Provérbios 27: Significado, Teologia e Exegese
Provérbios 27
Provérbios 27 oferece uma série de conselhos práticos que abordam a humildade, a importância dos relacionamentos genuínos e o valor da diligência. A mensagem geral do capítulo adverte contra a presunção do futuro, a ira ciumenta e a vaidade, enquanto eleva a lealdade de um amigo, a transparência na repreensão e a virtude do trabalho árduo. Ele também enfatiza a natureza insaciável dos desejos humanos e a forma como a conduta de uma pessoa é verdadeiramente revelada. No hebraico original, o capítulo continua a empregar o paralelismo, muitas vezes com o sintético (que desenvolve ou adiciona à ideia anterior) e o antitético (que compara opostos) para criar uma imagem vívida e memorável dos princípios apresentados.
Esses provérbios práticos e observacionais se alinham com os ensinamentos do Novo Testamento sobre a humildade (Tiago 4:13-16), a lealdade (João 15:13), o trabalho diligente (2 Tessalonicenses 3:10) e a honestidade nas relações interpessoais (Efésios 4:25). A sabedoria aqui é focada em como viver uma vida prudente e significativa no dia a dia, valorizando o caráter e a comunidade.
📝 Resumo de Provérbios 27
Provérbios 27 inicia alertando sobre a presunção e a natureza do ciúme. Nos Pv 27:1–3, o texto aconselha a não se gabar do dia de amanhã, pois você não sabe o que o dia pode trazer. Que outro o louve, e não sua própria boca; um estranho, e não seus próprios lábios. A pedra é pesada, e a areia, um fardo, mas a ira do tolo é mais pesada do que ambas. O furor é cruel e a ira é impetuosa, mas quem pode suportar o ciúme?
Já nos Pv 27:5–8, a sabedoria compara a repreensão honesta e a amizade verdadeira. Uma repreensão aberta é melhor do que o amor oculto. As feridas causadas por um amigo são fiéis, mas os beijos de um inimigo são enganosos. A alma farta despreza o favo de mel, mas para a alma faminta, tudo o que é amargo é doce. Como um pássaro que vagueia para longe do seu ninho, assim é o homem que vagueia para longe do seu lar.
No que se refere ao valor da fragrância, da amizade e da sabedoria nos problemas, em Pv 27:9–11, o óleo e o perfume alegram o coração, e a doçura do amigo vem do conselho sincero. Não abandone seu amigo nem o amigo de seu pai, e não vá à casa de seu irmão no dia de sua calamidade; mais vale um vizinho perto do que um irmão longe. Meu filho, seja sábio e alegre meu coração, para que eu possa responder àquele que me censura.
Em seguida, nos Pv 27:12–16, a sabedoria aborda a prudência e os problemas da mulher briguenta. O prudente vê o perigo e se esconde, mas o ingênuo segue em frente e sofre a pena. Quem se torna fiador de um estranho terá suas vestes tomadas; e o mesmo para quem se responsabiliza por uma mulher estranha. Quem abençoa seu amigo em alta voz, logo de manhã, isso lhe será contado como uma maldição. Uma goteira contínua em dia de muita chuva e uma mulher briguenta são igualmente irritantes. Quem tenta contê-la é como tentar conter o vento ou pegar óleo com a mão direita.
Ainda sobre a melhora mútua e a vigilância, em Pv 27:17–20, a sabedoria compara: como o ferro afia o ferro, assim o homem afia o semblante do seu amigo. Quem cuida da figueira comerá do seu fruto, e quem guarda seu senhor será honrado. Assim como a água reflete o rosto, o coração do homem reflete a si mesmo. O Sheol e o Abadom (mundo dos mortos) nunca se fartam, e os olhos do homem nunca se satisfazem.
Finalmente, o capítulo conclui com a prova do homem e a diligência contínua. Nos Pv 27:21–22, o cadinho prova a prata e o forno, o ouro, mas o homem é provado pelo louvor que recebe. Mesmo que você moa o tolo num pilão, entre grãos, sua tolice não se afastará dele.
Os Pv 27:23–27 encorajam a diligência na pecuária e na gestão da propriedade. Procure conhecer bem o estado das suas ovelhas e cuide atentamente dos seus rebanhos. Pois as riquezas não duram para sempre, nem a coroa passa de geração em geração. Quando o feno aparece, e a relva nova brota, e as ervas dos montes são colhidas, os cordeiros lhe darão lã para suas vestes, e os bodes lhe darão o preço de um campo. Haverá leite de cabra suficiente para o seu sustento, para o sustento de sua casa, e para a vida de suas servas.
📖 Comentário de Provérbios 27
Provérbios 27.1 Da mesma forma que Jesus ensinou anos depois (Mt 6.25-34), os sábios do antigo Israel alertaram contra a preocupação pelo amanhã que ofusca as necessidades do hoje.Provérbios 27:1–2 A advertência contra a vanglória une esses dois provérbios. O primeiro provérbio adverte contra o excesso de confiança em relação ao futuro. Pode-se pensar na vanglória de Ben- Hadade, rei de Aram, de que ele derrotaria Samaria. Nesse ponto, o rei anônimo de Israel (provavelmente Acabe) responde com o que parece ser um provérbio: “Aquele que veste uma armadura não deve se gabar como aquele que a tira” (1 Reis 20:11 NRSV). De fato, graças à intervenção divina, o exército israelita repeliu o exército de Aram. Claro, nosso presente provérbio se estende além de um contexto simplesmente militar. Vangloriar-se no futuro implicaria em reivindicar o controle de alguém sobre o futuro e, como já aprendemos em Provérbios, embora alguém possa planejar o futuro, o futuro está, em última análise, nas mãos de Deus (16:1, 3, 9, 33).
