Significado de Gênesis 41

Gênesis 41

Gênesis 41 continua a história da ascensão de José ao poder no Egito. Faraó teve um sonho perturbador, e nenhum de seus sábios foi capaz de interpretá-lo. O copeiro então se lembrou de José e o recomendou ao faraó. José foi levado perante Faraó e interpretou seu sonho, predizendo sete anos de fartura seguidos de sete anos de fome. Impressionado com a sabedoria de José, o faraó o encarregou de se preparar para a fome que se aproximava. Este capítulo destaca os notáveis dons de interpretação e administração de José, bem como a soberania de Deus ao usá-lo para salvar o Egito e sua própria família.

Um dos temas centrais de Gênesis 41 é a importância de usar nossos dons para servir aos outros. A capacidade de José de interpretar sonhos e administrar recursos não era apenas uma habilidade pessoal, mas um dom que Deus lhe dera para o benefício de outras pessoas. Ao usar fielmente esses dons para ajudar o Egito a se preparar para a fome, José conseguiu salvar inúmeras vidas e finalmente se reunir com sua família. Este capítulo nos desafia a considerar como podemos usar nossos próprios dons e talentos para servir ao próximo e fazer a diferença no mundo.

Gênesis 41 é um poderoso testemunho da fidelidade e provisão de Deus. Apesar dos muitos obstáculos que José enfrentou ao longo de sua vida, Deus sempre esteve com ele, usando suas circunstâncias para seus próprios propósitos. Por meio da história de José, vemos o poder da fé, obediência e perseverança diante da adversidade. Somos lembrados de que Deus está sempre trabalhando em nossas vidas, mesmo quando não podemos ver, e que podemos confiar Nele para nos prover e nos guiar em todas as situações.

I. A Septuaginta e o Texto Hebraico

A perícope de Gênesis 41, no hebraico massorético e na tradução grega da Septuaginta (LXX), oferece um caso de estudo claro de como fraseologia, sintaxe e léxico hebraico-grego se entrelaçam e, por sua vez, como esse entrelaçamento ressoa no Novo Testamento (NT) — algo especialmente relevante, dado que os cristãos helenófonos liam o Antigo Testamento sobretudo na LXX. Logo no início, o hebraico de Faraó — ḥălôm ḥālamtî (“eu sonhei um sonho”) — é vertido pela LXX como enýpnion heṓraka (“vi um sonho”), deslocando o verbo de sonho (ḥlm) para o campo semântico da visão (horaō) e introduzindo o substantivo enýpnion (“sonho”), que se tornará termo técnico no grego bíblico. Essa escolha ajuda a explicar por que, no NT, “sonho” aparece tanto como enýpnion (cf. Atos 2:17) quanto como ónar (predileto de Mateus), marcando diferentes tradições lexicais; Mateus prefere ónar para os sonhos do “José” do NT (Mateus 1:20), enquanto a LXX de Gênesis 41 estabiliza enýpnion para o José do AT. Essa tensão lexical mostra continuidade temática com diversidade estilística: a mesma categoria de revelação onírica, mas com dois termos que as comunidades cristãs conheciam por causa da LXX.

A resposta de José ao rei, bilʿaday; ʾĕlōhîm yaʿăneh ʾet šĕlōm Parʿōh (“não por mim; Deus responderá o bem-estar de Faraó”), recebe na LXX uma formulação teologicamente densa: áneu tou Theoû ouk apokrithḗsetai tò sōtḗrion Pharaṓ — “sem Deus, não se dará [em resposta] a salvação/bem-estar de Faraó” (Gênesis 41:16). A inserção de tò sōtḗrion liga a semântica do “bem-estar” (šālôm) à noção grega de “salvação”, vocábulo que no NT designa o dom messiânico (Lucas 2:30; Atos 28:28). Assim, a LXX não apenas traduz, mas interpreta o hebraico, fornecendo um léxico soteriológico que o NT reaproveita.

