Provérbios 21: Significado, Teologia e Exegese
Provérbios 21
Provérbios 21 oferece um panorama de sabedoria que foca na soberania de Deus sobre a vontade humana, nas consequências inevitáveis da justiça e da impiedade, e na importância do caráter moral sobre as posses. A mensagem geral do capítulo destaca que o controle divino se estende até mesmo sobre o coração dos líderes, e que a verdadeira prosperidade e segurança vêm da retidão, da misericórdia e da verdade, em oposição à cobiça, à contenda e à arrogância.
No hebraico original, o capítulo continua a empregar amplamente o paralelismo antitético, um estilo conciso que contrasta comportamentos e seus resultados opostos (como o justo e o ímpio, a mulher contenciosa e o lar tranquilo) para ilustrar verdades morais de forma vívida. Essa estrutura, que revela as consequências diretas das escolhas, ressoa fortemente com o Novo Testamento, que também enfatiza a ação de Deus na vida dos homens e a importância de uma vida reta em todas as áreas (Filipenses 2:13). Os ensinamentos sobre a justiça, a misericórdia e o domínio próprio encontrados neste capítulo se alinham com os valores centrais do Cristianismo, mostrando que a verdadeira sabedoria é prática e orientada para a conduta diária e o relacionamento com Deus e o próximo (Mateus 5:7; Tiago 1:27).
📝 Resumo de Provérbios 21
Provérbios 21 começa afirmando a soberania de Deus sobre a vontade dos líderes e a importância da retidão. Nos vv. 1–3, o texto ensina que o coração do rei está nas mãos do Senhor, e Ele o inclina para onde quer, como um curso de águas. Todos os caminhos de um homem podem parecer retos aos seus próprios olhos, mas é o Senhor quem pesa as intenções do coração. Realizar justiça e julgar com equidade é mais agradável ao Senhor do que oferecer sacrifícios.Já nos vv. 4–7, a sabedoria adverte sobre a arrogância e as consequências do engano. Olhar altivo, coração orgulhoso e o arar dos ímpios são considerados pecado. Os planos do diligente levam à prosperidade, mas a pressa excessiva conduz à pobreza. Adquirir tesouros por meio de uma língua mentirosa é uma vaidade fugaz, um caminho para a morte. A violência dos ímpios os arrasta, porque se recusam a praticar a justiça.
No que se refere à pureza da conduta e a justiça divina, em Pv 21:8–11, o caminho do pecador é tortuoso, mas as ações do justo são retas e puras. É preferível morar no terraço de uma casa, sem teto, do que viver na mesma casa com uma mulher briguenta. A alma do ímpio deseja o mal, e ele não mostra compaixão pelo próximo. Quando o zombador é castigado, o simples adquire sabedoria, e quando o sábio é instruído, ele obtém conhecimento.
Em seguida, nos vv. 12–15, a sabedoria aborda a vigilância divina e a resposta à necessidade. O Justo observa a casa do ímpio, e Deus derruba os perversos na desgraça. Quem fecha os ouvidos ao clamor do pobre também clamará e não será ouvido. Um presente dado em segredo acalma a ira, e uma oferta discreta apazigua a fúria. A execução da justiça é motivo de alegria para os justos, mas é terror para os que praticam a iniquidade.
Ainda sobre as consequências da busca pelo prazer e a retribuição do ímpio, em Pv 21:16–19, o homem que se desvia do caminho do entendimento habitará na congregação dos mortos. Quem ama os prazeres se tornará pobre; quem ama o vinho e o azeite não enriquecerá. O ímpio serve de resgate para o justo, e o enganador para os retos. É melhor habitar numa terra deserta do que com uma mulher contenciosa e irritadiça.
Os provérbios seguintes, nos vv. 20–24, tratam da sabedoria e da arrogância. Há tesouro desejável e azeite na casa do sábio, mas o tolo os dissipa. Quem segue a justiça e a bondade encontra vida, retidão e honra. O sábio pode conquistar uma cidade de homens poderosos e derrubar a fortaleza em que eles confiam. Aquele que guarda a boca e a língua preserva sua alma de muitas angústias. O homem orgulhoso e arrogante é chamado de zombador, pois age com insolência desmedida.
Finalmente, a preguiça, a ganância e a integridade da testemunha concluem o capítulo. Nos vv. 25–29, o desejo do preguiçoso o leva à morte, pois suas mãos se recusam a trabalhar. O ímpio cobiça continuamente, mas o justo dá sem reter. O sacrifício dos ímpios é uma abominação, especialmente quando oferecido com má intenção. A testemunha falsa perecerá, mas o homem que ouve falará para sempre com verdade. O ímpio endurece a face, mas o reto considera seus caminhos.
A sabedoria encerra o capítulo, nos vv. 30–31, com a afirmação da supremacia divina sobre as ações humanas. Não há sabedoria, nem entendimento, nem conselho que possa prevalecer contra o Senhor. O cavalo é preparado para o dia da batalha, mas a vitória, o livramento e o sucesso vêm somente do Senhor.
📖 Comentário de Provérbios 21
Provérbios 21.1 A pessoa pode olhar para um rio e pensar que ele não segue nenhum padrão, porém a água obedece as ordens da mão de Deus. Assim também é com um bom rei. Os seus passos são determinados pelo Senhor.
O rei era uma pessoa poderosa na antiga sociedade israelita, mas este provérbio instrui que mesmo esta figura poderosa é subserviente à vontade de Javé. O equivalente moderno à imagem de um “canal de água” na mão de Javé seria dizer que o rei é como “massa” em suas mãos. Que Deus nem sempre inclina o rei na direção da justiça pode ser ilustrado pelo caso de Faraó no livro de Êxodo. Aqui Deus “endurece seu coração”. Isso não deve ser entendido como fazer o faraó praticar o mal, mas sim como confirmar uma inclinação já existente. No entanto, como a água trouxe fertilidade, essa imagem pode significar que Deus inclina o rei em boas direções. Também em apoio a isso está a ideia de que as águas caóticas são representativas do caos e da hostilidade; portanto, a água canalizada significa controlar essas forças contrárias.
Provérbios 21.2 A boa percepção que a pessoa tem de sua própria vida, conduta ou caminho pode convencê-la, mas o julgamento final sobre sua retidão cabe a Deus (Pv 17.3). Este provérbio é uma variante de 16:2. A questão é que os seres humanos podem interpretar mal sua integridade ou alegar falsamente ter integridade. Os humanos não são os juízes finais da correção de suas próprias ações: Deus é. Os humanos não definem padrões de virtude: Deus sim. A metáfora do caminho representa a direção da vida de alguém aqui e é difundida por todo o livro.
Provérbios 21.3 Ecoando a mesma ideia em 15:8; 16:6, o autor afirma que a prática da justiça (mishpat) e da retidão (tsedaqah) é mais aceitável para o Senhor do que o sacrifício (zevaḥ). Essa é uma mensagem clara: Deus valoriza primariamente a retidão moral e a ação ética em detrimento de rituais externos e atos religiosos formais.
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Deus valoriza ações de justiça e retidão mais que rituais vazios. A verdadeira adoração se manifesta na integridade diária, conforme Provérbios 21:3. |
Este princípio reflete um tema recorrente em toda a Bíblia, onde a obediência sincera e um caráter justo são consistentemente priorizados acima de meras observâncias rituais. Tal como outros provérbios que apresentam valores relativos (como 16:19, 32; 17:1; 19:22; 22:1; 24:5; 27:5; 28:6, 23), o livro enfatiza que, embora o sacrifício seja algo que o Senhor ama, Ele ama ainda mais a retidão e a justiça. De fato, passagens como Isaías 1:11–17, Oseias 6:6, Miqueias 6:6–8, 1 Samuel 15:22 e Salmo 40:6-8 corroboram a ideia de que o sacrifício sem retidão e justiça é inútil e que viver com retidão é superior à oferta de sacrifícios.
Embora o próprio provérbio não defina explicitamente “retidão” e “justiça”, o livro de Provérbios as delineia intimamente ligadas à sabedoria e as associa a comportamentos e atitudes específicos. Além disso, a leitura do livro no contexto mais amplo do cânon bíblico, especialmente em relação à Lei, sugere que a prática da retidão e da justiça inclui, mas não se limita à, oferta de sacrifícios.
No Novo Testamento, esse ensinamento é vigorosamente reforçado. Jesus, em Mateus 23:23, repreende os fariseus por negligenciarem “a justiça, a misericórdia e a fé” ao se apegarem a minúcias da Lei. Da mesma forma, em Marcos 12:33, um escriba reconhece que amar a Deus e ao próximo “vale mais do que todos os holocaustos e sacrifícios”, recebendo o elogio de Jesus. O apóstolo Paulo também ecoa essa verdade ao afirmar que “a fé opera pelo amor” (Gálatas 5:6), sublinhando que a verdadeira religião se manifesta em ações justas e compassivas.
Provérbios 21.4 A segunda parte deste versículo é de difícil tradução. Algumas versões traduzem a ambígua palavra hebraica “lavoura” como lâmpada. (Para altivo e orgulhoso, consulte Pv 16.18.)
Este verso, embora claro em seu ponto principal, tem suas complicações e, com outros comentaristas, devemos admitir que permanece enigmático, particularmente em termos de imagem. Certamente, não há nada obscuro sobre a conexão entre orgulho, por um lado, e maldade e pecado, por outro. O orgulho, colocando-se em primeiro lugar, leva ao pecado e, como diria Calvino, é a base de todos os outros pecados. Em contraste com a descrição dos ímpios como aqueles com olhos orgulhosos e coração arrogante, pensamos na exclamação do salmista:
[Ó Senhor], o meu coração não é orgulhoso;O enigma vem com a metáfora da “lâmpada”. Talvez a ideia seja que os olhos e o coração (representando a pessoa exterior e interior) são a lâmpada do indivíduo, que no caso dos ímpios são pervertidos. Nesse entendimento, pode haver um contraste intencional com a “lâmpada de Javé” em 20:27.
meus olhos não são altivos.