O segundo provérbio também adverte contra a vanglória imprópria, mas aqui não diz respeito à certeza sobre o futuro, mas sim ao caráter ou realizações de alguém. Os sábios orientam seus alunos a não se vangloriarem, mas sim a deixar que outros o façam. Tal ensinamento mostra que o elogio dos outros é algo que pode ser desejado. No NT, Paulo tem extenso ensino sobre vanglória, e o ponto mais importante que ele faz é que o povo de Deus deve gloriar-se no Senhor. Ele redireciona para Deus qualquer louvor que possa surgir em seu caminho (1 Coríntios 1:31; 2 Coríntios 10:17), assim como Jeremias faz (Jeremias 9:23-24).
Provérbios 27.2-5 “Louve-te o estranho, e não a tua boca.” Este princípio adverte o ato inadequado de autoelogiar-se. O elogio é uma veste que cai bem. Embora desejemos utilizá-la, é sempre melhor deixar que outros nos vistam com ela.
Provérbios 27:3–4 Esses provérbios são unidos por seus comentários comuns sobre a raiva, embora o vocabulário seja diferente entre eles. Enquanto o v. 3 se refere a “irritação” (kaʿas), o v. 4 utiliza “ira” (hēmâ), “raiva” (ʾap) e, finalmente, “ciúme” (qinʾâ). No v. 3, o peso da irritação de uma “pessoa estúpida” (um termo na gama semântica de “loucura”) supera a de pedra e areia. Ainda hoje, falamos de “humor pesado” quando nos sentimos oprimidos. Podemos até falar sobre como um estado de espírito “pesa muito” nas pessoas e nas pessoas ao seu redor.
O provérbio no v. 4 apresenta uma série de intensidade crescente. Ele reconhece o dano causado pela ira e raiva, mas sugere que eles empalidecem à luz do ciúme. O ciúme é o desejo raivoso de manter o que possuímos e temos medo de que outra pessoa queira. A palavra hebraica também pode significar inveja, que é o desejo raivoso pelo que outra pessoa possui. Também pode ser usado no sentido positivo de “paixão” ou “zelo” aplicado a algum objeto positivo (como Deus), mas o contexto deixa claro que o sentido aqui é negativo. A pergunta retórica implica a resposta “Ninguém”. Ciúme/inveja cria uma energia destrutiva dizimando todos os que caem em seu caminho. Ver também o comentários às 14:30.
Provérbios 27.6 A correção feita com amor e melhor do que atos afetuosos sem sinceridade (Sl 141.5).
Provérbios 27:5–6 Os sábios não temem a correção; na verdade, eles esperam por isso. Afinal, de que outra forma eles podem melhorar? Caso contrário, eles estariam condenados a repetir seus erros do passado. Em todo caso, a franqueza da correção é útil; uma correção não expressa não seria. Pode-se esperar esse tipo de paralelismo, algo como “uma correção pública é melhor do que uma disciplina oculta”, mas o contraste é ainda mais forte com a introdução do “amor”. O amor traria disciplina, de modo que está incluído aqui, mas a repressão do amor não serviria ao objeto de afeição para nenhum bom propósito.
O fato de as contusões serem de um amigo e serem declaradas confiáveis significa que foram infligidas com o bom propósito de correção. Em outras palavras, as contusões devem ser o resultado de uma crítica construtiva feita por um amigo. Por outro lado, isso é contrastado com a fala e as ações agradáveis de alguém que é realmente um inimigo (“o odiador”), mas age como se gostasse dos outros e quisesse afirmá-los. É preciso olhar por trás da superfície das ações para ver quais são os motivos. Os beijos nem sempre são o que parecem ser. O exemplo paradigmático disso é o beijo da traição de Judas em Mateus 26:48–50.
Provérbios 27.7 Quem tem tudo não aprecia o que tem, enquanto que para a alma faminta tudo é gostoso. No livro de Provérbios, o curso de ação correto ou dizer a coisa certa depende das circunstâncias ou do tempo. O mel é uma iguaria, doce ao paladar e que fornece todo tipo de energia. No entanto, para aqueles que estão cheios, pode causar vômitos (Pv 25:16). Assim, este provérbio diz que eles o pisam: eles o rejeitam de cara.
Por outro lado, qualquer coisa é gostosa para quem está com fome. Algo naturalmente doce como o mel é rejeitado por alguém com o estômago cheio; ainda assim, mesmo algo azedo tem gosto doce (como mel) para alguém cujo estômago está vazio. A mensagem articulada por este provérbio é que é importante conhecer a situação. Nas palavras de Murphy, “as circunstâncias podem tornar as coisas relativas”. Ele também continua dizendo que o provérbio ensina: “A pessoa também perde o apetite ou o gosto por certas coisas precisamente porque elas são facilmente alcançáveis”. [Proverbs, p. 207.]
Provérbios 27.8-10 Afastar-se de casa pode significar perder a segurança e expor-se a novas e poderosas tentações. (Leia a parábola do filho prodigo em Lucas 15.)
Provérbios 27:8 As pessoas têm um lugar, principalmente uma casa com familiares. Sair daquele lugar é tão perigoso e imprudente quanto um pássaro sair do ninho. Talvez este provérbio seja um aviso para aqueles que podem pensar que “a grama é mais verde do outro lado da colina”.
Em correspondência privada, Andrew Savage, que se engajou em um grande estudo comparando provérbios bíblicos com tuaregues uns, compara este provérbio ao tuaregue “A proteção do cavalo é seu estábulo”. Ao entrevistar usuários contemporâneos desse provérbio, eles entenderam a ideia de enfatizar a proteção que as pessoas desfrutam em seu próprio lugar. Quando as pessoas saem de casa (ou os pássaros saem de seus ninhos ou um cavalo de seus estábulos), elas se tornam vulneráveis. Os provérbios servem como um aviso contra sair de uma área familiar.
