Significado de Provérbios 18

Provérbios 18

Provérbios 18 contém palavras e ensinamentos sábios sobre vários tópicos, como fala, sabedoria e relacionamentos. Aqui está um resumo de alguns dos temas-chave e seu significado:

O poder das palavras: O capítulo enfatiza a importância de falar com sabedoria e moderação. Afirma que nossas palavras podem trazer vida ou morte, e que as palavras de uma pessoa podem ser uma fonte de sabedoria ou loucura. Incentiva-nos a ouvir com atenção antes de falar e a usar nossas palavras para edificar os outros.

O valor da sabedoria: Provérbios 18 destaca a importância de buscar sabedoria e entendimento. Afirma que aqueles que buscam conhecimento e percepção serão honrados e que aqueles que são tolos sofrerão as consequências de sua ignorância. Incentiva-nos a buscar conselhos sábios e a valorizar o conhecimento dos outros.

A importância dos relacionamentos: Esta porção de Provérbios enfatiza o valor dos relacionamentos saudáveis. Afirma que uma pessoa que se isola perderá os benefícios da amizade e que quem procura fazer amigos deve primeiro ser amigável. Ela nos encoraja a ser graciosos e gentis com os outros e a procurar amigos sábios e confiáveis.

Os perigos do orgulho: O capítulo adverte contra os perigos do orgulho e da arrogância. Afirma que aqueles que são orgulhosos serão rebaixados e que a humildade é a chave para a sabedoria e a honra. Encoraja-nos a procurar aprender com os outros e a valorizar as perspectivas daqueles que nos rodeiam.

A importância do discernimento: O texto enfatiza a importância do discernimento e consideração cuidadosa. Afirma que aqueles que se apressam em julgar sofrerão as consequências de sua pressa, e que aqueles que são pacientes e perspicazes encontrarão compreensão. Isso nos encoraja a pesar cuidadosamente nossas palavras e a procurar entender os motivos e as perspectivas dos outros.

No geral, Provérbios 18 nos ensina a usar nossas palavras com sabedoria, buscar sabedoria e entendimento, valorizar relacionamentos saudáveis, evitar orgulho e arrogância e exercer discernimento e consideração cuidadosa. Incentiva-nos a ser graciosos e gentis com os outros, a buscar conselhos sábios e a valorizar as perspectivas das pessoas ao nosso redor.

Comentário de Provérbios 18

Provérbios 18.1 Este provérbio condena aqueles que seguem os seus próprios padrões e desejos, totalmente alheios a verdadeira sabedoria, por motivos egoístas. Reclusos assim são tão intolerantes com quem discorda deles que encontram defeitos na verdadeira sabedoria. O termo “antissocial” (niprād) vem do verbo prd, que sugere “alguém que está dividido, interna ou externamente”. Nossa tradução opta pela primeira, pois o versículo descreve aqueles que estão focados internamente em seus próprios desejos, mas tal foco os separaria naturalmente da comunidade. No segundo cólon, eles são definidos por sua postura contra a sabedoria, já que “desenvoltura” está relacionada à sabedoria. Em 2:7, observamos que Deus dá desenvoltura, que Fox define como “um poder interior que ajuda alguém a escapar de um aperto”. [Fox, Proverbs 1–9, p. 114.]

Provérbios 18.2 O tagarela compulsivo nunca da ouvidos. Só se detém para pensar no que vai falar a seguir. A cada vez que ele fala, confirma o tolo que é. O versículo sugere que os tolos estão novamente (veja o versículo anterior) interessados apenas em seus próprios desejos e ideias. Eles não têm paciência para alcançar os objetivos associados à sabedoria (para competência, veja 2:2), nem querem ouvir pessoas com competência. Eles só querem deixar escapar o que estão em suas mentes, assim “revelando seus corações”. Como aponta Van Leeuwen, no entanto, o pensamento é irônico, pois em outro lugar aprendemos que o tolo “falta de coração” (ver 11:12). [Van Leeuwen, “Proverbs,” p. 172.]

