Números 32 — Análise Bíblica

Análise Bíblica de Números 32



Números 32

32:1-42 Um pedido controverso
O capítulo 32 registra o pedido de duas tribos israelitas para se estabelecerem em Gileade, na Transjordânia. Descreve o mal-entendido inicial provocado pelo pedido e define condições rígidas para que essas duas tribos e a meia tribo de Manassés possam se assentar nessa região.
As tribos de Rúben e Gade pediram permissão a Moisés para se assentar do lado leste do rio Jordão, no território que os israelitas haviam capturado de Ogue e Seom (32:1-5,33; cf. 21:21-35). Moisés rejeitou o pedido, temendo que, se essas tribos permanecessem na Transjordânia e não lutassem nas batalhas que Israel ainda tinha pela frente, os outros israelitas desanimariam e o povo ficaria desunido (32:6-7). 0 pedido também lhe pareceu uma forma de encobrir o medo que essas tribos tinham de entrar na terra prometida e o desejo de desistir no último instante, como seus antepassados haviam feito. A recusa dos israelitas da geração anterior em entrar na terra trouxera julgamento sobre a nação, e Moisés temia um novo julgamento de Deus caso esse pecado se repetisse (32:8-15). Consequentemente, ele não atendeu ao pedido, pois todas as tribos deviam conquistar juntas a terra prometida do outro lado do rio Jordão, e nenhuma divisão entre os israelitas seria tolerada.
Os rubenitas e gaditas responderam enfatizando seu compromisso com a comunidade e sua disposição de lutar ao lado de seus compatriotas até que todos estivessem assentados na terra prometida (32:16-19). Não estavam tentando evitar as batalhas pela frente e apenas cuidar dos seus próprios interesses. Sua disposição de lutar com o restante do povo expressa uma crença comum na África, segundo a qual a vida de uma pessoa é arraigada de tal modo na comunidade que podemos dizer: “Eu sou porque nós somos e, porque nós somos, eu sou”. Quem se separa da comunidade é como um galho cortado da árvore, que não demora a secar e morrer.
Moisés ouviu os argumentos e, por fim, aceitou as promessas solenes dos rubenitas e gaditas de participar das batalhas pela conquista coletiva da terra prometida antes de voltar aos seus assentamentos fora de Canaã (32:20-32). Deus exigiu que toda a comunidade se comprometesse com a conquista. A promessa de dar uma terra aos israelitas tinha o propósito de unificá-los, e não de promover interesses individualistas e isolar as pessoas umas das outras.
Depois da conquista, a meia tribo de Manassés também se assentou a leste do rio Jordão, e as duas tribos e meia construíram cidades (32:33-42).
A importância da união, da qual Moisés tem plena consciência, é expressada muito bem no provérbio suaíü: Umoja ni nguvu, utengano ni udhaifu (“A união é força; a divisão é fraqueza”) . Jesus também enfatizou a importância da união para os seus seguidores. Devemos permanecer unidos a ele, como os ramos de uma videira permanecem ligados ao seu tronco para não secar e morrer (Jo 15:1-8). Nossa união com Deus também é demonstrada em nossa união uns com os outros. Assim, Jesus orou para que sua igreja se unisse como sua agência de salvação na terra (Jo 17:26). A fim de conquistar o mundo para Cristo, a igreja precisa permanecer unida.

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