Apocalipse 16 — Estudo Teológico das Escrituras

Apocalipse 16

16.2 primeiro... taça... úlceras malignas e perniciosas. A Septuaginta usa a mesma palavra grega para descrever as úlceras que atingiram os egípcios (Êx 9.9-11) e afligiram Jó (Jó 2.7). No NT, a palavra descreve feridas abertas que cobriam o mendigo Lázaro (Lc 16.21). Em todo o mundo, pessoas serão afligidas com feridas incuráveis, abertas e purulentas. marca da besta. Somente os adoradores do anticristo serão afligidos (veja nota em 13.16; cf. 14.9-11).

16.3 segundo... taça... morreu todo ser vivente que havia no mar. Isso lembra a segunda trombeta (8.8-9) e a primeira praga contra os egípcios (Êx 7.20-25). Esse flagelo, porém, será muito mais abrangente. As águas dos oceanos do mundo ficarão espessas, escuras e coaguladas, como o sangue de um cadáver. A morte e a decomposição de bilhões de criaturas do mar acrescentarão intensidade ao sofrimento desse castigo.

16.4 terceiro... taça... nos rios e nas fontes de água. Água fresca, já pouco disponível por causa da prolongada estiagem (11.6), agora atingirá a sorte dos oceano s (cf. Êx 7.19ss.). Além de sofrer de sede, os veneradores do anticristo não terão água limpa para lavar suas feridas.

16.5 tu que és e que eras. Essa frase expressa a eternidade de Deus (cf. 1.4,8; 4.8; 11.17). O v. 6 diz que Deus eterno julgará com justiça porque eles mataram os crentes e pregadores do evangelho (6.9-11; 7.9-17; 11.18; 17.6; 18.20). Essa matança será sem igual na História (Mt 24.21) e assim também a vingança de Deus (cf. Rm 12.19-21).

16.6 sangue lhes tens dado a beber. A substância espessa semelhante a sangue em que viraram as águas é tudo o que há disponível para beber (v. 4). são dignos disso. O anjo exonera Deus de qualquer culpa pelos seus castigos severos demais. A geração muitíssimo perversa viva na ocasião derramará mais sangue do que qualquer outra anterior, inclusive a dos santos (6.9; 17.6) e dos profetas (11.7-10). O castigo de Deus é justo e adequado (cf. Êx 21.25-27; Lv 24.19-20; Hb 10.26-31).

16.7 altar. O altar personificado eco a as palavras do anjo, reforçando a verdade de que Deus é justo em todos os juízos (19.1-2; cf. G n 18.25; Sl 51.4; Rm 3.4).

16.8 quarto... taça... queimar... com fogo. O sol, que normalmente fornece luz, calor e energia, se tornará um assassino mortífero. Sem água fresca para beber, os habitantes da terra enfrentarão calor extremo. O calor escaldante derreterá os topes de gelo polar, que alguns calculam que elevará o nível dos oceanos mundiais em 48 m, inundando muitas das principais cidades do mundo e produzindo m ais perdas catastróficas de vidas (cf. Am 9.5-6). A resultante interrupção de transporte marítimo tornará difícil a distribuição dos parcos recursos de alimento e água.

16.9 nem se arrependeram. Incrivelmente, pecadores ainda assim se recusarão a arrepender-se (cf. vs. 11,21); em vez disso, blasfemarão Deus — aquele que eles sabem ter causado suas aflições.

16.10 trono da besta. Isso se refere ao trono verdadeiro do anticristo ou à sua cidade capital, m as se estende a todo o seu domínio. Independentemente onde as trevas começam , finalmente cobrirão todo o reino do anticristo. se tornou em trevas. Trevas de abrangência mundial são associadas em outros lugares na Escritura com o juízo de Deus (cf. Is 60.2; Jl 2.2; Mc 13.24-25). remordiam a língua. Tentativa vã de aliviar a dor de suas feridas, a sede e o calor infernal.

16.11 blasfemaram o Deus do céu. Sinal de sua contínua lealdade ao anticristo e sua ira de Deus por causa da acumulação de misérias causadas pelas primeiras cinco taças. “O Deus do céu” é um frequente título para Deus no AT; aparece no NT som ente aqui e em 11.13. úlceras. O s efeitos duradouros da primeira taça são a principal causa para blasfemarem.

16.12 Eufrates. Chamado de “grande rio” cinco vezes na Escritura (cf. 9.14; C n 15.18; Dt 1.7; Js 1.4), ele flui c. 290 km desde sua nascente nas encostas do monte Ararate até o golfo Pérsico (veja nota em 9.14). Ele estabelece a fronteira leste da terra prometida por Deus a Israel (Gn 15.18; Dt 1.7; 11.24; Js 1.4). Com seu volume de água já reduzido pela prolongada estiagem e pelo calor intenso, Deus sobrenaturalmente o secará para abrir caminho para a confederação ocidenta, chegar à Palestina (Is 11.15). reis que vêm do lado do nascimento do sol. Deus providencialmente atrai esses reis e seus exércitos a fim de destruí-los na batalha de Armagedom (v. 14). O motivo de eles virem pode ser para se rebelarem contra o anticristo, cujo fracasso em fornecer alívio ao sofrimento do mundo indubitavelmente acabará com a sua popularidade. Ou, isso pode ser um ato final de furioso intento antissemita para destruir Israel, talvez em retaliação pelos flagelos enviados por seu Deus. Pelo fato de o sol talvez ter derretido os topes de gelo no Ararate, inundando o vale do Eufrates e cobrindo as ribanceiras e as pontes, a terra será submersa. Deus vai ter que secá-la milagrosamente para que o exército ocidental possa chegar ao Armagedom.