A explicação de José sobre a duplicação dos sonhos — kî nāḵôn haddāḇār… ûmĕmahēr hāʾĕlōhîm laʿăśōṯô — é vertida por alēthès estai tò rhēma tò parà tou Theoû, kaì tachyneî ho Theós toû poiēsai autó (Gênesis 41:32). Aqui, três escolhas lexicais da LXX (alēthḗs, rhēma, tachyneî) ecoam no NT: rhēma como “palavra” eficaz (Lucas 1:38), e o campo semântico de tachýs (“depressa”, “prontamente”) tão caro, por exemplo, ao Apocalipse. A sintaxe grega — tò rhēma tò parà tou Theoû — cristaliza uma teologia da palavra divina que o NT herda: a ação de Deus se explicita como rhēma verdadeiro e hasteado à execução rápida.

A proclamação régia que entroniza José também mostra a força formativa da LXX. O hebraico descreve o ato de investidura com elementos simbólicos (anel, roupas finas, colar) e o clamor ʾabrēḵ diante do carro (Gênesis 41:42–43). A LXX especifica: daktýlion (anel), stolḗ byssínē (túnica/estola de linho finíssimo) e kloiós chrysoû (colar de ouro), e acrescenta o ato de proclamação por um kḗryx (“arauto”) que ekḗryxen ἔmprosthen autou; Faraó “katéstēsen [José] ep’ holēs gēs Aigyptou” (Gênesis 41:42–43). Esses termos cruzam com o NT: stolḗ/byssos reaparece na imagética de santidade (Apocalipse 19:8), daktýlios e stolḗ figuram na restauração do filho pródigo (Lucas 15:22), enquanto kērýssō/kḗryx fundamenta a linguagem apostólica da pregação (cf. 2 Timóteo 1:11). A sintaxe kathistēmi epí (“constituir sobre”) aparece, com idêntico valor de delegação, em ditos de Jesus (Mateus 24:45), o que reforça a continuidade conceitual de “autoridade delegada” do AT para o NT via grego bíblico.

Ainda no campo administrativo, a LXX recorre a termos técnicos para a política de armazenamento: synagō “recolher” e brṓmata/sîtos “alimentos/grão”, com mencões explícitas aos sitobōlōnes (“celeiros/entrepostos”) que José “abriu” durante a fome (Gênesis 41:35–36, 48, 56). Isso dialoga com a parábola dos celeiros no NT (embora Lucas 12 use apothḗkai, não sitobōlōnes), e com o tratamento ético de brōma em 1 Coríntios 8:8 — o mesmo termo de base de Gênesis 41 na LXX — mostrando como o vocabulário do alimento/estoque se converte em campo para catequese cristã.

A hipérbole “como a areia do mar” para a abundância de grão (Gênesis 41:49) é vertida pela LXX como hōsei tēn ámmon tēs thalássēs, fórmula que o NT reaproveita ao citar Isaías (Romanos 9:27), reforçando a continuidade intertextual: a própria cadência da expressão hebraico-grega da LXX torna-se a língua franca das citações apostólicas.

A avaliação régia de José como homem “em quem há rûaḥ ʾĕlōhîm” (Gênesis 41:38) ganha na LXX a forma clássica do grego cristão: andra en hō tò pneûma Theoû. Essa fórmula verbaliza, em linguagem que o NT herdará, a presença do Espírito de Deus em pessoas específicas (cf. Atos 6:3; 11:24). Além disso, a frase seguinte, chamando José de “phronimṓteros kai synetṓteros” (Gênesis 41:39), estabelece uma ponte léxica com o vocabulário sapiencial do NT (phronimos, synesis; ver Mateus 7:24; Colossenses 1:9), ilustrando como a LXX consolidou o eixo terminológico da sabedoria piedosa.

