Números 30 — Análise Bíblica

Análise Bíblica de Números 30






Números 30

30:1-16 Prescrições acerca de votos
O capítulo 30 trata em detalhes da questão dos votos, mencionada de passagem anteriormente (29:39). Um voto era um compromisso assumido com Deus sob juramento de realizar ou deixar de realizar determinada atividade (cf. Dt 23:21-23; Ec 5:1-7). De acordo com o princípio fundamental apresentado nesse capítulo, Deus considera os votos com grande seriedade; por isso, o Pregador diz: “Melhor é que não votes, do que votes e não cumpras” (Ec 5:5). Deus ordena: Quando um homem fizer voto ao Senhor ou juramento para obrigar se a alguma abstinência, não violará a sua palavra; segundo tudo o que prometeu, fará (30:1-2).
Nas escrituras, o termo “homem" é, com frequência, uma designação geral para todas as pessoas e, portanto, inclui as mulheres. Contudo, em 30:2 Deus está falando especificamente aos indivíduos do sexo masculino. No mundo antigo, a submissão das mulheres à autoridade dos homens tomava a situação ainda mais complexa quando uma mulher fazia um voto.
Apesar de todas as mulheres terem liberdade de fazer votos, as mulheres casadas, sujeitas ao marido, e as moças, sujeitas à autoridade do pai, não deviam assumir o compromisso de cumprir um voto se a figura masculina de autoridade não consentisse (30:3-8). No entanto, os homens não tinham permissão de usar seu poder para repudiar um voto como forma de ameaçar uma mulher. Ao ficar sabendo do voto, o homem devia decidir de imediato se consentia com ele ou não. Uma vez que tivesse aceito o voto de sua esposa ou filha, quer de forma verbal quer simplesmente permanecendo em silêncio acerca do assunto, não podia obrigar a mulher a quebrar esse voto posteriormente. Se tentasse proceder desse modo, ele próprio, e não a mulher, seria responsabilizado pelo não cumprimento do voto (30:10-15).
Um grupo de mulheres não estava sujeito à autoridade imediata de um homem, a saber, as viúvas e divorciadas, apesar de essas mulheres muitas vezes sofrerem por causa de sua condição social precária e falta de propriedades, em se tratando dos votos, considerava-se que possuíam a mesma autoridade dos homens, sendo responsáveis, portanto, por todos os votos que faziam e devendo arcar com as responsabilidades e consequências negativas ou positivas (30:9).
A Bíblia mostra vários indivíduos que fizeram votos a Iteus. Ana, a mãe de Samuel, prometeu dedicar seu filho ar Senhor (ISm 1:9-11). Jefté, por outro lado, fez um voto insensato quando prometeu a Deus irrefletidamente: “Se, com efeito, me entregares os filhos de Amom nas minhas mãos, quem primeiro da porta da minha casa me sair ao encontro, voltando eu vitorioso dos filhos de Amom, esse será do Senhor, e eu o oferecerei em holocausto” (Jz 11:30-31,. Infelizmente, quem saiu ao encontro de Jefté foi sua filha. A seriedade com a qual um voto deve ser considerado é indicada pela reação dessa filha ao voto de seu pai: “Pai meu, fizeste voto ao Senhor; faze, pois, de mim segundo o teu voto; pois o Senhor te vingou dos teus inimigos, os filhos de Amom” (Jz 11:36). Jefté foi obrigado a cumprir seu voto e oferecer sua filha a Deus (não necessariamente como holocausto — cf. comentário no livro de Juízes).

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