Provérbios 27:9–10 Ambos os provérbios louvam a amizade e encorajam o cultivo de amizades profundas e leais. O primeiro provérbio começa por falar de dois luxos caros que fazem as pessoas muito felizes, mas o segundo dois pontos (numa estrutura poética “do menor para o maior”) celebra a doçura da amizade sobre os próprios conselhos. Esse conselho, mencionado na segunda parte do segundo dois pontos, pode muito bem implicar que a “doçura” se refere especificamente ao efeito do conselho que um amigo dá.
O segundo provérbio é bastante complexo estruturalmente. É um tricolon, onde as duas colas iniciais dão conselhos sobre como se relacionar com amigos e parentes, e então o terceiro dois pontos proclama um princípio na forma de um provérbio melhor do que.
O primeiro dois pontos aconselha o ouvinte a não queimar nenhuma ponte com os amigos. Curiosamente, esse provérbio menciona não apenas os próprios amigos, mas também os do pai. A implicação é que, quando surgem problemas ou é necessária ajuda, pode-se obtê-la não apenas do círculo imediato de amigos, mas também dos amigos da família, de modo que todos esses relacionamentos precisam ser mantidos.
O segundo cólon é mais intrigante. Aconselha que não se vá a um irmão, não se apele para ele quando surgirem problemas. Por alguma razão, um irmão é visto como menos propenso a fornecer ajuda em problemas. Pode-se especular sobre por que os amigos são privilegiados sobre os irmãos neste provérbio. Amigos são associados a uma pessoa por escolha e afeição, enquanto um irmão não tem voz. No entanto, pode-se ainda pensar que, particularmente em uma sociedade antiga, os parentes ajudariam mesmo que não gostassem da pessoa. Talvez a chave para a compreensão seja o último cólon, onde se pensa que o irmão vive à distância. Talvez o amigo seja alguém próximo e o irmão distante. Mas, novamente, a sociedade antiga não era tão móvel quanto a sociedade moderna, então é de se perguntar quantas vezes os irmãos seriam separados por uma distância tão grande.
Provérbios 27.11 Este é provérbio do tipo “filho meu” é parecido muito com os das partes iniciais de Provérbios (capítulos 1 a 9). A criança que cresce em sabedoria confirma que os pais que lhe ensinaram eram também sábios (Pv 10.1).
O discurso do pai aconselhando o filho nos remete à dinâmica dos caps. 1–9. O mesmo vale para a natureza do conselho, que é um chamado geral para buscar sabedoria. A motivação dada para o filho buscar a sabedoria é o benefício que vem para os pais. Eles estão felizes porque podem responder aos insultos dos outros. Talvez os insultos ataquem a reputação do filho. Se o filho busca a sabedoria em vez da loucura, os inimigos do pai não terão motivo para seus ataques verbais à família. Que a sabedoria dos filhos afeta positivamente seus pais pode ser visto em 10:1.
Provérbios 27.12-16 Normalmente, uma roupa dada como penhor era apenas uma garantia simbólica e era devolvida imediatamente, mas não se quem estivesse fazendo este penhor fosse um estranho (Pv 20.16).
Provérbios 27:12 Aqui o “prudente” (ʿārûm, uma palavra associada à “sabedoria”) e o “ingênuo” (pĕtî, uma palavra associada à “tolice”) são diferenciados com base em sua capacidade de navegar na vida, realmente o coração do empreendimento da sabedoria. É fácil evitar problemas se os virmos chegando. Os prudentes têm esse sentido, e isso lhes permite contornar os problemas. Por outro lado, os ingênuos simplesmente avançam e sofrem as consequências de seus atos tolos. Essa afirmação pode servir de motivação para trabalhar na aquisição da sabedoria. Ver o idêntico provérbio às 22:3.
Provérbios 27:14 Este provérbio é uma aplicação específica do princípio de que o sábio deve aprender a dizer a coisa certa na hora certa (15:23; veja também 26:7, 9). Nesse caso, as pessoas estão apenas se levantando lentamente de manhã cedo; suas mentes ainda estão grogues. Se eles nesta condição forem recebidos por alguém com uma voz alta e alegre, pode ser perturbador. A segunda vírgula é um pouco ambígua se a maldição se refere ao efeito da saudação no ouvinte ou é o que o ouvinte deseja enviar de volta ao falante. De qualquer forma, o que é considerado uma bênção acaba sendo uma maldição.
Provérbios 27:15–16 A linguagem do v. 15 é semelhante a 19:13b, que proclama que “uma esposa contenciosa é um gotejar constante”. Aqui a linguagem de 19:13b é dividida em duas partes e distribuída nas duas colas do versículo, e o gotejamento é colocado no contexto de uma chuva forte. A metáfora destaca o quão irritante e deprimente uma esposa briguenta pode ser. Parece claro que 27:15 está conectado ao v. 16 no sentido de que o verbo de abertura do v. 16 tem um sufixo de objeto feminino de terceira pessoa que deve se referir à mulher contenciosa, embora o provérbio possa se aplicar a qualquer pessoa contenciosa. No entanto, o significado do versículo é difícil. Em termos de 16a, pode-se dizer que é difícil esconder uma mulher briguenta. O vento não pode ser controlado e, embora invisível, tem efeitos perceptíveis e às vezes caóticos. Alguém pode tentar esconder o fato de que sua esposa é briguenta, mas é a própria briga dela que não permite que ele a controle.
