Gênesis 44 — Estudo Bíblico
Gênesis 44
44:1–5 José continuou a testar o caráter de seus irmãos ordenando a seus servos que colocassem o dinheiro de seus irmãos em seus sacos e uma taça de prata no saco de Benjamim.44:6–12 Em resposta às acusações do servo, os irmãos de José insistiram em sua inocência e prometeram entregar quem quer que tivesse a taça de prata de José. Depois de revistar as sacas de todos os irmãos, o servo encontrou a taça com Benjamim.
44:13 Em genuíno desespero pela situação de Benjamim, os irmãos rasgaram suas roupas. Eles não podiam deixar Benjamin morrer! Ironicamente, alguns anos antes, os mesmos irmãos estavam debatendo se matariam José. Em vez de rasgar suas próprias roupas em luto, eles rasgaram o manto de José para encobrir o que haviam feito.
44:14 Embora Rúben fosse o mais velho, Judá assumiu o papel de liderança nesta seção (46:28).
44:15 Aqui, a adivinhação é a prática de consultar a vontade dos deuses observando o líquido em um copo especial. Alegadamente, Benjamin havia roubado não apenas uma taça de prata de um governante egípcio, mas também uma significativa. Sua ação poderia ter tido consequências graves. As palavras um homem como eu não significam claramente que José pratica adivinhação, apenas que se espera que ele o faça.
A importância da idade
José sentou seus irmãos em ordem de idade (Gn 43:33). Os direitos de herança estavam quase inflexivelmente ligados à ordem de nascimento. Na sociedade como um todo, a idade era considerada um título a ser respeitado. O desprezo pelos pais ou anciãos era uma ofensa séria, em certos casos exigindo punição extrema (Ex. 21:17; Lev. 19:32).
44:16 A contrição de Judá foi completa. Ele não ofereceu nenhuma desculpa; o que aconteceu foi a vontade de Deus. Ele apresentou a si mesmo e a todos os seus irmãos como escravos de José.
44:17 José exigiu que o filho mais novo, o presumivelmente culpado, se tornasse seu escravo. As palavras de despedida de José, suba em paz para seu pai, foram um teste. Os irmãos deixariam Benjamim como escravo no Egito, assim como haviam deixado José? Para os irmãos, as palavras de José devem ter sido especialmente amargas. Não haveria paz na casa de seu pai se Benjamim se tornasse um escravo egípcio.
44:18–29 Então Judá se aproximou: O processo que José estava impondo a seus irmãos estava tendo um efeito especial em Judá. Quão notavelmente ele mudou daquele período de sua indiferença para o resto da família da promessa (cap. 38).
44:30–34 Judá explicou a José o profundo desespero que seu pai sentiria se perdesse Benjamim. Então ele se ofereceu como escravo no lugar de Benjamim. Em vez de mostrar indiferença para com sua família como havia feito no passado (cap. 38), Judá ofereceu sua própria vida para salvar a de Benjamim.
Notas Adicionais:
José ainda não havia terminado com os irmãos. Já estava satisfeito por demonstrarem que diziam a verdade sobre a família em Canaã. Foram honestos com relação ao dinheiro colocado nos sacos de mantimento. Jacó confiou Benjamim aos cuidados deles e ele chegou com segurança. A extensão de tempo entre as viagens deve lhe ter sugerido que Jacó deixou Benjamim ir de má vontade. José queria testar a extensão da probidade dos irmãos em relação ao irmão. Queria ver se abandonariam Benjamim, como fizeram com ele há tanto tempo.
Para obter esta informação, instruiu o administrador de sua casa (1) a recolocar o dinheiro nos sacos pela segunda vez. Mas devia esconder no saco de Benjamim o copo de prata (2) de José, de seu uso. Depois que a caravana partiu, enviou o administrador para acusá-los de roubar o copo (4). Ele bem adivinha (5) significa que prediz eventos futuros ou descobre conhecimento oculto.
Como ocorreu com Jacó diante de Labão (31.32), os irmãos negaram com veemência a acusação de roubo e afirmaram com audácia que quem fez tal coisa deveria morrer (9). Além disso, disseram que de boa vontade todos se tornariam escravos. Para assombro e desapontamento dos irmãos, o copo foi encontrado no saco de Benjamim (12).
Os irmãos ficaram completamente alucinados pelo desenrolar dos acontecimentos e prostraram-se diante de José em terra (14). Não sabeis vós que tal homem como eu bem adivinha? (15). Em profunda agonia, totalmente incapazes de se defender, disseram: Achou Deus a iniquidade de teus servos (16). Parece que José cedeu um pouco, pois propôs deixá-los ir em liberdade. Benjamim, porém, teria de ficar como escravo. Superficialmente, parecia um gesto misericordioso, pois lhes dava a oportunidade de irem embora sem acusação ou punição.
Mas Judá (18) não podia ir embora sem o irmão Benjamim. Chegando-se ao oficial egípcio, derramou sua alma num apelo que é uma obra-prima da literatura.
Primeiramente, Judá revisou o caso até aquele momento. Lembrou que o funcionário egípcio havia perguntado pela sua família, descobrindo que o mais novo era muito querido do pai e, depois, tinha exigido que ele fosse trazido para o Egito. Embora lhe causasse grande sofrimento, tinham falado ao pai (24) acerca da exigência. Judá se deteve habilmente na ternura do pai que havia perdido o filho que lhe era mais afetuosamente amado e se opôs a deixar ir o outro filho da esposa amada, também por temer sua perda. Ressaltou as palavras de Jacó: Se... lhe acontecer algum desastre, fareis descer as minhas cãs com dor à sepultura (29). As palavras tinham o desígnio de causar o maior impacto emocional possível no homem diante dele. Em seguida, Judá enfatizou que ele mesmo se ofereceu como fiador ao pai (32) para levar o rapaz de volta ou ser culpado para sempre. Para provar a seriedade da garantia, Judá se ofereceu para ficar como escravo no lugar de Benjamim, a fim de que este pudesse ir para casa. Seu último ímpeto foi pessoal, pois ir para casa e ver o pai morrer de desgosto seria muito doloroso. Ele preferiria viver como escravo.
Para José, a mudança que viu em Judá deve ter lhe surpreendido. Este era o homem que exortou seus irmãos a vender José como escravo, e agora estava disposto a tornar-se escravo para defender Benjamim com a própria vida. Judá, que ajudou a enganar Jacó acerca da morte de José, agora se portava audaciosamente leal a Jacó, mesmo a grande custo pessoal. Ele não ousou assumir uma posição abertamente contra os irmãos quando a trama estava em execução, mas agora se colocava bravamente diante de um homem de grande poder. Anteriormente, a ganância e a paixão lhe governavam a vida, mas agora estava pronto a fazer um sacrifício altíssimo em prol de outro.
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