Métodos de Adivinhação

Métodos de AdivinhaçãoMétodos de Adivinhação


O termo “adivinhação” indica que um ser divino fornece a informação. Videntes, o Pythia que pronunciava o oráculo de Delfos, e médiuns que consultavam os mortos, todos são considerados receptores de mensagens, de alguma fonte pessoal, ou de alguma maneira subjetiva. Outros métodos, algumas vezes chamados “artificial” ou “automático”, são obtidos por meio de coisas impessoais como o voo dos pássaros, um espirro, ou jogo da sorte. Adivinhação é relacionada com a magia, mas é diferente desta no sentido que a última tenta produzir certos efeitos, enquanto a primeira procura conhecimento. De qualquer modo, os praticantes de uma poderão se engajar na outra. Observe as várias práticas e os praticantes associados em Deuteronômio 18.10 (cp. 2Cr 33.6), os quais eram uma ameaça a Israel.   

a. Cresmologia. Prognósticos por adivinhos e por intermédio de oráculos podem ser considerados uma forma de adivinhação, na medida em que tentam obter informações. O AT indica que os profetas eram antigamente chamados de videntes, e eram consultados para saber a vontade de Deus (ISm 9.9). Não obstante, tanto videntes quanto profetas poderiam ser falsos e Miqueias 3.7 os relaciona com adivinhos, aos quais Deus se recusa a dar uma resposta. Oráculos eram mensagens de uma divindade. A palavra também significa o lugar, ou a pessoa que as transmitiu.

b. Oneiromancia. Consideravam-se os sonhos como meio de transmissão de mensagens divinas. Estes freqüentemente requeriam interpretação (como aquela dada por José e Daniel). Um antigo analista de sonhos, Artemidorus, que viajava de cidade em cidade vendendo seus dotes, deixou um relato vívido de sua prática. Algumas vezes alguns iam dormir num templo (incubação) na esperança de receber um sonho da deidade residente. O deus da cura, Asclépio, era tido como um dos que se comunicava dessa maneira. Aelius Aristides, um orador hipocondríaco, relatou em seu Sacred Discourses como Asclépio o teria instruído com respeito a seu tratamento.

c. Astrologia era a forma antiga mais popular, especialmente no período helénico. Na suposição de que os planetas e estrelas existiam em harmonia com a terra e o ser humano, o caráter e destino de um indivíduo, ou mesmo toda uma nação, era determinada por meio de um horóscopo baseado nos signos do Zodíaco. (Veja Astrologia).

d. Necromância era a consulta aos mortos. Isso era feito por meio do médium, que recebia as mensagens de um "espírito familiar”. Este método recebeu condenação severa na Bíblia (Lv 19.31; 20.6,27; Is 8.19s., onde está escrito “adivinhos, que chilreiam e murmuram”, além de Dt 18.10; 2Cr 33.6). O rei Saul, que havia banido os médiuns e feiticeiros, em um momento de desespero consultou uma médium em Endor, ato esse que foi condenado por Deus (ISm 28.9-19; lCr 10.13s.).

e. Aruspício. Estudo das entranhas de animais e especialmente hepatoscopia, estudo de fígados, consistiam meios de adivinhação impessoal, largamente usado desde os babilônios até os romanos. Visto que o fígado era considerado como o centro da vida e eram usados animais de sacrifício, hepatoscopia era uma prática religiosa.

f. Augúrio era a análise dos movimentos de animais e, especialmente, pássaros. g. Presságios e portentos eram de muitos tipos, incluindo e. e f. acima. Um portento era um presságio de caráter grande ou sobrenatural, tal como um terremoto, ou fenômenos celestes. Presságios típicos eram ações humanas involuntárias, tais como uma tosse ou soluço, as ações dos animais, ou outras ocorrências impessoais. (Adivinhação por sinais humanos é chamada cledonomância).  Considerando que, uma pessoa, que tomava decisões sobre o rumo de uma situação, era mais afetada por presságios contrários, estes (especialmente os portentos) freqüentemente assumiam um caráter negativo.