Interpretação de 2 Samuel 20

Interpretação de 2 Samuel 20

Interpretação de 2 Samuel 20



2 Samuel 20


20:1. Tocou a trombeta. Seba, um filho inútil da faminta de Bicri, o segundo tubo de Benjamim, tocou uma trombeta para convocar Israel a se revoltar contra a casa de Davi. Esta rebelião talvez fosse engendrada pela hostilidade tradicional entre a casa de Saul e a casa de Davi, os benjaminitas e os de Judá. Seba estava interessado em arrancar o poder de Judá e restituí-lo a Benjamim. Em sua convocação, cada um para as suas tendas, ó Israel, empregou as palavras usadas na rebelião triunfante liderada por Jeroboão (I Reis 12:16). O significado é: “Homens, voltemos aos nossos uniformes e rações e voltemos às fazendas, e eu encabeçarei um grupo de resistência para obter melhores porções para todos nós”. O uso da palavra tendas é estranho, uma vez que há muito Israel abandonara a forma de vida nômade e se estabelecera em Canaã. A terminologia da cultura do passado persiste em todas as sociedades, e Seba usava um clichê de valor promocional e sentimental.
3. Vivendo como viúvas. Foram as dez mulheres que Absalão violentara à plena luz do dia como sinal dado a Israel de que ele tomara o trono. Davi não podia fazer retornar essas mulheres ao harém real, nem ele o queria. Em vez disso, providenciou que fossem sustentadas e as declarou viúvas pelo restante de suas vidas. Esta atitude de Davi continha os elementos da generosidade e da tragédia. A vida no harém real continha a possibilidade de calamitosas conseqüências como também a recompensa de uma vida de luxo. Essas mulheres foram encerradas a fim de proteger Davi de mais embaraços ou situações difíceis em relação a elas. Elas receberam o direito do sustento porque sua violentação foi perpetrada por Absalão e não foi iniciada como intriga de harém para derrubar o rei governante.
5. Demorou-se além do tempo. Amasa, primo de Joabe, a quem Absalão nomeou comandante do seu exército, era falto de iniciativa, ou a reunião do exército foi tarefa mais difícil do que Davi supunha? É provável que alguns homens tenham duvidado da força de Davi de retornar ao poder, enquanto outros ressentiram-se da troca de generais, preferindo Joabe em lugar de Amasa. Davi já tinha prometido a Amasa a posição de Joabe (19:13, 14). Talvez a demora de Amasa fosse o resultado de impedimentos militares e políticos levantados por aqueles que duvidavam da sabedoria das promessas precipitadas de Davi.
6. Disse Davi a Abisai. Davi ainda preteriu Joabe dando ordens ao irmão dele. Contudo, quando a campanha já estava em andamento, Joabe, com o consentimento de Abisai, retomou seu lugar de comandante-em-chefe.
9. Para o beijar. Segurar a barba de alguém para beijar ainda é costume entre os árabes e turcos como sinal de boas-vindas.
10. Amasa vão se importou com a espada. Esta pane do texto é bastante difícil de traduzir com exatidão, e por isso a natureza da traição de Joabe é difícil de determinar. Parece que Joabe tinha uma outra arma escondida sob a sua roupa de militar, enquanto trazia a espada na sua bainha. Presumivelmente, ele deixou a espada cair, deliberadamente, para banir qualquer dúvida ou suspeita da mente de Abisai.
14. Até Abel-Bete-Maaca. Como se vê nos versículos 15, 18, poderíamos traduzir assim, Abel de Bete-Maaca. Também se conhece como “Abel-Maim” (campina das águas) em II Cr. 16:4. Esta cidade caiu sob o domínio de Ben-Hadade da Síria (I Reis 15:20) e depois de Tiglate-Pileser da Assíria. A menção de Maaca talvez sugira uma ligação com o reino da Síria que tinha esse nome (10:6). Sua localização é cerca de 19,3kms a oeste de Tell el Kadi, (Dã) no local da aldeia de Abil.
15. Levantaram contra a cidade um montão. O propósito dessa elevação foi o de capacitá-los a alcançar o ponto mais alto da parede, a fim de derrubá-la e forçar uma entrada. Este tipo de operação de guerra consta dos baixo-relevos do cerco de Laquis.
17. Ouça as palavras de tua serva. A mulher prosseguiu sugerindo a Joabe que antes de começar o cerco e a possível destruição da cidade, devia perguntar aos habitantes de Abel se pretendiam ou não lutar por Seba e seus homens. Isto devia ser feito de acordo com a legislação de Dt. 20:10 e segs. Seu segundo conselho era que Joabe devia tomar em consideração a paz e a fidelidade dos cidadãos de Abel para não destruir cidadãos de boa paz e membros da nação de Deus. Ela era sem dúvida uma sábia mulher, parecida com aquela de Tecoa que assumiu a responsabilidade de poupar derramamento de sangue desnecessário. Compare, também, a intercessão de Abigail na causa das famílias fazendeiras do Carmelo e vizinhanças. As mulheres geralmente pleiteiam a causa da paz e argumentam a favor da arbitragem pacífica para evitar derramamento de sangue. Eclesiastes (lit., O Pregador) diz que a sabedoria é melhor do que a força, e talvez usasse este incidente como referência em Ec. 9:13-16.
22. Cada um para sua casa. Este é um comentário satírico sobre a rebelião de Seba. Ele convocara Israel a que se separasse da união de Israel com Judá, e perdera a sua cabeça como resultado. Os homens de Judá retornaram às suas tendas, enquanto os de Seba foram dispersos. Resolver questões por meio da espada pode levar a calamitosas conseqüências.
24. Adorão (era comandante) dos que estavam sujeitos a trabalhos forçados. Ele manteve o seu cargo até o reinado de Roboão (I Reis 4:6; 12:18). 

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