A teologia da providência também se condensa na onomástica. José chama o primogênito de Manassés, “pois Deus me fez esquecer” (naššanî), que a LXX verte por ephilathésthai me epoiēsen ho Theós (Gênesis 41:51); o segundo, Efraim, “pois Deus me fez prosperar”, aparece como ēúxēsen me ho Theós (Gênesis 41:52). O verbo epilanthánomai reaparece programaticamente em Paulo — “esquecendo-me das coisas que para trás ficam” (Filipenses 3:13) — mostrando como o grego da LXX oferece ao apóstolo um léxico existencial de “memória” e “esquecimento” transposto da história de José para a vida cristã.

A nota cronológica “José tinha trinta anos” (Gênesis 41:46) encontra paralelos tipológicos na idade de Jesus ao iniciar seu ministério público (Lucas 3:23). A LXX registra Iōsēph dē ēn etōn triákonta, enquanto Lucas escreve ōsei etōn triákonta; ainda que não seja “prova” por si só de intencionalidade, a recorrência do marco etário dentro do mesmo universo léxico grego (LXX e NT) facilita leituras cristãs que veem na ascensão de José uma sombra do ofício público do Messias. Além disso, Estêvão, em Atos 7, reconstrói a carreira de José explicitamente na linguagem da LXX, declarando que Deus o constituiu “governador sobre o Egito e toda a sua casa”, reforçando a continuidade semântica e teológica entre Gênesis 41 e a narrativa cristã primitiva.

Esses pontos mostram como a “sintaxe de autoridade” (kathistēmi epí + genitivo/dativo; ep’ holēs gēs), a “fraseologia de proclamação” (kērýx/kerýssein), o “léxico soteriológico” (sōtḗrion para šālôm), e a “onomástica teológica” (Manassés/Efraim com epilanthánomai/auxánō) são forjados, estabilizados e, por fim, reutilizados no NT. Longe de ser mero veículo, a LXX interpreta e molda a recepção do texto hebraico, oferecendo à igreja primitiva um conjunto de termos-chave e estruturas sintáticas com as quais ela articulou evangelho, ministério e ética. É por isso que boa parte das citações e ecos do AT no NT seguem a LXX ou seu campo lexical, como observa a literatura especializada de divulgação acadêmica (e.g., Bible Odyssey), ainda que o quadro seja complexo e inclua, por vezes, traduções próprias ou citações que não coincidem exatamente com a LXX disponível.

Ao ler Gênesis 41 dessa forma “triangular” — hebraico, LXX e NT — percebe-se uma coerência narrativa e teológica que não depende da uniformidade literal, mas de uma rede léxico-sintática em que os grandes temas bíblicos (revelação, soberania, sabedoria, Espírito, salvação, missão) circulam. O hebraico fornece os eventos e as raízes semânticas; a LXX fornece a “gramática” grega desses temas; e o NT, escrevendo em grego para comunidades marcadas pela LXX, reconhece essa gramática e com ela confessa que “o rhēma de Deus é verdadeiro” e que Ele “apressa-se” em cumprir seu propósito — do Egito de José à cruz e à ressurreição de Jesus.

II. Comentário de Gênesis 41

Gênesis 41.1-57 Este capítulo descreve a virada na vida de José. Ele ascendeu de um calabouço para a sala do trono egípcio. Deus desenhou as circunstâncias para que, por meio de José, Ele suprisse as necessidades de uma nação durante a fome que viria e reunisse novamente a família de Jacó.

Gênesis 41.1-8 Os dois sonhos do faraó haviam sido providenciados por Deus. Os sonhos em Gênesis 40.5 ocorreram a fim de que José posteriormente fosse reconhecido como um bom intérprete e fosse chamado para interpretar os sonhos do faraó, que cooperariam para que os dois sonhos que Deus concedeu a José também se tornassem realidade (Gn 37.5-9).

