Interpretação de Mateus 2
Mateus 2
Mateus 2 continua a narrativa do Evangelho de Mateus e se concentra nos eventos que cercam o nascimento de Jesus. Este capítulo cobre principalmente a visita dos Magos, a fuga para o Egito e o retorno a Nazaré.
O capítulo começa com a chegada dos Reis Magos, também conhecidos como Reis Magos ou Reis Magos, que vêm do Oriente em busca do recém-nascido Rei dos Judeus. Eles viram uma estrela no céu, que eles acreditavam ser um sinal do nascimento do Messias. O rei Herodes, preocupado com esta notícia, reúne os principais sacerdotes e escribas para indagar sobre o local de nascimento do Messias. Com base na profecia de Miqueias 5:2, eles o informam que o Messias nascerá em Belém.
Herodes se encontra secretamente com os Magos, instruindo-os a encontrar a criança e relatar a ele, alegando que também deseja adorar o rei recém-nascido. Os Magos seguem a estrela e finalmente encontram Jesus em Belém, onde Lhe oferecem presentes de ouro, incenso e mirra. No entanto, sendo avisados em sonho para não voltarem a Herodes, eles partem para seu país por uma rota diferente.
Um anjo do Senhor então aparece a José em sonho, instruindo-o a levar Maria e Jesus e fugir para o Egito, pois Herodes pretende ferir a criança. José obedece ao aviso divino e foge com sua família durante a noite. Este evento cumpre a profecia de Oseias 11:1, que fala de Deus chamando Seu Filho para fora do Egito.
Enquanto isso, Herodes percebe que os Magos o enganaram e, em um ataque de raiva, ordena o massacre de todas as crianças do sexo masculino com menos de dois anos em Belém e arredores, evento conhecido como “Massacre dos Inocentes”. Este ato horrível cumpre a profecia de Jeremias 31:15, enfatizando ainda mais o impacto significativo do nascimento de Jesus no mundo.
Após a morte de Herodes, um anjo aparece novamente a José em sonho, instruindo-o a retornar a Israel com sua família. José se estabelece em Nazaré, cumprindo outra profecia de que Jesus seria chamado de Nazareno.
De forma resumida, Mateus 2 narra a visita dos Magos para adorar o recém-nascido Jesus, a fuga para o Egito para escapar da ira de Herodes, o trágico evento do Massacre dos Inocentes e o eventual retorno de José, Maria e Jesus a Nazaré. Esses eventos demonstram a proteção divina em torno do início da vida de Jesus e destacam o cumprimento de várias profecias do Antigo Testamento sobre o Messias.
Interpretação
2:1-12 Mateus que é o único a registrar este incidente, mostra a contraste de atitudes entre os sábios que não eram judeus que viajaram de longe para ver Jesus e as autoridades judias que não foram capazes de caminhar cinco milhas.2:1 Belém da Judeia era também chamada de Efrata. (Gn. 35:16, 19). É preciso ler-se Lc. 2:1-7 para se saber porque o nascimento aconteceu em Belém e não em Nazaré. O rei Herodes, conhecido como Herodes, o Grande, era filho de Antipater, um edomita, foi feito rei pelos romanos em 43 A.C. Sua morte em 4 A.D. (nossos calendários estão errados em pelo menos quatro anos) dá-nos a mais recente e possível data para o nascimento de Cristo. Magos (magoî) indicava originariamente a casta sacerdotal entre os persas e babilônios (veja Daniel 2:2, 48; 4:6, 7; 5:7). Mais tarde o nome foi aplicado pelos gregos a qualquer feiticeiro ou charlatão (Atos 8:9;13:18). Mateus usa o termo no sentido bom para designar homens respeitados de uma religião oriental. É inteiramente aceitável que esses homens tivessem contato com os judeus exilados, ou com as profecias e a influência de Daniel, e assim possuíssem as profecias do V. T. relativamente ao Messias.
2:2 Sua estrela. Todas as tentativas de se explicar a estrela como um fenômeno natural são inadequadas dada a razão dela conduzir os magos de Jerusalém até Belém e então permanecer sobre a casa. Antes, foi uma manifestação especial dada por Deus, primeiro quando apareceu indicando o fato do nascimento de Cristo, e depois quando reapareceu sobre Jerusalém e guiou os magos ao lugar certo. Considerando que foi registrada uma revelação direta para os magos (v. 12), nada há de improvável em aceitar uma revelação direta desde o começo para emprestar significado à estrela.
