Moisés: Um Exemplo de Fé — Hebreus 11:23
Moisés: Um Exemplo de Fé
(Leia Hebreus 11:23)
Os pais de Moisés (v. 23) aparentemente viram algo em seu filho que os tornou certos de que o propósito de Deus era preservá-lo e usá-lo como Seu instrumento. E assim, em lugar de matar a criança, por receio a Faraó e à sua ordem, salvaram-no mediante a fé em Deus e em Sua providência cooperadora. O que Moisés se recusou a desfrutar (v. 24) foi a posição principesca de filho da filha da casa real. E isso fez porque deliberadamente preferiu ser publicamente conhecido como um dos hebreus, os quais, segundo sua fé, não era uma raça escravizada, mas antes, o povo de Deus (v. 25), isto é, um povo dotado de um destino divinamente ordenado. Inevitavelmente isso significava preferir compartilhar das aflições dos hebreus em lugar de, ao custo de apostatar do Deus dos hebreus, vir a desfrutar do imediato mas breve conforto e luxo da corte egípcia. Note-se, aqui, a significação que teve, para os leitores originais da epístola, a palavra pecado (cfr. Hb 10.26) e a escolha de Moisés, que preferiu sofrer a cometer tal pecado. Portanto, considerando a recompensa final que a mão de Deus proporcionaria, ele reputou que sofrer opróbrio em tal causa seria um muito maior enriquecimento pessoal do que se viesse a tornar-se possuidor da riqueza dos egípcios, tão obviamente ao seu alcance. Tal opróbrio é o opróbrio de Cristo (26; cfr. Hb 13.13) porque a porção típica no mundo é esse opróbrio, primariamente no caso do ungido do Senhor ou Messias (Sl 89.50-51; Rm 15.3), mas também é, inevitavelmente, a porção de todos aqueles que se associam com Ele na qualidade de povo eleito de Deus (cfr. 1Pe 4.12-16). Nem ficou amedrontado pela cólera do rei (v. 27). Êx 2.14, parece contradizer isso; mas as duas passagens não são irreconciliáveis. Pois, embora Moisés sentisse alarme natural e a necessidade de fugir, sua consciência espiritual sobre Deus e sobre Seus propósitos relativos tanto aos israelitas como à própria vida de Moisés, tornou-o certo que a inimizade de Faraó jamais poderia prevalecer por permissão de Deus. Além disso, apesar de que as palavras abandonou o Egito podem referir-se à sua fuga para Midiã, é mais provável que elas se referem ao êxodo. Note-se que os dois motivos apresentados pelos quais Moisés escolheu o que preferiu, e persistiu nessa escolha, são sua consciência sobre o Invisível e sua confiante expectação de recompensa futura (cfr. vers. 1).
Cf. Estudo da Carta aos Hebreus
Cf. Teologia da Carta de Tito
Cf. O Anticristo nas Epístolas Paulinas
Cf. Doutrina da Regeneração no Antigo Testamento
Cf. A Ressurreição dos Mortos
A fé de Moisés ajudou o povo inteiro a responder às palavras de advertência e promessa proferidas por Deus. Inspirados por sua liderança, creram com antecedência na certeza de um julgamento divino iminente contra os primogênitos, bem como no abrigo suficiente, contra tal julgamento, proporcionado pela provisão divinamente apontada, isto é, o derramamento do sangue. Foi desse modo, mediante julgamento e salvação, que o Senhor demonstrou quais lhe pertenciam (cfr. Êx 8.22). O Mar Vermelho (v. 29) apresentava uma barreira naturalmente intransponível. Era impossível primeiramente conceber um caminho e então aproveitar-se dele senão pela fé. A tentativa feita pelo exército egípcio de “tentá-lo”, não possuindo eles a confiança da fé no controle de Deus, resultou tão somente no terem perecido afogados.