Significado de 1 Pedro 1

1 Pedro 1

1 Pedro 1 aborda temas como salvação, fé, esperança e santidade no contexto da vida cristã. Ele oferece encorajamento e exortações aos crentes que estão enfrentando provações e desafios.

O capítulo começa com Pedro dirigindo sua carta aos exilados eleitos espalhados por várias regiões. Ele enfatiza seu status escolhido e sua santificação pelo Espírito Santo para obediência a Jesus Cristo.

Pedro louva a Deus pela viva esperança e herança que os crentes têm através da ressurreição de Jesus Cristo. Apesar de enfrentar provações, sua fé em Cristo leva a uma alegria genuína que supera as circunstâncias temporárias.

O autor ressalta o valor da fé em meio às provações, afirmando que a fé é testada para resultar em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo. Ele também discute o conceito de salvação, indicando que os profetas e anjos ansiavam por compreender a graça concedida aos crentes.

O capítulo encoraja os crentes a colocarem sua esperança totalmente na graça que será revelada na revelação de Jesus Cristo. Pedro os exorta a viver em santidade, evitando a conformidade com a ignorância anterior e seguindo o exemplo de Deus que é santo.

O autor enfatiza a preciosidade do sangue de Cristo, descrevendo-o como um cordeiro sem defeito ou mácula. Através do sacrifício de Cristo, a fé e a esperança dos crentes estão em Deus.

Em resumo, 1 Pedro 1 aborda temas de salvação, fé, esperança e santidade. O capítulo encoraja os crentes a suportar as provações com fé, resultando em alegria e na revelação de Jesus Cristo. Enfatiza o valor de viver em santidade e estabelece uma base para os temas que serão desenvolvidos nos capítulos subsequentes da epístola.

Significado

1.1 Pedro, o autor desta carta, escreve aos cristãos que viviam na Ásia Menor (a atual Turquia). omo um modo de encorajá-los, ele se identifica com aqueles que vivem à luz de seu relacionamento com Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo (v. 2).

Apóstolo. Pedro recebe uma missão especial do Senhor para atuar como uma autoridade oficial e um representante de Deus entre os cristãos, a fim de levar a mensagem de Deus a eles.

Estrangeiros. Esses cristãos não pertenciam ao mundo em que viviam, mas a um mundo celestial. Dispersos. Esse termo nos remete àqueles que estavam espalhados entre os estrangeiros, como os judeus exilados do Antigo Testamento que não viviam em sua terra natal, mas na Babilônia.

Ponto... Bitínia. Pedro endereça sua carta aos cristãos da província da Ásia Menor. Essa região havia sido amplamente evangelizada por Paulo durante suas viagens missionárias (At 2.9-11; 16.6,7; 18.23; 19.26).

1.2 Os cristãos são escolhidos para fazer parte da família de Deus não porque fizeram alguma coisa para merecer isso ou porque são especiais, mas por causa da infinita misericórdia do Senhor e de Seu amor incondicional.

Santificação é o processo contínuo pelo qual o Espírito Santo trabalha na vida dos cristãos, tornando-os santos e separando-os de seus caminhos maus, para que eles se pareçam cada vez mais com Deus. Obediência. Um dos motivos pelos quais Deus nos escolhe é para que sirvamos a Ele.

Aspersão do sangue. Esse conceito, o segundo motivo pelo qual Deus nos escolhe, chama nossa atenção para três situações no Antigo Testamento em que os israelitas aspergiam sangue de animais: (1) A aspersão de sangue sobre os israelitas no monte Sinai por Moisés para simbolizar a sua iniciação à aliança (Ex 24-5-8); (2) A aspersão de Arão e seus filhos para serem sacerdotes de Israel (Ex 29.19-21); e (3) A aspersão de sangue feita pelos sacerdotes sobre os leprosos para simbolizar sua purificação (Lv 14-1-9). Pedro aqui tinha em mente um desses três casos.

1.3-11 Deus supre todas as nossas necessidades nesta vida e fará isso na vida futura também. E por isso que podemos enfrentar nossos problemas diários com alegria, sabendo que nossa existência e nosso destino estão nas mãos de Deus. O que Ele nos deu é algo especial — tão especial que os santos do Antigo Testamento desejavam entender e os anjos do céu maravilham-se.

