Efésios 2 — Comentário Devocional

Efésios 2 — Comentário Devocional


Efésios 2 — Comentário Devocional


2.2 — “O príncipe das potestades do ar” é Satanás. Os leitores de Paulo acreditavam que Satanás e as forças espirituais do mal habitavam uma região que ficava entre o céu e a terra. Dessa forma. Satanás é retratado como rei do domínio espiritual do peca do — dos demônios e dos que estão contra Cristo. Satanás significa “acusador” e também é chamado de demônio (4.27). Na ressurreição, Cristo venceu Satanás e seu poder. Portanto. Jesus Cristo tornou-se o Imperador permanente de todo o mundo: Satanás é apenas o rei temporário da parte do mundo que prefere obedecer-lhe.
2.3-0 — fato de todas as pessoas, sem exceção, cometerem pecados prova que sem Cristo temos uma natureza má. Estamos perdidos no mal e não podemos nos salvar. Será que isso significa que apenas os cristãos são bons? É claro que não — muitas pessoas fazem o bem ao próximo. Em uma escala relativa, muitas são integras, boas e respeitadoras da lei. Comparando essas pessoas a criminosos, poderíamos dizer que são realmente boas. Porém, segundo a escala absoluta de Deus. nenhuma está pronta para alcançar a salvação (“estando vós mortos em ofensas e pecados”. (2.1). Somente unidos a uma perfeita vida em Cristo poderemos nos tornar agradáveis aos olhos de Deus. A frase “sob a ira de Deus” ou “filhos da ira” estão se referindo àqueles que deverão receber a ira divina por causa de sua rejeição a Cristo. 2.4,5 - Nos versículos anteriores. Paulo escreveu a respeito de nossa antiga natureza pecaminosa (2.1-3). Aqui ele está insistindo que não precisamos mais viver sob o poder do pecado. A morte de Cristo na cruz eliminou milagrosamente o castigo, fruto do pecado. Pela fé fomos declarados inocentes, não culpados, perante Deus (Rm 3.21.22). Deus não nos afasta do mundo ou nos transforma em “robôs” — ainda sentimos a inclinação para pecar e. às vezes, realmente pecamos. A diferença é que antes de nos tornarmos cristãos estávamos mortos no pecado e éramos escravos de nossa natureza iníqua. Mas agora somos novas criaturas em Cristo [ver também Gl 2.20).
2.6 — Por causa de ressurreição de Cristo, sabemos que nosso corpo também ressuscitará dos mortos (1 Co 15.2-23) e que agora recebemos o poder de viver como cristãos (1.19). Essas ideias estão de acordo com a imagem de Paulo de nos sentarmos ao lado de Cristo nos “lugares celestiais” (ver a nota sobre 1.13). Podemos estar certos de nossa vida eterna com Cristo porque fomos unidos a Ele em sua poderosa vitória.
2.8.9 — Será que quando alguém nos dá um presente dizemos “Que bonito! Quanto lhe devo?” É claro que não. “Obrigado” é a resposta adequada. No entanto, quantas vezes os cristãos, mesmo depois de receberem a dádiva da salvação, ainda sentem-se obrigados a ter uma vida de comunhão com Deus. Como a nossa salvação e até mesmo a nossa fé representam dádivas recebidas, devemos servir ao Senhor com gratidão, louvor e alegria.
2.8-10 — Tornamo-nos cristãos pelo favor não merecido que recebemos de Deus, e não pelo resultado de qualquer esforço, capacidade, inteligência, ato ou serviço oferecido por nós. Entretanto, como prova de gratidão por essa dádiva tão graciosamente recebida, devemos ajudar nosso próximo com bondade, amor e carinho, sem a intenção de meramente fazer um favor. Embora nenhuma obra ou trabalho possa nos ajudar a alcançar a salvação, o propósito de Deus é que ela resulte em atos de prestação de serviço. Não somos salvos simplesmente para ter um benefício, mas para servir a Cristo e edificar a Igreja (4.12).
2.10 — A expressão “somos feitura sua” significa que somos uma obra-prima de Deus. uma obra de arte. a obra de um artesão. Nossa salvação é algo que somente Deus pode fazer: ela é o resultado de sua obra criativa em nós. Se Deus nos considera sua obra-prima, não devemos nos atrever a nos tratar, ou aos semelhantes. com desrespeito ou como se fôssemos uma obra de qualidade inferior.