(Sl 131:1 NLT)
Tem sido sugerido que a palavra hebraica nir significa “lavoura” aqui, mas eu a tomo como uma variante de nēr (muitos manuscritos têm esta última forma, assim como as versões), que geralmente significa “lâmpada”. Traduzi-lo como “lavoura” parece exagerar na evidência e, de qualquer forma, a metáfora não é mais clara.
Provérbios 21.5 Normalmente, o planejamento leva a abundancia, e a pressa, a pobreza (Pv 20.21). Não é errado fazer planos, mas é errado planejar fazer o que o Senhor proibiu expressamente (Pv 16.1). Quem é determinado está de olho no objetivo; eles são capazes de tomar decisões e elaborar planos. Isso deve ser contrastado com aqueles que se apressam, o que neste contexto deve significar algo como ser “impulsivo”. Provérbios frequentemente denigre aqueles que tomam decisões rápidas e não reflexivas. As consequências desses dois cursos de ação são contrastadas em termos de lucro e prejuízo.
Provérbios 21.6, 7 A prosperidade pode ser boa ou ruim. Depende de como a pessoa a alcançou. Se a conseguiu por meio da língua falsa [“mentirosa”, na NVI], corre sério risco de ser levado a ilusão e a armadilha mortal.
Provérbios 21:6 Provérbios não é contra a aquisição de riqueza, mas deve ser feito com honestidade e diligência. A busca fraudulenta de riqueza é consistentemente condenada (22:16) junto com qualquer forma de mentira (6:16-19; 25:18). Aqui o provérbio corta para a realidade da situação. Essas pessoas pensam que estão indo atrás de bens materiais, mas o que ganharão é uma vida sem sentido [2] e, por fim, a morte.
Provérbios 21:7 Os perversos não agem com justiça e assim prejudicam os inocentes. Eles agem dessa maneira para obter vantagem sobre os outros, mas esse provérbio indica que eles próprios terão um fim trágico. “Violência gera violência.” O provérbio pode servir de advertência contra comportamentos violentos sem causa ou confortar aqueles que são vítimas de sua violência.
Provérbios 21.8 Este provérbio em antítese nos faz voltar ao princípio do estudo sobre sabedoria, ao contraste entre o justo e o ímpio (Pv 1-9; Sl 1). As aparências podem enganar. Aqui o caminho de uma pessoa pode parecer “ventoso” ou “tortuoso” (de hpk), mas isso não parece ter o sentido moral de “torto” (de ʿqš; 2:15; 11:20). “Estranho” (zār) também pode ter um sentido moral, mas aqui acho que é usado no sentido de “enigmático”. Essa leitura parece correta à luz do segundo dois pontos, que descreve o comportamento real da pessoa em termos fortes e positivos: “puro” e “virtuoso” são usados para indicar comportamento sábio em Provérbios.
Provérbios 21.9 Os antigos telhados israelitas eram planos e podiam ser usados como terraço. Às vezes, as pessoas construíam um abrigo provisório sobre a parte do telhado. E este versículo ressalta que o marido prefere viver num telhado do que morar dentro de casa com uma mulher briguenta.
O provérbio tem uma forma melhor que, que dá valores relativos, não absolutos. Embora casamento e companheirismo sejam coisas positivas em Provérbios, é melhor ficar sozinho do que com uma pessoa que torna a vida insuportável. Embora o telhado de uma antiga casa israelita fosse um espaço habitável, ao contrário da maioria das casas modernas, o local seria um lugar desconfortável para viver e dormir. Van Leeuwen afirma bem o ponto do provérbio: “É melhor expor-se à natureza do que às 'tempestades' de uma esposa”. As mulheres que o leem hoje devem simplesmente substituir “homem/marido” no provérbio; ele pode ser aplicado com força igual nessa direção. O princípio é que é difícil conviver com quem está sempre em busca de briga. provérbios semelhantes poderia ser encontrado às 21:19; 25:24; 27:15–16.
Provérbios 21.10 Aqui está uma pessoa cuja paixão é fazer o mal; portanto, não sente compaixão por ninguém. O ímpio nunca pensa no próximo, a não ser nele mesmo. Este provérbio nos ajuda a entender a psicologia dos ímpios. Essas não são pessoas que ocasionalmente fazem coisas ruins; eles habitualmente agem de maneira ruim. Assim, o segundo cólon não é surpreendente. Eles não dão folga aos vizinhos. Se seus vizinhos ficarem no caminho do cumprimento de sua maldade, na qual eles são viciados, então os vizinhos sofrerão. Clifford comenta sobre o jogo de palavras em hebraico: “Os ímpios (rāšāʿ) são tão obcecados por seu desejo pelo mal (rāʿ) que (dois pontos b) negligenciam totalmente o próximo (rēʿēhû). Em outras palavras, os ímpios são tão absorvidos por rāʿ que se esquecem de rēʿ.” [Clifford, Proverbs, p 190.]
Provérbios 21.11 O tolo descrito neste texto é da pior espécie: o escarnecedor (Pv 19.25). A pessoa simples tem sensatez bastante para aprender vendo o escarnecedor ser castigado. O sábio sempre aprende; o simples, às vezes, adquire conhecimento; mas o escarnecedor é um caso perdido.
Este versículo é gramaticalmente mais complexo do que a maioria dos provérbios e é difícil de representar de maneira concisa em inglês, embora não seja excessivamente longo em hebraico. O ponto é claro e interessante. Basicamente, mostra que a punição de um zombador - embora não seja benéfica para o zombador, que por definição não responde a críticas ou punições - pode ajudar um terceiro, o imaturo ou simplório, que vê e responde. No segundo cólon, não está claro exatamente de quem o conhecimento aumenta, se outras pessoas sábias, os simplórios ou ambos. Ver também 19:25.
Provérbios 21.12 Este é um versículo de tradução extremamente difícil. Algumas versões entendem que a palavra justo se refere ao homem ou a mulher justo que aprende observando a sina dos ímpios. Outros entendem que o termo “justo” aqui se refere a Deus, que determina o destino dos ímpios. É provável que este versículo fale do Senhor como o justo, e a expressão incomum da segunda parte esteja falando de Seu juízo como uma ruína para os ímpios.
Uma das principais perguntas a fazer sobre esse provérbio é a identidade do “justo”. A maioria dos comentaristas acredita que a referência é a Deus, que é o “Justo”, e isso pode muito bem ser verdade. No entanto, não há nada no provérbio que torne essa interpretação certa e pode se referir a uma pessoa justa. Afinal, tanto Deus quanto os justos podem ficar de olho nos iníquos e fazer o possível para desviar os planos dos iníquos para um fim ruim. No entanto, é verdade que tal imagem dos justos como intrometidos intrigantes não é muito elogiosa e, portanto, talvez seja melhor pensar no ator aqui como o próprio Deus.
Provérbios 21.13 Aquele que é indiferente as necessidades dos aflitos não encontrará alguém para ajudá-lo quando clamar por socorro. “Os outros farão com você o que você fizer com eles.” Se as pessoas não responderem aos pedidos de ajuda, quando estiverem com problemas, ninguém as ajudará. Este provérbio é um chamado para ser sensível aos pedidos dos necessitados. Ele se encaixa com outros que mostram preocupação com os necessitados (22:2; 28:27; 29:7, 14).
Provérbios 21.14 Provérbio 18.16 e 19.6 anteveem as ideias deste versículo sobre o emprego de presentes para abrir caminho a alguém, em especial a pessoa de posição humilde que deseja ser recebida pela de posição elevada. O presente fala por si! E o presente dado em segredo discorre agradavelmente contra a ira, ajudando a apaziguar ressentimentos.
O ensino sobre subornos/presentes é difícil de sintetizar no livro de Provérbios. Aqui, tanto “presente” (mattān) quanto “suborno” (šōḥad) são naturalmente entendidos de maneira positiva; em outros lugares, a ideia de suborno é desaprovada por distorcer a justiça (ver “Subornos/Presentes” no apêndice; ver também Êxodo 23:8; Deuteronômio 16:19; 27:25; Salmos 15:5; Eclesiastes 7:7; Isaías 1:23; 5:23; Ezequiel 22:12). Pode ser uma questão da hora certa e do lugar certo para um suborno. Talvez se o motivo for bom e não perverter a justiça, um suborno foi considerado a coisa certa a fazer. De fato, pode-se imaginar cenários em que um suborno pode realmente permitir que a justiça prevaleça. Uma outra estratégia de interpretação consideraria esse provérbio sarcástico, [6] mas isso parece ser um alcance, já que acalmar a raiva parece ser um resultado positivo.
Provérbios 21.15 A justiça não é uma obrigação trabalhosa nem um peso para a pessoa. Para o justo, exercer a justiça é pura alegria. Já para o ímpio, a justiça é tão triste quanto o fim dele (Pv 10.29). A justiça traz alegria aos justos, mas ruína aos que praticam o mal. Afinal, justiça implica recompensa para os justos e punição como consequência das más ações. Clifford acredita que isso anula o que ele chama de interpretação psicológica, que interpreta a alegria como uma boa consciência, [Clifford, Proverbs, p. 191.] mas eu levantaria a possibilidade de que a interpretação recompensa/punição não exclua a ideia de uma boa consciência. Minha tradução (contra o NIV e NRSV) implica uma justiça ativa; pode também incluir não apenas fazer justiça, mas também a alegria que vem quando os justos observam a justiça sendo feita.