Provérbios 18.3 Este versículo é um alerta contra brincar com o mal. A pessoa simplesmente não tem ideia do que esta mexendo quando toma parte com a perversidade. O versículo mostra uma progressão iniciada pela maldade. A maldade leva ao desprezo. O segundo dois pontos substitui “vergonha”, um sinônimo próximo de “desprezo”, e leva o pensamento adiante, sugerindo que insultos se seguirão.

Provérbios 
18.4 As palavras “fonte da sabedoria” se assemelham a expressão manancial de vida (Pv 10.11; 13.14; 14.27; 16.22). O provérbio não se aplica a todas as pessoas e sua fala, mas à fala dos sábios. O que eles dizem reflete pensamentos profundos e às vezes misteriosos, exigindo reflexão e interpretação. A imagem da água sugere que as palavras do sábio são vivificantes. A segunda vírgula em particular retrata isso. As palavras do sábio são como um wadi borbulhando ou fluindo com água. Tal observação implica que os ouvintes prestam atenção ao discurso do sábio. Esta leitura do provérbio sugere que dois pontos são contínuos e de apoio, não em contraste com os dois pontos 1. Outra leitura interpreta as “águas profundas” de dois pontos como inacessíveis e confusas, em contraste com as palavras dos sábios em dois pontos.

Provérbios 18:4 (Devocional)

Águas profundas e um riacho borbulhante

O “homem” aqui é um homem sábio. Sua “boca” é comparada com um lugar de onde a água está borbulhando e suas “palavras” são comparadas com aquela água. O que ele diz são palavras simples, mas têm um significado profundo. As palavras não são apenas profundas, mas também nunca se esgotam e sempre contêm sabedoria porque vêm da “fonte da sabedoria”. As palavras de um homem que vêm da fonte dos pensamentos de Deus são profundas e borbulhantes. Indica a profundidade e a largura da sabedoria.

A sabedoria é profunda (Jó 28:1-28), é o que está em Deus (Rm 11:33). É uma grande graça que Deus tenha compartilhado Seus pensamentos de sabedoria conosco. Ele fez isso em Sua Palavra e por meio de Seu Espírito. Através do Seu Espírito podemos agora conhecer as profundezas de Deus (1 Coríntios 2:9-10). A sabedoria não é um oceano, mas um poço de onde brota um riacho que borbulha. Essa fonte é o Senhor Jesus.

Moisés fala sobre “águas profundas” (Deu 8:7) como uma das bênçãos da terra prometida. Na aplicação espiritual poderíamos pensar na bênção da vida eterna. O Senhor Jesus fala sobre isso quando diz à mulher samaritana: “Mas a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna” (João 4:14).
Provérbios 18.5 A injustiça é extremamente comum. Muitos provérbios condenam esta atitude (Pv 17.23). Este provérbio apoia outros que condenam julgamentos impróprios em um contexto legal (16:10; 17:23; 19:28; etc.). “Levantar a cabeça inclinada do suplicante [o sentido literal de dois pontos 1; ver nota de rodapé da tradução] é um gesto de perdão; afastar uma pessoa acusada é um gesto de rejeição ou de condenação”. [3] Ainda recentemente, em 17:23, observamos um provérbio que menciona um motivo para mostrar favor ao ímpio e estender a justiça: um suborno. Provérbios está interessado em resultados adequados para ações perversas e justas. A lei proíbe subverter a justiça em Lev. 19:15 e Dt. 10:17. Para outros ditos que determinam uma ação “não boa”, veja 16:29 ; 17:26.

Provérbios 18.6 Uma das marcas do tolo é sua capacidade de provocar confusão pelo muito falar. Quanto mais ele fala, mais contendas promove. Brigas, conflitos, repreensões, acusações são, na melhor das hipóteses, um último recurso para os sábios, que tentam afastar a raiva com uma palavra gentil ou amável (15:1). Tolos são aqueles que estão preparados para uma discussão. O termo “acusação” (rîb) é uma palavra legal e pode sugerir tal contexto, mas o princípio é muito mais amplo. Em todo caso, suas palavras trarão uma briga; a palavra “golpes” sugere um confronto físico. O que tolos dizer desencadeia socos.