No entanto, se o v. 16a é enigmático, o v. 16b é absolutamente obscuro. Em seu cenário histórico original, o significado do óleo na mão provavelmente era bem conhecido, mas perdemos contato com o que significa. Algumas sugestões incluem o seguinte. Murphy traduz: “E sua mão direita encontra o óleo”. Ele argumenta que, como a metáfora do vento, fala da incapacidade de controlar a mulher contenciosa. Tentar agarrá-la e controlá-la é como tentar agarrar algo quando o óleo está em sua mão. Para obter essa interpretação, Murphy deve emendar o verbo. Clifford traduz: “O óleo em sua mão anuncia sua presença”, e sugere que o óleo é seu perfume, que delata sua presença. Ele não aborda o fato de que o sufixo pronominal possessivo em “mão” é masculino e não feminino. [Clifford, Proverbs, p. 239.] Em última análise, simplesmente temos que declarar que o hebraico é difícil.
Provérbios 27.17 Provérbio famoso, este versículo provavelmente traz a ideia de que as pessoas crescem ao interagirem entre si, ajudando umas as outras. Este provérbio é um dos versos mais conhecidos e frequentemente citados do livro. Muitas vezes é citado exclusivamente em conexão com a amizade masculina, mas não há realmente nenhuma razão para pensar que não se aplica às mulheres.
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Invista em relações que te tornam mais afiado na vida e na fé, pois elas são um tesouro para o crescimento e o caráter, ensina Provérbios 27. |
A fricção de ferro contra ferro produz uma ponta afiada, então a única questão real tem a ver com o que uma pessoa implica em afiar. Geralmente é entendido, e não há argumento contra essa interpretação, que os amigos se ajudam a se preparar para os altos e baixos da vida. No contexto do livro de Provérbios, isso provavelmente significa, em primeiro lugar, instrução mútua em assuntos de sabedoria, o que ajudaria uma pessoa a navegar com sucesso na vida. Isso certamente incluiria receber e dar correção ao comportamento e à fala tolos. Desta forma, os amigos poderiam evitar cometer o mesmo erro no futuro. a sabedoria empreendimento é uma comunidade esforço.
Provérbios 27.18 Este provérbio fala de fidelidade e recompensa. A palavra “senhor” pode referir-se a Deus. O provérbio encoraja os sábios a cuidar bem daqueles que os contratam para seus serviços profissionais. O provérbio gira em torno do uso de “frutas” para consequências ou recompensas. Assim como quem “protege” (ou talvez simplesmente “cuida de”) uma figueira terá o benefício do fruto, também quem guarda (novamente talvez “cuida de”) seu empregador terá boa recompensa, aqui “ honra”, mas a palavra também pode implicar uma recompensa material benéfica.
Provérbios 27.19 Os pensamentos espelham o verdadeiro caráter da pessoa. Este provérbio concisamente formulado (veja as notas de rodapé da tradução) tem alguma ambigüidade na interpretação. A tradução sustenta a ideia de que a imagem é a da água funcionando como uma espécie de espelho, refletindo o rosto de alguém de volta para si mesmo. Desta forma, o ponto dois pontos 2 é que o coração conta a história da pessoa. O coração é uma referência geral ao caráter de alguém. Assim, o caráter define quem e o que uma pessoa é. Por outro lado, talvez a segunda linha esteja dizendo que o coração reflete a pessoa para outra pessoa. Portanto, não é tanto auto-revelação, mas sim revelação do outro. De qualquer forma, a ideia, ensinada em outra parte de Provérbios, é que o que conta é o coração de uma pessoa. Outros provérbios mencionam que as palavras refletem o coração de uma pessoa (12:23; 16:23; 18:4).
Provérbios 27.20-22 O inferno e a perdição são usados muitas vezes na Bíblia para tratar do aspecto temerário da morte; são como monstros famintos. Compare estes provérbios com a imagem de Satanás como leão que ruge (1 Pe 5.8).
Provérbios 27:20 Este provérbio é sobre a impossibilidade de realizar desejos. Sheol e Abaddon, no mínimo, representam a sepultura e, portanto, a morte. Mesmo que impliquem algum tipo de existência consciente após a morte, ainda aqui personificam a morte, que nunca é satisfeita. Sempre cabe mais um morto; eles não conseguem o suficiente. Como a morte, o desejo humano nunca pode ser satisfeito. Nunca se pode ter dinheiro, poder, prazer, relacionamento, amor e assim por diante. O provérbio ajuda as pessoas a se tornarem autoconscientes e também conscientes do que motiva as outras pessoas. Se sabemos que os desejos nunca são verdadeiramente satisfeitos, talvez isso ajude a retardar nossa busca por coisas desnecessárias. Eclesiastes está bem ciente desse ciclo interminável de desejo e chega a uma conclusão pessimista sobre o significado da vida (2:10–11; 5:10; etc.). perseguindo final satisfação é como perseguindo o vento.
Provérbios 27:21 Este provérbio invoca uma metáfora refinadora novamente. De fato, os primeiros dois pontos são idênticos aos primeiros dois pontos de 17:3, onde o refinamento é feito por Deus. Os metalúrgicos separam a prata e o ouro das impurezas por um processo de aquecimento do metal até que a escória possa ser despejada. O resultado do processo é prata pura e ouro puro. Assim, o segundo cólon apresenta uma circunstância que pode levar ao refinamento moral de uma pessoa. A circunstância está recebendo elogios. Precisamente como isso leva a resultados positivos não é explicitamente declarado. Especulamos que receber elogios de outra pessoa é uma tremenda tentação de se vangloriar. Recusar-se a deixar que isso produza orgulho não é uma tarefa fácil. No entanto, se alguém resistir, a pessoa ficará melhor com o esforço.
