Significado de Gênesis 39
Gênesis 39
Gênesis 39 conta a história de José, que foi vendido como escravo por seus próprios irmãos e levado para o Egito. Apesar de suas circunstâncias, José permaneceu fiel a Deus e encontrou o favor de seu mestre, Potifar. No entanto, quando a esposa de Potifar acusou falsamente José de tentar seduzi-la, ele foi jogado na prisão. Mesmo na prisão, Jose continuou a confiar em Deus e ganhou o favor do carcereiro. Este capítulo destaca a integridade e a fé de José diante da adversidade.
Um dos temas centrais de Gênesis 39 é a importância da integridade pessoal. Apesar de ser um escravo, José sempre agiu com honestidade e integridade. Ele recusou os avanços da esposa de Potifar, embora fosse fácil para ele ceder e aproveitar os benefícios da casa de seu senhor. Ao fazer isso, José demonstrou sua fidelidade a Deus e seu compromisso de viver uma vida justa, independentemente de suas circunstâncias.
No geral, Gênesis 39 é um poderoso lembrete da importância da fé, integridade e perseverança. A história de José é uma prova do fato de que, mesmo nas circunstâncias mais difíceis, podemos escolher confiar em Deus e fazer o que é certo. Ao permanecer fiel a Deus e defender seus valores, José não apenas conquistou o respeito das pessoas ao seu redor, mas também conseguiu ascender a uma posição de poder e autoridade no Egito.
Comentário de Gênesis
Gênesis 39.2 O Senhor estava com José. Esta expressão-chave desta passagem é repetida nos versículos 21 e 23. Esta manifestação divina indica que Deus olhava por ele, protegia-o e abençoava-o.
Gênesis 39.3 Potifar via a prosperidade como decorrência da presença de José, e reconheceu que isso acontecia porque o Senhor estava com ele. Talvez José também causasse algum tipo de influência no estado espiritual de seu senhor.
Gênesis 39.4 José se tornou um exemplo de administrador fiel, ilustrando o ensinamento de que aquele que é fiel no pouco será posto sobre o muito (Mt 25.21; 1 Co 4.2).
Gênesis 39.5 O Senhor abençoou a casa do egípcio por amor a José. Deus ordenou a Abraão e seus descendentes que fossem uma bênção para todos (Gn 12.2,3). Aqui, José, que foi enviado para outra terra por causa do ódio de seus irmãos, levou a bênção ao lar do oficial egípcio. E o que é melhor: Potifar sabia que toda bênção vinha do Senhor.
Gênesis 39.6 Tudo o que tinha. A confiança de Potifar em José era tamanha que tudo ficava a cargo do filho de Jacó, exceto o cardápio do oficial (v. 23). E José era formoso de aparência e formoso à vista. Raramente as características físicas de alguém são mencionadas na Bíblia, como ocorre no caso de Sara, Rebeca, Raquel, José e Davi (Gn 12.11; 24.16, 29.17; 1 Sm 16.12).
Gênesis 39.7 A mulher do senhor egípcio começou a cobiçar José. Talvez ela estivesse entediada ou ociosa. Por outro lado, o termo hebraico saris, traduzido como oficial no versículo 1, pode significar eunuco, que normalmente era um homem castrado. Se Potifar fosse realmente um eunuco, isso poderia explicar a atitude de sua esposa. [Mas a interpretação mais aceita é que ele era apenas um marido ausente e desatento.]
Gênesis 39.8 Porém ele recusou. José exemplificou o mais alto padrão moral. A frase o Senhor estava com ele (v. 2,21,23), usada de forma recorrente, ajuda a explicar a bondade e a integridade de José. A presença poderosa de Deus em sua vida o ajudou a resistir às tentações.
Gênesis 39.9, 10 Pecaria eu contra Deus? José não só permaneceu fiel aos seus princípios éticos, como também disse à mulher, que provavelmente tinha a crença em deuses egípcios, coisas a respeito da justiça e da integridade do único e verdadeiro Deus!
Gênesis 39.11 Neste versículo, observa-se que a mulher de Potifar aproveitou um momento em que José estava sozinho para assediá-lo.
Gênesis 39.12, 13 Um escravo provavelmente usava poucas roupas por causa do clima quente do Egito. Ela agarrou José e, durante esse momento de assédio e recusa, ele escapou, deixando sua veste nas mãos dela.
Gênesis 39.14-18 A mulher de Potifar ofendeu a dignidade de José na frente dos outros empregados. O termo hebreu só é usado quatro vezes em Gênesis (14.13; 39.17; 41.12). Neste versículo, é utilizado para expressar discriminação racial. Essa ideia é reforçada pelo uso do verbo escarnecer ou insultar (ara e NVI), que indica ódio e desprezo de uma raça. Os egípcios hamitas desprezavam os povos semitas de Canaã (Gn 43.32). Os escravos egípcios tinham, provavelmente, inveja da prosperidade de José. Por causa disso, a esposa de Potifar encontrou servos prontos a ouvir e acreditar em suas mentiras. Dessa forma, claro, ela não foi desmentida por nenhum deles. Contudo, a acusação de violência sexual naquela época era tão séria quanto é hoje. O atentado sexual a uma esposa de oficial por um escravo estrangeiro era um ultraje gravíssimo. A pena do réu podia ser a morte.
Gênesis 39.19 Era compreensível e previsível que Potifar ficasse irado.
Gênesis 39.20 Potifar tinha uma função importante como oficial real (Gn 39.1), e José, na condição de seu servo, havia se tornado um membro da família. Talvez, por causa disso, o filho de Jacó foi mandado para uma prisão especial. [Ou talvez Potifar, conhecendo bem o mau caráter da esposa, para não desonrá-la mais, tenha enviado José para a cadeia, em vez de para a morte]
Gênesis 39.20 Surpreendentemente, Potifar não fez com que José fosse condenado à morte nem o assassinou com suas próprias mãos. É possível que José, durante o tempo que passou na casa de seu senhor, tenha impressionado Potifar de tal forma que o oficial não acreditara totalmente na história que sua esposa lhe contou. É possível que Potifar tenha jogado José na prisão real, sobre a qual tinha o comando (Gn39.1; 40.3; 41.9-11), a fim de poupar a vida dele. Em todo caso, José acabou preso por uma coisa que se recusou a fazer.
Gênesis 39.21 O Senhor continuou ao lado de José mesmo na prisão (Sl 139.7-12). Neste caso, a misericórdia de Deus pode ser representada por Sua benignidade (Sl 13.5). No cárcere egípcio, José experimentou o amor e a fidelidade do Senhor. Deus cumpriu Sua promessa ao permanecer ao lado de Seu povo — ainda que em difíceis circunstâncias (para relembrar as promessas de Deus aos descendentes de Abraão, leia Gn 12.1-3;50.24). O carcereiro era o encarregado sob as ordens do capitão da guarda (Gn 40.3), a saber, Potifar (Gn 39.1).
Gênesis 39.22 O carcereiro soube, coisa que Potifar já sabia, que o que animava e sustentava José era a presença de Yahweh. Assim, o carcereiro-mor entregou na mão de José todos os presos que estavam na casa do cárcere; e ele fazia tudo o que se fazia ali. A integridade e a eficiência de José atestavam a todos sobre quem era o verdadeiro Deus, mesmo ele estando no cárcere (da mesma forma que Paulo e outros apóstolos fariam tempos depois).
Gênesis 39.23 Por causa das bênçãos de Deus, tudo que José fazia prosperava (Sl 1.1-3).
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