Provérbios 18.7 A boca do tolo torna-se uma armadilha para ele mesmo por disparar palavras insensatas, que trazem destruição (Pv 14.3). A moral dessa observação é clara: a fala (representada pelas partes concretas do corpo “boca” e “lábios”) dos tolos lhes traz grande dano. Eles dizem coisas que os colocam em apuros ou em brigas. A fala sábia ajuda as pessoas a sair de problemas; a fala tola os mergulha no perigo. Este provérbio é semelhante ao anterior, embora mais geral. Ligado ao verso anterior, há um quiasmo: lábios, boca, boca, lábios.

Provérbios 18.8 As palavras do linguareiro [“caluniador”, na NVI] (Pv 16.28) são como doces deliciosos. Embora sejam agradáveis ao paladar, acabam com a saúde da pessoa. É divertido dar ouvidos a fofoca, mas tais histórias ferem o íntimo do ouvinte — sua alma. Os sábios costumam falar contra fofocas e rumores (veja também 11:13; 17:4; bem como o mesmo 26:22). Rumores são relatos negativos sobre outras pessoas baseados em evidências incertas. Eles se espalham para ferir as pessoas, não para ajudá-las. A fofoca pode acabar sendo verdadeira, mas isso não exonera aqueles que a falam para os outros. Se verdadeiro, então o relatório está sendo entregue a pessoas inapropriadas em um momento inapropriado. Mesmo sendo tão prejudiciais, as pessoas muitas vezes acham irresistíveis as palavras da fofoca, e este provérbio compara a fofoca a uma boa comida que é difícil de não comer, mas uma vez comida, ela penetra profundamente na pessoa.

Provérbios 18.9 O termo negligente refere-se à uma pessoa que é reconhecidamente desmazelada, ao preguiçoso (Pv 15.19). A palavra “desperdiçador” significa senhor da destruição. Este provérbio carece de um pouco do soco satírico do grupo que critica a preguiça, mas certamente concorda com o sentimento. Quem é preguiçoso prejudica a si mesmo e aos outros. A observação é uma advertência implícita para trabalhar duro. Os preguiçosos são, em última análise prejudicial para sociedade.

Provérbios 18.10, 11 A expressão “nome do Senhor” (v. 10) é uma forma de falar da pessoa de Deus, sendo aqui destacada como alto retiro, proteção divina, um tema recorrente nas Escrituras (Sl 91.1-4). O justo se volta a Deus por segurança. O rico, pelo contrário, tende a confiar em sua fazenda [“riqueza”, na NVI] (Pv 18.11; Lc 12.13-21).

Provérbios 18:10 Este versículo parece vir dos Salmos, com sua afirmação do poder protetor do nome do Senhor e, portanto, do próprio Senhor. A segunda vírgula pode descrever o comportamento da pessoa justa como uma forma de determinar se ela é justa. O uso de imagens militares no próximo provérbio nos convida a lê-los juntos. 

Provérbios 18:11 Este versículo também fala sobre confiança, mas está em contraste com o versículo anterior. Assim como os justos confiam na proteção de Deus, os ricos confiam em suas próprias riquezas. Com as posses vem a sensação de que se pode comprar qualquer coisa necessária, mas isso não é verdade. Só Deus pode proteger alguém dos perigos. 

Este versículo também deve ser lido em conjunto com 10:15, onde se diz: 

As riquezas dos ricos são sua cidade forte; 
a ruína dos pobres é a sua pobreza.

É verdade que a riqueza pode nos ajudar a lidar com alguns problemas da vida, mas nos decepciona nas questões fundamentais da vida.

