Significado de Lucas 17

Lucas 17

Lucas 17 contém vários ensinamentos de Jesus sobre vários temas. O capítulo começa com Jesus falando a seus discípulos sobre a inevitabilidade de tropeços e ofensas na vida. Ele então os ensina sobre o poder da fé e como mesmo uma pequena quantidade de fé pode mover montanhas.

Nos versículos seguintes, Jesus cura dez leprosos e enfatiza a importância da gratidão, pois apenas um deles volta para agradecê-lo. Ele também fala sobre a vinda do Reino de Deus e adverte seus discípulos para não serem enganados por falsos profetas que afirmam saber a hora de sua chegada.

O capítulo termina com Jesus ensinando seus discípulos sobre a natureza do Reino de Deus, enfatizando que não é um local físico, mas está dentro deles. Ele também fala sobre a vinda do Filho do Homem e exorta seus discípulos a estarem preparados para sua volta.

Lucas 17 apresenta vários ensinamentos sobre fé, gratidão e a vinda do Reino de Deus. Jesus adverte seus discípulos sobre os obstáculos e ofensas que encontrarão na vida e enfatiza a importância da fé para superá-los. Ele também ensina sobre o poder da gratidão e alerta contra os falsos profetas que enganam as pessoas sobre a vinda do Reino. Finalmente, ele encoraja seus discípulos a se prepararem para o retorno do Filho do Homem, lembrando-os de que o Reino de Deus não é um local físico, mas está dentro deles.

I. Hebraísmos e o Texto Grego

Lucas 18, apesar de redigido em grego koiné, pensa e fala com a sintaxe, o vocabulário e as imagens da Bíblia hebraica. O capítulo progride por parataxe — encadeamentos por “e” (kai) e fórmulas como “e aconteceu” (calco do wayehi) e “eis” (idou, espelho do deítico hinneh) —, usa perguntas retóricas de timbre profético, hipérboles orientais, raciocínios do tipo qal waḥômer (do menor ao maior) e léxicos gregos operando sob campos semânticos hebraicos como šûv (retornar), ṣĕdāqāh (justiça), ḥesed (lealdade misericordiosa), raḥămîm (ternura visceral), yāšaʿ (salvar) e tsādaq (declarar justo). Logo na parábola da viúva persistente (Lucas 18:1–8), a moldura jurídica é semítica: a viúva — figura emblemática do vulnerável na Torá — clama por “fazer justiça” (ekdikein) contra o “adversário”, com ecos do dever de defender viúvas e órfãos (Êxodo 22:22–24; Deuteronômio 10:18; Deuteronômio 24:17; Isaías 1:17; Jeremias 22:3). O juiz “que não teme a Deus, nem respeita homem” representa a negação do princípio sapiencial segundo o qual o temor do SENHOR é o princípio da sabedoria (Provérbios 1:7) e o Deus da aliança “não faz acepção de pessoas” (Deuteronômio 10:17). O argumento de Jesus é qal waḥômer: se até um juiz injusto cede à insistência, quanto mais o Deus justo fará justiça aos seus “eleitos”. O “clamar dia e noite” retoma a liturgia do lamento que sobe constantemente (Salmos 88:1; Salmos 55:17) e a vigília intercessória de Isaías 62:6–7, enquanto a tensão entre a longanimidade de Deus (makrothyméō, ideia de êxodo em Êxodo 34:6) e o “depressa” (en tachei) se resolve na certeza profética: “a visão... não tardará” (Habacuque 2:3). O fecho — “quando vier o Filho do Homem, achará fé na terra?” — desloca a questão do tempo para a fidelidade (ʾĕmûnāh) esperada do justo (Habacuque 2:4), e o título “Filho do Homem” transcreve o aramaico bar ʾenāš de Daniel 7:13–14, matriz apocalíptica do juízo.

A parábola do fariseu e do publicano (Lucas 18:9–14) revela hebraísmos na dicção, na teologia e na gestualidade. O fariseu “de pé” ora enumerando méritos; o publicano “de longe” (merāḥōq em hebraico sugere distância cultual) “nem os olhos levantava ao céu”, gesto que, em chave de Salmos 123:1–2, seria próprio do adorador confiante, mas aqui é substituído por bater no peito — sinal de luto e contrição que os profetas conhecem (Isaías 32:12). O pedido do publicano — “sê propício a mim, o pecador” — usa hilásthēti, verbo cultual que verte o hebraico kippēr (expiar, propiciar), voz maior de Levítico 16 (o dia da expiação) e da súplica penitencial dos Salmos (Salmos 51:1–2). O veredito “desceu justificado” usa dikaioō no sentido forense veterotestamentário de declarar justo (tsādaq) em tribunal (Deuteronômio 25:1; Provérbios 17:15), enquanto o refrão “quem se exalta será humilhado; quem se humilha será exaltado” sintetiza a teologia de reversão de 1 Samuel 2:7–8 e Provérbios 29:23. Em todo o quadro, o grego de Lucas acolhe a sintaxe semítica: paralelismo antitético (justo/ímpio; exaltação/humilhação), litotes e deítico implícito.