2:3-6 Quando Herodes ouviu dizer que os magos estavam procurando em Jerusalém o Rei dos Judeus, o rei consultou os principais sacerdotes e escribas, dois dos grupos que compunham o Sinédrio. Deram-lhe a profecia de Miqueias 5:2 que cita Belém claramente como o lugar do nascimento do Messias.
2:7, 8 Herodes intimou os sábios, sob pretenso e sincero interesse, pedindo informações exatas sobre a primeira aparição da estrela (parece que ainda não fora avistada em Jerusalém). Seus motivos, entretanto, eram os de precisar a data do nascimento de Jesus, para poder mais facilmente localizá-lo e destruí-lo.
2:9, 10 A estrela que viram no oriente reapareceu então para guiá-los de Jerusalém a Belém.
2:11 A casa (não a manjedoura) na qual os magos encontraram o menino Jesus aponta para o fato de que essa visita seguiu-se ao nascimento de Jesus com um considerável intervalo de tempo, talvez de meses (veja v. 16). As três ofertas deram lugar à tradição dos três magos. A tradição chega até a lhes conferir nomes: Gaspar, Melquior e Baltazar. Mas as tradições não são fatos necessariamente. Ouro, incenso e mirra eram considerados pelos antigos comentaristas como unta demonstração de reconhecimento de que Jesus era respectivamente Rei, Filho de Deus e aquele que estava destinado a morrer.
2:12 Divina advertência. Uma especial e divina revelação orientou os magos a evitarem encontrar-se com Herodes na sua volta.
2:13-18 Novamente somos devedores tão-somente a Mateus por esta informação. Os dois incidentes relacionam-se com passagens do V.T. Essa relação entre passagens do V.T e N.T, é uma característica deste Evangelho.
2:13, 14 Uma segunda vez José recebeu instruções por meio de um anjo (veja 1:20) e tomando Jesus e Maria, levou-os para o Egito. A partida apressada parece ter acontecido na mesma noite em que os magos partiram. No Egito, onde havia uma grande população de judeus, a família provavelmente foi bem recebida sem chamar a atenção. O apócrifo Evangelho da Infância conta milagres fantásticos ocorridos ali (cap. IV).
2:15 A morte de Herodes depois de uma enfermidade repulsiva foi detalhadamente descrita por Josefo (Antig. xvii 6.5). Para que se cumprisse relaciona esta experiência com Os. 11:1, uma passagem que se refere historicamente à libertação dos israelitas no Egito. Mateus vê Israel nessa profecia como uma figura de Jesus Cristo, o único filho de Deus.
2:16 Mandou matar todos os meninos. Esse ato assassino de Herodes (que incluiu não mais que algumas dúzias de crianças, por causa do tamanho pequeno de Belém) não ficou registrado em outros escritos históricos e o fato não causa admiração por causa das atrocidades frequentes do rei. Assassinou sua esposa e seus três filhos. Josefo o chama de “um homem de grande crueldade para com todos os homens” (Antig. xvii 8.1). Dois anos para baixo mostra que Herodes não queria se arriscar a perder a sua vítima. Jesus não teria dois anos necessariamente.
2:17, 18 Raquel chorando por seus filhos. Uma citação de Jr. 31:15, que descreve a lamentação do tempo do exílio de Israel. Aquela calamidade, causada pelo pecado de Israel, foi a causa eventual de Herodes ter subido ao trono e agora era a causa desta atrocidade. Mateus reúne as duas calamidades como partes de um mesmo quadro.
2:19-23 Lendo-se Mateus, poder-se-á supor que Belém era a residência original. Lucas explica, mostrando que Nazaré foi o primeiro lar. Parece que José pretendia ficar permanentemente em Belém até que seus planos foram divinamente alterados.
2:19-22 Já morreram. Uma referência a Herodes e consequentemente uma expressão idiomática retrospectiva de Êx. 4:19. Arquelau, filho de Herodes, o Grande, com Maltace, sua esposa samaritana, foi tão brutal quanto seu pai. Por isso José precisou ser avisado (ou advertido) por divina advertência quanto ao passo seguinte a ser tomado.
2:23 Nazaré parece ter sido escolha do próprio José, dentro da providência divina. Por que Mateus considerou isto como o cumprimento de uma profecia é difícil de se entender. Por intermédio dos profetas evita que procuremos apenas uma passagem do V.T, e consequentemente torna duvidoso que haja um jogo de palavras com base em nêser, “renovo” em Is. 11:1, ainda que este seja o ponto de vista comum. Parece melhor entender que Mateus achou que a pequena Nazaré era um lugar pouco adequado para residência do Messias (João 1:46), um cumprimento de todas as profecias do V.T, que indicam que o Messias seria desprezado (Is. 53:3; Sl. 22:6; Dn. 9:26).
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