Provérbios 18.12 A palavra hebraica traduzida como “eleva-se”, geralmente com conotação negativa, também pode ser usada de forma positiva, significando “coragem” e “bravura” (2 Cr 17.6). O caminho para a honra, tão ambicionada pelos orgulhosos, é a humildade. O orgulho resiste à correção e, portanto, o orgulhoso não muda comportamentos e atitudes destrutivas. Embora as pessoas orgulhosas se considerem grandes, elas serão derrubadas pela vida. Por outro lado, os humildes estão abertos à correção e têm maior probabilidade de alcançar o tipo de sucesso que leva à honra. Para ensino semelhante em Provérbios, veja 16:18 e 15:33b para repetições de cola 1 e 2, respectivamente. Para o ensino de que a humildade é o caminho certo, veja também 11:2 e 29:23.

Provérbios 18:10-12 (Devocional)

A verdadeira segurança e a falsa segurança

Que “o nome do SENHOR é uma torre forte” significa que Deus é totalmente capaz de proteger aqueles que confiam nEle (Provérbios 18:10; cf. Salmos 71:3). É disso que o justo precisa, porque ele vive em um mundo onde os perversos estão dominando. O justo acredita que sua segurança é apenas o Nome do SENHOR e, portanto, “corre para ela”.

A metáfora se refere a uma das características de Deus, que é Seu poder de proteger. A palavra ‘executa’ descreve a confiança total nessa proteção. Nos refugiamos nesse Nome quando estamos com problemas ou insegurança, e então vamos a Ele em oração (Is 50:10). Fazemos isso porque sabemos que Ele nos receberá e oferecerá a proteção que promete dar àqueles que Nele confiam.

“Está seguro” é um termo militar e enfatiza o efeito para aqueles que se refugiam naquele Nome (cf. Salmos 20:1). Seguro também significa estar em uma fortaleza alta. O justo está atrás de paredes espessas, através das quais as armas do inimigo não podem atingi-lo. Ele também está em um muro alto e, portanto, exaltado acima de todos os ataques, através dos quais as armas do inimigo não podem alcançá-lo. O inimigo não pode atravessar a parede e nem escalá-la.

As pessoas ricas muitas vezes assumem que sua propriedade é sua “cidade forte”, que lhes oferece segurança (Pv 18:11; cf. Jó 31:24). Dessa forma, eles constroem seu próprio “muro alto” de segurança. Mas a confiança deles nisso é uma ilusão. Essa falsa segurança é claramente contra a segurança real que o Nome de Deus oferece (Provérbios 18:10). O que o rico espera de sua riqueza, é o que o justo espera de seu Deus. A primeira metáfora, a cidade forte, sugere proteção contra todos os ataques externos; a segunda metáfora, o muro alto, expressa seus pensamentos sobre serem imbatíveis.

Cada proteção que a riqueza pode oferecer é extremamente limitada, tanto no que diz respeito ao poder quanto à sua durabilidade. O dinheiro nunca pode garantir segurança absoluta, em contraste com o Nome de Deus, que pode (1 Timóteo 6:17). Quem pensa que o dinheiro pode oferecer segurança absoluta, na verdade é um sonhador, alguém que vive fora da realidade da vida.

O rico de Provérbios 18:11 é o homem orgulhoso de Provérbios 18:12, o homem cujo “coração” é altivo. Seu caminho leva à “destruição”. O caminho que conduz à “honra” é o caminho da “humildade”.

O altivo encontra segurança em si mesmo. Ele se vangloria de suas próprias possibilidades de se proteger. É uma falsa segurança não precisar da ajuda de ninguém e se defender e cuidar de si mesmo. Mas uma coisa é certa: ele enfrentará a destruição. Não há proteção para ele.

O contrário é a “humildade”, a consciência de não poder sobreviver pelas próprias forças, mas de depender de Deus. O humilde se refugia no Nome de Deus e será honrado por Ele por isso. A humildade e glorificação do Senhor Jesus é o claro exemplo desta verdade (Is 52:13-15, 53:1-12; Fp 2:1-10). Nisso Ele é um exemplo para todos que O seguem dessa maneira (Mateus 23:12).
Provérbios 18.13 Ter a habilidade de comunicar-se não apenas contribui para boas relações interpessoais, como também ajuda a adquirir sabedoria à medida que se permite prestar atenção e compreender o que os outros têm a dizer. Algumas pessoas, porém, não estão interessadas em ouvir os demais ao redor. Concentram-se em si mesmo, pensam que tem todas as respostas e reagem sem ouvir. Este tipo de atitude e burrice, além de ser uma infâmia.

