Deuteronômio 8 — Estudo Devocional

Deuteronômio 8 destaca as lições a serem aprendidas com a jornada dos israelitas no deserto e a provisão de Deus para eles. O capítulo lembra ao povo a fidelidade de Deus, contando como Ele os conduziu pelo deserto, forneceu maná para seu sustento e os disciplinou para ensiná-los a depender Dele. O propósito dessas provações era humilhá-los, revelar seu coração e ensiná-los a importância de obedecer aos mandamentos de Deus. Moisés adverte contra o esquecimento do papel de Deus nas suas bênçãos quando entrarem na próspera Terra Prometida e adverte contra o orgulho e a auto-suficiência. Para nós, Deuteronômio 8 serve como um lembrete para reconhecermos a provisão de Deus em nossas vidas, para abraçarmos as provações como oportunidades de crescimento e para nos protegermos contra o orgulho ou o esquecimento da nossa confiança em Deus. Isso nos encoraja a sermos gratos tanto pelos tempos de fartura quanto pelos tempos de escassez, lembrando sempre que nosso sustento vem do Senhor.

A terra a ser conquistada

8.1-10 Lembrem como o nosso Deus guiou vocês. Moisés prossegue seu pronunciamento ao povo, recordando tudo quanto Deus ensinara no Sinai, com riqueza de detalhes, emoção e amor pelo povo, apelando para que esses ensinos fossem praticados. Sua atuação teve alta qualidade teológica, uma vez que fez um maravilhoso trabalho de interpretação e ensino. Igualmente fez um magnífico trabalho pastoral de aconselhamento e orientação, no cotidiano do povo. Conversava com Deus intensamente, como homem de oração que foi. Ele relembra a caminhada pelo deserto, sempre ressaltando o cuidado atento de Deus nos bons e maus momentos. No sofrimento e privação, tanto quanto na abundância, o provimento divino não faltou. Tudo visava lembrar os israelitas a que não confiassem em si mesmos, mas no Deus que os havia liberto do Egito.

8.2 Deus os humilhou. O texto nos lembra de que Deus é quem dá e quem tira, humilha e enaltece, ou seja, tudo provém Dele com o propósito de nos ajudar e fortalecer. O cuidado de Deus não se expressa somente nas bênçãos, mas também nos momentos de dificuldade e sofrimento; tudo conduz à “Terra Prometida”.

8.5 como um pai corrige o filho. No Antigo Testamento a ideia de Deus como Pai não é muito comum. Ela aparece mais neste contexto, em Deuteronômio, de Deus resgatar do Egito o seu povo e levá-lo para habitar em Canaã. Neste relacionamento especial já há uma indicação da futura identificação entre Jesus e o povo de Israel. Mateus registra logo na infância de Jesus o cumprimento da profecia de Oséias: “Do Egito chamei o meu filho” (Mt 2.15), e assim seria através de Jesus que toda uma nova dimensão do conhecimento de Deus como Pai seria revelada. Veja Dt 1.29-31, nota.

8.7-10 uma terra boa. Moisés descreve as qualidades da terra que Deus lhes havia destinado, destacando a fartura que os esperava por causa da fertilidade da terra e dos recursos minerais disponíveis. Isso sem dúvida os ajudaria a desejarem fortemente entrar naquela terra e morar nela. Assim como Deus deu ao seu povo naquela época uma nova terra e uma nova condição de vida, ele dá, ainda hoje, auxílios e oportunidades de novos começos, que merecem ser valorizados. Cabe a nós desenvolver e aplicar nossa percepção e atenção, para descobrir em que situações podemos ser úteis e ajudar pessoas nas suas diversas necessidades, com a mesma qualidade com que Deus nos auxilia. Diante de situações novas ou desconhecidas olhemos confiantemente adiante, onde Deus está trabalhando e aproveitemos a oportunidade de participar de Sua ação em favor das pessoas.

8.10 terão toda a comida… e louvarão o Senhor. Deus primeiro fala do Seu cuidado e das bênçãos que o povo receberia, que resultam em louvor à Sua bondade, por fazê-los melhorarem de vida. A partir de então começam os avisos contra as armadilhas da fartura e da riqueza — todas as condições de vida têm suas tentações, onde podemos nos enredar e nos perder. Mas o louvor e a gratidão pelo cuidado e ajuda recebidos nos auxiliarão a continuar confiando em Deus.

Aviso contra o orgulho
8.11-20 não pensem que foi com a sua própria força. Como é fácil pensar que a fartura é resultado do trabalho e esforço pessoal. Nas dificuldades corremos para Deus, mas na abundância muito facilmente nos afastamos Dele. A advertência para o povo israelita foi forte: se vocês se esquecerem de Deus, acabarão seguindo outras crenças, e certamente morrerão!

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