Estudo sobre Gênesis 37
Gênesis 37
A família de Jacó
(37.1—50.26)
Os sonhos de José e suas
conseqüências (37.1-36)
O fato de Jacó ter
habitado em Canaã é mencionado brevemente (v. 1), como contraste à
escolha de Esaú que foi para Edom-Seir; o versículo é paralelo a 36.6.
O v. 2 começa com um dos versículos-fórmula de Gênesis e marca o
início da última seção do livro, que se ocupa principalmente com José,
embora a maior parte dos integrantes da família de Jacó participem dela.
A história de José vai
revelar como Deus se mostrou soberano ao fazer o filho mais novo (com a
exceção de Benjamim) de toda a família ter primazia sobre os seus
irmãos; o papel de liderança exercido pelo homem José prefigurou o
papel predominante que as duas “tribos de José”, Efraim e
Manassés, exerceriam mais tarde em Israel. Esses capítulos mostram,
portanto, que o princípio da eleição divina ainda é válido.
37:2-11. São apresentados
três motivos da hostilidade e do ciúme dos irmãos de José: o fato de ser
fofoqueiro (assim eles o viam); o favoritismo por parte de Jacó; e
finalmente a implicação dos sonhos. O primeiro fator afetava somente
quatro dos seus irmãos, excluindo especialmente Rúben e Judá,
que mostraram mais preocupação por José do que os outros (cf. v.
21,22,26,27). O fato de Jacó favorecer a José era algo visível a
todos; a túnica não era somente pomposa — ainda é incerto se a
frase no hebraico alude a mangas (RSV), como crê a maioria dos estudiosos,
ou ao fato de ser “adornada” (BJ) —, mas também de natureza real, a julgar
pela ocorrência da mesma descrição em 2Sm 13.18,19. A túnica era,
portanto, tão simbólica quanto os sonhos. Todos os sonhos na história de
José vêm em duplas, o que confirma o seu significado e conteúdo dados por
Deus. Quando se menciona a mãe no v. 10, provavelmente é uma
alusão a Lia, madrasta de José.
37:12-28. Esses versículos
confirmam a constante mobilização da família com seus rebanhos e manadas.
A história começa em Manre (v. 14; cf. 35.27); leva primeiramente a Siquém
e depois, mais ao norte, até Dotã (v. 17), uma cidade antiga que
ficava à margem das rotas de caravanas. E possível que o v. 28 aluda a
duas caravanas, uma de mercadores ismaelitas e outra de mercadores
de Midiã. Se isso é fato, a narrativa se torna
complicada. (Por que os ismaelitas são mencionados antes, no
v. 25, se o outro grupo estava no cenário antes deles?) Parece preferível
considerar os dois nomes sinônimos, como, e.g., em Jz 8.22ss, e
interpretar o sujeito do verbo tiraram (v. 28) como sendo os irmãos de
José, conforme registrado na NVI e na NTLH. A aceitação do preço de
um escravo (v. 28) é uma prova contundente da inimizade dos irmãos contra
José.
37:29-35. Com o ato
concretizado, os irmãos planejaram como enganar o seu pai já idoso; vemos mais
uma vez como o engano marcou toda a vida de Jacó e o profundo sofrimento
que isso lhe causou agora. Suas palavras no v. 35 significam simplesmente
que ele nunca cessaria de chorar até que também morresse, e
não que, lit. desceria chorando à sepultura, ou Sheol, “mundo dos
mortos” (NTLH). (Observe que esse versículo indica que ele tinha outras filhas
além de Diná, a única mencionada por nome.)
O v. 36 anuncia e
antecipa o cap. 39. O termo midianitas a essa altura confirma a
interpretação dada anteriormente no v. 28.Índice: Gênesis 1 Gênesis 2 Gênesis 3 Gênesis 4 Gênesis 5 Gênesis 6 Gênesis 7 Gênesis 8 Gênesis 9 Gênesis 10 Gênesis 11 Gênesis 12 Gênesis 13 Gênesis 14 Gênesis 15 Gênesis 16 Gênesis 17 Gênesis 18 Gênesis 19 Gênesis 20 Gênesis 21 Gênesis 22 Gênesis 23 Gênesis 24 Gênesis 25 Gênesis 26 Gênesis 27 Gênesis 28 Gênesis 29 Gênesis 30 Gênesis 31 Gênesis 32 Gênesis 33 Gênesis 34 Gênesis 35 Gênesis 36 Gênesis 37 Gênesis 38 Gênesis 39 Gênesis 40 Gênesis 41 Gênesis 42 Gênesis 43 Gênesis 44 Gênesis 45 Gênesis 46 Gênesis 47 Gênesis 48 Gênesis 49 Gênesis 50