Os tolos falam impulsivamente, sem realmente ouvir e refletir sobre o que ouvem (veja também 15:28; 19:2; 20:18, 25; 21:5; 29:20). Eles dizem tudo o que vem à mente, e o que vem à sua mente vazia é particularmente vazio. Os tolos balbuciam todo tipo de coisas que os colocam em apuros e ganham a reputação de estúpidos, e dessa forma eles são humilhados. Alguns comentaristas acreditam que esta declaração encontra seu cenário primário no tribunal, mas isso não está claro na linguagem.

Provérbios 18.14 Este provérbio afirma o valor de saber enfrentar as dificuldades. Sugere que uma pessoa equilibrada emocionalmente e alegre pode aumentar a resistência as adversidades e ajudar a enfrentá-las (Pv 15.13; 17.22; Is 66.2). Este provérbio novamente (ver 15:13 e 17:22) faz uma observação sobre a relação entre o estado psicológico da mente e a saúde do corpo. Não há forte dualismo corpo-alma no AT, com certeza. A ideia de que uma atitude positiva pode ter um efeito positivo na saúde de uma pessoa é amplamente reconhecida ainda hoje, assim como a ideia inversa de que a depressão ou a ansiedade (entre os estados de espírito que podem ser sinalizados por “espírito abatido”) podem piorar uma condição física.

Provérbios 18.15 A busca por conhecimento é insaciável nos sábios. O tolo mal se incomoda em fazê-lo. O sábio não para de aprender; o tolo mal começa. É o sábio que cresce em conhecimento. É preciso ter uma predisposição para aprender para realmente aprender ; não há nada de mágico nisso. O provérbio assume que o ensino virá ouvindo a sabedoria de um professor. Ver também 15:14a.

Provérbios 18:15

Adquirir e Buscar Conhecimento

O “conhecimento” que “a mente do prudente adquire” é o conhecimento sobre Deus e Seu julgamento sobre todas as coisas. “A mente” refere-se à mentalidade, ao desejo. É também o depósito do conhecimento adquirido. Isso é o mais importante. “O ouvido” é o meio pelo qual o conhecimento vem à mente. “O ouvido do sábio busca o conhecimento”, que se refere ao esforço, à busca do conhecimento com avidez. O conhecimento deve ser buscado, não vem naturalmente.

“O ouvido dos sábios” escuta o ensino e assim absorve conhecimento. A mente do prudente distingue o que o ouvido deve ouvir para adquirir conhecimento. É instrutivo ver que o sábio em Provérbios busca conhecimento continuamente. Aquele que é sábio, se verá como aluno e também agirá assim. Aqueles que sabem muito estão mais conscientes de sua ignorância. O ouvido busca conhecimento, a mente armazena conhecimento.

Prudente é aquele que sabe distinguir o bem do mal. Sábio é aquele que aprendeu a temer a Deus. Um levará ao outro. O desejo de realmente saber a diferença entre o bem e o mal nos conduzirá a Deus e desenvolverá um santo respeito por Ele.
Provérbios 18.16 Existe um poder no presente; o da abertura de uma porta de valor aparentemente inestimável. Uma vez que a pessoa tenha passado pela porta, o resto é com ela. Mas ao menos a porta esta aberta. Este provérbio comenta sobre os benefícios de um presente dado na hora certa e no lugar certo. Esses presentes podem, de fato, tornar pessoas importantes acessíveis para fazer um acordo. Em outro lugar, um “suborno” (šōḥad) é desencorajado, mas aqui o “presente” (mattān) parece receber um comentário positivo, pelo menos à primeira vista. É possível que o subtexto do provérbio seja crítico a essa forma de acesso às pessoas não por mérito, mas pela força de um presente, que em última análise é um suborno.