A cena das crianças traz a antropologia bíblica do pequeno como paradigma do Reino (Lucas 18:15–17). “Deixai vir a mim os pequeninos” alinha-se à proteção deuteronômica dos “pequeninos” como destinatários da terra (Deuteronômio 1:39) e à imagem de confiança mansa de Salmos 131:2. Receber o Reino “como uma criança” não é sentimentalismo helenista; é a teologia da dependência e do coração indiviso (lēb) pedida pela aliança (Deuteronômio 6:5; 10:12), em que a fraqueza é lugar de acolhida da graça (cf. Isaías 57:15). O “em verdade vos digo” conserva a partícula semítica ʾāmēn como fórmula de autoridade profética.

No encontro com o “chefe” rico (Lucas 18:18–30), tudo respira a Torá. A pergunta “que farei para herdar a vida eterna?” usa “herdar” em registro pactual, como quem recebe por promessa o que pertence à casa (Números 26–27). A resposta remete aos mandamentos do decálogo (Êxodo 20; Deuteronômio 5), e a réplica de Jesus — “Ninguém é bom senão um, Deus” — reinscreve “bom” (ṭôv) na teologia do Único (Deuteronômio 6:4–5). O chamado a vender e dar aos pobres e a seguir o Messias convoca a justiça-caridade como essência da fidelidade (ṣĕdāqāh/ḥesed, Provérbios 19:17; Deuteronômio 15:7–11; Isaías 58:6–7) e promete “tesouro nos céus”, idiomatismo judaico que ecoa a abertura dos “céus” como depósito da benevolência divina (Deuteronômio 28:12) e a balança moral de Malaquias 3:10. A hipérbole “é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha” é figura oriental de impossibilidade, equivalente a montes que saltam (Salmos 114:4) e a perguntas retóricas que dramatizam o impossível humano, ao que se contrapõe o possível divino (“acaso para o SENHOR haveria coisa demasiadamente difícil?”, Gênesis 18:14; cf. Jeremias 32:17, 27). A retribuição prometida a quem deixa casa e família por causa do Reino se ancora na economia bíblica das duas eras (antecipada em Daniel 12:2) e na restauração cem por um como linguagem de superabundância de aliança (Isaías 61:7).

A terceira previsão da paixão (Lucas 18:31–34) é inteiramente tecida em chave de cumprimento. “Eis que subimos a Jerusalém” traz o idou/hinneh que chama atenção para o cumprimento de “tudo o que está escrito pelos profetas acerca do Filho do Homem”: a entrega aos gentios, escárnio, ultrajes, cusparadas e açoites pertencem ao catálogo do Servo e do Justo sofredor (Isaías 50:6; 52:13–53:12; Salmos 22:6–8; 69:7–9), e o “terceiro dia” reencena o marcador triádico semítico de restauração (Oséias 6:2). O comentário “eles nada entenderam... esta palavra lhes era encoberta” reencontra o motivo da cegueira judicial (Isaías 6:9–10) e do selo sobre palavras até o tempo designado (Daniel 12:4), insistindo que a compreensão é dom escatológico.

A cura do cego junto a Jericó (Lucas 18:35–43) coroa o capítulo com a simbólica profética da luz que rompe a cegueira. O clamor “Filho de Davi, tem misericórdia de mim” convoca a promessa régia (2 Samuel 7:12–16; Jeremias 23:5–6) e traduz eleéō (ter misericórdia) no campo de raḥēm/ḥānan, termos da piedade pactuai que os salmos reiteram (Salmos 86:15). Quando Jesus responde “recobre a vista; a tua fé te salvou”, pístis (confiança) e sōzō (salvar/curar) convergem na soteriologia hebraica de ʾāman (crer, firmar-se) e yāšaʿ (salvar, livrar), e a cura visual explicita aquilo que os profetas prometeram: “os olhos dos cegos serão abertos” (Isaías 35:5; 42:7) e “o SENHOR abre os olhos aos cegos” (Salmos 146:8). A doxologia comunitária final — o curado glorifica a Deus e todo o povo louva — segue a liturgia de reconhecimento dos salmos de ação de graças após livramento (Salmos 30; 116), e o “imediatamente” com que a visão retorna é um “eis” narrativo que sela o sinal.