1.3 Segundo a sua grande misericórdia. Nossa salvação está fundamentada na misericórdia de Deus, na atitude de compaixão que Ele teve para conosco, embora fôssemos pecadores. Nos gerou de novo. Deus deu aos cristãos uma nova vida espiritual, que os leva a viver de uma maneira totalmente diferente da que viviam antes.

Para uma viva esperança. Esperança aqui não significa apenas um desejo, mas uma forte convicção de que a vida não acabará com a morte, mas continuará por toda a eternidade. C. S. Lewis disse que a esperança é uma das virtudes teológicas.

Isso significa que a busca constante do mundo eterno não é (como alguns acham hoje em dia) um sentimento ou uma forma de escapismo da realidade, mas algo que é essencial para os cristãos. No entanto, isso não significa que devemos conformar-nos com o mundo do jeito que ele está.

Se estudarmos a história, veremos que os cristãos que mais fizeram por este mundo foram aqueles que mais pensaram no futuro. Os próprios apóstolos, que deram início à conversão do império romano, os grandes homens que constituíram a Idade Média e os evangélicos ingleses que aboliram a escravatura, todos deixaram sua marca nesta terra, justamente porque sua mente estava no céu. E foi justamente por terem deixado de pensar no mundo vindouro que os cristãos se tornaram tão ineficientes como são hoje. Almeje o céu e você o “trará” à terra; almeje a terra, e você não trará coisa alguma.

Pela ressurreição. Embora esta frase possa alterar o sentido depara uma viva esperança, seu contexto sugere que isso deva ser entendido como um meio de alcançarmos a salvação, e não um meio de levar-nos a ter esperança (1 Co 15.12-19).

1.4 A palavra grega traduzida como herança aqui indica uma realidade tanto do presente quanto do futuro. Deus já determinou que um dia gozaremos dessa herança em toda a sua plenitude. Veja que Pedro diz que um dos motivos pelos quais Deus nos deu uma nova vida em Jesus Cristo (v. 3) foi para que recebêssemos essa maravilhosa, perfeita e eterna herança.

Guardada. Pedro aqui deve ter se lembrado do compromisso incondicional que o Senhor assumiu com ele, conforme vemos em João 14.1-4, depois de profetizar que ele o negaria três vezes.

1.5 Estais guardados. Deus guarda Seu povo dos ataques externos e protege-o dentro dos limites do Seu Reino. É por isso que Pedro usa aqui essa expressão. Revelar. Nós ainda não podemos ver ou compreender plenamente a salvação que Deus preparou para nós, mas um dia poderemos (1 Co 4-5; 1 Jo 3.2).

1.6 Contristados. Embora haja muita alegria pela salvação que Deus nos preparou, também haverá muita aflição por causa das lutas e dificuldades dessa vida.

Com várias tentações. Tentações aqui, assim como no versículo 7, refere-se às experiências que temos em nossa vida, e não àquilo que nos induz ao pecado. Veja que nenhum problema é citado aqui em particular, mas todas as provações que enfrentamos na vida.

1.7 Prova. Assim como o ouro é purificado pelo calor intenso, a veracidade e a pureza da nossa fé também são reveladas pelas ardentes provas por que passamos. Por fim, a prova da nossa fé não somente nos leva à salvação eterna, mas também desenvolve nossa capacidade de glorificar ao Senhor Jesus Cristo, a fim de que reinemos com Ele quando entrarmos em Seu Reino (Rm 8.17; 2 Tm 2.12; Ap 5.9-12).

1.8 Não o havendo visto. Poucos crentes tiveram o privilégio de andar e conversar com Jesus quando Ele esteve nesta terra (Jo 20.29). Muitos de nós nos enquadramos no que Pedro diz aqui, pois, embora nunca tenhamos tido um contato físico com Jesus, cremos nele e o amamos de igual forma.

