Significado de João 10

João 10

Em João 10 Jesus usa a metáfora de um pastor e suas ovelhas para ilustrar seu relacionamento com seus seguidores. Ele enfatiza a importância de ouvir sua voz e segui-lo como a única forma de receber a vida eterna.

O capítulo começa com Jesus declarando que ele é a porta das ovelhas. Ele explica que quem entrar por ele será salvo e encontrará pastagem. Esta declaração reflete a reivindicação exclusiva de Jesus como o único caminho para a salvação. Ele passa a descrever o papel do pastor em proteger e cuidar de suas ovelhas, ilustrando seu próprio papel como o Bom Pastor que está disposto a dar a vida por seu rebanho.

Ao longo do capítulo, Jesus se contrasta com os falsos pastores que não têm em mente os melhores interesses de suas ovelhas. Ele adverte que esses falsos pastores estão interessados apenas em seu próprio ganho e abandonarão as ovelhas quando o perigo chegar. Em contraste, Jesus promete cuidar de suas ovelhas, a ponto de sacrificar sua própria vida por elas. Ele também explica que suas ovelhas são aquelas que ouvem sua voz e o seguem, indicando a importância da obediência e da fé nele.

No geral, João 10 apresenta Jesus como o Bom Pastor que se preocupa profundamente com seus seguidores e está disposto a dar a vida por eles. O capítulo enfatiza a importância de ouvir a voz de Jesus e segui-lo como única forma de receber a vida eterna. Também adverte contra falsos pastores que não têm em mente os melhores interesses de seus seguidores. A mensagem de João 10 continua atual hoje, lembrando-nos da importância da fé em Jesus como único caminho para a salvação e da necessidade de segui-lo obedientemente.

Comentário de João 10

João 10:1 Em João 7, Jesus viaja para Jerusalém para a Festa dos Tabernáculos (Jo 7.2, 10). E todos os eventos narrados entre João 7.10 e 10:39 acontecem durante a visita de Jesus a Jerusalém. Portanto, os capítulos 9 e 10 estão intimamente ligados, indicando que Jesus tinha em mente os fariseus quando pronunciou publicamente as palavras do capítulo 10: O curral das ovelhas era um local cercado por muros ou cerca; e, como geralmente só havia uma porta ou entrada, o curral às vezes ficava em uma gruta. Por outra parte. Os fariseus mantinham seu poder por meios ilícitos. Um ladrão rouba em segredo; um salteador age abertamente e com violência.

João 10:2 Ao contrário do ladrão, o verdadeiro pastor entra pela porta.

João 10:3 O porteiro era o auxiliar do pastor. A descrição chama pelo nome expressa um convite pessoal, e não uma ordem autoritária dada a todos. Pelo nome. Dar nome às ovelhas era uma prática antiga (Sl 147.4; Is 40.26). Essa era uma prática dos auxiliares dos pastores que tinham aos seus cuidados uma porção do rebanho de Deus (1 Pe 5.2).

João 10:4 Tira para fora é a tradução das mesmas palavras que os fariseus usaram em João 9.34, 35, para expulsar o cego de nascença. Os falsos pastores expulsam as ovelhas para se livrar de problemas. Os verdadeiros pastores levam as ovelhas para o campo para alimentá-las. As ovelhas conhecem a voz do verdadeiro pastor.

João 10:5 De modo nenhum, seguirão o estranho. Estranho é todo aquele que as ovelhas não conhecem, e não necessariamente um ladrão ou salteador. As ovelhas não seguem o estranho mesmo que ele use o chamado do pastor ou imite sua voz.

João 10:6 Mas eles não entenderam. Aqui Jesus está se referindo aos fariseus descritos em João 9.40.

João 10:7-18 Todos os pastores de Deus devem ler 1 Pedro 5.1-4 junto com essa passagem.