Gênesis 41.1 Da mesma forma que seus servos, faraó teve um sonho incomum, enxergando que neste havia um grande significado. O rio citado aqui é o Nilo, uma fonte de vida no Egito.

Gênesis 41.2 No antigo modo semita de pensar, o número sete tinha uma importância especial. Talvez esse significado esteja relacionado com os sete dias da criação (cap. 1).

Gênesis 41.3, 4 Feias e magras. O segundo grupo de vacas contrasta de forma gritante com o primeiro. Elas comiam as formosas e gordas. A cena rapidamente se transforma em um pesadelo à medida que as vacas esqueléticas devoram as gordas e saudáveis.

Gênesis 41.5-7 O segundo sonho era muito semelhante ao primeiro, mas desta vez os elementos principais não eram as vacas, e sim as espigas. O número sete se destacava novamente.

Gênesis 41.8 O termo hebraico traduzido como adivinhadores [hb. chartom] tem relação com a palavra que significa buril [hb. cheret], um instrumento com ponta de aço feita para gravar inscrições em metal, pedra etc. Assim, os adivinhadores estão associados de certa forma à escrita e ao conhecimento, mas de maneira mística. Contudo, aqui, como em outras passagens (Ex 8.18,19), o poder deles se mostrou ineficiente. Os sábios (hb. hakam; termo usado também para o homem sábio de Israel em Pv 1.5) eram uma classe de eruditos que viviam nas cortes no antigo Oriente Médio. Encarregavam-se das religiões pagãs ou simplesmente observavam e interpretavam os acontecimentos do cotidiano. E Faraó contou-lhes os seus sonhos, mas ninguém havia que os interpretasse a Faraó. Um fato similar aparece em Daniel 2.1-13.

Gênesis 41.9 A palavra hebraica hata'im é geralmente traduzida como pecados. Finalmente o copeiro se lembrou de sua estada na prisão e do jovem prisioneiro hebreu que interpretara seu sonho, dando-se conta de que estava em falta para com ele (Gn 40.9-15).

Gênesis 41.10-12 Nos versículos 10 e 12, a expressão capitão da guarda se refere a Potifar (Gn 39.1,19,20).

Gênesis 41.13, 14 José era o encarregado da prisão (Gn 39.22,23). Os homens egípcios não só barbeavam o rosto como também rapavam todos os pelos do corpo. Geralmente usavam peruca. Os oficiais egípcios menosprezavam os cananeus, que eram peludos, inclusive os hebreus (Gn 43.32). Como servo de Potifar, José provavelmente adotou o visual e a maneira de se vestir dos egípcios. Mas, na prisão, ele não mantinha essa aparência.

Gênesis 41.15 O faraó estava perturbado. Ele ansiava que alguém pudesse interpretar corretamente seu sonho.

Gênesis 41.16 Isso não está em mim; Deus dará resposta de paz a Faraó. Há uma grande ênfase na ação de Deus. José evidenciou o poder do Deus vivo na corte pagã do faraó. Ele não tinha a intenção de levar o crédito pela interpretação dos sonhos ou de usar a sua inocência para pleitear a liberdade. Assim, José asseverou que Deus daria a resposta de paz ao faraó. Isso indica que José já sabia que o sonho continha boas notícias para o faraó.

Gênesis 41.17-24 O faraó repetiu a narrativa do sonho, que fora contada aos adivinhadores e aos sábios (Gn 41.1-8). Contudo, um detalhe novo é fornecido aqui (v. 21): as sete vacas feias não apresentaram uma aparência melhor após devorarem as sete vacas boas (v. 30).

Gênesis 41.25 Conduzido pelo Espírito de Deus, José revelou ao faraó que os dois sonhos tinham o mesmo significado (Gn 22.15) e que Deus revelara ao faraó. Novamente, José citou e enalteceu o Deus vivo em uma corte pagã (Gn 39.3). Deus havia concedido os sonhos ao faraó e capacitado José a compreendê-los. Por fim, Deus deixou claro que estava e sempre estaria no comando de todas as coisas [bem como que deseja relacionar-se pessoalmente com cada ser humano].

