Estudo sobre Gálatas 6:1-5
Estudo sobre Gálatas 6:1-5
Paulo pede tratamento atencioso dos fracos e errantes. Aqueles que foram enganados e mantidos temporariamente em uma posição errada se sentiriam envergonhados. Quão fácil teria sido para aqueles que estavam do lado certo da questão judaizante serem convencidos por terem estado certos o tempo todo. Se eles o esfregassem, eles indubitavelmente provocariam os outros.
Paulo não se limita apenas a problemas com a judaização, no entanto. Ele fala em termos gerais quando escreve: “Irmãos, se alguém for pego em pecado, vocês que são espirituais devem restaurá-lo gentilmente. Mas observe a si mesmo, ou você também pode ser tentado. Leve os fardos uns dos outros e, assim, você cumprirá a lei de Cristo.”
Paulo está colocando óleo em águas turbulentas aqui enquanto ele entrega sua carta e espera por resultados favoráveis. Ele usa o termo cativante “irmãos” para se dirigir aos gálatas. Tatamente, ele prefacia seus conselhos com a cláusula condicional “Se alguém é pego em pecado” - ou como também poderia ser traduzido, “Sempre que alguém é pego em um pecado”. Paulo não está sofrendo com aqueles que precisam de ajuda. Nem os irmãos fortes, os gálatas “espirituais”.
Mas os cristãos fortes devem ajudar os fracos. O pecado detectado na vida de um irmão não pode ser ignorado. Precisa ser repreendido e arrependido. A saúde espiritual do irmão precisa ser “restaurada”. (Ver Mateus 18:15): “Se ele te ouvir, você venceu seu irmão”.) Os corretores, no entanto, devem tornar este serviço “gentilmente”.
Paulo usa novamente a linguagem de imagens quando insiste: “Leve os fardos uns dos outros”. Corrigir e admoestar um irmão não é dominá-lo. Está ajudando ele. Ele está compartilhando um fardo, tornando-o nosso e mostrando uma preocupação genuína sobre ele, de modo que, em um sentido real, estamos nos unindo a ele para carregá-lo.
“Deste modo você cumprirá a lei de Cristo”, diz o apóstolo. Precisamos manter duas coisas em mente para não interpretar mal Paulo aqui. “Lei” não significa, neste caso, uma exigência legal, mas, sim, um padrão, um modelo a ser seguido. Além disso, o novo homem no cristão não segue o padrão de Cristo para ganhar favor ou mérito com Deus; em vez disso, ele age em agradecimento por tudo o que seu gracioso Deus fez por ele. Paulo usa muito o mesmo encorajamento com os efésios quando escreve: “Seja gentil e compassivo uns para com os outros, perdoando uns aos outros, assim como em Cristo Deus vos perdoou” (4:32).
A bondade e a consideração do irmão mais forte não são apenas importantes para o irmão mais fraco, mas essa ação também é importante para o irmão mais forte. Se ele agisse de outra forma, ele de fato colocaria em risco seu próprio status espiritual. Paulo soa uma nota de cautela e sugere um procedimento útil: “Se alguém pensa que é alguma coisa quando não é nada, ele se engana. Cada um deve testar suas próprias ações. Então ele pode se orgulhar de si mesmo, sem se comparar a outra pessoa, pois cada um deve carregar sua própria carga “.
A tentação está sempre presente para o irmão mais forte se comparar ao irmão mais fraco e depois se sentir convencido em sua força relativamente maior. Como antídoto para essa abordagem injustificada, Paulo nos lembra que “cada um deve carregar sua própria carga”. Todos devemos individualmente dar conta de nós mesmos diante de um Deus justo e santo. Paulo escreveu aos coríntios: “Todos devemos comparecer perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba o que lhe é devido pelas coisas que se realizam no corpo, sejam boas ou más” (2 Coríntios 5:10).
Em vista do dia do juízo final, “cada um deve testar suas próprias ações”. Isso significa medir a nós mesmos não contra a conduta de pecadores fracos e falíveis, mas contra a lei santa e justa de Deus. Essa lei exige perfeição. Essa lei não se refere apenas a atos e ações, mas também a pensamentos e motivos. Essa lei faz a observação de que do coração vêm “maus pensamentos, imoralidade sexual, roubo, assassinato, adultério”, e assim por diante (Marcos 7:21).
“Cada um deve testar suas próprias ações”, aconselha Paulo. Há uma certa vantagem em suas palavras quando ele continua: “Então ele pode se orgulhar de si mesmo”. Na verdade, ele quer dizer exatamente o contrário! “Olhe para si mesmo no espelho da santa lei de Deus”, diz Paulo, “e você não verá absolutamente nenhuma base para o orgulho. Você só verá pecados e defeitos, e sentirá vergonha e remorso por causa de seu recorde surrado. Você vai perceber que você diariamente precisa da graça e da misericórdia de Deus, tanto quanto o irmão “mais fraco”, a quem você estava originalmente inclinado a se sentir superior.
Advertências Gerais
O objetivo principal de Paulo ao escrever a carta aos gálatas era abordar a confusão causada pelos judaizantes. Eles insistiram que além de crer em Cristo, os gálatas também tinham que observar a Lei de Moisés com seus ritos e cerimônias. Paulo rebateu isso com uma firme defesa da salvação somente pela fé, sem o acréscimo de quaisquer obras de lei. Paulo seguiu isso com o duplo incentivo para permanecer firme em sua liberdade da lei, mas não para usar essa liberdade como uma licença para pecar. Ele então se moveu para encorajá-los a mostrar tratamento atencioso para com qualquer irmão que ainda possa ter alguma dificuldade em entender o significado doutrinário de tudo isso e aplicá-lo em suas vidas cotidianas.
Paulo agora passa para encorajamentos mais gerais, não ligados diretamente à doutrina da justificação.
Fonte: Panning, A. J. (1997). Galatians, Ephesians. The People's Bible (p. 102). Milwaukee, Wis.: Northwestern Pub. House.
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