Estudo sobre Gênesis 44
Estudo sobre o Livro de Gênesis
Gênesis 44
Os sentimentos dos irmãos
por Benjamim logo foram postos à prova de forma aguda, quando descobrimos
pela primeira vez o propósito real de José em insistir na visita
de Benjamim ao Egito. A grande hospitalidade com que haviam sido recebidos
deixou os irmãos tranquilos; parece muito provável (visto que não se
faz menção alguma à questão) que nessa ocasião eles já sabiam que o seu
dinheiro estava sendo devolvido (v. 1), como um gesto final de
generosidade. A taça de prata (v. 2) era outra questão; o seu uso
nas adivinhações (v. 5) não é mencionado como detalhe das
práticas religiosas de José, mas para destacar a barbaridade do suposto
crime. O roubo de qualquer objeto religioso merecia a pena de morte
(como os próprios irmãos perceberam; cf. v. 9). Com toda a
inocência, expuseram Benjamim à pena de morte, mas o administrador de
José ofereceu uma pena muito mais branda (v. 10), mas que mesmo assim
tinha a intenção de isolar Benjamim dos outros: será que eles o abandonariam
ao seu destino? José reforçou ainda mais essa tentação (v. 17).
v. 14-34. Foi Judá
quem assumiu a liderança, além de mostrar dignidade e auto-sacrifício, mas não
devemos negligenciar o fato de que o restante da família expressou o
seu consentimento por meio do silêncio. Judá não pôde fazer outra
coisa senão reconhecer a culpa deles (v. 16). Talvez ele até tenha
imaginado que Benjamim fosse culpado, mas, se foi assim, ele estava
preparado para se colocar do lado dele; é mais provável que ele quis
indicar que esse trágico resultado dos eventos, por mais inexplicável que
fosse, só podia ser um sinal do desagrado de Deus com a
pecaminosidade deles; também podemos ver uma relação entre a confissão e o
pecado anterior deles contra José.
A longa fala de Judá (v.
18-34) recapitula os detalhes anteriores da história, como ele a conhecia;
a última palavra de José (v. 17) tinha feito menção do pai deles, assim
ele fez o máximo que pôde para causar simpatia em José pelo velho
homem. Ele certamente seria bem-sucedido nesse aspecto, mesmo que não
viesse a sabê-lo. Duas outras nobres qualidades vieram à tona na sua fala: o
seu compromisso com a verdade e o seu altruísmo. Ele certamente estava
disposto a se tornar escravo (v. 33) se com isso Benjamim
pudesse ser poupado.
A preocupação que
Judá mostrou tanto por Benjamim quanto por Jacó foi importante não somente
para a formação do seu caráter pessoal, mas também para colocar o fundamento de
relacionamentos futuros. Mais tarde seria incumbência de uma tribo
israelita forte como Judá assumir grande responsabilidade por tribos fracas
como a de Benjamim e também por Israel como um todo. A liderança
responsável e zelosa demonstrada por Judá no cap. 44 explica por que essa
tribo foi escolhida para a posterior liderança em Israel (v. tb. 49.8-12).Índice: Gênesis 1 Gênesis 2 Gênesis 3 Gênesis 4 Gênesis 5 Gênesis 6 Gênesis 7 Gênesis 8 Gênesis 9 Gênesis 10 Gênesis 11 Gênesis 12 Gênesis 13 Gênesis 14 Gênesis 15 Gênesis 16 Gênesis 17 Gênesis 18 Gênesis 19 Gênesis 20 Gênesis 21 Gênesis 22 Gênesis 23 Gênesis 24 Gênesis 25 Gênesis 26 Gênesis 27 Gênesis 28 Gênesis 29 Gênesis 30 Gênesis 31 Gênesis 32 Gênesis 33 Gênesis 34 Gênesis 35 Gênesis 36 Gênesis 37 Gênesis 38 Gênesis 39 Gênesis 40 Gênesis 41 Gênesis 42 Gênesis 43 Gênesis 44 Gênesis 45 Gênesis 46 Gênesis 47 Gênesis 48 Gênesis 49 Gênesis 50