Gênesis 41.26-28 A repetição da frase o que Deus há de fazer, mostrou-o a Faraó visa enfatizar a ideia de que todas as coisas estão submetidas a Deus (v. 32). O Senhor colocou José no Egito durante o período crítico para que Ele pudesse abençoar todas as nações por meio de um hebreu. Então, a bênção do verdadeiro Deus vivo se tornaria conhecida por todo o mundo antigo, pois Ele prometera abençoar todas as nações usando o povo de Israel para isso (Gn 12.2).

Gênesis 41.29, 30 A fome seria tão severa que as pessoas não se lembrariam dos anos em que havia fartura.

Gênesis 41.31, 32 José enfatizou a existência e o poder do verdadeiro Deus. Ele deixou bem claro que estava falando de um só Deus, e não de deuses falsos que eram adorados na corte egípcia ou até mesmo do próprio faraó, que também era considerado como um deus pelos seus súditos (Gn 22.1; 42.18).

Gênesis 41.33 A expressão um varão inteligente e sábio significa um homem extraordinariamente sábio.

Gênesis 41.34 Guardar um quinto da colheita pode parecer muito. Entretanto, a grande quantidade armazenada durante o período de prosperidade permitiria que houvesse menos preocupações se algo eventualmente se estragasse, representaria um ganho extra pela comercialização do excedente e ainda deixaria reservas de grãos para o plantio após os sete anos de fome.

Gênesis 41.35 Essa grande reserva alimentar representaria uma ampliação do reinado e da autoridade do faraó, durante a seca.

Gênesis 41.36-38 Acharíamos um varão como este, em quem haja o Espírito de Deus? Aqui o faraó reconhece que José era extraordinariamente sábio e, mais precisamente, testemunha o poder de Deus na vida de José. Os egípcios mantinham enormes celeiros de pedra, principalmente para os grãos (Gn 41.48). Isso os deixava protegidos contra a fome e ajudava a estabilizar os preços dos produtos. Os celeiros eram frequentemente ligados aos templos. O administrador era considerado um ser divino, e o grupo encarregado do manejo e da distribuição dos produtos era o mais importante no governo fundamentalmente religioso do Egito.

Gênesis 41.39, 40 Tu estarás sobre a minha casa, e por tua boca se governará todo o meu povo; somente no trono eu serei maior do que tu. Como José era muito criterioso e sábio, ele foi designado para administrar todas as riquezas egípcias. Foi dado a José um enorme poder. Apenas o faraó estava acima dele.

Gênesis 41.41 O livro de Gênesis começa com a história da Queda de nossos primeiros pais no paraíso e termina com a exaltação de um escravo hebreu dos calabouços escuros a um lugar de destaque, ao lado do trono de um rei. Na ascensão de José, há uma simbologia de esperança para todos que acreditam no Deus todo-poderoso. Um dia, todas essas pessoas que forem fiéis ao Senhor também serão elevadas dos sombrios cárceres e de terríveis condições às posições de prestígio e glória em Cristo (SI 113.7-9; Ef 1).

Gênesis 41.42 Com o anel real, as ordens de José teriam a mesma autoridade que a palavra do faraó (Et 3.10; 8.2). O anel possuía a assinatura do rei, usada nos hieróglifos egípcios (Gn 38.18). José poderia usar o anel para marcar a argila ou a cera, autenticando decretos e documentos reais. Agora que José estava usando vestes de linho fino e um colar de ouro. Ele deve ter sentido que aquele mundo escuro dos calabouços ficou realmente no passado.

Gênesis 41.43 O povo egípcio deveria curvar-se em sinal de respeito e reverência a José devido ao seu cargo, não de adoração.

