Romanos 9 — Estudo Teológico das Escrituras

Romanos 9

Romanos 9 trata de temas teológicos importantes, particularmente aqueles relacionados à soberania de Deus, à eleição e ao relacionamento entre Israel e os gentios. 

1. A Escolha Soberana de Deus: Romanos 9:6-13 centra-se no conceito da escolha soberana de Deus. Paulo enfatiza que as promessas e bênçãos de Deus não são automaticamente herdadas por todos os descendentes físicos de Abraão, mas são determinadas pela escolha de Deus. Ele ilustra esse ponto com os exemplos de Isaque e Jacó, destacando que Deus os escolheu de acordo com Seu propósito, não com base em méritos ou obras humanas.

2. Teologia da Eleição: Romanos 9 introduz a doutrina teológica da eleição. Paulo discute como Deus escolheu indivíduos para propósitos específicos, como Isaque, Jacó e Moisés. Este conceito de eleição levanta questões sobre a prerrogativa de Deus de escolher e a tensão entre a soberania divina e a responsabilidade humana.

3. A Misericórdia e o Endurecimento de Deus: Romanos 9:14-18 aborda a questão teológica da misericórdia de Deus e do endurecimento dos corações. Paulo enfatiza que a misericórdia de Deus não é arbitrária, mas é estendida de acordo com a Sua vontade. Ele cita o exemplo do Faraó para ilustrar o uso que Deus faz dos corações endurecidos para Seus propósitos soberanos.

4. Vasos de Ira e Vasos de Misericórdia: Em Romanos 9:19-29, Paulo discute os conceitos teológicos de vasos de ira e vasos de misericórdia. Ele argumenta que Deus, em Sua soberania, tem o direito de usar indivíduos e nações para Seus propósitos, seja em julgamento ou em misericórdia. Esta seção destaca a liberdade divina ao lidar com a humanidade.

5. Inclusão dos Gentios: Romanos 9:24-33 aborda o tema teológico da inclusão dos Gentios no plano redentor de Deus. Paulo explica que o plano de Deus inclui não apenas os judeus, mas também os gentios que acreditam em Jesus. Isto reflete o conceito teológico mais amplo do desejo de Deus de que todas as nações façam parte do Seu povo da aliança.

6. Justificação pela Fé: Ao longo de Romanos 9, o princípio teológico da justificação pela fé está implícito. Embora Paulo esteja discutindo principalmente a escolha soberana de Deus e o relacionamento entre Israel e os gentios, o pano de fundo de todo o seu argumento é o conceito de justificação e justiça por meio da fé em Cristo.

7. Tensão Teológica: Romanos 9 apresenta uma tensão teológica entre a soberania de Deus na eleição e a responsabilidade humana. Paulo luta com questões relacionadas às escolhas de Deus e à aparente rejeição de Israel em favor dos gentios. Esta tensão reflete a discussão teológica mais ampla sobre a interação entre a soberania divina e o livre arbítrio humano.

Romanos 9 trata de conceitos teológicos profundos relacionados à soberania de Deus, eleição, misericórdia e endurecimento de Deus, vasos de ira e misericórdia, a inclusão dos gentios e a tensão teológica entre a soberania divina e a responsabilidade humana. Este capítulo desempenha um papel significativo na exploração de Paulo do plano de salvação de Deus e do relacionamento entre os crentes judeus e gentios no contexto dos propósitos redentores de Deus.

Estudo Teológico

9:1-3 No final do capítulo 8 Paulo estabeleceu que: (1) Deus tem um propósito para os crentes, (2) nada pode impedir que esse propósito seja cumprido e (3) ninguém pode separar o povo de Deus de Seu amor. mas e o povo judeu? Deus tinha um propósito para Israel e disse que amava Israel. No entanto, Israel parece estar excluído do programa de Deus. Paulo aborda esse problema em caps. 9-11. amaldiçoado por Cristo: a dor de Paulo foi tão grande que ele estava disposto, se possível, a ser separado de Cristo se isso significasse que Israel poderia se unir a Ele (ver Êxodo 32:32).

9:4, 5 Paulo lista alguns dos grandes privilégios de Israel. Por exemplo, eles foram chamados de israelitas. Israel foi o nome dado a seu ancestral Jacó como uma expressão do favor de Deus (ver Gênesis 32:28). Cristo: Seu privilégio supremo era que o Messias viesse por meio deles. Deus eternamente bendito: Jesus Cristo é Deus em carne.

9:6 A palavra de Deus neste contexto é uma referência às promessas de Deus a Israel. Paulo está declarando que os propósitos e promessas de Deus não falharam. nem todo Israel: Nem todos os descendentes físicos de Jacó (Israel) herdaram as promessas de Deus.

9:7 Abraão é outra ilustração do ponto de Paulo de que a descendência física não é garantia de um lugar na família de Deus. Abraão teve dois filhos, Ismael e Isaac; mas Isaac herdou as promessas, não Ismael.

9:8 da carne: Ser apenas um descendente físico de Abraão não significa herdar a promessa de Deus a Abraão e sua descendência.

9:10 Os filhos de Isaque são ainda outra ilustração do ponto de vista de Paulo. A promessa de Deus a Isaque nunca foi destinada a ser cumprida por meio de Esaú.

