Estudo sobre Êxodo 19
Êxodo 19
IV. A PROMULGAÇÃO DA
LEI (19.1—24.18)
1) A teofania no Sinai
(19.1-25)
Com a chegada dos
israelitas ao Sinai (v.1,2), o propósito principal do êxodo estava sendo
atingido (cf. 3.12). Mas antes havia preparativos a serem realizados. A
teofania no monte sagrado não era uma experiência a ser vivida de
forma leviana; grande parte do capítulo é dedicada à forma em que os
israelitas se prepararam para receber a revelação divina. v. 2. Como já
foi indicado, a localização do monte Sinai é uma questão muito debatida. A
tradição pende a favor de Jebel Musa (“montanha de Moisés”) no sul da
península do Sinai, embora as reivindicações a favor da vizinha Ras
Essafsafeh também tenham sido bem fundamentadas por alguns eruditos.
Alguns que pensam que Êx 19 descreve uma erupção vulcânica preferem
localizar o monte no noroeste da Arábia, visto que “não há evidências a
favor da existência de vulcões na península do Sinai” (Hyatt). No
entanto, é questionável se o nosso capítulo está descrevendo atividade
vulcânica. Ainda outros apresentam razões para localizar o monte
na região de Cades-Barneia, interpretando 3.18 no sentido de que o
Sinai estava muito mais próximo da fronteira egípcia do que está
o local tradicional. Esse ponto de vista introduz conflitos desnecessários
entre os vários conjuntos de dados apresentados no AT. Uma
identificação conclusiva é impossível; o fato importante é que houve um
Sinai. v. 3. Qualquer sugestão de que se pensava que Deus habitava no
monte Sinai é mal fundamentada se for baseada nesse versículo, v. 4. Cf.
Dt 32.10,11. Podemos discernir um padrão de aliança (ou tratado) nos v.
4-8: proclamação dos atos salvíficos de Deus (v. 4), formulação das
condições da aliança (v. 5,6), resposta do outro partícipe da aliança (v.
7,8). Cf. a introdução ao cap. 20. v. 5. meu tesouro pessoal:
usado várias vezes em referência a tesouros do rei (lCr 29.3; Ec 2.8). É a
palavra traduzida por “jóias” na VA em Ml 3.17. Embora toda a terra
seja minha: “monoteísmo implícito” (Stalker). Reivindicações
grandes e sublimes eram feitas em nome dos deuses da Babilônia e da
Assíria, mas os deuses não podiam se elevar acima dos sucessos militares
dos seus devotos. Em contraste a isso, o Deus de Israel nunca foi mais soberano
do que quando o seu povo estava exilado e desalojado da sua terra. v. 6. um
reino de sacerdotes: a expressão é única no AT, mas cf. Is 61.6. A ideia
não era que houvesse uma casta sacerdotal entre o povo; em vez disso,
todo o povo deveria usufruir de privilégios sacerdotais e ao mesmo tempo
cumprir uma função sacerdotal em relação aos outros povos. No NT, IPe 2.9
aplica esse termo à igreja, o ”novo Israel” (cf. Ap 1.6; 5.10; 20.6).
v. 9. confiar
sempre em você: cf. 14.31. O v. 9b é quase igual ao v. 8b. v. 10. lavar.
cf. as medidas de purificação aplicadas pelos levitas antes de se
apresentarem ao Senhor (Nm 8.21). v. 11. Deus somente apareceu no monte
Sinai; ele não habitava lá da forma em que os deuses de Safon e do
Olimpo o faziam (cf. comentário do v. 3). v. 12,13. As regras eram
necessárias em virtude do efeito de contágio da “santidade” da montanha;
poderia ser contraída até indiretamente (v. 13). v. 15. Relações
entre marido e mulher poderiam desqualificar uma pessoa de
participar dos ritos sagrados (cf. ISm 21.5). O v. 16 retrata
a teofania em termos de um temporal. Visto que o v. 18
parece referir-se a uma erupção vulcânica, tem-se argumentado com frequên-cia
que duas tradições distintas da teofania foram combinadas para produzir o
presente relato. As duas ideias não são mutuamente excludentes, sendo
ambas em grande parte representações convencionais da
presença divina, v. 21. A advertência é repetida no v. 24 (cf.
v. 12,13) para transmitir a necessidade absoluta de que todos se
mantivessem nos limites demarcados, v. 22. sacerdotes. seria
de admirar se os israelitas não tivessem tido nenhum tipo de oficial
religioso antes da consagração dos “sacerdotes levitas”. O termo
talvez até seja usado de forma proléptíca em relação a Arão, Nadabe e Abiú,
em consideração à sua indicação posterior para o sacerdócio (28.1;
cf. 24.1,2,9ss). Em 24.5, “jovens” são instruídos a oferecer sacrifícios
relacionados à cerimônia da aliança, fulminará'. cf. 2Sm
6.6ss. v. 25. avisou o povo é tradução que vai além do
original. Uma forma melhor seria “e disse a eles”, embora nesse caso
as palavras de Moisés tenham se perdido na transmissão do texto. (O
TM sofreu um acidente semelhante na transmissão de Gn 4.8, mas lá as
versões antigas vêm para socorrer o texto.)Índice: Êxodo 1 Êxodo 2 Êxodo 3 Êxodo 4 Êxodo 5 Êxodo 6 Êxodo 7 Êxodo 8 Êxodo 9 Êxodo 10 Êxodo 11 Êxodo 12 Êxodo 13 Êxodo 14 Êxodo 15 Êxodo 16 Êxodo 17 Êxodo 18 Êxodo 19 Êxodo 20 Êxodo 21 Êxodo 22 Êxodo 23 Êxodo 24 Êxodo 25 Êxodo 26 Êxodo 27 Êxodo 28 Êxodo 29 Êxodo 30 Êxodo 31 Êxodo 32 Êxodo 33 Êxodo 34 Êxodo 35 Êxodo 36 Êxodo 37 Êxodo 38 Êxodo 39 Êxodo 40