Provérbios 21.16 O termo “mortos” é assustador; significa “sombras” (Pv 9.18). Nestes versículos, “monos” pode ter o sentido de morte física, e não de espiritual (como e o caso de Tg 1).Ao longo de Provérbios, mas particularmente nos primeiros nove capítulos, a metáfora do caminho como jornada de vida é difundida. Existem essencialmente dois caminhos. O caminho da sabedoria é reto e protegido por Deus. Aqui esse caminho está associado a um sinônimo de “sabedoria” (ḥokmâ), “insight” (haśkēl). O caminho tortuoso e escuro termina na morte. A simples constatação é que quem sai do caminho reto que conduz à vida, encontrará a morte. O termo usado para “partir” aqui (rĕpāʾîm) refere-se aos ancestrais que partiram (ver comentários em 9:18).
Pode-se responder dizendo que todos, sábios e tolos, acabam morrendo. No mínimo, esse provérbio sugere que os tolos têm maior probabilidade de morrer cedo como resultado de suas decisões tolas. No entanto, o provérbio pode implicar mais, embora a doutrina da vida após a morte não seja totalmente desenvolvida aqui.
Provérbios 21.17 O objetivo deste versículo não é proibir o consumo de vinho ou azeite, mas alertar aqueles que dedicam muito tempo aos prazeres. Naquela época, um dos maiores prazeres dos hedonistas era o banquete, regado de iguarias, vinho e azeite. O problema aqui, que leva a condenação do ímpio, é o excesso; o equilíbrio é a meta que anima os justos.
Provérbios identifica uma série de causas da pobreza. Certamente, a causa mais comum é a preguiça, mas aqui é apresentada outra razão: excesso de indulgência ou gastos acima da capacidade de pagamento. A primeira vírgula é uma declaração geral sobre a busca do prazer levando a uma diminuição dos recursos. A segunda linha refere-se a celebrações ou festas, o que hoje poderíamos chamar de “festas”. O óleo seria usado para refrescar a pele dos convidados, enquanto o vinho seria usado para lubrificar a garganta. A Bíblia não se opõe ao álcool, mas o consumo deve ser razoável.
Um contraste interessante pode ser traçado entre o ensino de Provérbios de que a busca da sabedoria envolve evitar o excesso de indulgência e a defesa do Mestre (Qoheleth) depois que ele desiste de encontrar significado na sabedoria:
Vá, coma com prazer e beba seu vinho com alegria, pois Deus já aprovou suas ações. Deixe suas roupas sempre brancas e não poupe óleo em sua cabeça.
(Eclesiastes 9:7–8)
Um faz uma festa para o riso;Provérbios 21.18 Este versículo fala em termos de juízo final. Em ultima análise, o justo prevalecera, e os ímpios, não. Finalmente, o bem vencera. Não importa como alguém o corte, esse provérbio é difícil. A ideia é bastante clara. Os ímpios/traiçoeiros são um resgate para os justos/virtuosos. Isso deve significar que o primeiro paga a penalidade pelo segundo. Mas se o castigo merecido pelo justo é pago pelo ímpio, onde está a justiça nisso? Além disso, se os justos precisam de um resgate, eles são realmente justos ? Talvez o provérbio esteja sendo sarcástico. Os ímpios acabarão recebendo toda a punição. Em qualquer caso, Murphy [Murphy, Proverbs, pp. 160–61.] certamente está certo ao afirmar contra outros intérpretes que este versículo não está dizendo a mesma coisa que 11:8:
o vinho torna a vida ainda mais alegre;
e dinheiro respostas tudo. (10:19)
O justo é liberto da angústia,Contra 11:8, o presente provérbio através do uso do termo “resgate” implica algum tipo de culpa ou falta (da parte do justo) que 11:8 não implica. Este verso, em última análise restos difícil.
mas os ímpios tomarão o seu lugar.
Provérbios 21.19 Este versículo pode ter um outro lado: que privilégio e viver ao lado de um cônjuge (marido ou esposa) amoroso! Leia de novo a apresentação positiva de Provérbio 19.4. Tomar isoladamente versículos sobre mas esposas e difamar as mulheres como um todo, coisa que não se pode dizer que estes versículos façam.
Este provérbio é outro de uma série de provérbios que advertem contra entrar em um relacionamento com uma mulher difícil (veja comentários e outras citações de texto em 21:9). Aqui a analogia é com uma terra desolada; o termo midbār usado aqui é mais conhecido como referindo-se à região do deserto através da qual Israel viajou para chegar do Egito à terra prometida.
Provérbios 21.20 Este provérbio contrasta a prosperidade do sábio com a pobreza do tolo (Pv 20.15). A questão central é a forma como lidam com seus bens. Os tolos abusam ou negligenciam o que é de sua propriedade.
Este versículo parece seguir as linhas de 21:17. Os sábios, por meio de seu trabalho árduo e administração de seus recursos, têm muitas bênçãos materiais. Os pobres os consomem, então eles se foram. O “óleo” mencionado aqui, como no v. 17, refere-se ao óleo usado para refrescar a pele em clima seco; é uma indicação de riqueza e luxo.
Provérbios 21.21 É possível que vida, justiça e honra se juntem no sentido de uma vida mais abundante, A busca da justiça é sua própria recompensa. No entanto, há recompensas extras, como viver a vida em plenitude e receber honrarias. Tudo isso é dadiva do Senhor (Pv 15.9).
A busca da retidão e do amor será bem-sucedida. Os provérbios não são garantias ou promessas, mas apresentam a melhor estratégia para alcançar os fins desejados. Todas as coisas sendo iguais, aqueles que buscam a retidão a encontrarão (veja “Gênero” na introdução). A retidão e o amor da aliança estão intimamente relacionados à sabedoria, de modo que a busca dessas qualidades está, pelo menos em parte, ligada a seguir o caminho da sabedoria conforme apresentado neste livro. O verbo “ perseguir “ conota uma paixão busca de algo.
Provérbios 21.22 A sabedoria tem mais potência do que a força bruta; é mais formidável do que uma fortaleza. Assim, é melhor buscar a sabedoria em vez de grandes músculos. A sabedoria é melhor do que a força. Como pode ser isso? Muito provavelmente este provérbio está pensando em estratégias elaboradas por conselheiros que levam brilhantemente à derrota de uma cidade forte. Toda a força bruta do mundo é infrutífera, a menos que seja guiada na direção certa pela sabedoria.
O Professor (Qoheleth) mina o otimismo dessa ideia contando uma história:
Além disso, observei este exemplo de sabedoria sob o sol e isso me impressionou muito. Havia uma pequena cidade e havia algumas pessoas nela. Um grande rei invadiu e cercou. Ele construiu enormes obras de cerco contra ela. Nela foi encontrado um homem pobre, mas sábio, e ele resgatou a cidade por meio de sua sabedoria, mas ninguém se lembrou daquele pobre sábio. E eu disse: “A sabedoria é melhor do que o poder”. Mas a sabedoria do pobre foi desprezada! Suas palavras eram não atendido. (Eclesiastes 9:13–16) [Veja Longman, Ecclesiastes, pp. 233–35.] Provérbios 21.23 Este provérbio faz um jogo de palavras com “guardar”. Se a pessoa guarda ou conserva sua boca, ela guarda ou conserva sua alma. O complemento disto está nos diversos problemas que a pessoa enfrenta ao falar sem cuidado.
O sábio ria da afirmação “paus e pedras podem quebrar meus ossos, mas palavras nunca vão me machucar”. Ridículo. A palavra errada pode matar e levar à própria morte. Os sábios são muito cuidadosos com suas palavras e não dirão coisas que os coloquem em apuros. Este provérbio é particularmente breve no hebraico e pode muito bem tentar representar linguisticamente o que está comunicando semanticamente.
Provérbios 21.24 Este provérbio aplica quatro diferentes palavras hebraicas com sentido de “arrogância ao zombador” (v. 11). As duas primeiras palavras, “soberbo” e “presumido”, significam “profundamente arrogante” (v. 4). As duas últimas, “indignação” e “soberba”, significam “arrogância ilimitada”.
Este provérbio define o que faz de um escarnecedor um escarnecedor: orgulho. O orgulho faz com que as pessoas olhem para os outros e zombem deles. Especificamente, quando eles próprios são criticados, ao invés de olhar para dentro e se transformar para melhor, eles se defendem ridicularizando aqueles que estão apontando suas fraquezas. Para a aversão da sabedoria pelo orgulho e afirmação da humildade.
Provérbios 21.25 O anseio do preguiçoso o mata; ele é devorado por suas próprias paixões porque não quer gastar energia em cumpri-las. O versículo 26 continua a descrição da ambição insaciável do preguiçoso contrastando-a com a generosidade do honrado.
Os anseios do preguiçoso não incluem trabalho. Mas sem trabalho não há rendimento, não há colheitas, não há nada para comer. Portanto, o desejo dos preguiçosos os matará. Este provérbio é verdadeiro, todas as coisas são iguais. Mas nem todas as coisas são sempre iguais. Às vezes, as pessoas ajudam os preguiçosos, para que sobrevivam, mas de acordo com o conselho de Paulo aos tessalonicenses: “Quem não trabalha, não coma” (2 Tessalonicenses 3:10 NLT).
Provérbios 21.26 Este provérbio pode ser pareado com o versículo 25 como descrição do desejo insaciável da pessoa preguiçosa. Em contraposição, o justo não cessa de ser generoso. O preguiçoso espera, enquanto o justo dá; o preguiçoso não tem nada, e o justo tem muito.
