Efésios 4 — Comentário Devocional
Efésios 4 — Comentário Devocional
4.1,2 — Deus nos escolheu para sermos os representantes de Cristo na terra. À luz dessa verdade, Paulo nos desafia a viver de forma condizente com o chamado que recebemos — do admirável privilégio de sermos chamados membros da família de Cristo. Isso inclui sermos humildes, gentis, pacientes, compreensivos e serenos. As pessoas observam a maneira como você vive. Será que podem notar a presença de Cristo em você? Será que você está sendo um bom representante do Senhor?
4.1-6 — Formamos todos um único corpo, diz Paulo. A unidade não acontece por acaso, temos que trabalhar para alcançá-la. Muitas vezes as diferenças entre as pessoas levam à dissensão. mas isso não deve acontecer na igreja. Em vez de nos concentrarmos naquilo que nos divide, devemos nos lembrar daquilo que nos une: um corpo, um Espírito, um Senhor, uma fé, um batismo, um Deus! Será que já aprendeu a gostar de pessoas que são diferentes de você? Será que consegue enxergar como seus diferentes dons e pontos de vista podem ajudar a Igreja na realização da obra de Deus? Aprenda a apreciar a maneira como nós. membros do corpo de Cristo, somos capazes de nos complementar uns aos outros (ver 1 Co 12.12,13 para mais informações sobre esse conceito).
4.2 — Ninguém jamais será perfeito aqui na terra, portanto de vemos aceitar e amar outros cristãos, apesar de suas faltas. Quando notamos algum defeito em nossos companheiros de fé, devemos ser pacientes e gentis. Será que existe alguém cuja personalidade ou cujos atos estão lhe aborrecendo? Em vez de se deter nas fraquezas dos outros, ou procurar seus defeitos, ore por eles. Em seguida, vá mais adiante — passe algum tempo ao lado dessas pessoas procurando estender-lhes a sua amizade.
4.3 — Construir a unidade é um dos papéis mais importantes do Espírito Santo. Ele nos guia, mas devemos estar dispostos a ser guiados e a fazer nossa parte para manter a paz. Podemos fazê-lo ao enfocar nossa atenção em Deus, e não em nós mesmos. Para saber mais sobre o Espírito Santo e o que Ele faz, veja a nota sobre João 3.6, Atos 1.5 e Efésios 1.13,14. 4.4-7 - Todos os crentes em Cristo pertencem a um único corpo, todos estão unidos sob uma única cabeça, o próprio Cristo (ver 1 Co 12.12-27). Cada crente possui habilidades concedidas por Deus que lhe permitem fortalecer todo esse corpo. Sua habilidade especial pode ser grande ou pequena, mas ela é somente sua, para ser usada na obra de Deus. Peça a Ele permissão para usar esses dons especiais e contribuir para a força e a saúde da Igreja.
4.6 — A frase “o qual é sobre todos” — prova o carinho dominante de Deus (transcendência). A expressão “em todos” - prova sua atuante presença no mundo e na vida dos crentes (imanência). Qualquer conceito a respeito de Deus que possa ofender sua transcendência ou sua imanência não está retratando-o verdadeiramente.
4.8 — Em Salmos 68.18. Deus foi retratado como um conquista dor marchando para os portões da cidade e recebendo honras da cidade conquistada. Paulo usa essa imagem para ensinar que Cristo, por sua crucificação e ressurreição, foi vitorioso na lula contra Satanás. Quando Cristo ascendeu ao céu. Ele concedeu dons à igreja, alguns dos quais seriamente discutidos por Paulo em 4.11 -13.
4.9 — “As partes baixas da terra'1 podem ser: (1) a própria terra (mais baixa em comparação ao céu), (2) a sepultura ou (3) o Hades (muitos acreditam que Hades é o lugar de repouso das almas entre a morte e a ressurreição). Qualquer que seja a interpretação, Cristo é Senhor de todo o universo: do passado, do presente e do futuro. Nada ou ninguém pode se esconder dEle. O Senhor de todos os homens veio à terra e enfrentou a morte para libertá-los. Ninguém está tora de seu alcance.
4.11.12 — Nossa unidade em Cristo não destrói nossa individualidade. O Espírito Santo concedeu a cada cristão dons especiais para edificar a Igreja. Agora que á temos esses dons, será essencial usá-los. Você está espiritualmente maduro para colocar em prática os dons que Deus lhe deu? Se você conhece bem suas qualidades e dons espirituais, procure oportunidades para servi-lo. Se esse não for o caso. peça a Deus para mostrá-las. talvez com a ajuda de seu pastor ou de seus irmãos em Cristo. Em seguida, ao começar a reconhecer aquela área especial de atuação, use sua competência para fortalecer e encorajar a Igreja.
4.12.13 — Deus deu à sua igreja uma enorme responsabilidade — fazer discípulos de todas as nações (Mt 28 18-20). Isso envolve pregação, ensino, cura, auxílio para a edificação de cada cristão, doação financeira, administração, edificação e muitas outras tarefas. Se cada um de nós tivesse que cumprir essa ordem individualmente, seria melhor desistir antes de começar — seria impossível. Porem Deus está nos convidando como membros de seu corpo. Um de nós pede executar uma tarefa, outro pode se incumbir de uma missão diferente. Juntos podemos obedecer mais plenamente a Deus do que se estivéssemos sozinhos. Existe uma tendência humana de superestimar o que podemos fazer por nossa conta e subestimar o que pode ser feito em grupo. Mas, como membros do corpo da igreja, podemos realizar mais em conjunto do que poderíamos sonhar em fazer individualmente. Trabalhando em conjunto a Igreja pode revelar a plenitude de Cristo (ver a nota sobre 3.19).
