Abraão [IV] — NDB
Abraão [IV] — NDB
Israel era considerado “semente de Abraão” e a ação de Javé, suscitando tanta gente de um único homem, era considerado um cumprimento particularmente significativo de Sua palavra (Is 51.2; Ez 33.24). “O Deus de Abraão”, designava Javé por toda a Escritura e era o nome pelo qual Ele se revelou a Moisés (Ex 3.15). O monoteísmo de Abraão, em meio a idolatria circundante (Is 24.3), o modo pelo qual Deus lhe apareceu (Ex 6.3), escolheu-o (Ne 9.7), redimiu-o (Is 29.22), e abençoou-o (Mq 7.20), bem como a fé de Abraão, formavam um tema constante de exortação e discussão (1Mc 2.52).
Nos tempos do NT, Abraão continuava sendo reverenciado como o ancestral de Israel (At 13.26), do sacerdócio levítico (Hb 7.5), e do próprio Messias (Mt 1.1). Embora a popular superstição dos judeus de que descendência racial de Abraão trazia bênçãos divinas seja refutada pelo Batista (Mt 3.9) e por Paulo (Rm 9.7), a unidade dos hebreus como sua descendência era uma figura da unidade dos crentes em Cristo (GI 3.16,29). O juramento (Lc 1.73), o pacto (At 3.13), a promessa (Rm 4.13), e a bênção (Gl 3,14) que foram outorgados a Abraão pela livre escolha de Deus são herdados por seus filhos mediante a fé. A fé de Abraão era típica daquela que conduz a justificação (Rm 4.3-11), uma proclamação pré-cristã do evangelho universal (GI 3.8). Sua obediência pela fé ao chamado para deixar Ur e viver como “forasteiro e peregrino” numa vida nômade e sua oferta de lsaque são registradas como exemplos notáveis de fé em ação (Hb 11.8-19; Tg 2.21).
Na qualidade de grande profeta e recipiente do pacto divino, Abraão desempenha um papel sem paralelo tanto nas tradições judaicas (Eclesiástico 44.19-21); Bereshit Rabba; Pirkei Avot v. 4; Josefo, Ant. 1.7,8) como nas muçulmanas (188 refs. no Alcorão).
Fonte: O Novo Dicionário da Bíblia de J. D. Douglas.