O ponto do provérbio parece ser que todo mundo tem desejos por coisas para si. Queremos cada vez mais comida, luxos e posses. No entanto, o que distingue a pessoa justa das outras é que esses anseios podem ser redirecionados, e uma pessoa egocêntrica pode se tornar uma pessoa centrada no outro. Os justos não hesitam em compartilhar sua riqueza. Não se trata de satisfazer os próprios desejos (que nunca acabam) e depois tornar-se generoso. Que a generosidade é uma característica dos sábios pode ser visto também em 22:2; 29:7, 14.
É interessante ler vv. 25 e 26 juntos, embora não permitindo que um obscureça o outro. O versículo 25 indica que os anseios são necessários para a sobrevivência; v. 26 adverte que anseios descontrolados são prejudiciais.
Provérbios 21.27 Quando o ímpio faz um sacrifício sem intenção de parar com sua iniquidade, é uma abominação (hb. to’eba). Esta abominação existe aos olhos de Yahweh (como em Pv 20.10), embora Ele não seja mencionado nesta sentença. Entretanto, pior do que apresentar um sacrifício com o coração sujo é trazer esse sacrifício com más intenções.
Sacrifício não funciona ex opere operato: não é uma cerimónia mágica. Usando a linguagem teológica moderna, podemos chamá-lo de sacramental no sentido de que é um sinal externo de um ato interno, como o arrependimento. Os ímpios não se arrependem; eles trazem sacrifícios por outros motivos ocultos (o sentido de “conspiração”, zimmâ). Este falso tipo de sacrifício pode estar ligado à ideia do Mestre de um “sacrifício de tolos”, embora nesse contexto o Mestre possa estar se referindo a todo sacrifício (ver Eclesiastes 5:1). [Longman, Ecclesiastes, pp. 140–51.]
Murphy, Clifford e outros traduzem as partículas no início do segundo cólon para fornecer uma prática pior do que a primeira:
O sacrifício dos ímpios é uma abominação;Esta é, de fato, uma interpretação possível. No entanto, pode-se imaginar uma pessoa perversa oferecendo um sacrifício sem motivos ambíguos? Por esta razão, traduzo o segundo dois pontos como dando a definição de um sacrifício iníquo. Ver também 15:8.
quanto mais quando se oferece com cálculo.
[Assim Clifford, Proverbs, p. 188; veja também Murphy, Proverbs, 27.]
Provérbios 21.28 Grande número de provérbios trata da testemunha mentirosa (Pv 19.28). O problema da falsa testemunha é que suas mentiras pervertem a justiça para os outros. Mesmo que seja uma única mentira, a mentira pode ser replicada por outras pessoas.
Este provérbio se encaixa com um tema difundido no livro de Provérbios que condena a falsa testemunha e promove a verdade em procedimentos legais (19:28; 24:28–29; 25:8, 18; 29:24; etc.). A difícil questão de interpretação se concentra no segundo cólon e na frase lāneṣaḥ, que normalmente é traduzida como “para sempre”. Literalmente, a frase pode ser interpretada como “aquele que ouve falará para sempre”, mas isso parece estranho.
O contraste parece estar entre o silenciamento da falsa testemunha e a permanência daquele que ouve, presta atenção e relata a verdade. Emerton (ver nota de rodapé da tradução) argumentou que o verbo dbr no segundo dois pontos deve ser entendido como “destruir”, com base no Salmo. 18:48; 47:3 (4MT); e 2 Crônicas. 22:10, enquanto lāneṣaḥ deve ser entendido como “completamente” em vez de “para sempre”, com o resultado de que deve ser traduzido “e aquele que ouvir subjugará (ou destruirá) (ele) completamente”. Ele então explica o significado do versículo como ao ouvir atentamente uma testemunha mentirosa, seu oponente detectará fraquezas e inconsistências em seu testemunho e o derrotará.
O argumento de Emerton tem plausibilidade, mas é construído sobre significados raros para dbr e neṣaḥ e deve ser considerado apenas uma possibilidade. Pode-se também sugerir que em um contexto como o atual, onde ouvir e falar estão em questão, o uso muito mais frequente do verbo dbr (falar) seria mais provável de fornecer seu significado.
Provérbios 21.29 Há um belo jogo de palavras entre os vocábulos traduzidos como endurece o seu rosto e considera o seu caminho. O ímpio está preocupado com a expressão facial; o justo só se preocupa com o rumo de sua vida (Pv 11.5).
A frase “rosto impudente” também é usada em 7:13 para a mulher promíscua quando ela seduz um homem que não é seu marido, mesmo no contexto da realização de um ritual religioso. Também é usado em Dan. 8:23 em referência a um futuro rei, geralmente identificado com Antíoco Epifânio, [16] que causa grande dano contra o povo de Deus. É claro que esta frase está associada a um mal horrível. Em contraste com isso, os virtuosos têm um “caminho” claro, o “caminho”, uma metáfora difundida em Provérbios, representando a jornada da vida.
Garrett lê o Qere do verbo do segundo dois pontos como “entende” e considera a referência ao caminho “deles” como referindo-se não ao caminho dos virtuosos, embora isso pareça o mais provável porque o antecedente mais próximo, mas aos perversos. Em outras palavras, os virtuosos podem “ver através” da face dura dos ímpios. Embora não seja impossível, esta parece uma leitura menos provável do antecedente de “deles” e depende de tomar o Qere (yābîn) em vez do Kethib (yākîn).
Provérbios 21.30 Geralmente, os provérbios empregam a palavra sabedoria com sentido positivo. Neste versículo, porém, a palavra está pareada com truques de conspiradores. Estes truques não tem poder sobre Deus, como Balaão, o profeta pagão, descobriu ao encontrar o Senhor nas planícies de Moabe (Nm 22—24). A verdadeira sabedoria só se encontra em Deus. Logo, de forma alguma, a sabedoria, a inteligência e o conselho podem prevalecer em qualquer coisa contra o Senhor.
Este provérbio parece dizer essencialmente a mesma coisa, mas de um ponto de vista negativo, como em 1:7. A sabedoria flui de Javé e, portanto, a “sabedoria” que fala contra Javé não é realmente sabedoria. Este ponto parece estar em tensão com o conhecido cenário internacional de sabedoria e o próprio uso aparente de Provérbios de antigos provérbios do Oriente Próximo.
Provérbios 21.31 Um soldado pode fazer tudo o que está a seu alcance para se preparar para a batalha (Pv 20.18), mas, no fim das contas, nenhuma preparação pode superar o poder de Deus. A vitória está nas mãos de Deus.
Este provérbio está de acordo com a teologia da guerra santa. A preparação e a estratégia humanas são necessárias, mas é preciso ter em mente que elas só terão sucesso se Javé assim o desejar. O sentimento parece o mesmo que o expresso em Sl. 33:16–17:
O exército mais bem equipado não pode salvar um rei,Este versículo em Provérbios pode ser lido em conjunto com o provérbio anterior para ilustrar uma área em que a sabedoria humana não pode ser bem-sucedida separada da sabedoria de Deus.
nem grande força é suficiente para salvar um guerreiro.
Não conte com seu cavalo de batalha para lhe dar a vitória—
por toda a sua força, não pode salvá-lo. (NLT)
🙏 Devocional de Provérbios 21
Provérbios 21:1-5 (A Soberania Divina e a Futilidade da Justiça Aparente)Provérbios 21 inicia afirmando a soberania inquestionável de Deus sobre até mesmo as autoridades mais elevadas. O versículo 1 declara que “o coração do rei está nas mãos do Senhor, como os regatos de água, e Ele o inclina para onde quer”, sublinhando que a vontade divina prevalece sobre os governantes. O v. 2 reitera que “todos os caminhos do homem são retos aos seus próprios olhos, mas é o Senhor quem pesa os corações”, indicando que a autojustificação humana é falha diante do discernimento divino. O v. 3 estabelece um princípio fundamental: “praticar a justiça e o juízo é mais aceitável ao Senhor do que o sacrifício”, elevando a obediência moral acima dos rituais religiosos. Os vv. 4-5 condenam a altivez e a precipitação: “olhos altivos e coração orgulhoso, a lavoura dos ímpios, são pecado”. “Os planos do diligente tendem à abundância, mas todo o que se apressa para enriquecer é certo que cairá na pobreza.”
A aplicação prática dessas verdades nos impele a uma vida de humildade, justiça e diligência, confiando na soberania divina. Para o seguidor de Cristo, a consciência de que Deus controla os corações dos governantes nos leva à oração por eles (1 Timóteo 2:1-2) e à confiança em Sua providência, mesmo em contextos de injustiça aparente. A busca pela autojustificação deve ser substituída pela humildade e pelo reconhecimento de que somente Deus conhece as verdadeiras intenções. A obediência prática aos princípios de justiça e retidão é mais valiosa para Deus do que qualquer rito formal (Miqueias 6:8). No ambiente familiar, pais devem ensinar seus filhos a serem humildes e a não confiarem apenas em suas próprias percepções de retidão. Eles devem também modelar a justiça e a diligência, mostrando que os ganhos rápidos e ilícitos trazem pobreza a longo prazo. Filhos aprendem a buscar a humildade e a evitar a arrogância que leva ao pecado, e a serem diligentes em seus estudos e tarefas.
No ambiente profissional, a humildade ao lidar com superiores e colegas é uma virtude. A diligência no trabalho e a recusa em buscar atalhos para o sucesso são cruciais, pois a pressa para enriquecer geralmente leva à ruína e à desonestidade. Na comunidade eclesiástica, a submissão à vontade de Deus é fundamental, e a prática da justiça e da misericórdia é mais valorizada do que a mera observância de rituais religiosos (Mateus 9:13). O orgulho e a arrogância devem ser combatidos na liderança e entre os membros. Como cidadãos, somos chamados a praticar a justiça e o juízo em nossas comunidades, influenciando os governantes com nossas orações e ações em favor da equidade. A condenação da arrogância e da busca desenfreada por riquezas é um chamado a valores mais nobres na vida pública.
