Estudo Bíblico sobre Gênesis
Gênesis 31
Uma Reunião de Família (31.1-16)
O sucesso de Jacó com os rebanhos deu ocasião para os filhos de
Labão (1) fazerem observações maliciosas sobre a honestidade do cunhado.
Recusaram admitir sua habilidade como criador ou a providência de Deus na vida
de Jacó. Pior ainda, Labão acreditou nos filhos, não levou em conta o fato de
ele próprio ser desonesto e hostilizou Jacó. Evidentemente Jacó temeu por sua
vida e buscou a orientação de Deus. O Senhor lhe deu permissão para voltar (3)
e ressaltou de novo sua promessa: Eu serei contigo.
Não confiando nas pessoas do acampamento principal, Jacó pediu que Raquel
e Léia (4) fossem ao local do seu campo para realizarem uma
reunião de família.
Notando a mudança na atitude de Labão, Jacó destacou a presença de Deus
em seus assuntos, sua diligência pessoal como pastor e a desonestidade de
Labão. Jacó deu a Deus (9) todo o crédito pela prosperidade obtida, pela
orientação na criação do rebanho e pela nova proposta de fugir para Canaã.
Neste assunto, Raquel e Léia (14) estavam unidas. Concordaram
que o pai foi injusto. Lembraram com nítido ressentimento que Labão as
humilhara quando as vendeu como propriedade e usou o dinheiro (15) que
pertencia a elas e a seus filhos. De boa vontade lhe deram o consentimento para
retornar a Canaã.
Fuga e a Perseguição (31.17-24)
Fuga e a Perseguição (31.17-24)
Jacó sagazmente tirou proveito do fato de Labão ter ido tosquiar
as suas ovelhas (19) que estavam em lugares distantes. Sem que ninguém
soubesse, Raquel levou consigo os ídolos que eram equivalentes a títulos
da propriedade de Labão.5 Sem dar indicação de suas intenções, Jacó
e suas esposas dirigiram os rebanhos para o sul, atravessaram o rio Eufrates e
passaram abaixo de Damasco, em direção ao planalto a leste do mar da Galiléia
chamado montanha de Gileade (21; ver Mapas 1 e 2). Quando Labão ficou
sabendo da fuga, reuniu alguns irmãos (23), ou seja, parentes, e
perseguiu Jacó até alcançá-lo. Mas antes que Labão (24) encontrasse
Jacó, Deus o encontrou em um sonho, advertindo-o a não tratar Jacó
nem bem nem mal. Deus estava mostrando que Ele tem muitas maneiras de
ajudar os que lhe pertencem.
A Investigação (31.25-42)
A Investigação (31.25-42)
O dramático encontro de Labão e Jacó é ardilosamente contado. Emoções
variadas são reveladas de modo hábil e sutil e o suspense é mantido até o fim,
com mudanças repentinas de ironia tornando interessante o todo.
Primeiramente, Labão atacou Jacó com indignação, acusando-o de ser
ladrão que traficava vidas humanas. Acusou o genro de total descortesia ao fugir.
Com um toque de autopiedade, Labão se descreveu como o mais generoso dos
homens, privado de exibir afeto às suas filhas e da hospitalidade de dar uma
festa de despedida. Com falsa virtude, Labão declarou que tinha o poder
de punir severamente, mas que não o faria, porque Deus interveio.
Em seguida, Labão depreciou Jacó como rapaz saudoso de casa que tinha
de voltar para a casa do pai (30). Mas também o acusou de salafrário odioso,
que havia furtado os deuses de Labão.
Jacó não se defendeu. Apenas admitiu que foi o medo que o motivou, medo
que estava baseado na profunda desconfiança da integridade de Labão e do seu
uso irresponsável de força (31). Mas a última acusação de Labão feriu Jacó,
que impulsivamente deu ao sogro a permissão de revistar o acampamento,
acrescentando que se alguém fosse pego com os deuses (32) deveria
morrer. Jacó não sabia que sua amada esposa, Raquel, era a parte
culpada. Mas Raquel foi esperta e disse que não podia se levantar diante
do pai porque estava menstruada. Ela colocou os objetos na albarda (sela)
de um camelo, e assentara-se sobre eles (35).
Vexado por sua acusação parecer infundada, a raiva de Labão diminuiu.
Agora foi a vez de Jacó enfurecer-se e censurar o sogro, exigindo uma
explicação de suas ações. Labão o acusou de roubo, mas não conseguiu provas.
Por sua vez, Jacó acusou Labão de há muito ser desonesto e de maltratá-lo. Pelo
serviço diligente e irrestrito que Jacó prestou, Labão o havia explorado. Só
as misericórdias providentes do Deus dos pais de Jacó o salvaram, e,
ainda mais, Deus havia repreendido Labão em sonho recente (42).
O Pacto de Paz (31.43-55)
O Pacto de Paz (31.43-55)
Labão (43) estava em desvantagem,
contudo protestou ilogicamente que as mulheres, as crianças e o gado lhe
pertenciam. Se Jacó tivesse sido escravo, isso ficaria claro naquele dia, mas
Jacó afirmou que era um verdadeiro genro. Certos estudiosos concluem que ele
pode ter sido um filho adotado e, nesse caso, não haveria dúvida sobre o
direito de propriedade.'
O sogro estava disposto a esquecer as sutilezas legais a favor de um concerto
(44). Todos os detalhes externos da ação de fazer concerto estavam em
concordância com as práticas vigentes naqueles dias: a pedra posta em coluna
(45), o montão de pedras (46) sobre o qual comeram uma
refeição e os votos ou juramentos feitos ali. Cada um deu ao lugar um nome em
sua língua nativa: Labão, em aramaico, e Jacó, em hebraico. O termo aramaico, Jegar-Saaduta
(47), e o hebraico, Galeede, querem dizer “o montão do testemunho”.
O lugar também foi chamado Mispa (49), que significa “torre de
vigia ou torre de observação”. A declaração no versículo 49 tornou-se uma
bênção entre os cristãos. Contudo, neste contexto imediato a palavra transmite
um aviso. O Senhor cuidaria para que Jacó não cruzasse para o norte daquele
marcador de fronteira, nem Labão cruzaria para o sul dessa linha, para fazerem
mal uns aos outros (cf. 52). Sendo a parte mais forte, Labão colocou várias
limitações para Jacó no futuro. Ele tinha de tratar as filhas de Labão com
decência e abster-se de tomar mais esposas. Mesmo que ninguém esteja
conosco, atenta que Deus é testemunha entre mim e ti (50), observou Labão.
Concluindo, cada um fez um juramento, Labão no nome do Deus de Abraão e
do Deus de Naor (53). Jacó fez seu voto no nome do Deus do Temor de
Isaque, seu pai. Depois dos votos, comeram a refeição comunal da carne de
um animal sacrificado. Pela manhã, de madrugada, Labão era outro homem,
despedindo-se com beijos afetuosos (55) e uma bênção divina.
Labão foi um homem imprevisível. Por um lado, mostrou hospitalidade ao
servo de Abraão (24.31) e depois a Jacó. Exteriormente, deu mostras de bondade
até a altercação final com Jacó. Por outro lado, astutamente se aproveitou do
fato de Jacó desconhecer as leis locais e fez o melhor que pôde para explorar
Jacó e as filhas. Ironicamente, acabou perdendo as filhas, seu melhor pastor,
seus netos e grande parte dos rebanhos. Depois do pacto em Galeede, ele nunca
mais os viu. Deu a impressão de ser virtuoso, mas na verdade não dava valor
algum à vida íntegra.
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