Do ponto de vista formal, a composição inteira sozinha pela sintaxe hebraica: parataxe cumulativa (pouca subordinação e muito “e”), paralelismos antitéticos e sinonímicos (viúva/juiz, fariseu/publicano, rico/pobres, cegueira/visão), deíticos de foco (idou/hinneh em 18:31), máximas proverbiais que arrematam perícopes (“quem se exalta será humilhado...”), hipérboles semíticas (camelo e agulha; árvore arrancada e plantada no mar) e perguntas retóricas que exigem juízo moral. O léxico grego é carregado por matrizes hebraicas: metanoeō é ouvido como šûv; dikaioō como tsādaq; eleos e oiktirmos respiram ḥesed e raḥămîm; psychē (“vida”) funciona como nepeš (vida integral, não uma “alma” abstraída); basileia (Reino) concretiza a malkût do Deus presente “no meio” do seu povo; hilásthēti retoma kippēr; pístis e sōtēria confluem com ʾāman e yāšaʿ. E as comparações veterotestamentárias não são ornamento, mas tecido estrutural: defesa das viúvas (Êxodo 22:22–24; Deuteronômio 10:18; 24:17; Isaías 1:17; Jeremias 22:3), clamor “dia e noite” (Salmos 88:1; Isaías 62:6–7), paciência e prontidão do juízo (Êxodo 34:6; Habacuque 2:3), justificação forense (Deuteronômio 25:1; Provérbios 17:15), penitência cultual (Levítico 16; Salmos 51), reversão de honra (1 Samuel 2:7–8; Provérbios 29:23), crianças e “pequeninos” (Deuteronômio 1:39; Salmos 131:2), esmola e justiça (Deuteronômio 15:7–11; Provérbios 19:17; Isaías 58:6–7), possibilidade divina (Gênesis 18:14; Jeremias 32:17, 27), cumprimento profético da paixão (Isaías 50:6; 52–53; Salmos 22; 69; Oséias 6:2), abertura dos olhos (Isaías 35:5; 42:7; Salmos 146:8). Em suma, o grego de Lucas 18 é o veículo de uma mente que pensa com a gramática, a poética e a teologia de Israel: a justiça e a misericórdia de aliança, a fé confiante, o arrependimento como retorno, o Reino como governo real de Deus e a reversão escatológica que confirma a fidelidade do SENHOR.

Comentário de Lucas 17

Lucas 17.1, 2 Ai daquele. Jesus avisou que o julgamento viria sobre aquele que fizesse com que os outros tropeçassem. Esta severa forma de aviso indica que a falsa instrução, ou a liderança até a apostasia, é o ponto principal aqui. Uma pedra de moinho era uma peça pesada usada para moagem dos grãos.

Lucas 17.3 Olhai por vós mesmos. Esta advertência provavelmente fecha o aviso de Lucas 17.1, 2. Pecar contra ti, repreende-o... arrepender... perdoa-lhe. Jesus faz aqui com que os discípulos sejam responsáveis pelos outros, mas em um contexto que enfatiza o perdão, como o versículo 4 estabelece.

Lucas 17.4 Perdoa-lhe. O repetido apelo em favor do perdão tem de ser honrado. Um discípulo deve ser generoso e ter compaixão.

Lucas 17.5 Acrescenta-nos a fé. Os discípulos desejavam crescer em sua fé.

Lucas 17.6-10 Até mesmo a fé do tamanho de um grão de mostarda pode fazer coisas incríveis. A amoreira possui um complexo sistema radicular que lhe permite viver até 600 anos.

Lucas 17.11-14 Samaria e Galileia. Embora Jesus estivesse viajando para Jerusalém, Sua jornada não teve uma rota direta.

Lucas 17.15-18 Os samaritanos eram uma etnia desprezada (Lc 9.52). O estrangeiro foi o único leproso curado que voltou para dar glória a Deus.

Lucas 17.19 Jesus reconhece a fé que salva, da mesma forma que Ele faz em Lucas 7.50 e 8.50. Claramente, o samaritano recebeu mais do que a cura física.

Lucas 17.20 Em Israel havia uma expectativa de que o Reino de Deus viesse acompanhado de sinais cósmicos. Tal imagem tinha origem nos textos vinculados às grandes anunciações da vinda de Jesus (12.28-32). Entretanto, o conceito de Jesus acerca do Reino de Deus era diferente da ideia relacionada à consumação final, quando tais sinais serão vistos (Mt 24.29).

Lucas 17.21 Jesus não diria aos fariseus que o Reino de Deus estava neles. Sua mensagem é que o Reino vem com Ele. Os fariseus não precisavam buscar para encontrar. Esse é um dos textos mais importantes sobre o Reino, pois indica que um aspecto desse Reino veio com Jesus, em Sua primeira vinda. O Reino é o governo de Deus manifestado sobre um setor (por fim, a terra; mas é especialmente manifestado no período atual entre os cristão da Igreja). O Reino de Deus está entre os reinos dos homens hoje, mas, um dia, o Reino de Deus engolirá os reinos dos homens (Ap 11.15).