João 10:7 Nos versículos de 1 a 5, Jesus é o pastor; aqui, Ele é a porta. Alguns pastores passavam a noite deitados junto à porta do aprisco. Desse modo, as ovelhas não podiam sair e os animais selvagens ficavam com medo de aproximar-se. Portanto, o pastor também era a porta.

João 10:8 Os ladrões e salteadores eram os fariseus (v. 1).

João 10:9 Jesus, o bom Pastor, nos dá vida espiritual e acesso ao alimento espiritual.

João 10:10 Com abundância. Os ladrões tiram a vida; o pastor a concede. A vida abundante envolve salvação, provisão, cura (v. 9) e muito mais. Vida aqui é a vida eterna, a vida de Deus.

João 10:11 Jesus é o bom Pastor que dá a sua vida pelas ovelhas (Jo 3.16; 1 Jo 3.16), ao contrário dos ladrões malignos que tiram a vida delas. Enquanto o substantivo vida expresso no versículo 10 se refere à vida eterna, aqui ele se refere à vida física. Jesus entregou Sua vida física para nos dar a vida eterna.

João 10:12, 13 O mercenário é um pastor contratado, um empregado que cuida do rebanho visando apenas aos seus próprios interesses. Quando um mercenário vê um lobo chegando, ele foge e deixa as ovelhas.

João 10:14, 15 O bom Pastor conhece muito bem Suas ovelhas e delas é conhecido. A comunhão entre Jesus e Seus servos é a mesma que há entre o Pai e Seu Filho.

João 10:16 As outras ovelhas não eram os judeus que viviam em terras estrangeiras, mas os gentios. Os judeus perguntaram se Jesus partiria para ensinar os gentios (Jo 7.35). Aí então Jesus declarou que tinha ovelhas entre os dispersos. Um rebanho aponta para a salvação dos gentios e a fundação da Igreja, na qual judeus e gentios convertidos formariam um só corpo espiritual (1 Co 12.13; G1 3.28; Ef 2.16).

João 10:17, 18 Por ser o bom Pastor, Jesus tem o poder ou seja, a autoridade e podia não somente entregar Sua vida voluntariamente pelas Suas ovelhas, (v. 11, 15, 17), mas também de tornar a tomá-la. Ninguém mais, a não ser Deus, poderia fazer isso.

João 10:19-21 Depois de narrar a metáfora do bom Pastor feita por Jesus, João faz um comentário muito apropriado. Na metáfora, Jesus é o bom Pastor cujas ovelhas ouvem a Sua voz, embora haja ovelhas que não lhe deem ouvidos. O comentário de João, tomou, pois, a haver divisão entre os judeus por causa dessas palavras, verdadeiro, segundo o propósito do seu Evangelho, revela que alguns creem e outros não. Esse é o mesmo tipo de divisão relatada em João 9.16. Por mais que as pessoas vejam o mesmo milagre e recebam o mesmo testemunho, não significa que elas chegarão à mesma conclusão (Jo 12.9-11). Veja o que diz o apóstolo Paulo sobre isso em 2 Coríntios 2.15-17.

João 10:22 Os eventos narrados em João 7.1 a 10:21 ocorreram durante a Festa dos Tabernáculos, em meados do mês de outubro. A Festa da Dedicação era celebrada por oito dias no fim do mês de dezembro; então, havia se passado dois meses entre os versículos 21 e 22. João relata que os eventos de João 10:22 aconteceram no inverno, não para ser específico em relação ao tempo, mas para explicar por que o Senhor escolheu um lugar seguro para ensinar (v. 23).

João 10:23, 24 O templo era rodeado por um pavilhão chamado Pórtico de Salomão (NVI), uma longa galeria formada por colunas que ficava no átrio do templo, talvez no lado oriental.

João 10:25 Respondeu-lhes Jesus. Jesus lembrou os líderes judeus de Suas palavras e obras. Ele era o Messias e havia dito isso. Ele dissera à mulher samaritana que era o Messias (Jo 4.25, 26), bem como ao cego de nascença (Jo 9.35-37). Suas obras incluem todos os milagres que realizou, os quais atestavam ser Ele o Messias (Jo 20.31).

