Jó 4 — Comentário Devocional

Jó 4

4.1ss Elifaz alegava ter recebido sabedoria secreta através de uma revelação especial de Deus (4.12-16), e que havia aprendi- do muito através da experiência pessoal (4.8). Seu argumento foi que o sofrimento é resultado direto do pecado, assim sendo, o sofrimento de Jó chegaria ao fim no momento em que seu pecado fosse confessado. Elifaz via o sofrimento como punição divina, que deveria ser bem recebida, a fim de trazer a pessoa de volta para Deus. Em alguns casos, é claro, isto podo ser verdade (Gl 6.7,8), mas não era este o caso de Jó. Embora tenha feito muitos comentários bons e verdadeiros. Elifaz fez três deduções erradas. (1) A pessoa boa e inocente nunca sofre. (2) Os que sofrem estão sendo punidos por seus pecados passados. (3) Por estar sofrendo, Jó havia cometido algum erro aos olhos de Deus. (Para saber mais sobre Elifaz, leia o quadro “Onde Podemos Encontrar a Sabedoria?” Tema era urna cidade comerciai em Edom, conhecida como local de sabedoria; leia Jr 49.7.)

4.7, 8 Parte do que Elifaz disse é verdadeiro, e parte é falso. É verdade que os que promovem pecado e problemas eventual mente serão punidos; e é falso que qualquer pessoa boa e inocente nunca sofrerá. Todo o material registrado e citado na Bíblia está ali pela vontade de Deus. Parte dele é um registro do que as pessoas disseram e fizeram, mas não é exemplo a ser seguido. Os pecados, as der rotas, os pensamentos malignos e as concepções erradas sobre Deus estão todos registrados na sua divina e inspirada Palavra, mas não devemos seguir os exemplos negativos apenas porque estão na Bíblia. A Bíblia fornece ensinamentos e exemplos do que devemos fazer, bem como do que não devemos. Os comentários de Elifaz são um exemplo do que devemos evitar: falso julgamento sobre as pessoas, baseados em nossas próprias experiências.

4.12, 13 Embora Elifaz alegasse que a sua visão era divinamente inspirada, é de se duvidar que tenha vindo de Deus, porque mais tarde Deus o criticou por falar em nome dEle (42 7). Qualquer que tenha sido a fonte da visão, ela está resumida em 4.17. Aparente mente), esta afirmação é completamente verdadeira — um mero mortal não pode comparar-se a Deus, e não deve questionar os seus motivos e atitudes. No entanto, Elifaz tomou este pensa mento e o expôs mais tarde, expressando as suas próprias opiniões. Sua conclusão (5.8) revela uma compreensão superficial de Jó e de seu sofrimento. É fácil para professores, conselheiros e amigos bem intencionados começarem com uma porção da verdade de Deus, mas então mudarem a tangente. Não limite Deus à sua perspectiva e à sua finita compreensão da vida.

4.18, 19 Será que os anjos realmente comentem erros? Lembre-se de que era Elifaz quem estava falando, e não Deus. Assim sendo, precisamos ser cuidadosos ao construirmos nosso conhecimento do mundo espiritual, baseados nas opiniões de Elifaz. Além disso, a palavra traduzida por “imperfeição” é usada apenas aqui, e o seu significado não está claro. Poderíamos sal var a credibilidade de Elifaz, dizendo que ele se referia aos anjos caídos, mas a finalidade desta passagem não é ensinar sobre os anjos. Elifaz estava dizendo que os seres humanos pecadores estão muito abaixo de Deus e dos anjos. Ele estava certo sobre a grandeza de Deus, mas não compreendia os seus maiores propósitos quanto ao sofrimento.

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