Jesus deixa claro, nos versículos 22 a 37, que o Reino possui duas fases: uma agora e outra vindoura. No começo de Seu Reino na terra, Deus primeiro prepara um Rei para reinar; então, reúne pessoas para que Ele reine sobre elas; depois dá ao Governante um Reino (a terra), no qual reinar.

O rei Davi ilustra isso no Antigo Testamento. Ele foi declarado rei, depois reuniu um povo e tomou o Reino. Como tal, o Reino não é a mesma coisa que a Igreja, embora esta faça parte do Reino de Deus [sendo uma espécie de embaixada do Reino na terra].

O Reino agora é a presença de Deus ao lado dos reinos dos homens. O poder de Deus é demonstrado agora na distribuição e na obra do Espírito Santo (Rm 14.17; 1 Co 4.20). Um dia, entretanto, Jesus governará um Reino que engolirá os reinos dos homens e compartilhará esse Reino com os santos, que são os vencedores (Ap 2.26,27; 5.9,10; 20.4-6).

Lucas 17.22-24 Um relâmpago é um fenômeno repentino e visível a todos. De forma parecida, o súbito dia do Filho do Homem será evidente para todos. Quando o Senhor retornar, Ele virá de forma instantânea e perceptível. Não haverá dúvida sobre o que aconteceu.

Lucas 17.25 Que Ele padeça. Jesus deixa claro que Sua morte aconteceria primeiro.

Lucas 17.26 Nos dias de Noé, as pessoas não prestavam atenção às coisas de Deus e tiveram de enfrentar um julgamento como consequência (Gn 6.5-13). Haverá um cenário semelhante no retorno de Jesus.

Lucas 17.27 Até ao dia em que. Jesus descreve como a vida era levada corriqueiramente até a vinda do Dilúvio.

Lucas 17.28 Da mesma maneira aconteceu nos dias de Ló. Um segundo exemplo de época ímpia, que teve seu desfecho com a destruição de Sodoma e Gomorra (Gn 18.16—19.28).

Lucas 17.29 Consumindo a todos. O dia do Filho do Homem será uma época de julgamento completo, como aconteceu no tempo de Noé (Lc 17.27) e no de Ló.

Lucas 17.30 Assim será. Da mesma forma que Deus agiu no passado, Ele agirá quando o Filho do Homem se [há de] manifestar (isto é, quando Jesus retomar).

Lucas 17.31 Não desça a tomá-los... não volte para trás. Quando chegar o dia, não deveremos olhar para trás, nem ansiar pela vida antiga. O indivíduo deve fugir do pecado, da via pecaminosa pregressa, para escapar da ira que virá sobre a terra.

Lucas 17.32 A mulher de Ló simboliza os indivíduos que estão presos às coisas terrenas, aqueles cujo coração ainda está no mundo. Da mesma forma que a mulher de Ló, essas pessoas perecerão (Gn 19.26).

Lucas 17.33 Qualquer que a perder salvá-la-á. Aqueles que investem sua vida no avanço do Reino de Deus, mesmo que tenham como consequência o sofrimento e a morte, receberão um grande privilégio e glória no Reino de Cristo (Mt 5.10-12; 19.27-30; 2 Tm 2.12; Ap 20.4-6).

Lucas 17.34 Um será tomado, e outro será deixado. Alguns interpretam essa ilustração como a separação que ocorrerá no arrebatamento. Entretanto, tomado, aqui, seria melhor entendido como julgado (da mesma forma que os soldados tomaram Jesus para crucificá-lo). Além disso, o versículo 37 deixa claro que os “tomados” serão aqueles levados ao julgamento final.

Lucas 17.35, 36 Uma será tomada, e outra será deixada. Mais duas ilustrações são apresentadas. O dia do Filho do Homem dividirá a humanidade em dois grupos — aqueles que serão levados a julgamento e condenados e aqueles que viverão e reinarão com Cristo.

Lucas 17.37 Onde, Senhor? Os discípulos perguntam onde o julgamento irá ocorrer. Ai se ajuntarão as águias. Jesus não responde à pergunta diretamente. O termo águias se refere aos abutres, que se reúnem sobre corpos mortos. Na verdade, o Salvador disse que quando o julgamento vier, este será conclusivo e trágico, com o cheiro da morte e a presença dos abutres em todo lugar.

Novamente, ninguém vai precisar buscar um cadáver, os pássaros revelarão a sua presença. A linguagem utilizada aqui é ilustrativa e demonstra uma condição prognosticada do ápice dos acontecimentos descritos. Jesus oferta a salvação, mas a rejeição desta oferta implica o julgamento, razão pela qual uma decisão a seu respeito é tão importante. Ele traz o Reino (Lc 17.20); assim, ou alguém está junto de Cristo, ou sofre o destino de seu julgamento.

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