Gozo inefável. Essa expressão só aparece aqui em todo o Novo Testamento. Ela expressa uma alegria indizível. Tão grande que toma conta de nós, de forma que nem conseguimos demonstrar nossa gratidão ao nosso glorioso Deus.

1.9, 10 Alcançando o fim. Por mais que passemos por dificuldades nesta vida, o resultado por termos confiado em Deus em meio a tudo isso é maravilhoso — a nossa salvação, que aqui tem um sentido escatológico.

A salvação da alma. Esta expressão aponta para a nossa glorificação no céu e, talvez, para a recompensa que receberemos por termos seguido a Jesus (Mt 16.24-27; Tg 1.21).

Os profetas. Pedro nos leva a entender que os profetas do Antigo Testamento conheciam a graça salvadora que um dia nós receberíamos e, por essa razão, estudaram-na detalhadamente e com muito afinco.

1.11 O foco do estudo dos profetas do Antigo Testamento (v. 10) não era saber oque os levaria à salvação, mas sim quando eles seriam salvos. Eles queriam saber quando o Messias sofreria e a glória do fim dos tempos seria revelada. Veja que o Espírito de Cristo, e não os profetas, é que estava profetizando (2 Pe 1.20,21). Os profetas eram porta-vozes de Deus, e não inventores de ideias.

1.12 Foi revelado. Deus deixa bem claro aos profetas que eles não teriam as mesmas experiências em Cristo que nós teríamos, que eles estavam servindo a Ele para o nosso bem.

Pelo Espírito Santo. O homem pode até pregar a mensagem de salvação de Deus, mas no fim é o Espírito Santo que proclama essas grandes verdades. Até os anjos ficam impressionados com a maravilhosa salvação que Deus preparou para nós (Ef 3.10).

1.13-25 Os cristãos são desafiados a levar vidas santas e servir fielmente ao Senhor por causa da obra extraordinária que Ele fez por nós na cruz e porque nosso tempo nesta terra é muito curto.

1.13 Cingindo os lombos do nosso entendimento. Assim como as pessoas nos tempos bíblicos juntavam suas vestes e as cingiam ao redor da cintura a fim de que pudessem mover-se mais rápida e livremente, nós temos de fazer o que for preciso para que nosso coração esteja naquilo que nos leva a servir a Deus fielmente, e, ao mesmo tempo, rejeitar todo o embaraço do nosso pensamento (Hb 12.1). Sede sóbrios. A preocupação de Pedro aqui é que sejamos sensatos em nosso julgamento, usando tanto nossa mente quanto nosso espírito.

Esperai inteiramente. Precisamos mostrar o quanto temos certeza de que Deus fará tudo que Ele nos prometeu (v. 3; Rm 8.24,25).

Graça [...] na revelação de Jesus Cristo. Do começo ao fim, somos o alvo da abundante graça de Deus (Rm 8.28-30).

1.14 Como filhos obedientes. Isto nos mostra que devemos sempre obedecer a Deus porque, segundo nossa nova natureza, somos filhos da obediência.

Não vos conformando. A vida do cristão não deve ter como padrão os desejos que o dominavam antes de sua conversão, quando ele, até então, ainda não conhecia a vontade de Deus (Rm 12.2).

1.15-19 Há três motivos pelos quais devemos ser santos. Deus é santo (v. 15,16); Deus nos conhece e julga cada um de maneira justa (v. 17); e somos remidos pelo sangue de Jesus (v. 18,19).

1.15 Mas, Pedro usa essa conjunção para nos mostrar o modo como devemos ser diferentes (isto é, santos) do que éramos antes (1 Pe 1.14). Santos se refere a alguém separado, destacado. Nós temos de viver totalmente separados dos pecados deste mundo, para nos dedicarmos inteiramente a Deus.

1.16 Porquanto está escrito. A vinda de Cristo não diminuiu ou mudou o que Deus esperava do Seu povo. Nos dias do Antigo Testamento, ele tinha de ser santo; nos dias do Novo Testamento, ele tinha de ser santo; e hoje, nós também temos de ser santos (Lv 11.44).