Clifford (ibid., 240) rejeita essa interpretação porque acredita que ela “obscurece o paralelismo”, embora eu não veja como isso acontece. Em seu lugar, ele oferece uma interpretação certamente possível, dada a ambiguidade da linguagem. Ele sugere que o caráter de uma pessoa é testado (refinado) pela qualidade das pessoas que a elogiam. Para chegar a essa posição, ele primeiro observa que o refino vai determinar a qualidade do minério. Ele então diz que o caráter de uma pessoa é determinado pelo caráter daqueles que o elogiam. Se pessoas sábias oferecem o louvor, isso indica que a pessoa é realmente boa.
Provérbios 27.23-27 Estes versículos apoiam a diligencia e descrevem suas. Esta seção tem seu cenário mais imediato em uma cena agrícola. O sábio encoraja o pastor-agricultor a cuidar de seus rebanhos e colheitas para o bem-estar de sua família. A cláusula do motivo no v. 24 sugere que tal cuidado é necessário mesmo que o fazendeiro tenha algum “dinheiro no banco”. Se alguém viver do excedente do passado (“tesouro”/”diadema”), adverte o provérbio, e negligenciar o trabalho do dia-a-dia, o excedente acabará e então as colheitas e os animais não estarão lá para prover o sustento.. Esta unidade de provérbios parece defender uma dependência fundamental de recursos renováveis, como permitir que a grama fresca substitua a grama seca e colher a vegetação das montanhas como colheita para alimentação. Cordeiros e cabras fornecem comida, leite e roupas. Tudo o que é realmente necessário para a vida está associado às coisas que fazem parte do dia a dia do agricultor. Sonhar com tesouros e diademas pode distrair as pessoas do que é realmente importante a longo prazo.
Essa sabedoria preocupada com a estratégia certa para sustentar a vida pode ser vista no livro de Eclesiastes, onde uma longa passagem dá conselhos para trabalhar duro diante dos riscos da vida:
Envie o seu pão sobre a superfície das águas, pois depois de muitos dias você poderá encontrá-lo. Reparte com sete, até oito, porque não sabes que mal pode acontecer na terra. Se as nuvens estiverem cheias, esvaziarão a chuva sobre a terra; e se uma árvore cai para o sul ou para o norte, o lugar onde a árvore cai, aí está. Quem observa o vento não semeia, e quem observa as nuvens não colhe. Assim como você não sabe qual é o caminho do vento ou como os ossos são formados no ventre da mãe, você também não conhece a obra de Deus, que faz todas as coisas. De manhã planta a tua semente, e não descanse a tua mão à tarde. Pois você não sabe qual terá sucesso, se este ou aquele, ou se ambos terão o mesmo desempenho. (11:1–6) [Longman, Ecclesiastes, pp. 254–58.]
Embora a agricultura e o pastoreio sejam o significado superficial do texto, Van Leeuwen e outros sugerem que essa passagem realmente emana e se dirige à corte real. A sugestão disso é supostamente a referência a “diadema” no v. 24. Isso dificilmente parece suficiente para fazer seu argumento. No entanto, como “pastor” é uma metáfora para “rei” em outras partes da Bíblia (por exemplo, Ezequiel 34) e no antigo Oriente Próximo, certamente poderia ser aplicado em princípio ao tribunal. De fato, a passagem pode muito bem, como acontece com muitos provérbios, ser tomada como um princípio geral que se aplica a muitas áreas da vida: Cuide das necessidades da vida.
🙏 Devocional de Provérbios 27
Provérbios 27:1-6 (A Incerteza do Amanhã e o Valor da Repreensão Amiga)Provérbios 27 inicia com uma advertência sobre a incerteza da vida e a importância de não se vangloriar do futuro, destacando o valor da humildade e da repreensão sincera. O versículo 1 admoesta: “Não te glories do dia de amanhã, porque não sabes o que o dia pode trazer”. O v. 2 sugere a modéstia: “Deixa que outro te louve, e não a tua própria boca; o estranho, e não os teus lábios”. Os vv. 3-4 comparam a ira e o ciúme a cargas pesadas: “Pesada é a pedra, e a areia, pesada; mas a ira do tolo é mais pesada do que ambas. Cruel é o furor, e impetuosa é a ira, mas quem poderá resistir ao ciúme?” Finalmente, os vv. 5-6 enaltecem a repreensão honesta: “Melhor é a repreensão aberta do que o amor oculto. Fiéis são as feridas feitas por um amigo, mas os beijos do inimigo são enganosos”.
A aplicação prática dessas verdades nos impele à humildade, à moderação emocional e à valorização da franqueza no amor. Para o seguidor de Cristo, a vida é incerta, e a confiança deve ser depositada em Deus para o futuro (Tiago 4:13-16). A modéstia é uma virtude cristã, e a ira e o ciúme são pecados que destroem relacionamentos (Gálatas 5:20). A repreensão de um amigo verdadeiro, mesmo que dolorosa, é um ato de amor que visa o nosso bem, diferentemente da falsa lisonja do inimigo (Salmo 141:5). No ambiente familiar, pais devem ensinar seus filhos a não fazer planos presunçosos sobre o futuro, cultivando a humildade. Eles devem também modelar a paciência diante da ira e do ciúme, e, crucialmente, ensinar que a repreensão honesta, feita com amor, é um sinal de cuidado verdadeiro. Filhos aprendem que a humildade é o caminho para a sabedoria e que a correção de um amigo é um tesouro.
