Romanos 2 — Comentário Devocional

Romanos 2

Aqui estão algumas aplicações importantes da vida baseadas em Romanos 2:

1. Evite a hipocrisia:
Em Romanos 2:1-3, Paulo adverte contra julgar os outros e não reconhecer as nossas próprias falhas. A aplicação de vida aqui é cultivar a autoconsciência e a humildade. Antes de apontar o dedo aos outros, devemos examinar as nossas próprias vidas e procurar abordar as nossas próprias falhas e pecados.

2. A Bondade de Deus Leva ao Arrependimento:
Romanos 2:4 destaca a bondade e a paciência de Deus como um convite ao arrependimento. Isto nos ensina a abordar os outros com amor e graça, sabendo que é a bondade de Deus que muitas vezes leva as pessoas a mudar. Em vez de criticar ou condenar duramente, mostre bondade e compreensão para com aqueles que possam precisar do amor transformador de Deus.

3. Viva de acordo com suas crenças:
Romanos 2:17-24 fala da importância de viver de forma consistente com as próprias crenças. A aplicação na vida é alinhar nossas ações com nossa fé. Não basta afirmar ser cristão; devemos viver a nossa fé através das nossas obras, mostrando ao mundo a autenticidade da nossa relação com Cristo.

4. Busque um Coração Circuncidado:
Em Romanos 2:28-29, Paulo discute a circuncisão do coração, enfatizando que a verdadeira circuncisão não é externa, mas interna. Isto nos lembra que Deus deseja um coração transformado e um relacionamento profundo e pessoal com Ele. Busque um coração que esteja totalmente entregue a Deus, permitindo que Ele trabalhe dentro de você.

5. Evite o orgulho religioso:
Paulo adverte contra o orgulho religioso em Romanos 2:17-23. A aplicação na vida é proteger-se contra a auto-justificação e atitudes de julgamento. Os rituais e conhecimentos religiosos não devem levar à arrogância, mas devem humilhar-nos e aproximar-nos de Deus.

6. Sejam cumpridores da Palavra:
Romanos 2:13 enfatiza que não basta ouvir a Palavra; devemos também ser praticantes da Palavra. Aplique este princípio vivendo ativamente a sua fé. Procure oportunidades de servir aos outros, pratique o perdão e demonstre o amor de Deus através de suas ações.

7. Responsabilidade diante de Deus:
Reconheça que, em última análise, todos somos responsáveis perante Deus pelas nossas ações e escolhas (Romanos 2:16). Isto deve motivar-nos a viver com integridade e a buscar Sua orientação e perdão quando falhamos.

8. Arrependimento e Transformação:
Em resposta ao reconhecimento dos nossos próprios pecados e da necessidade de arrependimento (Romanos 2:4), assuma o compromisso de arrependimento e transformação diários. Permita que Deus mude seu coração e molde você em um vaso de Sua graça e amor.

9. Ame o seu próximo:
Ao longo de Romanos 2, há um tema subjacente de amar o próximo como a si mesmo. Pratique isso mostrando compaixão, empatia e bondade para com as pessoas ao seu redor, independentemente de sua origem ou circunstâncias.

Ao aplicar estes princípios de Romanos 2 à sua vida, você poderá crescer no seu relacionamento com Deus, aprofundar a sua compreensão da Sua graça e tornar-se um seguidor de Cristo mais autêntico e compassivo.

Devocional

2.1 Quando, com razão, ficamos irados por causa do pecado de alguém, devemos ter cuidado. Precisamos nos posicionar contra o pecado, mas é necessário fazê-lo com humildade. É comum observarmos mais claramente nos outros os pecados que também estão enraizados em nós. Se olharmos cuidadosamente a nossa vida, poderemos constatar que cometemos os mesmos pecados, talvez de uma forma “socialmente aceitável”. Por exemplo, uma pessoa que faia da vida alheia, pode mostrar-se severamente crítica a respeito de alguém que fale da vida dela. 

Quando a carta de Paulo foi lida na igreja em Roma, não há dúvida de que muitos devem ter meneado a cabeça ao ouvirem a condenação do apóstolo à adoração a ídolos, à homossexualidade e à violência. Mas que surpresa seus leitores devem ter tido ao lerem: “És inescusável quando julgas, ó homem, quem quer que sejas, porque te condenas a ti mesmo naquilo em que a outro; pois tu, que julgas, fazes o mesmo. E bem sabemos que o juízo de Deus é segundo a verdade sobre os que tais coisas fazem”. Paulo enfaticamente destacou que todos nós temos pecado repetidamente e que, sem Cristo, não há como sermos salvos das consequências do pecado. 

2.4 Em sua grande bondade. Deus retém o seu juízo, dando tempo às pessoas para que abandonem o pecado. É fácil abusarmos da paciência de Deus e buscarmos aprovação para os caminhos errados em que vivemos. A autocrítica é algo difícil; é ainda mais penoso apresentarmo-nos abertamente a Deus e permitir que Ele nos diga em que áreas de nossa vida precisamos mudar. Porém, como cristãos, devemos pedir ao Senhor que nos mostre os nossos pecados, para que Ele nos possa perdoar e curar. Infelizmente temos a tendência de admirar a paciência que o Senhor tem para com outras pessoas, em vez de nos humilharmos e reconhecermos como Elo tem sido paciente conosco. 

