A Fé dos Patriarcas em Deus

A Fé dos Patriarcas em Deus

A Fé dos Patriarcas em Deus“O sétimo homem na linhagem de Adão”, Enoque, igual a Abel, manifestou ter em Deus. Enoque profetizou a respeito da execução do julgamento de Deus nos ímpios. (Jud. 14, 15) Como as palavras de Enoque devem ter afligido os adversários religiosos dele! Sem dúvida, procuravam até mesmo matá-lo por proclamar o julgamento de Deus. Mas Deus “o tomou”, de modo que Enoque não passou pelas ânsias da morte. (Gên. 5:24) Enoque foi assim “transferido para não ver a morte”, mas primeiro “ele teve o testemunho de que agradara bem a Deus”. (Heb. 11:5) Como? A palavra grega traduzida aqui por “transferido”, em Hebreus 11:5, significa “transferir”, “transportar” ou “mudar de lugar”, e sugere aquilo que aconteceu a Paulo. Ele foi transferido ou arrebatado milagrosamente até o “terceiro céu”, recebendo uma visão do futuro paraíso espiritual da Igreja cristã. (2 Cor. 12:1-4) Enoque, que não sabia nada sobre um paraíso espiritual, encontrava-se evidentemente numa condição similar de arrebatamento, tendo uma visão do vindouro paraíso terrestre, pondo-o Deus então a dormir na morte, a salvo das mãos inimigas. Não se concedeu a você, leitor, nenhuma visão divina do paraíso restabelecido na terra. Mas, se for cristão, crê que existirá? Deve crer nisso. — 2 Ped. 3:13; Heb. 11:6.

Em fé, Noé “mostrou temor piedoso e construiu uma arca para a salvação de sua família”. Por ter tal fé, fazendo obras justas e obedientes, Noé condenou o mundo incrédulo pelas suas obras iníquas e mostrou que merecia a destruição. (Heb. 11:7; Gên. 6:13-22) Demonstra pessoalmente ter fé tal como Noé teve? Hoje em dia, como nos dias de Noé antes do dilúvio global, as massas da humanidade comem, bebem, casam-se e se empenham nos empreendimentos normais da vida, desatentas aos propósitos divinos. Não fazem caso da realidade da prometida segunda presença do Filho do homem, Jesus Cristo. Mas não precisa ser igual a elas. Antes, esteja espiritualmente atento, demonstrando fé. Sua vida depende disso! — Mat. 24:36-42.

Também Abraão (Abrão) teve muita fé. Sua cidade natal, Ur dos Caldeus, podia oferecer muito em sentido material. Mas Abraão deixou Ur e passou a residir em tendas, na terra de Canaã. Fez isso porque tinha fé em Deus. Abraão acatou a ordem de Deus e creu na Sua promessa de fazê-lo uma grande nação de bênção para a humanidade. Deus prometeu também dar uma terra ao descendente ou à descendência de Abraão. O filho de Abraão, Isaque, e seu neto Jacó eram “herdeiros com ele da mesmíssima promessa”. — Heb. 11:9; Gên. 12:1-9; 15:18-21.

Obter aquela Terra da Promessa era uma perspectiva grandiosa. Mas Abraão, em fé, aguardava algo ainda maior. “Aguardava a cidade que tem verdadeiros alicerces, cujo construtor e criador é Deus.” Este patriarca fiel aguardava um governo celestial sob o qual viveria no futuro. Abraão, Isaque e Jacó não abandonaram sem fé a sua relação com Deus, nem voltaram a Ur, o que teria resultado na destruição de suas almas. Por isso, Deus “não se envergonha deles, de ser chamado seu Deus”. Mantiveram a fé em Deus até à morte, e dentro em pouco serão ressuscitados à vida aqui na terra, que é parte do domínio daquela “cidade” ou governo celestial, o reino messiânico de Deus. (Heb. 11:10, 13-16, 20, 21) Deus não lhe manda que adote tal espécie de vida nômade como Abraão, Isaque e Jacó levavam. No entanto, é a sua fé bastante forte para induzi-lo a abandonar confortos materiais, caso uma designação no ministério cristão o exija? É sua fé de qualidade tal que a possível perda de coisas materiais, pelas mãos de perseguidores violentos, não o farão abandonar a Deus?

Noé, Abraão, Isaque, Jacó e outros homens fiéis da antiguidade tinham esposas que também mantiveram a fé em Deus. Tome, por exemplo, a esposa de Abraão, Sara. Embora ela fosse estéril até ter cerca de noventa anos de idade e “estivesse além do limite da idade”, tendo cessado seu ciclo menstrual, ela, pela fé, “recebeu poder para conceber um descendente, . . . visto que considerava fiel aquele [Deus] que prometera”. Do próprio Abraão, “já como que morto” no que se referia às suas faculdades reprodutivas, resultou um descendente. Ela deu à luz Isaque, e por meio dele produziu por fim filhos “em multidão como as estrelas do céu e como a areia que está à beira do mar, inumeráveis”. — Heb. 11:11, 12; Gên. 17:15-17; 18:11; 21:1-7.

Abraão foi provado, de modo que “a bem dizer ofereceu Isaque”, seu “unigênito”, quer dizer, o único filho que teve de Sara. (Heb. 11:17, 18) O que tornou possível que Abraão fizesse isso? A fé em Deus. É interessante que, embora na narrativa de Gênesis não se mencione a ressurreição dos mortos, Abraão tinha conhecimento dela e tinha fé que Deus podia ressuscitar Isaque, sendo que o apóstolo e Paulo declara: “Mas ele achava que Deus era capaz de levantá-lo até mesmo dentre os mortos; e dali o recebeu também em sentido ilustrativo.” (Heb. 11:19) Em poucos instantes, o cutelo na mão de Abraão teria acabado com a vida de Isaque, mas a voz dum anjo impediu isso, de modo que, com efeito, Abraão recebeu seu filho de volta da morte. — Gên. 22:1-19.

Muitos anos depois, no Egito, José, filho de Jacó, disse aos seus irmãos: “Estou morrendo; mas Deus, sem falta, voltará a sua atenção para vós, e certamente vos fará subir desta terra para a terra que jurou a Abraão, a Isaque e a Jacó.” (Gên. 50:24-26) José tinha fé em que haveria um êxodo dos israelitas do Egito, mencionando-o quando se aproximava do seu fim. (Heb. 11:22) Até à morte dele teve fé irrestrita em Deus. Tem uma fé assim em Deus?