No ambiente profissional, a humildade ao planejar e a aceitação de feedback, mesmo que crítico, são cruciais para o crescimento. Lidar com a ira e o ciúme no ambiente de trabalho exige sabedoria. Um colega que oferece críticas construtivas é um aliado valioso. Na comunidade eclesiástica, a igreja deve promover a humildade e a dependência de Deus para o futuro. A condenação da ira e do ciúme é fundamental para a comunhão. A prática da correção mútua, feita com amor e transparência, é essencial para a santidade do corpo de Cristo. Como cidadãos, somos chamados a praticar a humildade e a moderação em nossas expectativas futuras. A valorização da crítica construtiva e a denúncia da lisonja enganosa são cruciais para um debate público saudável, onde a verdade, mesmo que às vezes áspera, é preferível à falsidade.
Provérbios 27:7-10 (A Saturação do Prazer e o Valor do Amigo Leal)
Este bloco de Provérbios 27 aborda a aversão ao excesso e a primazia da amizade leal sobre os laços familiares distantes. O versículo 7 descreve a saturação: “A alma farta pisa o favo de mel, mas para a alma faminta todo amargo é doce”, sublinhando que o excesso leva ao desprezo, enquanto a necessidade valoriza o pouco. O v. 8 compara o homem que se afasta de casa ao pássaro errante: “Como o pássaro que anda vagueando do seu ninho, assim é o homem que vagueia do seu lugar”, indicando a instabilidade e a perda de segurança. Os vv. 9-10 exaltam a amizade: “O óleo e o perfume alegram o coração; assim o éter (ou a doçura) do amigo, pelo conselho de alma. Não abandones o teu amigo, nem o amigo de teu pai; nem entres na casa de teu irmão no dia da tua calamidade. Melhor é um vizinho perto do que um irmão longe”.
A aplicação prática dessas verdades nos impele à moderação, à estabilidade e à valorização das amizades leais e próximas. Para o seguidor de Cristo, a busca excessiva por prazeres leva à insatisfação (Eclesiastes 1:8). A estabilidade no lar e na comunidade de fé é preferível à errância. A amizade leal, que oferece conselho e apoio, é um tesouro que pode ser mais presente que os laços familiares distantes em momentos de crise. No ambiente familiar, pais devem ensinar seus filhos a valorizar o que têm e a não buscar incessantemente mais prazeres, pois o excesso leva à perda de apreço. Eles devem também cultivar a estabilidade e a importância das amizades fiéis, mostrando que, em tempos de dificuldade, a ajuda próxima é mais valiosa. Filhos aprendem que a moderação é um caminho para a gratidão e que a lealdade na amizade é um bem inestimável. No ambiente profissional, a busca insaciável por bens pode levar à insatisfação crônica.
A estabilidade no emprego e a construção de relacionamentos profissionais sólidos são cruciais. A colaboração com colegas de confiança e a valorização de uma rede de contatos próximos são mais importantes do que a busca por relações familiares distantes para resolver problemas. Na comunidade eclesiástica, a igreja deve promover a moderação e o contentamento, e exortar à estabilidade na fé e na comunhão. A valorização da amizade cristã, que oferece conselho e apoio mútuo, é fundamental para o fortalecimento da comunidade. Como cidadãos, somos chamados a praticar a moderação em nossos desejos e a buscar a estabilidade em nossas vidas. A valorização das relações de vizinhança e das amizades locais é crucial para a formação de comunidades fortes e resilientes, onde o apoio mútuo é mais acessível e eficaz do que a dependência de laços familiares distantes em tempos de calamidade.
Provérbios 27:11-15 (A Sabedoria do Filho e o Gotejar Contínuo da Mulher Contenciosa)
Este bloco de Provérbios 27 aborda a alegria que a sabedoria do filho traz aos pais e as comparações da mulher rixosa. O versículo 11 expressa a alegria paternal: “Sê sábio, filho meu, e alegra o meu coração, para que eu possa responder àquele que me afrontar”. O v. 12 reitera a prudência: “O prudente vê o mal e se esconde, mas os simples seguem em frente e sofrem as consequências”, reforçando a ideia de precaução. O v. 13 adverte sobre a fiança: “Toma a roupa daquele que ficou por fiador do estranho, e toma-o em penhor por causa da mulher estranha”, sublinhando o risco de se endividar por irresponsabilidade alheia. Os vv. 14-15 comparam o louvor inoportuno e a mulher rixosa a algo irritante: “O que abençoa o seu amigo em alta voz, levantando-se de madrugada, isso lhe será imputado como maldição. O gotejar contínuo no dia de chuva forte, e a mulher rixosa, são semelhantes”.
A aplicação prática dessas verdades nos impele à sabedoria, à prudência financeira, à cautela com o louvor excessivo e à busca da paz no lar. Para o seguidor de Cristo, a sabedoria e a conduta reta de um filho são motivo de grande alegria para os pais e um testemunho diante dos críticos. A prudência em evitar riscos financeiros e a desnecessária assunção de dívidas alheias são princípios de boa mordomia. O louvor inoportuno pode soar falso ou pretensioso. A contenda no lar é exaustiva e desgastante, devendo ser evitada a todo custo, pois “é melhor morar no deserto” (Provérbios 21:19). No ambiente familiar, pais devem incentivar seus filhos a buscar a sabedoria e a prudência em suas decisões, incluindo as financeiras. Eles devem também ensinar sobre a importância da paz e da harmonia no lar, mostrando que a contenda é um fardo pesado. Filhos aprendem que a sabedoria traz alegria e que a paz é mais valiosa do que qualquer conforto material.