Provérbios 18.17 Quando alguém conta sua versão de um fato, apresenta argumentos que a priore parecem consistentes. No entanto, ao ser questionado, pode-se descobrir que a realidade é um pouco diferente do que foi relatado. Todos tendem a apresentar versões que melhor atendem os seus próprios interesses, mas nem todos poderão resistir a arguição do observador imparcial. Esta observação visa desencorajar julgamentos precipitados, especialmente em um processo judicial. As aparências podem ser enganosas e, portanto, questões críticas precisam ser levantadas para estabelecer a veracidade ou falsidade do testemunho. Embora o cenário principal pareça ser o tribunal, o princípio se aplica de forma mais ampla.

Provérbios 18.18 Sempre que duas partes concordam sobre o método de melhor resolver uma contenda, este método servirá para alcançar a paz. Jogar é melhor forma de salvar um tolo de sua insensatez, mas não há garantias de que sempre cairá. De acordo com a sabedoria dos sábios, conflitos e brigas criam desordem e devem ser evitados. Talvez surpreendentemente, o lote é mencionado como uma forma de suprimir o conflito. No entanto, deve-se lembrar que em 16:33, a sorte expressa uma decisão divina e não é simplesmente fruto do acaso. Seria particularmente importante resolver os conflitos entre pessoas poderosas porque suas divergências poderiam levar aos danos mais generalizados, não apenas para si mesmos como indivíduos, mas também para a sociedade em geral. Na narrativa, o único exemplo do povo de Deus usando a sorte está em um contexto, tipicamente com o Urim e o Tumim (Êxodo 28:30), onde se diz explicitamente que Deus está envolvido. No entanto, a maioria dos comentaristas acredita que o contexto anterior deste ditado implica que o lote é pensado para resolver casos judiciais difíceis, embora não haja evidências de que isso aconteça fora desse contexto. [Van Leeuwen, “Proverbs,” p. 174.]

Provérbios 18:19 Essa observação é um aviso implícito para evitar conflitos por causa dos problemas intratáveis que surgirão. “Irmão” pode se referir a um relacionamento biológico ou a algum outro tipo de relacionamento próximo. Se ocorrer uma ruptura nesse relacionamento, será difícil chegar à resolução por causa de ressentimentos. Um irmão ofendido pode fechar qualquer abertura de relacionamento como uma cidade forte, levantando uma barreira resistente à aproximação, como uma cidade-fortaleza cujo portão foi reforçado por uma tranca.

O Salmo 55 (ver especialmente os vv. 12–14, 20–21) registra a profunda angústia do salmista, e o salmo reflete seu desejo pela destruição do traidor. O Salmo 133 fornece o mesmo tipo de observação, mas de uma perspectiva positiva. Se o conflito entre irmãos é ruim, então a união entre irmãos é incrivelmente recompensadora.

Provérbios 18:20 O provérbio observa que uma pessoa encontra satisfação na fala, presumivelmente edificante, fala justa. O provérbio provavelmente deve ser entendido figurativamente. Assim como a comida satisfaz a fome física, as palavras também satisfazem a fome intelectual e espiritual. O versículo, no entanto, também pode ser entendido literalmente como sugerindo que a capacidade de falar bem e beneficiar os outros ajudará a pessoa a ganhar a vida. Não está totalmente claro se a pessoa que está satisfeita é quem recebe um bom conselho ou quem o dispensa.

Provérbios 18:21 O primeiro cólon é relativamente claro. O que uma pessoa diz terá consequências sérias e até mesmo de vida ou morte para a pessoa. O segundo dois pontos é um pouco mais ambíguo. O “isso” deve se referir à “língua”, mas o que significa amar a língua? Talvez se refira àqueles que gostam de se ouvir falar. Provérbios tem muito a dizer negativo sobre aqueles que falam demais (10:14; 13:3). Eles vai sofrer o consequências (“ frutos ”) de deles verbosidade.