Gênesis 41.44 Sem ti ninguém levantará a sua mão ou o seu pé em toda a terra do Egito. A mão e o pé indicavam o enorme poder que o faraó concedeu a José.

Gênesis 41.45 O faraó honrou José dando-lhe um nome egípcio Zafenate-Panéia [Tsophnath Paneach ou pah-nay-akh] que significa tesouro do lugar glorioso ou do Deus que vive e fala. Mesmo que em alguns contextos este nome se refira a um deus egípcio, neste caso ele alude ao verdadeiro Deus de José. Ainda que José estivesse no Egito, seu nome apontava para a realidade de seu Deus. E deu-lhe por mulher a Azenate. Este nome egípcio Acanath significa pertencente à deusa Tsleith [ou Nateth]. Era ela filha de Potífera, nome que significa aquele que Rá deu. A cidade de Om ficava ao norte do Egito e era conhecida por sua adoração a Rá (o deus Sol). Contudo, José e os filhos de Azenate eram adoradores do Senhor, não de Rá. Apesar de José ter casado com a filha de um sacerdote pagão, ele educou seus filhos para adorarem ao Deus vivo. Provavelmente, sua mulher também se tornou uma adoradora do Senhor.

Gênesis 41.46 Treze anos se passaram desde que José fora vendido por seus irmãos (Gn 37.2). [Agora, ele estava com 30 anos, uma idade bastante simbólica para os hebreus, pois assinala a maturidade para o exercício de um ministério específico, especialmente o sacerdócio — ver Nm 4.30,35,39; 2 Sm 5.4; Lc 2.23).

Gênesis 41.47 Exatamente como Deus revelara, houve sete anos de abundância.

Gênesis 41.48, 49 O trabalho era enorme, pois havia muitos grãos. José tinha de ser um sábio administrador. Para o desempenho desta tarefa, as habilidades que ele adquiriu na casa de Potifar e na prisão real devem ter sido muito úteis. No final, Deus fez com que José fosse bem-sucedido em todas as suas atividades (v. 52;39.23).

Gênesis 41.50-53 Os dois filhos de Azenate dão continuidade ao tema dos dois irmãos em Gênesis (Ismael e Isaque, em Gn 16 e 21; Esaú e Jacó, em Gn 25.19-28; Perez e Zerá, em Gn 38.27-30).

Gênesis 41.54, 55 Os anos ruins vieram logo após a fartura. O faraó consentira que José administrasse a crise. Ele confiava plenamente na liderança de José.

Gênesis 41.56, 57 Primeiro, José enriqueceu ainda mais o tesouro do faraó vendendo os grãos aos egípcios. Depois, todas as terras [nações] vinham ao Egito para comprar alimento. Pessoas de toda parte foram comprar o trigo de José. Da mesma forma que José havia testemunhado às pessoas que o cercavam a respeito do verdadeiro Deus, agora ele podia testemunhar a todos os povos.

Índice: Gênesis 1 Gênesis 2 Gênesis 3 Gênesis 4 Gênesis 5 Gênesis 6 Gênesis 7 Gênesis 8 Gênesis 9 Gênesis 10 Gênesis 11 Gênesis 12 Gênesis 13 Gênesis 14 Gênesis 15 Gênesis 16 Gênesis 17 Gênesis 18 Gênesis 19 Gênesis 20 Gênesis 21 Gênesis 22 Gênesis 23 Gênesis 24 Gênesis 25 Gênesis 26 Gênesis 27 Gênesis 28 Gênesis 29 Gênesis 30 Gênesis 31 Gênesis 32 Gênesis 33 Gênesis 34 Gênesis 35 Gênesis 36 Gênesis 37 Gênesis 38 Gênesis 39 Gênesis 40 Gênesis 41 Gênesis 42 Gênesis 43 Gênesis 44 Gênesis 45 Gênesis 46 Gênesis 47 Gênesis 48 Gênesis 49 Gênesis 50

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