó se casaram com
mulheres da parentela de Abraão na região de Harã (cf. v. 10) — uma
região conhecida por Padã-Arã, “a planície de Arã (Síria)” (28.2).
Esaú casou-se com atraso com outra parenta de Abraão, numa tentativa
um tanto patética e inútil de conquistar o favor dos seus pais (v. 69). As
experiências de Jacó são um contraste interessante com os eventos
relatados no cap. 24, pois Isaque mesmo nunca havia deixado a terra
prometida, e o servo de Abraão havia trazido Rebeca para Canaã num prazo
muito pequeno; seria muito diferente no caso de Jacó.
A jornada para o norte de Berseba
(v. 10) fez Jacó passar ao lado de Betei, onde parou para descansar,
fazendo assim o caminho inverso de Abraão quando este se dirigia para
o sul (12.8,9). Abraão tinha erigido um altar ali, um precedente para
adoração israelita posterior, mas foi a ligação de Jacó com o
lugar sagrado que fez dele um santuário muito importante mais tarde
para o Reino do Norte. O v. 19 parece distinguir o lugar (i.e., a
área sagrada, onde seria construído o templo de Betei) de outra cidade
já existente (cf. 12.8), que tinha o nome de Luz até a conquista
de Canaã por parte do povo de Israel (cf. Jz 1.23,26). Depois disso, o
nome do santuário foi dado à cidade também. O nome Betei, “casa de Deus”,
derivou-se da experiência de Jacó ali (v. 17). O sonho de Jacó não somente
imprimiu nele o sentimento fantástico da presença de Deus, mas também
revelou Betei como um templo na fase embrionária: naquele tempo, era
um pensamento comum que houvesse uma escada (v. 12; o mais correto
seria “escadaria”) ligando um templo celestial ao templo terreno em que
Deus (ou deuses, nas religiões pagãs) se dignava a encontrar seus
adoradores e receber as ofertas deles. Os anjos vão e vêm à ordem
dele nas suas tarefas e ministrações (cf. Jo 1.51). Há alguns
contrastes interessantes entre Betei e Babel. (Cf. The Daily Commentary,
Scripture Union, v. 1, p. 40.)
Esse foi, então, o primeiro
encontro direto de Jacó com o Senhor, que havia se revelado de
forma semelhante a Abraão e Isaque (v. 13). Ele havia se tornado
Deus deles, por meio de um relacionamento de aliança (cf. Hb 11.16);
lemos isso acerca de Abraão (caps. 15,17) e podemos deduzir o mesmo no
caso de Isaque. Jacó, de sua parte, agora fez a sua aliança com Deus;
nesse caso, ele mostra o seu caráter na forma em que barganha
com Deus (v. 20ss), mas o destaque maior é dado às promessas de Deus
(v. 13ss), nas quais suas promessas anteriores a Abraão e a bênção
de Isaque sobre Jacó (v. 4) são confirmadas. Uma característica
interessante da resposta de Jacó é a sua iniciativa de separar o dízimo
(v. 22).
A pedra
memorial, colocada como coluna, tinha um bom propósito; mas em dias
posteriores essas colunas levaram à idolatria, em virtude da influência da
adoração a Baal (cf. Mq 5.13).Índice: Gênesis 1 Gênesis 2 Gênesis 3 Gênesis 4 Gênesis 5 Gênesis 6 Gênesis 7 Gênesis 8 Gênesis 9 Gênesis 10 Gênesis 11 Gênesis 12 Gênesis 13 Gênesis 14 Gênesis 15 Gênesis 16 Gênesis 17 Gênesis 18 Gênesis 19 Gênesis 20 Gênesis 21 Gênesis 22 Gênesis 23 Gênesis 24 Gênesis 25 Gênesis 26 Gênesis 27 Gênesis 28 Gênesis 29 Gênesis 30 Gênesis 31 Gênesis 32 Gênesis 33 Gênesis 34 Gênesis 35 Gênesis 36 Gênesis 37 Gênesis 38 Gênesis 39 Gênesis 40 Gênesis 41 Gênesis 42 Gênesis 43 Gênesis 44 Gênesis 45 Gênesis 46 Gênesis 47 Gênesis 48 Gênesis 49 Gênesis 50