Provérbios 21:6-10 (A Futilidade da Riqueza Ilícita e a Aversão à Justiça)
Este bloco de Provérbios 21 continua a advertir sobre a inutilidade da riqueza obtida de forma desonesta e a aversão dos ímpios pela justiça. O versículo 6 declara que “adquirir tesouros por meio de uma língua mentirosa é uma vaidade fugaz, que busca a morte”, sublinhando a efemeridade e as consequências mortais dos ganhos ilícitos. O v. 7 aponta que “a rapina dos ímpios os arrebatará, porque se recusam a fazer o que é justo”, mostrando que a injustiça se volta contra o próprio iníquo. O v. 8 descreve “o caminho do homem culpado como tortuoso, mas a conduta do puro é reta”, contrastando a distorção da vida de quem erra com a clareza daquele que age corretamente. Os vv. 9-10 enfatizam a aversão à contenda e a maldade no coração do ímpio. “É melhor morar no canto de um telhado do que com uma mulher rixosa numa casa espaçosa”, e “a alma do ímpio deseja o mal; o seu próximo não encontra favor em seus olhos.”
A aplicação prática dessas verdades nos impulsiona a uma vida de honestidade e busca pela paz, rejeitando a maldade interior. Para o seguidor de Cristo, a busca por riquezas através da mentira ou da fraude é uma ilusão que leva à destruição, pois a verdadeira prosperidade está na bênção de Deus e na integridade. A retidão de caráter se manifesta em caminhos claros e honestos, em contraste com a vida tortuosa da iniquidade. No ambiente familiar, pais devem ensinar seus filhos sobre a importância da honestidade e da paz no lar, mostrando que a ganância e a discórdia trazem miséria, mesmo em meio à abundância. Eles devem também modelar um coração que busca o bem do próximo, sem cobiça ou malevolência. Filhos aprendem que a fofoca e a injustiça corroem as relações e que a paz de espírito vale mais que qualquer conforto material.
No ambiente profissional, a honestidade em todas as transações e a recusa em participar de qualquer forma de fraude são inegociáveis, pois o ganho ilícito é fugaz e destrutivo. A busca por caminhos retos e a promoção de um ambiente de trabalho pacífico são essenciais. Na comunidade eclesiástica, a verdade e a retidão devem guiar todas as ações financeiras e relacionais. A igreja deve ser um lugar de paz, onde a contenda é evitada e onde se combate a maldade no coração, promovendo o amor ao próximo (1 João 4:7-8). Como cidadãos, somos chamados a combater a corrupção e a fraude em todas as suas manifestações, pois a injustiça destrói a sociedade. A promoção da paz e a condenação da maldade são cruciais para a construção de uma comunidade mais justa e harmoniosa, onde o bem-estar do próximo é priorizado sobre os interesses egoístas.
Provérbios 21:11-15 (A Sabedoria da Punição e a Retribuição da Justiça)
Este bloco de Provérbios 21 aborda a eficácia da repreensão e a certeza da retribuição divina sobre as ações humanas. O versículo 11 ensina que “quando o zombador é castigado, o simples se torna sábio, e quando o sábio é instruído, ele adquire conhecimento”, destacando o valor da disciplina. O v. 12 afirma que “o justo observa a casa do ímpio, e Deus derruba os ímpios na desgraça”, indicando que a justiça divina não falha. O v. 13 adverte sobre a insensibilidade: “quem tapa os ouvidos ao clamor do pobre também clamará e não será ouvido”, revelando a lei da semeadura e colheita na caridade. O v. 14 sugere a eficácia de “um presente em segredo para acalmar a ira e um suborno no regaço para aplacar a fúria forte”, reconhecendo a natureza persuasiva de certas ofertas. Finalmente, o v. 15 declara que “fazer justiça é alegria para o justo, mas ruína para os que praticam a iniquidade”.
A aplicação prática dessas verdades nos impulsiona à aceitação da correção, à compaixão e à busca ativa da justiça. Para o seguidor de Cristo, a disciplina é um meio de crescimento e aprendizado, e a observação das consequências do pecado alheio deve nos levar à sabedoria e à prudência. A compaixão pelos necessitados não é apenas uma virtude, mas um mandamento com promessa (Mateus 25:40-45). A prática da justiça deve ser uma fonte de alegria e propósito. No ambiente familiar, pais devem disciplinar seus filhos de forma justa, compreendendo que a correção visa o aprendizado e a prudência. Eles devem também ensinar a importância de ouvir e ajudar os que estão em necessidade, cultivando a empatia. Filhos aprendem que a disciplina é para o seu bem e que a indiferença aos pobres resulta em não serem ouvidos quando clamarem.
No ambiente profissional, a aplicação justa da disciplina é crucial para a ordem e a produtividade da equipe. Um profissional que ignora o clamor dos colegas em dificuldade ou que usa de subornos para manipular situações, está agindo contra a ética e a justiça. A busca por fazer o que é certo, mesmo quando é impopular, é uma fonte de satisfação genuína. Na comunidade eclesiástica, a disciplina deve ser aplicada para que os simples aprendam e para que a igreja seja um lugar de retidão. A compaixão pelos membros em necessidade é uma prioridade, e a promoção da justiça deve ser uma alegria para todos, combatendo qualquer forma de favoritismo ou corrupção. Como cidadãos, somos chamados a lutar por um sistema de justiça que castigue os zombadores e que ouça o clamor dos pobres, pois a indiferença aos necessitados resulta em uma sociedade insensível. A condenação do suborno e a defesa da justiça são fundamentais para o bem-estar social, pois a sua prática traz alegria aos justos e ruína aos ímpios.
Provérbios 21:16-21 (Os Custos da Insensatez e as Recompensas da Retidão)
Este bloco de Provérbios 21 adverte sobre as consequências da insensatez e a recompensa daqueles que perseguem a retidão. O versículo 16 descreve “o homem que se desvia do caminho do entendimento como alguém que repousará na congregação dos mortos”, sublinhando o perigo mortal da ignorância e da desobediência. O v. 17 aponta que “quem ama o prazer se tornará pobre, e quem ama o vinho e o azeite não enriquecerá”, indicando que a busca desenfreada por gratificação imediata leva à ruína financeira. O v. 18 declara que “o ímpio é o resgate do justo, e o pérfido, o do reto”, sugerindo que o mal serve, por vezes, para proteger o bem, como um substituto na punição. Os vv. 19-20 reiteram a preferência por ambientes pacíficos: “é melhor morar numa terra deserta do que com uma mulher rixosa e iracunda”. “Na casa do sábio há tesouros preciosos e azeite, mas o tolo os consome”, contrastando a prudência com o desperdício. Finalmente, o v. 21 afirma que “quem segue a justiça e a benignidade achará a vida, justiça e honra”.
A aplicação prática dessas verdades nos impele a buscar o entendimento, a evitar a busca desenfreada por prazeres e a valorizar a paz e a retidão. Para o seguidor de Cristo, a vida de fé é um caminho de entendimento, e desviar-se dela leva à morte espiritual. A temperança e a moderação são virtudes essenciais, pois a busca por prazeres excessivos leva à pobreza material e espiritual. A perseguição ativa da justiça e da misericórdia é o caminho para a vida plena e a verdadeira honra (Mateus 5:6-7). No ambiente familiar, pais devem ensinar seus filhos sobre os perigos da insensatez e da busca por gratificação imediata, que levam à ruína. Eles devem também modelar a temperança e a prudência na gestão dos recursos do lar, valorizando a paz acima da contenda.
Filhos aprendem que a insensatez leva à perdição e que a busca por prazeres excessivos tem um alto custo. No ambiente profissional, a busca por entendimento e a diligência são cruciais, pois o desperdício de recursos e a falta de foco em prazeres hedonistas prejudicam o sucesso. A promoção de um ambiente de trabalho pacífico é mais produtiva do que a convivência com a contenda. Na comunidade eclesiástica, a busca pela sabedoria e a temperança são esperadas dos crentes. A igreja deve ser um lugar de paz, onde a justiça e a benignidade são perseguidas, garantindo a vida e a honra para seus membros. Como cidadãos, somos chamados a combater a insensatez que leva à autodestruição, como o vício e o desperdício. A promoção da paz nos lares e a busca por um governo que valorize a justiça e a benignidade são fundamentais para o bem-estar coletivo, pois quem age com retidão e misericórdia encontrará vida e honra em sua comunidade.
Provérbios 21:22-31 (O Poder da Sabedoria, a Perversidade da Soberba e a Soberania Final de Deus)
Este bloco final de Provérbios 21 encerra o capítulo com a exaltação da sabedoria, a condenação da soberba e a reafirmação da soberania de Deus sobre a vitória. O versículo 22 demonstra que “o homem sábio sobe à cidade dos poderosos e derruba a força em que confiavam”, indicando que a inteligência e o discernimento podem superar a mera força. O v. 23 afirma que “quem guarda a sua boca e a sua língua guarda a sua alma das angústias”, sublinhando a proteção que a discrição oferece. Os vv. 24-26 condenam o zombador e o preguiçoso: “o nome do soberbo e altivo é zombador, pois ele age com insolência e soberba”. “O desejo do preguiçoso o mata, porque suas mãos se recusam a trabalhar.” “Todo o dia ele cobiça, mas o justo dá e não retém.” O v. 27 declara que “o sacrifício dos ímpios é abominação, especialmente quando oferecido com má intenção”. O v. 28 adverte que “a testemunha falsa perecerá, mas o homem que ouve falará com firmeza”. O v. 29 descreve “o homem ímpio como aquele que endurece o rosto, mas o justo considera o seu caminho”. Finalmente, os vv. 30-31 concluem que “não há sabedoria, nem entendimento, nem conselho contra o Senhor. O cavalo é preparado para o dia da batalha, mas a vitória vem do Senhor.”
