A Sabedoria da Criação — Eclesiastes 2.24-3:15
A Sabedoria da Criação (Leia Eclesiastes 2.24-3:15) Haverá algum modo de escapar do dilema em que estamos colocados, entre a sabedoria e a insensatez? Somente por uma nova sabedoria, uma sabedoria que tenha diferente ponto de vista e orientação; não a sabedoria deste mundo, nem dos príncipes deste mundo (nem, podemos adicionar, do proletariado deste mundo); mas a sabedoria de Deus em mistério (1Co 2.7). O primeiro axioma dessa sabedoria é que a criação e sua abundância são para ser desfrutadas. Qualquer sabedoria que negue essa verdade fá-lo no interesse de seu próprio sistema centralizado no homem, e é presunção. A sabedoria autêntica procede do fato de nosso estado de criaturas no meio da criação. Aqui estamos, e “o mundo está tão repleto de certo número de coisas” para serem desfrutadas. Esse é o decreto e a doação de Deus (2.26).
Porém, não é uma sabedoria fácil; pois deve renegar sistema. Um ponto de vista mundial sistemático, um Weltanschauung, só seria possível se ocupássemos o centro do qual pudéssemos pesquisar o todo e vê-lo em sua verdadeira perspectiva. Porém, essa é a posição ocupada pelo Criador, senão pelas criaturas. De nossa posição de criaturas debaixo do sol vemos, como se fosse assim, o avesso do tapete com suas muitas linhas confusas e fios soltos. Procurar desmaranhar o tapete, de nosso ponto de vista, é ficar envolvido num interminável labirinto. Isso também é vaidade e vexação de espírito.
Cf. Cristologia: Estudo sobre Jesus Cristo
Cf. Teologia Bíblica e o Cânon
Cf. Literatura no Judaísmo
Cf. Tradição Apocalíptica
O princípio de nossa sabedoria é o temor do Senhor (Sl 111.10; Pv 1.7), e um de seus elementos é o reconhecimento da eleição divina na diferença dos tempos e estações. Teoricamente todos os tempos são iguais, mas isso só é verdade quando são esvaziados de seu conteúdo. Não temos experiência de tempo vazio. Cada tempo se nos apresenta carregado com seu próprio desafio e oportunidade particulares; e a sabedoria da vida consiste em discernir o tempo (Lc 12.56), o kairos (Rm 13.11), o momento decisivo (Ec 8.5-6), o instante no qual “cai o acento da eternidade”. “Há certa maré nas atividades dos homens”.
Essa característica incalculável e inexplicável da história e da experiência serve de dolorosa perplexidade para o homem. Pois o homem não é meramente uma criatura do tempo; existe dentro dele aquilo que transcende ao tempo: “O homem tem Para Sempre”. Ele procura postar-se por detrás do processo do tempo e discernir o plano e o padrão do todo. Mas está por demais profundamente imerso no tempo para ter sucesso nessa tentativa; o fim e o princípio se ocultam dele. A tensão entre o Hoje e o Para Sempre, na vida do homem, não pode ser completamente solucionada. Não obstante, o homem pode encontrar o Para Sempre no Hoje, aceitando gradualmente os dons de Deus e obedecendo a Seus mandamentos.
Também pôs o mundo no coração deles (v.11). A palavra hebraica que aqui é traduzida como o mundo, tem, uniformemente, o sentido de “para sempre”, e é assim traduzida noutras porções deste livro, como, por exemplo, no vers. 14 (eternamente). É melhor traduzi-la como “eternidade”, ou então simplesmente conservar a tradução literal (como Browning), “para sempre”.
Porém, não é uma sabedoria fácil; pois deve renegar sistema. Um ponto de vista mundial sistemático, um Weltanschauung, só seria possível se ocupássemos o centro do qual pudéssemos pesquisar o todo e vê-lo em sua verdadeira perspectiva. Porém, essa é a posição ocupada pelo Criador, senão pelas criaturas. De nossa posição de criaturas debaixo do sol vemos, como se fosse assim, o avesso do tapete com suas muitas linhas confusas e fios soltos. Procurar desmaranhar o tapete, de nosso ponto de vista, é ficar envolvido num interminável labirinto. Isso também é vaidade e vexação de espírito.
Cf. Cristologia: Estudo sobre Jesus Cristo
Cf. Teologia Bíblica e o Cânon
Cf. Literatura no Judaísmo
Cf. Tradição Apocalíptica
O princípio de nossa sabedoria é o temor do Senhor (Sl 111.10; Pv 1.7), e um de seus elementos é o reconhecimento da eleição divina na diferença dos tempos e estações. Teoricamente todos os tempos são iguais, mas isso só é verdade quando são esvaziados de seu conteúdo. Não temos experiência de tempo vazio. Cada tempo se nos apresenta carregado com seu próprio desafio e oportunidade particulares; e a sabedoria da vida consiste em discernir o tempo (Lc 12.56), o kairos (Rm 13.11), o momento decisivo (Ec 8.5-6), o instante no qual “cai o acento da eternidade”. “Há certa maré nas atividades dos homens”.
Essa característica incalculável e inexplicável da história e da experiência serve de dolorosa perplexidade para o homem. Pois o homem não é meramente uma criatura do tempo; existe dentro dele aquilo que transcende ao tempo: “O homem tem Para Sempre”. Ele procura postar-se por detrás do processo do tempo e discernir o plano e o padrão do todo. Mas está por demais profundamente imerso no tempo para ter sucesso nessa tentativa; o fim e o princípio se ocultam dele. A tensão entre o Hoje e o Para Sempre, na vida do homem, não pode ser completamente solucionada. Não obstante, o homem pode encontrar o Para Sempre no Hoje, aceitando gradualmente os dons de Deus e obedecendo a Seus mandamentos.
Também pôs o mundo no coração deles (v.11). A palavra hebraica que aqui é traduzida como o mundo, tem, uniformemente, o sentido de “para sempre”, e é assim traduzida noutras porções deste livro, como, por exemplo, no vers. 14 (eternamente). É melhor traduzi-la como “eternidade”, ou então simplesmente conservar a tradução literal (como Browning), “para sempre”.