2.5-11 Embora Deus não puna as pessoas imediatamente pelos pecados praticados, o Juízo Final é certo. Não sabemos exatamente quando o julgamento acontecerá, mas sabemos que ninguém escapará deste encontro final com o Criador. Para mais informações sobre o Juízo, ver João 12.48 e Apocalipse 20.11-15. 

2.7 Paulo nos disse que os que paciente e persistentemente fizerem a vontade do Deus encontrarão a vida eterna. O apóstolo não contradisse sua afirmação anterior de que a salvação vem somente pela fé em Cristo (1.16-17). Não somos salvos por praticarmos boas obras, mas por entregarmos nossa vida completamente a Deus, desejando agradá-lo e servi-lo. Deste modo, nossas boas obras são uma resposta de gratidão àquilo que Deus fez por nós, não um pré-requisito para alcançarmos o seu favor.

2.12-15 As pessoas não serão condenadas por aquilo que desconhecem, mas pela atitude que demonstraram em relação ao que sabem. Aqueles que conhecem a Palavra de Deus e sua lei, serão julgados de acordo. Os que jamais viram uma Bíblia, mas sabem discernir entre o certo e o errado, serão julgados pelas transgressões que cometeram contra a própria consciência. A lei de Deus está inscrita nas pessoas.

Aqueles que viajarem para outros países, poderão encontrar evidências da lei moral de Deus em cada cultura e sociedade. Por exemplo, em todas elas o assassinato é proibido, embora esta lei tenha sido transgredida em todas. Fazemos parte de um povo pecaminoso e obstinado. Sabemos o que e correto, porém insistimos em fazer o que é errado. Não é suficiente conhecermos aquilo que é certo, devemos também praticar. Admita para si mesmo e para Deus que você frequentemente tem falhado em relação aos seus padrões de vida (quanto mais em relação aos de Deus!). Este é o primeiro passo para o perdão, para a restauração e a cura.

2.17ss Paulo continuou a argumentar que todos são culpáveis perante Deus. Após descrever o destino dos incrédulos e dos pagãos, o apóstolo admoestou o povo que, a despeito de saber a vontade de Deus, recusava-se a viver de acordo com ela, tornando-se culpado e atraindo o juízo divino. Paulo disse que se não vivermos de acordo com o que conhecemos, não seremos melhores do que os gentios. Aqueles que cresceram em famílias cristãs normalmente conhecem a Palavra de Deus, mas se não viverem de acordo com ela, certamente perecerão como os incrédulos e pagãos.

2.21, 22 Paulo explicou aos judeus que eles precisavam obedecer ã sua lei, não apenas ensinar os outros sobre ela. Os judeus conheciam tão bem a lei, que aprenderam a tolerar os próprios erros enquanto criticavam os alheios. Porém a lei é mais do que um conjunto de regras, é a diretriz para que vivamos de acordo com a vontade de Deus e um lembrete de que não podemos agradar a Deus sem que tenhamos um relacionamento adequado com Ele. Conforme o próprio Senhor Jesus demonstrou, reter algo que pertença a outrem é roubo (Mc 7.9-13), e qualquer que atentar para uma mulher com um olhar cobiçoso já cometeu adultério com ela em seu coração (Mt 5.27.28). Antes de acusarmos os outros, devemos olhar para nós mesmos e procurar ver se o pecado está de alguma forma presente em nossa vida.

2.21-27 Esses versículos são uma forte crítica ã hipocrisia. F muito mais fácil dizer aos outros como devem comportar-se do que nos comportarmos corretamente. É muito mais fácil ensinar o que é correto do que permitir que esses ensinamentos criem raízes em nossa vida. Você aconselha outras pessoas a agirem de um modo que você mesmo não está disposto a agir? Tenha a certeza de que as suas atitudes estão em conformidade com as suas palavras.

2.24 Se você diz fazer parte do povo de Deus, sua vida deve refletir uma nítida semelhança com Ele. Ao desobedecermos a Deus, desonramos o seu santo nome. As outras pessoas poderão até blasfemar o nome do Senhor por nossa causa. O que elas pensam a respeito de Deus quando olham para a sua vida?

2.25-29 A circuncisão é o sinal da aliança especial de Deus com os judeus. A lei exigia que todos os judeus do sexo masculino se submetessem a este ritual (Gn 17.9-14). De acordo com Paulo, de nada aproveitaria a um judeu ser circuncidado se não obedecesse às leis de Deus. Por outro lado, os gentios incircuncidados receberiam o amor e a aprovação de Deus se guardassem as leis divinas. Paulo prosseguiu explicando que o verdadeiro judeu não é o que foi circuncidado, mas aquele cujo coração é íntegro para com Deus, aquele que é obediente ao Senhor.

2.28,29 Ser judeu significava fazer parte da família de Deus e ser herdeiro de todas as suas promessas. Contudo, Paulo deixou claro que ser membro da família de Deus é algo que se baseia em qualidades interiores e não exteriores. Todos aqueles que tivessem um coração justo na presença do Senhor poderiam de fato considerar-se membros da família de Deus (ver Gl 3.7). Participar das atividades e cultos de uma igreja, ser batizado, confirmado ou aceito como membro não é suficiente, assim como a circuncisão não era suficiente para o judeu. Deus deseja que a devoção e a obediência sejam sinceras, que as observemos com todo o nosso coração (ver Dt 10.16; Jr 4.4).

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