A aplicação prática dessas verdades nos impele a buscar a sabedoria divina, a controlar nossa língua, a rejeitar a soberba e a preguiça, e a confiar na vitória que vem de Deus. Para o seguidor de Cristo, a sabedoria é mais poderosa do que a força bruta e a riqueza, capacitando-o a superar obstáculos aparentemente intransponíveis. O domínio da língua é vital para evitar angústias e proteger a alma. A soberba e a preguiça são atitudes condenáveis que levam à ruína, enquanto a generosidade e a justiça são virtudes que agradam a Deus. O sacrifício sem um coração reto é inútil (Provérbios 15:8). A busca pela verdade e a confiança em Deus, que dirige todas as coisas, são essenciais, pois “a vitória vem do Senhor” (1 Samuel 17:47). No ambiente familiar, pais devem ensinar seus filhos sobre o poder da sabedoria e da discrição na fala, mostrando que a arrogância e a indolência são destrutivas.
Eles devem também modelar a generosidade e a busca pela verdade, confiando que a vitória e a bênção vêm de Deus. Filhos aprendem que a sabedoria e o controle da língua trazem paz, e que a preguiça e a soberba levam à miséria. No ambiente profissional, a sabedoria estratégica e a discrição na comunicação são mais valiosas do que a força bruta ou a ostentação. A diligência e a generosidade com os colegas são virtudes que constroem uma equipe forte. A honestidade e a integridade em todas as ações são cruciais, pois o sucesso final depende da bênção de Deus, não apenas do esforço humano. Na comunidade eclesiástica, a sabedoria é um atributo a ser buscado, e a discrição e a generosidade são essenciais para a saúde do corpo de Cristo.
A igreja deve se opor à soberba e à preguiça, confiando que nenhuma estratégia humana pode prevalecer contra a vontade de Deus, e que a vitória final pertence a Ele. Como cidadãos, somos chamados a usar nossa sabedoria para o bem da comunidade, a ser prudentes em nossas palavras e a combater a arrogância e a preguiça na vida pública. A promoção da generosidade, da justiça e da verdade, em vez de sacrifícios vazios ou testemunhos falsos, é crucial para uma sociedade saudável. A consciência de que, apesar de todos os preparativos, a vitória final e o destino das nações estão nas mãos do Senhor, nos convida à humildade e à oração em toda e qualquer batalha.
✡️✝️ Comentário dos Rabinos e Pais Apostólicos
✡️ Rashi (Rabbi Shlomo Yitzchaki, séc. XI)Provérbios 21:1 — “Como as águas, o coração do rei está na mão do Senhor; Ele o dirige para onde quer.”
“Rashi explica que, embora o rei tenha poder, seu coração é controlado por Deus, que orienta suas decisões para cumprir Sua vontade.”
Comentário: Este versículo reforça a soberania divina mesmo sobre os governantes humanos, lembrando que o poder terreno está subordinado ao plano divino.
Fonte: Rashi on Proverbs 21:1 (Sefaria)
✡️ Malbim (Rabbi Meir Leibush ben Yehiel Michel, séc. XIX)
Provérbios 21:3 — “Fazer justiça e juízo é mais aceitável ao Senhor do que sacrifício.”
“Malbim destaca que a prática da justiça é mais importante que os rituais externos, pois a ética precede o culto formal.”
Comentário: Malbim ressalta que Deus valoriza a moralidade prática e o agir correto acima das cerimônias religiosas, enfatizando a centralidade da justiça social.
Fonte: Malbim on Proverbs 21:3 (Sefaria)
✡️ Midrash Mishlei (מדרש משלי)
Provérbios 21:9 — “Melhor é morar num canto do eirado do que com a mulher rixosa numa casa ampla.”
“O Midrash Mishlei interpreta que a paz no lar vale mais que a riqueza ou o conforto material.”
Comentário: Este ensinamento valoriza a tranquilidade doméstica acima das posses e luxo, destacando a importância de um ambiente pacífico para a felicidade.
Fonte: Midrash Mishlei 21 no Sefaria
✝️ Orígenes (grego)
Provérbios 21:2 — “Πᾶσα ὁδὸς ἀνδρὸς εὐθεῖα ἐναντίον αὐτοῦ· ὁ δὲ Κύριος καρδίας δοκιμάζει.”
(“Todo caminho do homem é reto aos seus olhos, mas o Senhor sonda os corações.”)
«Μὴ θαυμάζῃς εἰ δοκεῖς εἶναι δίκαιος· ὁ Θεὸς μόνῳ τῷ καρδιογνώστῃ κρίνει. Ὅθεν δεῖ μᾶλλον τὸ ἔσωθεν καθαρίζειν ἢ τὰ ἔξωθεν καλλωπίζειν.»
(“Não te admires se pareces ser justo; Deus julga somente como conhecedor dos corações. Por isso, é necessário mais purificar o interior do que embelezar o exterior.”)
Comentário: Orígenes enfatiza a diferença entre a aparência exterior de retidão e a verdadeira justiça interior, que só Deus pode avaliar.
Sobre Provérbios 21:22
“O sábio ataca cidades fortes e destrói as fortificações em que os ímpios confiavam.” Você acha que, ao dizer isso, Salomão queria nos ensinar que o sábio tomou cidades e demoliu fortificações construídas com pedras? Ou, melhor, ele está indicando que a cidade e os muros são as doutrinas dos ímpios e os silogismos dos filósofos, com os quais eles aumentam toda impiedade contrária à lei divina e que é observada entre pagãos ou bárbaros? E aquelas coisas que os hereges, com atestados das Escrituras, colocam como se estivessem em altas montanhas também devem ser consideradas entre essas cidades que são fortificadas e colocadas nas montanhas. Cidades como essas, portanto, são demolidas por todo sábio que proclama a palavra da verdade.Fonte: Origenes, Homiliae in Proverbia, PG 13:750-755, HOMILIAS SOBRE JOSUÉ 18:3
✝️ Clemente de Alexandria (latim)
Provérbios 21:21 — “Ὁ διώκων δικαιοσύνην καὶ ἔλεος εὑρήσει ζωὴν, δικαιοσύνην καὶ δόξαν.”
(“O que segue a justiça e a misericórdia achará vida, justiça e honra.”)
«Δικαίως φησί, τὸν διώκοντα τὴν δικαιοσύνην οὐ μόνον ζῆν ἀληθῶς, ἀλλὰ καὶ δόξαν παρὰ Θεοῦ λαμβάνειν.»
(“Com justiça se afirma: quem busca a justiça não só vive verdadeiramente, mas também recebe honra da parte de Deus.”)
Comentário: Clemente associa a busca pela justiça não apenas à vida eterna, mas também à honra espiritual, conferida por Deus aos justos.
Fonte: Clemens Alexandrinus, Stromata, PG 9:630-635
✝️ Eusébio de Cesareia (grego)
Provérbios 21:3 — “Τοῦ ποιεῖν ἔλεος καὶ κρίσιν ἐκλεκτὸν παρὰ Κυρίῳ ὑπὲρ θυσίαν.”
(“Praticar a justiça e o juízo é mais aceitável ao Senhor do que sacrifício.”)
«Διδάσκει ὁ σοφὸς ὅτι οὐ θυσίαις καὶ προσφοραῖς μόνον ἀλλ’ ἐν πράξει ἀρετῆς ὁ Θεὸς ἀρέσκεται.»
(“Ensina o sábio que Deus não se agrada apenas de sacrifícios e ofertas, mas principalmente da prática da virtude.”)
Comentário: Eusébio reforça a primazia da ética sobre o ritual: o culto verdadeiro a Deus consiste na prática da justiça, não apenas em sacrifícios externos.
Fonte: Eusebius Caesariensis, Commentarii in Proverbia, PG 23:510-515
✝️ Santo Agostinho (latim)
Provérbios 21:30 — “Non est sapientia, non est prudentia, non est consilium contra Dominum.”
(“Não há sabedoria, nem entendimento, nem conselho contra o Senhor.”)
«Quis enim potest resistere Deo? Omnis sapientia hominum stulta est coram illo; nihil valet consilium, ubi est voluntas divina.»
(“Pois quem pode resistir a Deus? Toda a sabedoria humana é loucura diante dele; nenhum conselho prevalece onde está a vontade divina.”)
Comentário: Agostinho reafirma a soberania absoluta de Deus sobre toda a sabedoria e estratégias humanas: nada pode contrariar o desígnio divino.