No ambiente profissional, a sabedoria nas decisões e a prudência em questões financeiras são cruciais. Elogios excessivos ou inoportunos podem ser vistos como falsidade. Um ambiente de trabalho marcado pela contenda é improdutivo e desgastante, necessitando de uma liderança que promova a paz. Na comunidade eclesiástica, a sabedoria e a prudência são esperadas dos crentes. A igreja deve exortar à responsabilidade financeira e à moderação nos elogios. A promoção da paz e da harmonia no lar e na congregação é fundamental para o testemunho e a edificação. Como cidadãos, somos chamados a praticar a prudência em nossas finanças e a valorizar a sabedade na tomada de decisões. A condenação do louvor inoportuno e da contenda incessante é crucial para a saúde das relações sociais e políticas, onde a paz e a harmonia são mais valorizadas do que a discórdia e o caos.
Provérbios 27:16-22 (A Impossibilidade de Conter a Mulher Contenciosa e a Purificação do Caráter)
Este bloco de Provérbios 27 continua a abordar a mulher rixosa e a importância da busca pela sabedoria e da purificação do caráter. O versículo 16 descreve a dificuldade de conter a mulher contenciosa: “Esconder [tal mulher] é como esconder o vento, ou como pegar o azeite com a mão direita”, sublinhando a impossibilidade de reprimir a sua natureza. O v. 17 usa uma metáfora para aprimoramento: “Como o ferro com o ferro se aguça, assim o homem aguça o rosto do seu amigo”, destacando o benefício da interação e do desafio construtivo entre amigos. O v. 18 elogia a diligência: “O que guarda a figueira comerá do seu fruto; e o que atenta para o seu senhor será honrado”, mostrando que a diligência e o serviço fiel trazem recompensa. Os vv. 19-20 falam da introspecção e da insaciabilidade: “Assim como a água reflete o rosto, assim o coração do homem reflete o homem. O inferno e o abismo nunca se fartam; assim os olhos do homem nunca se satisfazem”. Finalmente, os vv. 21-22 comparam a purificação e a teimosia do tolo: “Como o crisol para a prata e o forno para o ouro, assim o homem é provado pelo louvor. Ainda que pisasses o tolo no gral, entre grãos de cevada com um pilão, não se apartaria dele a sua estultícia”.
A aplicação prática dessas verdades nos impele a buscar amizades que nos aprimorem, a ser diligentes, a refletir sobre nosso caráter e a reconhecer a teimosia do tolo. Para o seguidor de Cristo, algumas situações e pessoas são difíceis de controlar, mas a busca por amizades que nos desafiam e nos tornam melhores é vital. A diligência no serviço a Deus e ao próximo traz honra. A introspecção e o reconhecimento da insaciabilidade do coração humano nos levam à dependência de Deus. O louvor pode ser um teste para o caráter, e a tolice arraigada é extremamente resistente à mudança. No ambiente familiar, pais devem ensinar seus filhos sobre a importância de escolher amigos que os inspirem a ser melhores, não amigos que os arrastem para a contenda. Eles devem também incentivar a diligência e a reflexão sobre o próprio coração, mostrando que a verdadeira satisfação não está na busca incessante por mais. Filhos aprendem que a amizade pode ser uma força de aprimoramento e que a tolice arraigada é difícil de mudar. No ambiente profissional, a colaboração e o feedback construtivo entre colegas são cruciais para o desenvolvimento mútuo.
A diligência nas tarefas e a lealdade ao empregador trazem reconhecimento. A introspecção sobre as próprias motivações e a busca pela satisfação, em vez de ganância, são importantes. A tentativa de mudar um tolo teimoso é muitas vezes inútil. Na comunidade eclesiástica, a igreja deve promover o discipulado e a comunhão que aprimoram o caráter dos crentes. A diligência no serviço e o combate à insaciabilidade são fundamentais. A provação do louvor deve levar à humildade, e a persistência na pregação a corações endurecidos deve ser feita com discernimento e sabedoria. Como cidadãos, somos chamados a valorizar amizades que nos tornam melhores e a promover a diligência em todas as áreas da vida. A reflexão sobre a natureza humana e o combate à insaciabilidade que leva à corrupção são cruciais para a saúde de uma nação. A sabedoria nos alerta que a teimosia na tolice é um obstáculo intransponível, e que a verdadeira purificação vem de um coração disposto a mudar.
Provérbios 27:23-27 (A Diligência com os Bens e a Provisão da Natureza)
Este bloco final de Provérbios 27 encerra o capítulo com um conselho prático sobre a diligência na gestão dos bens e a confiança na provisão da natureza, que reflete a provisão divina. O versículo 23 aconselha sobre o cuidado com os rebanhos: “Procura conhecer o estado das tuas ovelhas, e cuida dos teus rebanhos”. O v. 24 lembra da transitoriedade da riqueza: “Porque as riquezas não duram para sempre, e a coroa não passa de geração em geração”. O v. 25 descreve o ciclo da provisão natural: “Quando aparece a erva, e brotam as novas, e se recolhem as ervas dos montes”. Os vv. 26-27 mostram a abundância resultante da diligência: “Os cordeiros te vestirão, e os bodes servirão para o preço do campo. E terás bastante leite de cabra para o teu sustento, para o sustento da tua casa e para a manutenção das tu tuas servas”.
A aplicação prática dessas verdades nos impele à diligência na mordomia, ao reconhecimento da transitoriedade das riquezas e à confiança na provisão divina através do trabalho. Para o seguidor de Cristo, a diligência em administrar os recursos que Deus confia é um ato de adoração (Mateus 25:14-30). A consciência da efemeridade da riqueza nos leva a depositar nossa segurança em Deus, não nos bens materiais. A provisão da natureza, quando trabalhada com diligência, é um lembrete da fidelidade de Deus em suprir as necessidades daqueles que Lhe são fiéis. No ambiente familiar, pais devem ensinar seus filhos a cuidar de seus bens e responsabilidades com diligência, por menores que sejam. Eles devem também alertar sobre a transitoriedade das riquezas e a importância de trabalhar com afinco para o sustento da família, reconhecendo a bênção de Deus na provisão. Filhos aprendem que a diligência traz prosperidade e que a sabedoria é investir nos recursos disponíveis. No ambiente profissional, a atenção aos detalhes, o cuidado com os recursos e a diligência no trabalho são cruciais para a sustentabilidade de qualquer negócio. A humildade em reconhecer que as riquezas não são permanentes incentiva a boa mordomia.