16.13 do dragão... da besta... do falso profeta. A “trindade profana” com posta por Satanás (o dragão; veja nota em 12. 3), do anticristo (a besta: veja nota em 11. 7) e do assistente do anticristo (o falso profeta; veja nota em 13. 11), vomitaram esse flagelo, três espíritos imundos. Designação com um no N T para demônios (cf. M t 12.43; M c 1.23; Lc 8.29). Estes são especialmente perversos, poderosos e sedutores (v. 14). semelhantes a rãs. Essa imagem enfatiza ainda m ais a perversidade deles (cf. Lv 10.11,41). Rãs eram animais impuros, segundo as leis dietéticas do AT (Lv 11.10-11,41). A mitologia persa considerava-as criaturas provocadoras de pragas. O s demônios são assim descritos com o seres pegajosos, cruéis e odiosos.

16.14 sinais. São sinais sobrenaturais (cf. 13.12-15) designados para levar (cf. 19.20; 1 Rs 22.20-23; Mc 13.22) os reis a invadirem a Palestina. Seu impacto será tão grande que espíritos imundos serão capazes de induzir os reis a irem para a Palestina, apesar de suas feridas, do intenso calor, da estiagem e das trevas, reis do mundo. Já não m ais apenas a confederação ocidental, m as agora todo o mundo começa a ajuntar-se na Palestina para a batalha final e climática (SI 2.2-3; Jl 3.2-4; Z c 14.1-3). peleja do grande Dia do Deus Todo-Poderoso. A batalha do Armagedom (v. 16). É a grande guerra com Deus e Cristo (veja notas em 2Ts 1.7-10; cf. Jl 2.11; 3.2,4). A guerra acabará quando Cristo chegar (19.17-20).

16.15 Bem-aventurado. Veja nota em 1.3. vigia e guarda as suas vestes. Nosso Senhor enfatiza a necessidade de constante prontidão para o seu retorno (cf. 1 Jo 2.28). As imagens retratam o soldado pronto para a batalha ou o dono de casa vigilante para a chegada do ladrão (veja também 3.3; 1 Ts 5.2,4; 2Pe 3.10).

16.16 Armagedom. Nome hebraico do monte Megido, 100 km ao norte de Jerusalém. A batalha se desenrolará nas planícies próximas, lugar da vitória de Baraque sobre os cananeus (Jz 4) e da vitória de Gideão sobre o midianitas (Jz 7). Napoleão chamou esse vale de o maior campo de guerra já visto por ele. Mas a batalha de Armagedom não será limitada às planícies de Megido — ela abrangerá toda a extensão da Palestina [veja nota em 14.20). sobre a terra; tal foi o terremoto, forte e grande.

16.17 sétimo... taça... “Feito está!” Essa taça completará a ira de Deus (exceto para o último castigo sobre a rebelião no final do milênio; 20.7-10) e precede imediatamente a segunda vinda de Cristo. Ela trará a pior calam idade da história mundial. A voz vinda do templo do céu é, sem dúvida, a voz do próprio Deus. “Feito está!” é mais bem traduzido por “tem sido e permanecerá feito” (cf. Jo 19.30). Deus pontuará a consumação de sua ira com um terrem oto devastador — o mais forte da história da terra (cf. vs. 19-21).

16.19 E a grande cidade se dividiu em três partes, e caíram as cidades das nações. Lembrou-se Deus da grande Babilônia 'para dar-lhe o cálice do vinho do furor da sua ira. Cf. 11.13; 21.10; veja notas em Z c 14.1-8. Jerusalém será dividida em três partes (Zc 14.4), não com o juízo (cf. 11.13), mas com o aperfeiçoamento. O suprimento adicional de água (Zc 14.8) e as mudanças topográficas (Z c 14.4-5) prepararão a cidade para ser o lugar central do reino milenar. Jerusalém é a única cidade a ser poupada do castigo (cf. 1C r 23.25; SI 125.1-2; Mq 4.7) e será em belezada (SI 48.2) por causa do seu arrependimento (veja 11.13). cidades da nações. O propósito de Deus é muito diferente para o restante das cidades do mundo — elas serão destruídas. Babilônia. A capital do império do anticristo receberá medida especial da ira de Deus, conforme profetizado em is 13.6-13. Os caps. 17—18 dão detalhes de sua destruição.

16.20-21 Todas as ilhas fugiram, e os montes não foram achados; também desabou do céu sobre os homens grande saraivada, com pedras que pesavam cerca de um talento; e, por causa do flagelo da chuva de pedras, os homens blasfemaram de Deus, porquanto o seu flagelo era sobremodo grande. A descrição da grande meretriz

16.20 Todas a ilhas fugiram... montes não foram achados. Esse fortíssimo terremoto alterará radicalmente a topografia de toda a terra, preparando-a para a chegada do reino milenar. Cf. 6.12-14; Is 40.4-5; Jr 4.23-27.

16.21 um talento. O maior peso que um homem normal podia carregar (c. 34 kg). O enorme tamanho das pedras indica convulsão atmosférica sem paralelos. A queda de tão grandes blocos de gelo causará devastação inimaginável na terra.

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