Fonte: Augustinus, Enarrationes in Psalmos, PL 36:980-985
✝️ Tertuliano sobre Provérbios 21:1
Esta é a vontade de Deus: Observem a situação dos reinos e impérios, conforme arranjada por Deus, em cujas mãos está o coração do rei. Diariamente, planejam suas receitas futuras, desde o registro de propriedades, impostos em espécie, doações e impostos pagáveis em dinheiro. Mas nunca, até agora, se obteve tal receita sujeitando os cristãos a algum imposto sobre vendas para a pessoa e a seita, quando isso poderia ser uma tremenda fonte de renda devido ao nosso vasto número, conhecido por todos. Fomos comprados com sangue, somos pagos com sangue, não devemos dinheiro por nossa cabeça, porque Cristo é a nossa cabeça. Não é apropriado que Cristo nos custe dinheiro. Como os martírios poderiam glorificar a Deus se, com tributos, pagássemos pela liberdade de nossa seita? E assim, aquele que barganha para ter sua liberdade por um preço vai contra a dispensação divina.Fonte: EM FUGA EM TEMPOS DE PERSEGUIÇÃO 12:8
✝️ Cirilo de Alexandria sobre Provérbios 21:13
Você não concorda que a pobreza, como eu disse, é mais cruel do que qualquer animal predador? Portanto, você deve ajudar aqueles que estão sob ela. Incline seu ouvido para os pobres e ouça-os, como está escrito: “Pois aquele que tapa os ouvidos para não ouvir os fracos também clamará, e não haverá quem os ouça.” Dê para que você possa receber; ouça para que você seja ouvido; semeie o pouco que você tem para que você possa colher muito. Além disso, o prazer do corpo é curto e temporário e termina em podridão. Mas a esmola e a caridade para com os pobres coroam aqueles que as praticam com a glória de Deus e conduzem àquela felicidade incorruptível que Cristo concede àqueles que o amam.Fonte: COMENTÁRIO SOBRE LUCAS, HOMILIA 103
✝️ Beda sobre Provérbios 21:13
Aquele que tapa o ouvido ao clamor do pobre, etc. Esta sentença deve ser tomada de forma geral, e não apenas para os necessitados ou fisicamente enfermos: pois mesmo aquele que, diante dos crimes alheios, prefere aceitar o julgamento de um juiz a simpatizar com o afeto da misericórdia, mostra-se ainda não purificado da imundície dos vícios, nem digno de existir aos ouvidos da compaixão divina. Um dom oculto extingue a ira, etc. Aquele que deseja apaziguar a ira do juiz severo, que conquistou pecando, deve dar esmola aos pobres, e isso sem qualquer prazer no favor humano, mas unicamente por amor ao Criador, que olha para as coisas ocultas do coração. Pois assim se faz o dom oculto, assim se beneficia para mitigar a ira do Criador, se for dado sem qualquer expectativa de recompensa externa. Assim se cumpre o que ele mesmo ordenou: "Mas, quando deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita" (Mateus 6:3).Fonte: Comentário sobre Provérbios
📚 Comentários Clássicos Teológicos
📖 Matthew Henry (1662–1714)Matthew Henry começa o capítulo destacando a soberania de Deus sobre os corações dos reis e governantes (v.1), afirmando que “o coração do rei está nas mãos do Senhor; como um rio de água, ele o dirige para onde quer”. Isso indica que mesmo os poderes humanos estão submetidos ao controle divino, e que a verdadeira sabedoria consiste em buscar a vontade de Deus para a condução das nações e de nossa vida pessoal.
Ele segue destacando a justiça e a retidão como fundamentais para a prosperidade e favor divino (v.2-3). Henry enfatiza que “a simples direção do homem pode parecer-lhe correta, mas o Senhor pesa os corações”, o que significa que Deus conhece a verdadeira intenção por trás das ações humanas, e valoriza mais a justiça e a misericórdia do que sacrifícios exteriores.
Nos versículos 4-5, Henry fala sobre a importância da integridade e do trabalho diligente: “O orgulho do tolo o levará à ruína, mas o que é paciente no espírito alcançará a honra”. Ele destaca que o planejamento cuidadoso e a perseverança são recompensados, enquanto a arrogância e a presunção trazem destruição.
No versículo 9, Henry chama a atenção para a paz doméstica, dizendo que é preferível habitar em um canto do telhado com tranquilidade do que numa casa ampla cheia de contendas.
Sobre os versículos 13-14, ele comenta que a compaixão e a generosidade para com os necessitados são um caminho para a vida, enquanto a dureza e a indiferença levam à morte.
Henry finaliza ressaltando que Deus observa todas as ações humanas (v.30) e que a sabedoria e a justiça são o fundamento da estabilidade e da bênção em toda a vida.
Fonte: Matthew Henry Commentary on Proverbs 21
📖 John Gill (1697–1771)
John Gill inicia seu comentário destacando o versículo 1, enfatizando a soberania de Deus, que direciona os corações dos reis como um canal de irrigação controla as águas. Ele relaciona isso à ideia da providência divina sobre as autoridades terrenas.
Sobre os versículos 2-3, Gill explica que Deus não se contenta apenas com a justiça exterior, mas que pesa os corações e as intenções do homem. Ele comenta que a misericórdia e a justiça são preferidas aos sacrifícios rituais, indicando a superioridade da ética sobre o formalismo religioso.
No versículo 4, Gill comenta sobre a importância da humildade e da paciência como caminho para a honra, condenando o orgulho que conduz à ruína. No versículo 5, ele elabora sobre a diligência, explicando que o planejamento diligente conduz ao sucesso, enquanto o preguiçoso sempre enfrenta o fracasso. Gill também menciona que é melhor habitar em paz em um pequeno espaço (v.9) do que em casa grande com contendas.
Ele aborda a generosidade em relação ao pobre (v.13) como um meio de prolongar a vida e obter bênçãos, e a oração eficaz (v.14) como uma influência poderosa. Gill destaca ainda a vigilância de Deus sobre o homem (v.30) e sua justiça que garante estabilidade ao justo.
Fonte: John Gill's Exposition of the Bible on Proverbs 21
📖 Albert Barnes (1798–1870)
Albert Barnes inicia o comentário ressaltando o domínio soberano de Deus sobre todos os governantes (v.1), comentando que a comparação do coração do rei com um rio indica um fluxo sob controle, ilustrando a providência divina.
Nos versículos 2-3, Barnes observa que a simplicidade e a sinceridade humanas são insuficientes, pois Deus pesa os corações e busca justiça e misericórdia mais do que sacrifícios.
No versículo 4, ele destaca a vaidade do orgulho, que leva à ruína, e no versículo 5 ressalta que o trabalho diligente é frutífero e traz lucro.
Barnes chama atenção para o valor da paz doméstica no versículo 9, que é preferível à riqueza acompanhada de contendas.
Sobre os versículos 13-14, ele comenta que a benevolência para com os necessitados é um caminho para a vida, e que a oração fervorosa do justo pode prevenir calamidades.
Por fim, Barnes enfatiza que Deus observa toda ação humana e que a sabedoria é a base para a vida e a segurança.
Fonte: Albert Barnes' Notes on the Whole Bible on Proverbs 21
📖 Keil (1807–1888) & Delitzsch (1813–1890)
Keil & Delitzsch fazem uma análise profunda do texto hebraico, começando pelo versículo 1. Eles explicam que a palavra לֵב (lev, “coração”) representa o centro dos pensamentos e decisões do homem, e que o verbo נָהַג (nahag, “dirigir”) indica o controle soberano de Deus, “como o canal que conduz as águas de um rio”. Este versículo, segundo eles, expressa a ideia de que Deus é soberano até sobre as decisões dos reis, embora eles ajam como se fossem autônomos.
Nos versículos 2-3, eles observam que o termo מְזוּמָם (mezumam, “propósito, intenção”) tem um sentido mais profundo do que simples vontade, indicando o propósito oculto do coração humano. Eles enfatizam a palavra שָׁקֵל (shaqel, “pesar, ponderar”), usada para descrever como Deus examina o coração, e que Ele prefere a justiça e a misericórdia aos sacrifícios externos, o que representa uma crítica ao formalismo religioso.
No versículo 4, Keil & Delitzsch observam que o termo גָּאוֹן (gaon, “orgulho, arrogância”) é usado para descrever a vaidade do tolo, levando-o à destruição, enquanto o “espírito paciente” (רוּחַ עָמִיץ, ruach amitz) simboliza a humildade e a perseverança que resultam em honra.
O verbo חָשַׁב (chashav, “planejar, pensar”) no versículo 5 é discutido detalhadamente, com observação sobre os termos usados para “procura diligente” (מַשְׂכִּיל, maskil, “sabedoria, entendimento”), indicando que o sucesso é resultado de planejamento sábio e esforço diligente.
Sobre o versículo 9, eles apontam que a expressão “canto do telhado” (פַּרְגּוֹד גַּג, pargod gag) indica uma pequena parte da casa, simbolizando humildade e paz em vez de grandeza com contenda.
No versículo 13, o verbo חָרַשׁ (charash, “calar, ignorar”) é analisado como a recusa de ouvir o clamor do pobre, resultando em consequência negativa.
Keil & Delitzsch ressaltam que o versículo 30 fala da ausência de sabedoria, entendimento e conselho diante da divindade, indicando que essas são dádivas concedidas somente por Deus e essenciais para a estabilidade do homem.
Em todo o capítulo, os comentaristas reforçam a centralidade da justiça, da humildade e da sabedoria, com análise do hebraico que mostra a profundidade dos conceitos morais apresentados.
Fonte: Keil & Delitzsch Commentary on Proverbs 21
📚 Concordância Bíblica
🔹 Provérbios 21:1 – “Como ribeiros de águas é o coração do rei na mão do Senhor; este, segundo o seu querer, o inclina.”📖 Romanos 13:1
“Não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por ele instituídas.”
Comentário: Provérbios afirma a soberania divina sobre os reis, assim como Paulo ensina que toda autoridade é instituída por Deus. Ambos destacam que, apesar das aparências, o Senhor dirige o destino dos poderosos.
🔹 Provérbios 21:2 – “Todo caminho do homem é reto aos seus olhos, mas o Senhor sonda os corações.”
📖 1 Coríntios 4:4
“Porque em nada me sinto culpado; contudo, nem por isso me considero justificado, pois quem me julga é o Senhor.”
Comentário: A autoconfiança pode ser enganosa; Deus é quem avalia verdadeiramente o coração. Paulo reconhece que mesmo sua consciência limpa não é critério final: só Deus vê com justiça.