Provérbios 18:22 O livro de Provérbios como um todo tem muito a dizer sobre a mulher certa, embora muito do ensino seja sobre como evitar a mulher errada e seja encontrado nos capítulos. 1–9 (ver caps. 5–7). Este versículo destaca a importância de uma boa esposa ao afirmar que ela é um dom divino. Na introdução, observamos que o ensino de Provérbios sobre a diferença entre uma boa esposa e uma mulher estranha reflete a diferença entre um relacionamento com a Sabedoria personificada e a Loucura, linguagem figurada que acaba por apontar para o conflito entre a verdadeira e a falsa religião. De fato, Whybray aponta que a linguagem de encontrar uma esposa reflete a linguagem de 8:35b, que se refere a encontrar a Sabedoria da Mulher. [
Whybray, Proverbs, p. 274.]

A linguagem de encontrar uma esposa também antecipa a parte final do livro, o chamado “poema da mulher valente” (31:10–31). No contexto do livro, podemos recorrer a esse poema para entender a substância por trás da frase “boa esposa”. 
Clifford aponta corretamente que dois pontos 1 enfatiza o esforço humano em que um homem tem que encontrar a esposa, enquanto dois pontos 2 enfatiza a graça divina. [Clifford, Proverbs, p. 174.]

Provérbios 18:23 O versículo faz uma observação de que os pobres pedem ajuda e os ricos respondem às suas súplicas “com força”. No entanto, a força exata de parte da linguagem e a atitude que o provérbio deseja transmitir não são claras. 
A observação poderia ter uma abordagem positiva em relação aos pobres e negativa em relação aos ricos. Os pobres pedem ajuda, mas os ricos respondem “com força”, rude ou insensivelmente. [9] É possível que o oposto seja a posição do provérbio: os pobres podem ser vistos negativamente e os ricos positivamente. Os pobres estendem as mãos, mas os ricos não cedem aos seus pedidos miseráveis. Afinal, a pobreza é muitas vezes, mas nem sempre, vista como resultado de um comportamento tolo. [10] Talvez a melhor compreensão desse provérbio, porém, esteja de acordo com a atitude expressa em 30:5–9, que reconhece problemas com riquezas e pobreza. Assim, a pobreza e a riqueza colocam as pessoas em conflito umas com as outras, e o melhor estado é que todos tenham apenas o suficiente.

Provérbios 18:24 Este provérbio observa diferentes gradações de amizade. A primeira fala de quem quer passar um tempo com uma pessoa, enquanto a segunda descreve uma relação de maior intimidade e intensidade. Esses amigos são tão próximos que sua relação supera até a relação biológica de irmãos.

Intertextualidade e Mensagem

O Dom da Fala Graciosa

IDÉIA PRINCIPAL: Quando Tiago dedicou o terceiro capítulo de sua carta ao poder da língua, ele se baseou em idéias que já haviam aparecido em Provérbios. Nossas palavras não apenas causam um tremendo impacto nos outros; eles também revelam a condição de nossos corações.

Palavras Sábias e Tolas (14:3; 15:2,7; 16:23; 18:6-7; 19:1; 23:15-16)

IDEIA DE APOIO: Quando o coração está cheio de sabedoria, ela transbordará em nossas palavras. Mas o discurso de um tolo expõe sua teimosia de cabeça vazia.

Provérbios 14:3 O texto hebraico realmente declara que a conversa de um tolo traz uma “vara de orgulho”. Qualquer um pode ouvir a evidência do orgulho apenas por ouvi-lo, e a maioria receberá bem a chance de “derrubá-lo um pouco”. Tal discurso arrogante inevitavelmente trará dor, mas o ewiyl, ou tolo arrogante, não presta atenção. Por outro lado, o discurso de uma pessoa sábia o protegerá de tal reação.

