O Problema Sinótico: a Tradição Oral

O Problema Sinótico: a Tradição Oral
(Enciclopédia Bíblica Online)
O estudioso da vida de Jesus precisa examinar, antes de tudo, as fontes primárias, os evangelhos canônicos. De imediato, tem de defrontar se com o “problema sinóptico”: Por que os três primeiros evangelhos (ou sinópticos) são tão parecidos entre si? (Sinóptico se deriva de dois vocábulos gregos que significam “visão conjunta”.) Uma das respostas é a teoria da tradição oral que diz que as semelhanças se devem a uma rápida cristalização da tradição acerca de Jesus, em forma oral mais ou menos fixa, e que posteriormente veio a assumir forma escrita. A maior parte dos eruditos modernos duvida de que a transmissão meramente verbal pudesse ter retido tantas e tão minuciosas similaridades verbais como aquelas que existem nos evangelhos sinópticos, especialmente nas porções que contêm narrativas, as quais dificilmente refletiriam a capacidade de memorizar, palavra por palavra, as afirmações de Jesus. (Dois eruditos escandinavos, H. Riesenfeld (The Gospel Tradition and Its Beginnings, Londres: Mowbray: 1957) e B. Gerhardsson (Memory and Manuscript: Oral Tradition and Written Transmission in Rabbinic Judaism and Early Christianity, Uppsala: Gleerup, 1961, e Tradition and Transmission in Early Christianity. Uppsala: Gleerup, 1964) têm reavivado a teoria da tradição oral. A ênfase deles sobre o fator da memória, na antiga cultura judaica, reforça nossa estimativa sobre os evangelhos como fidedignos, mas não explica o inter relacionamento literário entre os evangelhos sinópticos, mormente dentro da porção narrativa.)