4.14-16 — Cristo é a verdade (Jo 14.6) e o Espírito Santo, que guia a igreja, é o Espírito da verdade (Jo 16.13). Satanás, ao contrário, é o pai da mentira (Jo 8.44). Como seguidores de Cristo. devemos ter um forte compromisso com a verdade. Isso significa que nossas palavras devem ser sinceras e que nossos atos devem refletir a integridade de Cristo. Defender a verdade pelo amor nem sempre é fácil, conveniente ou agradável, mas é necessário para que a Igreja possa continuar a fazer a obra de Cristo no mundo.
4.15,16 — Alguns cristãos temem que qualquer erro possa destruir seu testemunho em relação ao Senhor. Consideram sua própria fraqueza, e sabem que muitos que não são cristãos parecem ter um caráter mais forte que o seu. Como podemos crescer em Cristo? A resposta é que Ele nos reúne em um corpo — um grupo de indivíduos unidos pelo propósito e amor mútuo, e pelo Senhor. Se qualquer um deles tropeçar, o restante do grupo estará presente para levantá-lo e ajudá-lo a andar novamente com Deus. Se uma pessoa pecar, poderá se recuperar por intermédio da igreja (Gl 6.1). Enquanto isso. o restante do corpo (os outros membros) continua a dar testemunho da verdade de Deus. Como parte do corpo de Cristo, será que você está refletindo o caráter dEle e desempenhando o papel especial que recebeu na obra de Deus?
4.17 — A tendência natural dos seres humanos é imaginar uma vida longe de Deus — e isso os deixa irremediavelmente confusos. O orgulho intelectual, as argumentações e desculpas são atitudes que mantém as pessoas longe do Senhor. Não se surpreenda se elas não conseguirem entender as Boas Novas. O evangelho parecerá loucura aqueles que abandonam a fé e que confiam apenas em seu próprio entendimento.
4.17-24 — As pessoas deveriam ser capazes de perceber a diferença entre cristãos e não-cristãos pela forma como vivem os crentes, isto é. na luz do Senhor (5.8). Paulo disse aos efésios que deveriam abandonar sua antiga vida pecaminosa, pois agora eram seguidores de Cristo. Ter uma vida cristã representa um verdadeiro processo. Embora tenhamos recebido uma nova vida em Cristo, isso não quer dizer que automaticamente teremos somente bons pensamentos e exibiremos atitudes corretas. Mas se continuarmos ouvindo a Deus. estaremos em constante transformação. Ao analisar o ano que passou, será que você é capaz de identificar o processo de mudança para melhor que ocorreu em seus pensamentos, atitudes e ações? Embora a mudança possa ser lenta, ela virá. se você confiar em Deus. Para mais in formações sobre nossa nova natureza como crentes, veja Romanos 6.6; 8.9; Gálatas 5.16-26 e Colossenses 3.3-8.
4.22-24 — Nossa antiga forma de vida. antes de crermos em Cristo, pertence totalmente ao passado. Devemos deixá-la para trás. como se fosse uma roupa velha a ser jogada fora. Quando decidimos acetar o presente de Cristo, a salvação (2.8-10). não houve apenas uma decisão momentânea, mas prosseguimos em um compromisso diário e consciente. Não devemos ser dirigidos por desejos ou impulsos, mas vestirmos nossa nova natureza, caminharmos em uma nova direção e assumirmos a forma de pensar concedida pelo Espírito Santo.
4.25 — A mentira rompe a unidade porque cria conflitos e destrói a confiança. Ela também acaba com os relacionamentos e leva a Igreja a um evidente clima de hostilidade e conflito.
4.26.27 — A Bíblia não diz que não devemos sentir ira mas insiste que é importante controlar adequadamente essa manifestação de desagrado. Se declarada de modo impensado, a ira pode ofender os outros e destruir relacionamentos. Se a ira permanecer em nosso interior, poderá nos deixar amargurados e nos prejudicar. Paulo diz que devemos nos controlar imediata mente do forma a construir relacionamentos, e não destruí-los. Mas se alimentarmos a nossa ira. estaremos dando a Satanás a oportunidade de nos dividir. Será que neste momento você esta irado com alguém? O que você pode fazer para resolver essa discórdia? Não deixe que o dia termine antes de começar a agir para reparar seu relacionamento.
4.28-32 — Podemos entristecer o Espírito Santo pela forma como vivemos. Paulo nos adverte a evitar a linguagem imoral, a amargura, a ira, as palavras ásperas, a calúnia e as más atitudes em relação ao próximo. Em vez de agir dessa maneira, devemos ser benignos e compassivos, exatamente como Deus, que nos perdoou. Será que você está causando tristeza ou agradando a Deus com suas atitudes e ações? Aja com amor em se tratando de seus irmãos em Cristo assim como Deus agiu com amor ao enviar seu Filho para morrer pelos nossos pecados.
4.30 — O Espírito Santo, que vive dentro de nós, é a garantia de que pertencemos a Deus. Para mais informações sobre esse conceito, veja a neta sobre 1.13.14.
4.32 — Essa e a lei do perdão de Cristo, tal como foi ensinada rios Evangelhos (Mt 6.14.15; 18.35; Mc 11.25). Ela também pode ser vista na Oração do Senhor — “perdoa-nos as nossas dividas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores”. Deus nos tem perdoado, não porque perdoamos ao próximo, mas principalmente por causa de sua imensa misericórdia. Entretanto, quando começamos a entendê-la. desejamos ser como o Senhor. Tendo recebido o perdão, também perdoaremos aos outros. Aqueles que não estão dispostos a perdoar não se tornaram um em Cristo, que estava disposto a perdoar até mesmo àqueles que o crucificaram (Lc 23.34).