2.11-13 — Os judeus mais piedosos consideravam os não-judeus (os gentios) impuros em relação às cerimônias, enquanto eles próprios se sentiam puros e imaculados por causa de sua herança nacional e de seus ritos religiosos. Paulo insiste que judeus e gentios eram igualmente impuros perante Deus e precisavam ser purificados por Cristo. A fim de entender a grandeza da dádiva da salvação, precisamos nos lembrar de nossa antiga e impura condição natural. Será que você já se sentiu afastado, excluído ou sem esperança? Esses versículos são para você. Ninguém está alienado do amor de Cristo, nem do corpo de crentes (a Igreja)
2.11-13 — Judeus e gentios podiam ser igualmente culpados por apresentarem um orgulho espiritual — os judeus por pensarem que sua fé e suas tradições os colocavam acima de :odos, e os gentios por confiarem demasiadamente em suas realizações, poder ou posição. O orgulho espiritual não nos deixa enxergar nossas faltas enquanto exacerba as faltas dos outros. Tenha cuidado para não se orgulhar de sua salvação. Em vez disso, agradeça humildemente a Deus pelo que Ele fez por você e procure encorajar aqueles que estejam lutando na fé.
2.11-16 — Antes da vinda de Cristo, gentios e judeus encontravam-se separados uns dos outros. Os judeus pensavam que os gentios estavam aquém do poder salvador de Deus e. portanto, sem qualquer esperança. Os gentios, por sua vez. ressentiam-se das declarações dos judeus. Cristo revelou a total propensão ao pecado de ambos e. em seguida, ofereceu-lhes a salvação. Somente Cristo pode derrubar as barreiras do preconceito, reconciliar todos os crentes e uni-los em um só corpo
2.14ss — Cristo derrubou as barreiras que as pessoas haviam construído entre si. Como esses obstáculos foram removidos, podemos ter uma verdadeira unidade com as pessoas que são diferentes de nós. Essa e a genuína reconciliação. Por causa da morte de Cristo, somos todos um (2.14); e nossa hostilidade contra o próximo foi eliminada (2.16). Todos nós podemos ter acesso ao Pai por intermédio do Espírito Santo (2.18); não somos mais forasteiros ou estrangeiros para Deus (2.19) e fomos edificados como santo templo, tendo Cristo como nossa pedra angular (2.20,21).
2.14-22 — Existem inúmeras barreiras que podem nos separar de outros cristãos: idade, aparência, inteligência, convicção política, posição econômica, raça ou perspectiva teológica. Uma das maneiras de reprimir o amor de Cristo é ser amigo apenas daquelas pessoas de quem gostamos. Felizmente, Cristo derrubou as barreiras e uniu todos os crentes em uma só família. Sua cruz deve ser o foco de nossa unidade. O Espírito Santo nos ajuda a olhar para além de qualquer obstáculo em direção à unidade que fomos convidados a desfrutar.
2.15 — Ao morrer, Cristo colocou um ponto final no violento res sentimento que existia entre judeus e gentios, causado por leis que favoreciam os judeus e excluíam os gentios. Cristo morreu para abolir todo aquele sistema de leis judaicas. Em seguida, uniu os dois grupos que sempre se opuseram, tornando-os parte de si mesmo. A expressão “um novo homem” significa que Cristo transformou tanto um quanto o outro em uma única entidade. Assim sendo, Ele fundiu todos os crentes e os tornou um só nEle.
2.17,18 — Os judeus estavam próximos de Deus porque já o conheciam pelas Escrituras e o adoravam em suas cerimônias religiosas. Os gentios, ao contrário, encontravam-se muito distantes porque nada sabiam, ou talvez muito pouco, a respeito de Deus. Como nenhum dos grupos podia ser salvo somente pelas boas obras, conhecimento ou honestidade, ambos precisavam ser instruídos sobre a salvação que estava disponível a todos por meio de Jesus Cristo. Tanto os judeus como os gentios agora se encontram livres para se aproximar de Deus por intermédio de Cristo. Você também foi conduzido até Ele (2.13).
2.19-22 — Às vezes, o templo de uma igreja é chamado de casa de Deus. Na verdade, a casa de Deus não é a construção, mas sim as pessoas. Ele vive em nós e é por nosso intermédio que Ele se apresenta aos olhos do mundo. As pessoas poderão entender que Deus é amor e que Cristo é Senhor se vivermos em harmonia com os demais e de acordo com o que Ele diz em sua Palavra. Somos cidadãos do Reino de Deus e membros de sua família.
2.20 — O que significa estar edificado sobre os fundamentos dos apóstolos e profetas? Significa que a Igreja não foi edificada sobre ideias modernas, e sim sobre a herança espiritual que recebemos dos primeiros profetas e apóstolos da igreja cristã.