1.17 Julga segundo a obra de cada um. Nosso Pai celestial é também Juiz. Apesar do relacionamento que temos com Ele, como filhos, não estamos isentos do juízo. Deus não demonstra favoritismo ao julgar, mas aplica Sua sentença a todos nós, segundo as nossas obras.

Em temor. Os cristãos devem entender estas palavras como misto de medo e reverência. Jamais devemos esquecer-nos de que Deus é o nosso misericordioso Salvador (v. 3; 18-21), mas também um juiz justo (v. 15-17). Sendo assim, não devemos vê-lo apenas como alguém que nos causa pavor e fugir dele por causa disso, nem vê-lo somente como alguém que devemos respeitar.

1.18 Resgatados nos dá a ideia de algo que é oferecido, geralmente em dinheiro, em troca da liberdade de um escravo ou prisioneiro de guerra.

Deus comprou nossa liberdade, pagou por nós com a vida de Seu próprio Filho (v. 19).

Vossa vã maneira de viver. Pedro não está falando de uma ação específica aqui, mas de uma maneira de viver que seus leitores herdaram de seus pais. Seu modo antigo de viver era fútil, sem poder algum e incapaz de garantir-lhes a salvação. Os leitores de Pedro precisavam ser tirados daquela situação onde não havia esperança alguma.

1.19 O precioso sangue. A maneira que Deus usa para nos salvar é diferente das tentativas que o homem faz para receber a salvação usando meios humanos (v. 18).

Um cordeiro. Pedro descreve Jesus como o Cordeiro sacrificial definitivo, que foi oferecido em nosso lugar para pagar pelos nossos pecados. Essa analogia aqui pode ser uma referência ao cordeiro pascal (Ex 12.3-6) ou aos inúmeros cordeiros que foram oferecidos como parte do sistema sacrificial do Antigo Testamento (Lv 23.12; Nm 6.14; 28.30). Os cristãos do primeiro século reconheciam Jesus como o Cordeiro de Deus sem defeito que pagou o preço pelos pecados do mundo (Jo 1.29).

1.20 Conhecido antes da fundação do mundo. Deus já conhecia aquele que nos traria a salvação (v. 2), e também aqueles a quem ela estava assegurada (Rm 11.2). Mas manifestado. Isto contrasta com a primeira parte deste versículo. O que somente Deus sabia antes da fundação do mundo é revelado a nós agora.

1.21 Para que. A vinda de Cristo levou-nos a pôr nossa confiança em Deus.

1.22 Pedro não está dizendo aqui que somos nós mesmos quem purificamos nossa alma, mas que ela é totalmente purificada quando somos obedientes à verdade de Deus. Contudo, não fica claro aqui se essa obediência é uma referência ao processo de conversão ou ao processo de santificação que ocorre depois da conversão. Este parece adequar-se mais ao contexto dos v. 20,21, já aquele parece adequar-se mais ao conceito geral sobre a santidade de que Pedro trata em sua carta.

Não fingida. O verdadeiro amor é aquele que é puro e sincero, sem hipocrisia.

Amai-vos ardentemente uns aos outros. Nós devemos amar nossos irmãos intensamente, tendo um verdadeiro compromisso de amor para com eles.

1.23 De novo gerados. Embora essa ideia de nascer de novo seja muito utilizada pelos cristãos hoje em dia, ela raramente é encontrada no Novo Testamento (veja como Jesus a usa em João 3.3-8). Os cristãos estavam mortos em seus pecados antes de sua vida ter sido renovada pelo Espírito Santo (Ef 2.1). A ideia aqui é a mesma contida na lavagem da regeneração (Tt 3.5) e o mesmo conceito de filhos de Deus que há na primeira epístola de João (1 João 3.1,2).

1.24 Secou... caiu. Pedro exemplifica nossa natureza transitória citando o Antigo Testamento, comparando-nos com as coisas passageiras deste mundo — em oposição à constante obra de Deus e Sua Palavra eterna (v. 23,25; Is 40.6-8).

1.25 A palavra que entre vós foi evangelizada. Esta frase é melhor entendida assim: a palavra, o evangelho que foi pregado. Portanto, o que permanece para sempre é o evangelho, ou seja, as boas novas de Jesus Cristo.