Barba — Estudos Bíblicos

Barba — Estudos Bíblicos

Barba — Estudos Bíblicos 





BARBA
No hebraico, zaqan “barba”, palavra usada por dezenove vezes (por exemplo: Lev. 13:29,30; I Sam. 17:35; I Crô. 19:5; Sal. 133:2; Jer. 41:5; Eze. 5:1). Sapham, “bigode, usada por cinco vezes (por exemplo: II Sam. 19:24), única vez em que nossa versão portuguesa traduz a palavra como “barba. Nas outras ocorrências a tradução é ”bigode (ver Lev. 13:45; Eze. 24:17,22 e Miq. 3:7).
A maioria dos povos antigos não compreenderíam o moderno costume de raspar a barba, enquanto que tão poucos deixam a barba crescer, pois, na antiguidade dava-se precisamente o contrário. Entre os povos semitas a barba era sinal de virilidade, de tal forma que termos cognatos para ancião ou adulto eram palavras verbais e nominais que dizem respeito à barba. (Ver Êxo. 4:29).
A arqueologia tem descoberto muitos monumentos antigos que reproduzem variegadas formas de barba, que diferiam de cultura para cultura, ou mesmo dentro de uma dada cultura. Alguns usavam a barba curta e aparada, porém, outros longa e esvoaçante. Era considerado um adorno masculino ter barba profusa. Também era sinal de honra. Se a veracidade de alguém fosse posta em dúvida, a dúvida podia ser enfrentada com as palavras: “Olhe para a barba dele! Assim, igualmente, faziam-se juramentos pela barba. “Por minha barba juro que... palavras que podiam ser acompanhadas pelo gesto da mão tocando a barba. O oposto também era verdadeiro. Uma censura podería acompanhar uma declaração como esta: “Que vergonha para a sua barba!” Uma saudação podia incluir a declaração: “Que Deus preserve a sua barba!»
Tão importante era a barba, no Egito, que até mesmo mulheres, em certas festividades, relacionadas a importantes dias oficiais, usavam barbas falsas segundo se vê em estátuas e gravuras. Em Israel, assim como os cabelos de uma mulher eram a sua glória, outro tanto dava-se com a barba de um homem. Os sacerdotes eram proibidos de aparar as beiradas de suas barbas. Raspar a barba era considerado um ato de contrição, podendo retratar mudanças radicais para o pior (Isaías 7:20). Aos prisioneiros de guerra raspava-se a barba, em sinal de zombaria. A ausência de barba, ou barba raspada era sinal de servilismo. O rei dos amorreus lançou opróbrio sobre os embaixadores de Davi cortando pela metade as suas barbas e enviando-as de volta (II Sam. 10:1-5). Muitos gregos e romanos barbeavam-se, tirando a barba totalmente; e isso, para os israelitas, era marca de paganismo, algo a ser evitado.
Uso figurado. O povo de Deus é comparado aos pelos da barba e aos cabelos de Ezequiel, dando a entender que eram muito queridos (Eze. 4:1-5:4). Em Isaías 7:20, quando o Senhor ameaçou raspar as cabeças e as barbas dos homens de seu povo, isso deu a entender que grande número deles seria sujeitado a julgamento divino.