Estudo sobre Gênesis 45
Estudo sobre o Livro de Gênesis
Gênesis 45
O desenlace (45.1-28)
A menção do seu pai
finalmente compeliu José a revelar sua identidade; seguiu-se uma conversa
intensamente pessoal, da qual foram excluídos todos os egípcios e
assessores. A reação inicial dos irmãos foi pasmo e mudez (v. 4) — não
somente em virtude do choque da descoberta, mas também pela preocupação em
relação ao destino deles agora. Afinal, José já lhes tinha dado motivos
para temê-lo, e eles tinham um grande peso na consciência; até muito mais
tarde, eles ainda tinham medo (cf. 50.15). De sua parte, José não falou
uma palavra sobre perdão, mesmo que possamos perceber os seus sentimentos
por meio das lágrimas; as suas palavras nos v. 5-8 são de natureza
mais objetiva, reconhecendo a mão de Deus por trás de tudo que
havia acontecido. Eles tinham sido culpados de planejar o
assassinato; mas Deus tinha de tal forma manipulado os eventos que toda
a família seria beneficiada. Os temas da salvação são notórios nos
significativos termos remanescente e livramento (v. 7). A
alta posição de José no Egito (na nota de rodapé da NVI: pai do
faraó, isto é, o seu conselheiro de honra; reflete expressão
idiomática do Egito) possibilitou que ele providenciasse livramento dos
anos de fome.
45:9-20. O passo seguinte
foi providenciar que Jacó e toda a família fossem para o Egito (como
predito em 15.13). O plano de José era que se estabelecessem na região
de Gósen, perto da corte real (v. 10); essa é uma indicação da região
do delta do Nilo (provavelmente o uádi Tumilate), e a localização
sugerida da capital nessa parte do Egito é um ponto a favor da época
dos hicsos (v. comentário de 41.1). O rei, de sua parte,
reforçou o convite de José, colocando à disposição da família todas as
honras e facilidades (v. 16-20). No entanto, ele não disse nada acerca de
Gósen, e mais tarde José foi obrigado a manobrar com certa habilidade
para alcançar os seus objetivos (cf. 46.28—47.6).
v. 21-28. Mas por
hora, então, os irmãos de José deixaram o Egito mais uma vez, carregados de
presentes. A incredulidade e perplexidade de Jacó eram esperadas, só
que dessa vez não há tom de tristeza em suas palavras, e assim ele pôde
antever a sua morte sem pesar. A única nota dissonante no parágrafo é a
instrução final de José a seus irmãos (v. 24). A referência provavelmente
é às recriminações em que poderiam se perder, visto que, ao dar ao pai a
notícia de que José ainda estava vivo, eles precisariam forçosamente
confessar os fatos acerca dos delitos de tanto tempo. A conversa deles com
Jacó é relatada de forma bem concisa (v. 26,27), mas o leitor pode ter
certeza de que a certa altura Jacó faria algumas perguntas bem incômodas.
Embora Gn 45 ensine a realidade do controle de Deus sobre os assuntos
humanos, toda a narrativa demonstra de forma igualmente clara que crimes
brutais não são facilmente esquecidos e que os seus
efeitos posteriores são sérios e de grandes proporções.Índice: Gênesis 1 Gênesis 2 Gênesis 3 Gênesis 4 Gênesis 5 Gênesis 6 Gênesis 7 Gênesis 8 Gênesis 9 Gênesis 10 Gênesis 11 Gênesis 12 Gênesis 13 Gênesis 14 Gênesis 15 Gênesis 16 Gênesis 17 Gênesis 18 Gênesis 19 Gênesis 20 Gênesis 21 Gênesis 22 Gênesis 23 Gênesis 24 Gênesis 25 Gênesis 26 Gênesis 27 Gênesis 28 Gênesis 29 Gênesis 30 Gênesis 31 Gênesis 32 Gênesis 33 Gênesis 34 Gênesis 35 Gênesis 36 Gênesis 37 Gênesis 38 Gênesis 39 Gênesis 40 Gênesis 41 Gênesis 42 Gênesis 43 Gênesis 44 Gênesis 45 Gênesis 46 Gênesis 47 Gênesis 48 Gênesis 49 Gênesis 50