A valorização dos ciclos naturais e da produtividade da terra é um exemplo de sustentabilidade. Na comunidade eclesiástica, a igreja deve promover a boa mordomia dos recursos financeiros e humanos. A pregação sobre a transitoriedade das riquezas e a importância da diligência no serviço a Deus são fundamentais. A confiança na provisão de Deus através do trabalho honesto deve ser uma marca dos crentes. Como cidadãos, somos chamados a promover a diligência e a responsabilidade na gestão dos recursos públicos e privados. A consciência da transitoriedade das riquezas e do poder político é crucial para evitar a corrupção e a ganância. A valorização da produção agrícola e da sustentabilidade ambiental é fundamental para garantir a provisão para as futuras gerações. A sabedoria nos ensina que a diligência e o cuidado com o que nos é confiado, em vez da busca por riquezas passageiras, são o caminho para a verdadeira segurança e abundância.
✡️✝️ Comentário dos Rabinos e Pais Apostólicos
✡️ Rashi (Rabbi Shlomo Yitzchaki, séc. XI)Provérbios 27:1 — “Não te glories do dia de amanhã, pois não sabes o que produzirá o dia.”
“Rashi comenta que este versículo adverte contra a arrogância e a presunção de controle sobre o futuro, pois tudo está nas mãos de Deus.”
Comentário: A humildade diante do incerto é fundamental para uma vida sábia, reconhecendo a soberania divina sobre o tempo e os acontecimentos.
Fonte: Rashi on Proverbs 27:1 (Sefaria)
✡️ Malbim (Rabbi Meir Leibush ben Yehiel Michel, séc. XIX)
Provérbios 27:17 — “Como o ferro afia o ferro, assim o homem afia o rosto do seu amigo.”
“Malbim explica que a amizade verdadeira é um processo mútuo de aprimoramento moral e intelectual.”
Comentário: Este versículo exalta o papel dos amigos como instrumentos divinos para o crescimento pessoal, através de críticas construtivas e apoio mútuo.
Fonte: Malbim on Proverbs 27:17 (Sefaria)
✡️ Midrash Mishlei (מדרש משלי)
Provérbios 27:14 — “O que dá ouvido a uma repreensão é no meio dos sábios.”
“O Midrash Mishlei ressalta que a humildade para aceitar correção é um sinal distintivo da verdadeira sabedoria.”
Comentário: Aceitar críticas com humildade demonstra maturidade espiritual e intelectual, essencial para o desenvolvimento do caráter.
Fonte: Midrash Mishlei 27 no Sefaria
✝️ Orígenes (grego)
Provérbios 27:6 — “Πληγαὶ φίλου πισταί, καὶ φιλοῦντες διὰ περισσείας τραῦματα· φιλιάι δὲ μισοῦντος δολίαι.”
(“Leais são as feridas feitas pelo amigo, mas os beijos do inimigo são enganosos.”)
«Μᾶλλον πιστεύειν δεῖ τῷ πληγίσαντι ἐν ἀγάπῃ, ἢ τῷ φιλοῦντι ἐν δολιότητι· ἡ γὰρ φιλία ἀληθὴς παιδεύει.»
(“É preciso confiar mais naquele que fere por amor do que no que beija com dolo; pois a verdadeira amizade educa.”)
Comentário: Orígenes enfatiza a pedagogia espiritual da correção fraterna, em oposição à lisonja enganosa.
Fonte: Origenes, Homiliae in Proverbia, PG 13:825-830
✝️ Clemente de Alexandria (latim)
Provérbios 27:17 — “Σίδηρος σίδηρον ὀξύνει· καὶ ἄνθρωπος ὀξύνει πρόσωπον τοῦ φίλου αὐτοῦ.”
(“O ferro com o ferro se afia; assim o homem afia o rosto do seu amigo.”)
«Ἡ συνουσία τῶν φίλων ἀκονίζει τὸ ἦθος καὶ τὴν διάνοιαν· ὥσπερ ὁ σίδηρος τὸν σίδηρον, οὕτως καὶ ὁ φίλος τὸν φίλον.»
(“A convivência dos amigos afia o caráter e a mente; assim como o ferro afia o ferro, assim o amigo afia o amigo.”)
Comentário: Clemente vê neste provérbio uma metáfora para o aperfeiçoamento mútuo no âmbito da amizade cristã.
Fonte: Clemens Alexandrinus, Stromata, PG 9:573-575
✝️ Eusébio de Cesareia (grego)
Provérbios 27:1 — “Μὴ καυχῶ τοῦ εἰς αὔριον· οὐ γὰρ γινώσκεις τί τέξεται ἡ ἐπιοῦσα.”
(“Não te glories do dia de amanhã, pois não sabes o que ele trará.”)
«Μάθημα ταπεινοφροσύνης καὶ φρονήσεως· ὁ ἄνθρωπος γὰρ οὐκ ἔχει τὰς αὔριον ὑπὸ τῆς ἐξουσίας αὐτοῦ.»
(“Lição de humildade e prudência; pois o homem não tem o dia de amanhã sob seu poder.”)
Comentário: Eusébio destaca a limitação humana e a necessidade de confiança na providência divina, contra a arrogância da autossuficiência.
Fonte: Eusebius Caesariensis, