Comentário Teológico da Epístola aos Hebreus

Comentário Teológico da Epístola aos Hebreus

Comentário Teológico da Epístola aos Hebreus


Para as pessoas do século XX não é fácil achar um ponto de contato com a carta aos Hebreus. Vários títulos do índice soam estranhos, e até repulsivos. Isso está relacionado à falta de conhecimento do AT.

A série de sermões que encontramos na carta aos Hebreus foi desenvolvida para pessoas que estão familiarizadas com o AT. Elas conhecem as histórias de Moisés, da peregrinação no deserto, do tabernáculo e do culto de sacrifícios. Elas ainda estão presas, em parte, a essa tradição. O que está no AT não é Palavra revelada de Deus? O que aconteceu por meio da revelação de Deus em Jesus Cristo? A antiga aliança está cancelada?

No diálogo de hoje entre cristãos e judeus, essas questões são atualíssimas. Que importância tem a vinda de Jesus Cristo para a história que Deus tinha para o seu povo Israel? 

A resposta da carta aos Hebreus é categórica: Jesus Cristo é a última palavra de Deus e, portanto, a autoridade final. Ele é o padrão pelo qual se deve avaliar o que ainda vale do AT e o que está ultrapassado. Depois da morte de Jesus Cristo na cruz já não precisamos de cultos com sacrifícios. Estes pertencem ao passado. Mas o que continua valendo do AT são os testemunhos da fé. Estamos, de certa forma, alicerçados neles, e podemos aprender deles o que é fidelidade. Permanece também a advertência para não cairmos da fé em Jesus Cristo. A história de Israel fornece muitos exemplos das conseqüências na vida daqueles que caem da fé.

Hebreus, portanto, nos desafia a nos ocuparmos com o AT. Ao mesmo tempo, Hebreus oferece uma ajuda substancial para definirmos melhor a relação entre a revelação vétero-testamentária e a revelação em Jesus. Numa época em que o diálogo entre as religiões muitas vezes relativiza o fundamento cristão, a carta aos Hebreus firma a Igreja de Jesus no seu verdadeiro alicerce: Jesus Cristo é a última palavra e portanto autoridade final de Deus.