Os Dois Pactos — Hebreus 8:7-13


Os Dois Pactos — Hebreus 8:7-13
Os Dois Pactos 
(Leia Hebreus 8:7-13) 

A própria presença, no Antigo Testamento, da promessa de uma nova aliança, por si mesma é um testemunho que o primeiro pacto não era inteiramente satisfatório e livre de defeito. Essa promessa (citada no vers. 8) se encontra em Jr 31.31-34. O que ali é dito indica como o primeiro pacto falhou em vista dos israelitas não se terem mantido fiéis às suas condições. Tal pacto, ainda que genuíno e bom, era deficiente pelo fato de não prover qualquer garantia aos homens pecaminosos que eles continuassem em sua observância fiel. Portanto, Deus declarou Sua intenção de estabelecer uma nova aliança, mediante cujos termos ou superiores promessas (6), Ele mesmo resolveu corrigir essa deficiência e assegurar a realização de Seu propósito. Tal propósito era que um grupo de criaturas humanas seria destacado de entre os demais pecadores e levado até a comunhão Consigo mesmo, tornando-se Seu povo, a fim de deliciar-se em Sua companhia e cumprir a Sua vontade. A Deus compete garantir esse fim fazendo com que Sua lei se torne não mais uma imposição externa que só pode ser desobedecida pelos homens, e, sim, uma compulsão interna (10). Tal alteração deveria ser efetuada mediante a implantação do Espírito de obediência nos corações dos homens, a fim de que, à semelhança do Filho encarnado, pudessem eles dizer: “Deleito-me em fazer a tua vontade, ó Deus meu; sim, a tua lei está dentro do meu coração” (Sl 40.8). Tal intimidade de trato pessoal proporcionaria a cada indivíduo envolvido um conhecimento pessoal direto de Deus. Nenhuma classe intermediária privilegiada, quer de sacerdotes ou de profetas, seria necessária para ensinar tais homens acerca de Deus. Pois todos haveriam de conhecê-Lo diretamente (11). Conhecê-Lo e assim ser ensinados pessoalmente por Ele, seriam assim os sinais distintivos dos verdadeiros filhos de Deus. Cfr. Is 54.13; Jo 6.45. E tudo isso sucederia porque Deus, em Sua misericórdia para com eles (em lugar de julgá-los), haveria de eliminar de tal modo os seus pecados (cfr. Hb 9.28) que se tornaria possível uma perfeita comunhão, sem obstáculos, entre eles e Si mesmo (12).

Cf. Teologia da Carta de Tito
Cf. O Anticristo nas Epístolas Paulinas
Cf. Doutrina da Regeneração no Antigo Testamento
Cf. A Ressurreição dos Mortos

O ato básico da misericórdia divina, acima do qual tudo mais está edificado, portanto, é a obra sacerdotal da eliminação do pecado. O Sumo Sacerdote que realizou isso, e possibilitou aos homens o aproximar-se de Deus, tornou-se desse modo o mediador desse novo pacto (6). Essa própria promessa de uma Nova aliança (13) significa que, desde os dias de Jeremias, era necessário reconhecer que a primeira aliança já estava se tornando envelhecido; e essa descrição sobre algo que se torna antiquado e envelhecido significa que não lhe restava muito tempo até desaparecer. Dessa maneira, baseando-se nas próprias Escrituras judaicas do Antigo Testamento, o escritor sagrado provê a seus leitores uma decisiva indicação adicional de que o antigo pacto era tão somente temporário, e que a intenção divina sempre foi que o mesmo fosse ultrapassado pela nova aliança, assim deixando aquele de vigorar.