Estudo sobre Ezequiel 4:1-3
Estudo sobre Ezequiel 4:1-3
A tabuinha de argila era o livro no antigo Oriente Próximo. Em tábuas de argila macia que foram então cozidas para torná-las duráveis, os assírios e babilônios escreveram seus contratos particulares, registros e inscrições históricas. Arqueólogos descobriram bibliotecas inteiras desses tabletes de argila. O resultado dos esforços artísticos de Ezequiel foi uma tábua de argila com a cidade de Jerusalém desenhada, e modelos de obras de cerco, provavelmente torres móveis das quais os arqueiros podiam atirar sobre as paredes, uma rampa, campos inimigos para soldados e aríetes ao redor do modelo de barro da cidade. Este modelo de uma cidade sitiada foi deixado para todos verem como um lembrete visual semipermanente das ameaças do Senhor. Ele também serviu como ponto central e ponto de referência para as outras ações simbólicas do profeta.Nesta particular parábola de ação, Ezequiel deveria desempenhar o papel de Deus. Ele deveria virar seu rosto em oposição à cidade, para que eles percebessem que não era apenas o exército babilônico que estava sitiando Jerusalém, mas o próprio Deus. A panela de ferro colocada como uma parede de ferro entre Ezequiel (Deus) e a cidade provavelmente representava os pecados que os haviam separado de seu Deus (Isaías 59:2) e a resultante vontade imutável de Deus de levar a cabo a punição que esta cidade merecia.
A parábola da ação, então, era mais do que apenas um anúncio de que Jerusalém logo seria sitiada. Foi também uma declaração de que esta tragédia não foi produzida apenas pelas ações políticas e pela guerra dos homens. Não, foi o julgamento de Deus. Deus ia sitiar a cidade porque ela havia se rebelado contra ele. Essa parábola deveria ter levado os exilados a perguntarem: “Por que Deus direcionará sua ira contra Jerusalém dessa maneira?” Tal pergunta daria a Ezequiel a chance de lembrá-los de sua rebelião contra o Senhor.
Sempre que a nossa fé está sendo assediada pela incredulidade ao nosso redor ou sempre que a nossa determinação de viver uma vida piedosa é assediada pela impiedade comum do nosso mundo, é uma reação reflexa dizer: “Deus, por que você está deixando isso acontecer comigo? Nosso Senhor todo-sábio permite que esses cercos entrem em nossas vidas para o nosso melhor interesse. Nesses momentos, seria bom pedir a Deus por compreensão. Então veremos que benefício ele tinha em mente para nós quando permitiu que esses cercos entrassem em nossas vidas.
O reconhecimento da presença dirigente de Deus em nossas vidas é muitas vezes a única coisa que pode nos levar a uma situação difícil. A outra alternativa é pensar que todas as coisas são arbitrárias, produzidas por alguma força cega ou pelos caprichos dos seres humanos pecaminosos à nossa volta. Essa mentalidade pode levar ao desespero sem sentido e à desesperança que vemos ao nosso redor.
Aprofunde-se mais!
Fonte: Kuschel, K. B. (1986). Ezekiel. The People’s Bible (p. 28). Milwaukee, Wis.: Northwestern Pub. House.