Significado de Números 20
Números 20
20.1 — A expressão de tempo usada, no mês primeiro,
não faz menção ao ano. Provavelmente este era o quadragésimo ano, o
período final da jornada no deserto. O capítulo começa com a morte de
Miriã, termina com o falecimento de Arão (v. 22-29), e registra a maior
falha de Moisés (v. 1-13) e a oposição de Edom à passagem de Israel
por seu território (v. 14-21). São registros tristes. Nestes trechos há a
ideia geral de que as mortes de Miriã e Arão, da forma como
foram registradas aqui, foram atos de misericórdia. O Senhor permitiu
que os irmãos de Moisés tivessem uma vida longa o bastante, mas só até que a
primeira geração fosse substituída pela segunda.
Do deserto para Canaã
A tentativa, 40 anos antes, de sair de Cades-Baméia
peb norte rumo a Canaã foi repelida. Desta vez, Moisés queria ir para 0 leste,
passando por Edom, e para 0 norte, atravessando Moabe em direção a Canaã.
Entretanto, os hebreus foram barrados ek fazer a travessia por ambos os
territórios, apesar de seu parentesco com os povos. Assim, Moisés foi para
0 sul por Elate, depois para 0 norte e leste, contornando Edom e Moabe. No
norte do ribeiro do Arnom, eles derrotaram os amorreus e posicionaram-se para
cruzar 0 Jordão pelo lado leste, a fim de entrarem Canaã.
20.2-7 — As palavras não havia água transmitem a
ideia de um déjà vu, isto é, não era uma novidade. Não ter água
para beber foi 0 motivo da primeira crise que os israelitas tiveram em sua
jornada após a saída do Egito (Ex 17). Aqui, no quadragésimo ano
depois do êxodo, o mesmo problema ressurgia, fazendo com que as pessoas
revelassem semelhantes atitudes de ingratidão e raiva.
20.8,9 — Moisés tinha de pegar seu cajado, mas
deveria apenas falar à rocha. Uma geração antes, Deus foi igualmente
específico. Naquele tempo, Moisés fora instruído a ferir a rocha
(Êx 17.6). Da primeira vez, Moisés executou tudo exatamente como o
Senhor tinha especificado; da segunda, não. Algumas pessoas tentam
explicar o que essas diferenças nas ordens querem dizer. Entretanto, como
o texto não especifica isso nem aqui nem em outro lugar, 0 melhor é
apenas observar os fatos no âmbito apresentado: a mensagem que fora
transmitida e a desobediência de Moisés. Deus é zeloso com Sua Palavra.
Não devemos agir de forma diferente da que o Senhor instruiu, mas
obedecer aos Seus comandos pronta e integralmente (Ap 22.18,19).
20.10 — As palavras de Moisés são chocantes: Ouvi
agora, rebeldes. Elas não deixam de expressar a verdade, mas carregam
a conotação de quem sentia que a situação já estava passando dos limites,
de alguém cuja paciência chegara a um ponto derradeiro.
20.11 — Em seu furor, Moisés não falou com a
rocha, como Deus ordenara. Em vez disso, levantou seu cajado e bateu duas vezes
na pedra. Quando Moisés desobedeceu a Deus, ele destruiu tudo o que
vinha pregando por mais de 40 anos. Deus não demonstrou raiva, mas Moisés
se deixou dominar por uma cólera deliberada e injusta.
Em sua fúria, Moisés perdeu o direito de entrar na Terra Prometida. Que
perda incalculável por causa de apenas um momento de
desobediência! Entretanto, se virmos por outro ângulo, Moisés não só
atingira a rocha, mas também atingira Deus. De uma forma que não
compreendemos, aquela rocha era o símbolo da divina presença; a água
jorrava tão abundantemente que representava um marco em Sua graça. A rocha
representava o milagre da vida brotando e dessedentando o sedento; um tipo
de Cristo (1 Co 10.4) -
20.12 — O julgamento de Deus é
proferido com extrema severidade, dada a natureza da ofensa de
Moisés. Este é acusado do pecado de não confiar em Deus e de não honrar
Sua santidade perante o povo. Não honrar a santidade quer dizer não
considerar o sagrado. O Senhor entendeu que a atitude de Moisés
demonstrara falta de respeito e de reverência por Sua santa Pessoa.
As instruções do Senhor não foram acatadas. Moisés, que por muito
tempo se preocupou com a reputação de Deus (Nm 14.13-9),
menosprezou-o, porque não seguiu exatamente o que o Senhor lhe
ordenara bem às vistas de toda a congregação. Arão também foi acusado e
sentenciado pelo Senhor. Para ambos os irmãos, a pena foi juntar-se à
marcha da morte da primeira geração. Nenhum dos dois entraria em Canaã.
20.13 — Meribá, ou rebelião,
é o nome dado ao lugar onde Moisés pecou. Este é o mesmo nome dado ao
local em que houve a primeira crise de água, 40 anos antes (Ex 17.7).
20.14-21 — Moisés usou diplomacia em seu apelo ao rei
de Edom e fez referência à obra salvadora de Deus quando libertou o povo de
Israel do Egito. Ele também fez o que a princípio é um pedido
razoável: deixa-nos, pois, passar pela tua terra. Quando Edom se
recusou a dar passagem, Moisés refutou com um pedido ainda mais
gentil e assegurou aos edomitas que os israelitas não tinham a
intenção de conquistar aquele território. Porém, a solicitação foi
recusada com uma demonstração de força.
20.22-29 —
Possivelmente, o monte Hor é o Jebel Madurá, um monte que fica a
aproximadamente 24 km a nordeste de Cades, na fronteira noroeste de Edom.
O monte está bem no meio da rota de Cades até Moabe. Foi naquele monte que a
triste notícia a respeito da morte de Arão chegou, Eleazar recebeu os deveres
do sacerdócio de Arão. Logo, o corpo de Moisés seria deixado em outro
monte, e Josué, como o líder da nova geração, juntar-se-ia a Eleazar. Os 30
dias de luto por Arão indicavam a grande estima que lhe dedicavam o povo e
seu irmão.Índice: Números 1 Números 2 Números 3 Números 4 Números 5 Números 6 Números 7 Números 8 Números 9 Números 10 Números 11 Números 12 Números 13 Números 14 Números 15 Números 16 Números 17 Números 18 Números 19 Números 20 Números 21 Números 22 Números 23 Números 24 Números 25 Números 26 Números 27 Números 28 Números 29 Números 30 Números 31 Números 32 Números 33 Números 34 Números 35 Números 36
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