9:11 ainda não... nascido: Deus escolheu Jacó ao invés de Esaú antes de eles nascerem. Nenhum dos dois havia feito bem ou mal na época em que a escolha foi feita. Não foi baseado de forma alguma em suas obras. Foi baseado unicamente naquele que chama. Deus não elegeu Jacó por causa de qualquer coisa que Jacó fez; sua eleição foi baseada na graça.

9:13 Odiou: Na verdade, Deus fez provisão para Esaú (ver Gênesis 27:39; 36; Deuteronômio 23:7). Odiado é uma expressão em que o oposto é usado para expressar em menor grau. Por exemplo, Gênesis 29:30 diz que Jacó amava Raquel mais do que Lia, mas o próximo versículo (traduzido literalmente) diz que Lia era odiada. O que Paulo está dizendo é que Esaú não era o objeto do propósito de eleição de Deus.

9:14 Se Deus escolheu alguns dos descendentes de Abraão (v. 6), como Isaque sobre Ismael (vv. 7-9), ou Jacó sobre Esaú (vv. 10-13), então há injustiça da parte de Deus? A reclamação é que se Deus escolheu Isaque ou Jacó sem levar em conta suas obras, então isso teria sido injusto ou injusto. Se a eleição e rejeição de Deus fossem baseadas nas más ações de um ou nas boas ações de outro, a questão da “justiça” de Deus nunca teria surgido. Esta questão é o tema de cap. 9-11.

9:15 A resposta de Paulo à questão colocada no v. 14 não é para justificar as ações ou escolhas de Deus, mas para afirmar a soberania inequívoca de Deus em fazer o que Ele quer. Terei misericórdia: nesta passagem do êxodo, Deus declara Seu direito absoluto de não ser questionado por Suas criaturas sobre Suas decisões (Êxodo 33:19). Com essas palavras sobre misericórdia e compaixão, Deus revelou Seu caráter a Moisés quando ele pediu para contemplar a glória de Deus. Aqueles que questionam Deus nesses assuntos não viram a glória de Deus que Moisés teve permissão para ver.

9:16 mas de Deus: a base da escolha soberana de Deus não é a conduta de uma pessoa, mas a compaixão de Deus. Deus é livre para mostrar misericórdia a quem Ele escolher.

9:17, 18 Faraó recusou-se a obedecer ao Senhor (Êx. 5:2) e endureceu o coração (ver ex. 7:13, 14, 22; 8:15, 32; 9:7). Deus usou o pecado de Faraó para demonstrar Seu poder e magnificar Seu nome. endurece: Deus só entregou o Faraó ao que o Faraó já havia escolhido fazer. No entanto, permanece o fato de que Deus soberanamente escolhe ter misericórdia de alguns e retê-la de outros.

9:19, 20 Encontrar falha significa “culpar”. Paulo novamente coloca questões humanas que ele responderá nos vv. 20, 21. Se Deus endurece quem Ele quer (v. 18), por que culpar aquele que foi endurecido? Sua vontade: se Deus endurece, como se pode dizer que essa pessoa está resistindo a Deus? O endurecido não está apenas fazendo o que Deus deseja que ele faça? Responder significa “fazer uma tréplica”, o que implica uma atitude argumentativa. Paulo repreende qualquer um que levantasse tais objeções, que no final são apenas um protesto contra os caminhos de Deus, e não um pedido sincero de uma explicação.

9:21 A palavra traduzida como poder pode significar “direito” ou “autoridade”. Paulo insiste no direito de Deus de fazer o que Lhe agrada.

9:22, 23 E se: Alguns insistem que Paulo está levantando apenas a possibilidade de um vaso projetado para destruição. Outros interpretam a passagem literalmente, que Deus prepara alguns para a condenação eterna. preparado para a destruição... preparado de antemão para a glória: A estrutura gramatical do primeiro preparado, referindo-se aos vasos da ira, é diferente do segundo preparado, referindo-se aos vasos de misericórdia. O primeiro significa literalmente “se prepararam”, enquanto o segundo é “o que Ele preparou”. Se estamos condenados, é por causa de nossa rejeição a Deus; se somos redimidos, é por causa da graça de Deus. A questão não é: por que alguns são salvos e outros condenados? todos merecem condenação. É somente pela graça de Deus que alguém é salvo.

9:24–29 Deus chama tanto judeus como gentios. Paulo cita várias passagens do AT para apoiar este ponto.

9:30–32 A pergunta é: Visto que Israel tinha a lei e buscava a retidão, por que eles não a alcançaram? Foi porque eles não foram eleitos? A resposta é que eles não obtiveram a justiça porque não creram. Eles tentaram obter justiça pelas obras da lei. Sendo comprometidos com a justiça pelas obras, eles tropeçaram na justiça da fé oferecida em Cristo.

Índice: Romanos 1 Romanos 2 Romanos 3 Romanos 4 Romanos 5 Romanos 6 Romanos 7 Romanos 8 Romanos 9 Romanos 10 Romanos 11 Romanos 12 Romanos 13 Romanos 14 Romanos 15 Romanos 16