Isaías 10 — Comentário Devocional

Isaías 10

Isaías 10 continua o tema do julgamento de Deus e as consequências da arrogância e da opressão humanas. Também enfatiza a soberania de Deus e o Seu papel em usar as nações como instrumentos do Seu julgamento.

O capítulo começa por pronunciar a desgraça daqueles que promulgam leis injustas e medidas opressivas contra os vulneráveis, especialmente viúvas e órfãos. Condena aqueles que exploram o seu poder para ganhos pessoais e ignoram as necessidades dos menos afortunados.

O capítulo então descreve a Assíria como um instrumento do julgamento de Deus contra Israel. Contudo, mesmo enquanto a Assíria realiza as suas conquistas, torna-se arrogante e atribui o seu sucesso apenas à sua própria força, desconsiderando o papel de Deus na questão. Por causa desta arrogância, a Assíria também enfrentará o julgamento divino.

Isaías 10 destaca valores morais como justiça, humildade e as consequências do orgulho e da opressão. Lembra aos leitores a importância de tratar os menos afortunados com compaixão e respeito. O capítulo também sublinha o conceito da autoridade última de Deus e o princípio de que as nações sobem e descem de acordo com o Seu plano divino. Serve como um alerta contra a confiança excessiva nas próprias habilidades e a desconsideração do envolvimento de Deus nos assuntos humanos.

Comentário Devocional

10.1 Deus castigará os juízes injustos, bem como aqueles que fazem leis injustas. Os que oprimem os semelhantes também serão oprimidos. Não é suficiente viver em um pais fundamentado da justiça: cada indivíduo deve agir de modo justo para com os pobres e os mais frágeis. Não transfira a sua responsabilidade ao governo ou mesmo à igreja. Cada um de nós é responsável perante Deus por aquilo que faz.

10.7 Embora a Assíria não soubesse que fazia parte do plano de Deus, o Senhor usou essa nação para castigar o seu povo. Deus realiza seus planos na história, mesmo sendo rejeitado por povos e nações. Nosso Deus soberano e poderoso não colocou simplesmente o mundo em movimento e o abandonou! Porque o Deus soberano e poderoso, ainda hoje, está no controle, sentimo-nos seguros mesmo em um mundo que se transforma rapidamente.

10.9 Calno. Carquemis. Hamate. Arpade, Samaria e Damasco foram cidades conquistadas pela Assíria. Certo de que grandes vitórias aumentariam o seu império, o rei da Assíria fez um arrogante discurso. Nessa ocasião, a Assíria já havia conquistado inúmeras cidades e acreditava que a nação de Judá seria derrotada assim como as demais. Não sabia, porém, que ela estava sob a poderosa mão de Deus.

10.10 Samaria e Jerusalém estavam repletas de ídolos que eram impotentes contra a máquina militar dos assírios. Somente o Deus do universo poderia derrotar a Assíria. No entanto, só faria isto depois de utilizar essa nação para cumprir os seus propósitos.

10.12 O castigo predito para a Assíria aconteceu no ano 701 a.C.. quando 185 mil soldados assírios foram mortos pelo anjo do Senhor (37.36,37). Mais tardo, o Império Assírio caiu sob o domínio da Babilônia, para nunca mais voltar a ser uma potência mundial. Os assírios eram arrogantes. Orgulhosos das vitórias que Deus lhes havia permitido, acreditavam ter conquistado tudo com o seu próprio poder. Nossa perspectiva também pode ser distorcida pelo orgulho de nossas realizações. Se não reconhecermos Deus como aquele que tem o controle de nossa vida e que realiza os seus propósitos, também teremos todas as probabilidades de fracassar.

10.15 Nenhuma ferramenta ou equipamento consegue executar sua missão sem o auxílio de um poder maior. Os assírios eram uma ferramenta nas mãos de Deus, mas não o reconheceram. Quando um simples instrumento se vangloria de possuir um poder maior do que aquele que a usa, corre o risco de ser descartado. Somos úteis somente à medida que permitimos ser usados por Deus.

10.17 A ruína da Assíria aconteceu em 612 a.C.. quando sua capital, Nínive, foi destruída. A Assíria havia sido o instrumento usado por Deus para castigar Israel, porém também seria castigada por sua iniquidade. Ninguém escapa ao castigo divino contra o pecado, nem mesmo a mais poderosa das nações (SI 2).

10.20-21 Uma vez que o exército assírio estava aniquilado, um pequeno grupo dentre o povo de Deus deixou de confiar na Assíria, e voltou a confiar em Deus. Esses remanescentes representavam apenas uma fração da antiga população de Israel: veja Esdras 2.64,65 para mais informações sobre o pequeno número de pessoas que retornou a Judá (ver também 11.10-16). Aqueles que permaneceram fiéis a Deus, apesar dos horrores da invasão, são chamados de remanescente. A chave para fazer parte desse grupo era a fé. Ser descendente de Abrão, ter vivido na Terra Prometida ou haver em alguma ocasião confiado em Deus nada disso era suficiente. Estaria você confiando em sua herança cristã, nos rituais da adoração ou em sua experiência passada para o qualificar como pertencente à família de Deus? A chave para ser um verdadeiro cristão é a fé no Senhor.

10.28-34 A forma como essas cidades estão relacionadas assemelha-se à que os assírios adotariam para a invasão de Judá em 701 a.C. Iriam de Aiate (provavelmente Ai), na fronteira norte, até Nobe (pouco mais de 3 Km de Jerusalém).