🔹 Provérbios 21:3 – “Fazer justiça e juízo é mais aceitável ao Senhor do que sacrifício.”
📖 Mateus 9:13 – “Misericórdia quero, e não holocaustos.”
Comentário: Tanto Provérbios quanto Jesus ensinam que a obediência ética e misericordiosa tem mais valor do que atos religiosos formais. Justiça prática é central na adoração que agrada a Deus.
🔹 Provérbios 21:4 – “Olhar altivo, coração orgulhoso, lâmpada dos ímpios, são pecado.” (Provérbios 21:4)
📖 Tiago 4:6 – “Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes.”
Comentário: A soberba é descrita como pecado e como marca do ímpio. Tiago confirma que Deus se opõe ao arrogante e favorece o humilde, revelando o juízo moral de Deus contra o orgulho.
🔹 Provérbios 21:5 – “Os planos do diligente tendem à abundância, mas a pressa excessiva, à pobreza.”
📖 2 Tessalonicenses 3:10
“Se alguém não quer trabalhar, também não coma.”
Comentário: A diligência conduz à prosperidade, enquanto a pressa precipitada ou a preguiça levam à necessidade. Paulo ecoa esse princípio ao exortar ao trabalho como dever cristão.
🔹 Provérbios 21:6 – “A fortuna adquirida com língua mentirosa é vaidade que se dissipa e laço mortal.”
📖 Atos 5:3–5 – “[Ananias] mentiste ao Espírito Santo... E caindo Ananias, expirou.”
Comentário: A riqueza obtida por engano é efêmera e fatal. A história de Ananias e Safira mostra o fim trágico de quem busca lucro por mentira, confirmando a severidade desse pecado.
🔹 Provérbios 21:7 – “A violência dos ímpios os arrastará, porque recusam praticar a justiça.”
📖 Romanos 2:8–9
“Mas ira e indignação aos que são contenciosos e desobedientes à verdade.”
Comentário: A violência gera sua própria ruína. Paulo afirma que aqueles que rejeitam a justiça de Deus colherão indignação e tribulação, refletindo a retribuição divina justa.
🔹 Provérbios 21:8 – “Tortuoso é o caminho do homem culpado, mas a conduta do inocente é reta.”
📖 1 João 1:7
“Mas, se andarmos na luz, como ele está na luz...”
Comentário: A tortuosidade representa a duplicidade e engano; a retidão reflete transparência e fidelidade. João mostra que andar na luz significa honestidade diante de Deus e comunhão com os irmãos.
🔹 Provérbios 21:9 – “Melhor é morar no canto do eirado do que com a mulher rixosa numa casa ampla.”
📖 1 Coríntios 7:15 – “Mas, se o descrente quiser apartar-se, que se aparte; em tais casos, o irmão ou a irmã não está sujeito à servidão.”
Comentário: A convivência contenciosa pode tornar o lar insuportável. Paulo admite que, em certas situações, a separação pode ser inevitável, reiterando que a paz é essencial no convívio conjugal.
🔹 Provérbios 21:10 – “A alma do ímpio deseja o mal; nem o seu próximo recebe dele compaixão.”
📖 2 Timóteo 3:3
“[Nos últimos dias haverá homens] sem afeição natural, implacáveis, caluniadores...”
Comentário: A maldade do ímpio alcança até o próximo mais próximo. Paulo descreve uma geração insensível e cruel, cuja dureza de coração reflete a degeneração moral denunciada em Provérbios.
🔹 Provérbios 21:11 – “Quando o escarnecedor é castigado, o simples aprende; quando o sábio é instruído, recebe o conhecimento.” (Provérbios 21:11)
📖 1 Coríntios 10:11 – “Estas coisas aconteceram como exemplos, e foram escritas para advertência nossa.”
Comentário: O castigo do ímpio serve de lição para os inexperientes. Paulo mostra que os registros bíblicos de juízo têm propósito pedagógico: ensinar e advertir os fiéis de hoje.
🔹 Provérbios 21:12 – “O Justo considera a casa do ímpio”
“O Justo considera a casa do ímpio e a derruba sobre os ímpios.” (Provérbios 21:12)
📖 Mateus 7:27 – “E caiu a chuva, transbordaram os rios... e grande foi a sua queda.”
Comentário: A casa do ímpio, ainda que pareça firme, será destruída. Jesus ensina que a vida edificada fora da obediência à Palavra cai com grande ruína, ecoando esse juízo.
🔹 Provérbios 21:13 – “O que tapa o ouvido ao clamor do pobre, também clamará e não será ouvido.”
📖 Tiago 2:13 – “O juízo será sem misericórdia para aquele que não usou de misericórdia.”
Comentário: A negligência para com o necessitado resulta em rejeição divina. Tiago adverte que a misericórdia será negada àqueles que a negaram aos outros.
🔹 Provérbios 21:14 – “O presente dado em segredo abate a ira, e a dádiva no seio, a grande indignação.”
📖 Gênesis 32:20 – “Eu o aplacarei com o presente que vai diante de mim...”
Comentário: Jacó ilustra esse princípio ao tentar aplacar a ira de Esaú com presentes. A dádiva pode, de fato, ser um meio prudente de reconciliação.
🔹 Provérbios 21:15 – “Alegria é para o justo praticar a justiça, mas espanto para os que praticam a iniquidade.”
📖 João 3:20 – “Pois todo aquele que pratica o mal aborrece a luz...”
Comentário: O justo encontra alegria na retidão, enquanto o ímpio teme a exposição da luz. Jesus mostra que quem faz o mal evita a luz para não ser repreendido — exatamente o temor descrito em Provérbios.
🔹 Provérbios 21:16 – “O homem que se desvia do caminho do entendimento na congregação dos mortos repousará.”
📖 Efésios 4:18
“Obscurecidos de entendimento, separados da vida de Deus pela ignorância em que vivem.”
Comentário: Desviar-se do entendimento leva à morte espiritual e eterna. Paulo descreve os ímpios como separados da vida de Deus, reforçando que afastar-se da sabedoria é um caminho de perdição.
🔹 Provérbios 21:17 – “O que ama os prazeres empobrecerá; o que ama o vinho e o azeite nunca será rico.”
📖 Lucas 15:13–14
“O filho pródigo... desperdiçou todos os seus bens, vivendo dissolutamente.”
Comentário: O amor aos prazeres leva à ruína. O filho pródigo é um exemplo vívido de como o hedonismo destrói a vida e os recursos.
🔹 Provérbios 21:18 – “O perverso servirá de resgate para o justo; e o pérfido, pelo reto.”
📖 Isaías 43:3–4
“Dei homens por ti e povos pela tua vida.”
Comentário: Deus pode permitir que os ímpios sofram as consequências que os justos escapam por sua graça. Isaías mostra que o povo de Deus é poupado enquanto outros são entregues, enfatizando a eleição divina.
🔹 Provérbios 21:19 – “Melhor é morar numa terra deserta do que com a mulher rixosa e irritadiça.”
📖 Provérbios 27:15–16
“O gotejar contínuo da mulher rixosa...”
Comentário: A repetição desse tema enfatiza o quão destrutiva pode ser a discórdia conjugal. A paz é preferível até no deserto do que em um lar cheio de contenda.
🔹 Provérbios 21:20 – “Tesouro desejável e azeite há na casa do sábio, mas o homem insensato os devora.”
📖 Mateus 25:3
“As nécias... não levaram azeite consigo.”
Comentário: O sábio é previdente e guarda o necessário; o insensato consome tudo. As virgens néscias de Jesus não prepararam azeite, figurando a insensatez que Provérbios condena.
🔹 Provérbios 21:21 – “O que segue a justiça e a bondade achará vida, justiça e honra.”
📖 Mateus 6:33
“Buscai, pois, em primeiro lugar, o reino de Deus e a sua justiça...”
Comentário: A busca pela justiça traz recompensas duradouras. Jesus promete que quem busca o Reino e a justiça encontrará tudo o que precisa — incluindo honra diante de Deus.
🔹 Provérbios 21:22 – “O sábio escala a cidade do valente e derriba a força da sua confiança.”
📖 2 Coríntios 10:4 – “As armas da nossa milícia... são poderosas em Deus para destruir fortalezas.”
Comentário: A sabedoria é uma arma espiritual capaz de vencer até os mais fortes. Paulo vê na sabedoria espiritual uma força maior do que a confiança humana em fortalezas.
🔹 Provérbios 21:23 – “O que guarda a boca e a língua guarda das angústias a sua alma.”
📖 Tiago 3:2 – “Se alguém não tropeça no falar, é perfeito varão, capaz de refrear também todo o corpo.”
Comentário: Dominar a fala é sinal de sabedoria e fonte de proteção. Tiago reforça que o controle da língua é essencial para uma vida madura e virtuosa.
🔹 Provérbios 21:24 – “O soberbo e presunçoso — zombador é o seu nome — procede com indignação e arrogância.”
📖 Judas 1:18 – “Nos últimos tempos, haverá zombadores que andarão segundo as suas ímpias concupiscências.”
Comentário: O zombador é símbolo da arrogância e do desprezo pela verdade. Judas prevê sua presença nos últimos dias como uma ameaça à fé e à humildade cristã.
🔹 Provérbios 21:25 – “O desejo do preguiçoso o mata, porque as suas mãos recusam trabalhar.”
📖 Provérbios 13:4 – “O preguiçoso deseja e nada tem, mas a alma dos diligentes se farta.”
Comentário: A preguiça mata porque deseja sem agir. A Palavra de Deus constantemente exalta o trabalho como o meio legítimo de obter o que se deseja.
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