No entanto, Jesus não costumava dizer publicamente que era o Messias. Ele tinha controle emocional e não cedia à pressão das pessoas. Seu método consistia em dizer publicamente tudo sobre Ele próprio, o que levaria à conclusão de que Ele era de fato o Messias; embora Ele só tenha dito isso de forma direta àqueles que acreditavam nele ou estavam prontos para acreditar. Jesus não criou robôs para serem Seus seguidores, mas pessoas capazes de pensar. Ele instituiu um padrão de descoberta individual gradual para que as pessoas chegassem à descoberta por elas próprias.

João 10:26 Como já vo-lo tenho dito. Durante a Festa dos Tabernáculos, Jesus disse aos líderes judeus que eles não faziam parte do Seu rebanho (v. 14, 15; 8.2-44, 47).

João 10:27-29 Jesus citou três características de Suas ovelhas: (1) Elas ouvem Sua voz (v. 4) e Ele as conhece (Rm 8.29); (2) Elas o seguem. O seguir [das ovelhas] é uma metáfora sobre a fé. Outras metáforas sobre a fé nesse Evangelho são beber água (Jo 4.14), comer o pão (Jo 6.50, 51), comer a carne e beber o sangue (Jo 6.54); (3) Nunca hão de perecer. No texto grego, há um duplo sentido para o verbo perecer: jamais perecerão e não perecerão por toda a eternidade. Ninguém pode roubar-lhes a vida eterna. As mãos do Pai são mais poderosas do que qualquer inimigo.

João 10:30 Eu e o Pai somos um. Os judeus que se opunham a Jesus entenderam muito bem que Ele estava afirmando ser Deus (v.31, 33).

João 10:31 Outra vez. Essa não foi a primeira vez que os líderes judeus pegaram em pedras para atirar em Jesus (Jo 8.59). Aqueles que não podem resistir à verdade com seus argumentos sempre procuram silenciá-la pela força.

João 10:32, 33 Mas pela blasfêmia. Os líderes judeus revelaram o motivo de sua oposição a Jesus Ele estava se igualando ao Pai, algo que indica claramente Sua divindade. Os inimigos de Jesus consideraram tal posicionamento uma blasfêmia.

João 10:34 No Antigo Testamento, os juízes eram chamados de deuses, pois exerciam o direito de julgar de modo soberano como o próprio Deus. Foi assim com Moisés, a quem Yahweh disse que seria como um deus para Arão e este seria uma voz ou um profeta para Moisés. A passagem de Salmos 82.6, citada aqui, refere-se aos juízes que violavam a Lei. Em outras palavras, Jesus queria dizer que como o nome de Deus fora aplicado por Ele próprio a meros homens, não seria insensatez, ou até mesmo blasfêmia, aplicá-lo ao Filho encarnado.

João 10:35, 36 A Escritura não pode ser anulada, na verdade, não pode ser desfeita, destruída. Essa é uma poderosa declaração sobre a inerrância das Sagradas Escrituras. Veja como Jesus torna verdadeiro Seu argumento baseando-o na fidelidade das Escrituras.

João 10:37, 38 Crede nas obras. Jesus pediu aos líderes judeus que considerassem pelo menos Seus milagres, pois eles demonstravam Sua deidade. Veja que a questão principal aqui é crer. João jamais tirou de cena a condição única para se nascer de novo. O verbo traduzido por crer é usado 99 vezes nesse Evangelho.

João 10:39 Mas ele escapou de suas mãos. Ninguém pode arrebatar as ovelhas das mãos de Jesus (v. 28).

João 10:40-42 Além do Jordão. Essa permanência provisória na Pereia também é relatada em Mateus 19.1 e Marcos 10:1.

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