Provérbios 15:2 O discurso de uma pessoa sábia elogia o conhecimento, literalmente “o usa com habilidade ou beleza” (ver Provérbios 30:29; Ezequiel 33:32). Seu uso habilidoso do conhecimento mostra o valor do conhecimento e motiva os outros a desejá-lo para si mesmos. Um tolo, no entanto, jorra (Provérbios 15:28) ou “borbulha” tolice como água de uma fonte. Suas palavras revelam seu coração tolo.

Provérbios 15:7 Observe a maneira como esse versículo contrasta os lábios dos sábios com os corações dos tolos. As Escrituras ensinam consistentemente que a boca e a mente andam juntas; o que a boca diz simplesmente revela o que o coração sente. Um homem sábio compartilha palavras úteis que aumentam o conhecimento, mas o tolo não faz isso.

Provérbios 16:23 Um professor sábio escolhe suas palavras com cuidado. Sua mente sábia guia sua boca, literalmente, “faz com que sua boca seja prudente”. Como resultado, suas palavras vão ajudar e curar, não machucar. Ouvir tal pessoa faz você querer aprender.

Provérbios 18:6-7 Lábios e boca referem-se à fala de uma pessoa, e esses versículos descrevem o problema que surge quando um tolo abre a boca. Suas palavras levam a conflitos e problemas; suas observações são tão deslocadas que os outros o espancam; seu discurso é sua ruína ou queda; isso o prende.

Provérbios 19:1 Aqui está outro dos provérbios que comparam os valores de Deus com os do mundo. Ninguém quer ser pobre, mas a pobreza honesta é melhor do que ser tolo. O versículo contrasta um estilo de vida irrepreensível ou moralmente completo com as declarações perversas ou distorcidas de um tolo.

Provérbios 23:15-16 Este provérbio oferece uma motivação adicional para buscar a sabedoria. Isso não apenas ajudará você a viver com mais eficiência; também trará grande alegria para seus pais. É uma imagem atraente de afeto caloroso, combinando o amor pela sabedoria com o amor pelas pessoas mais próximas a você. O ser mais íntimo aqui é literalmente “os rins”, frequentemente vistos como a sede das emoções. O coração de um pai será encorajado quando ele ouvir seu filho dizer algo que mostre que ele se comprometeu com a retidão.

Notas Adicionais:

18:4
As palavras fluem do caráter de uma pessoa como água brota da terra (veja também Pv 10:20; 12:23; 16:23; comp. Tg 3:10-12).

18:8 // 26:22 Rumores podem ser deliciosos de ouvir e repetir, mas são mortais.

18:10-11 Em um mundo conturbado, somente o SENHOR pode salvar. Os ricos podem acreditar que sua riqueza é uma forte defesa, mas o poder do dinheiro é limitado (Pv 11:4; 13:8).

18:12 A arrogância cultiva o orgulho. Leva ao fracasso porque não permite mudanças diante das críticas. A humildade aprende com os outros e leva à honra do sucesso.

18:14 Um problema espiritual ou emocional (um espírito abatido) pode ser mais penoso do que um problema físico (corpo doente).

18:17 É importante ouvir os dois lados de uma disputa. Somente os tolos tiram conclusões precipitadas e se precipitam para o julgamento; os sábios levam tempo para discernir.

18:18 Lançar uma moeda (literalmente: lançar sortes): Lançar sortes era uma forma válida de buscar a vontade de Deus (Nm 27:21; Js 18:6-10). O Senhor determinou como as sortes cairiam (ver nota em 16:33).

18:21 Vida e morte: O sábio fala com ponderação (Pv 10:19; 11:12; 12:23) porque sabe que o que dizemos tem consequências (Pv 13:3; 14:3).

18:23 Deus castigará os poderosos que desprezam os pobres; pessoas sábias cuidam dos necessitados (Pv 11:24; 28:27; 29:7, 14).

18:24 Algumas pessoas que se apresentam como “amigos” não são. O sábio vê além do fingimento, discernindo um verdadeiro amigo de falsos amigos pela forma como eles agem em circunstâncias adversas.

Bibliografia
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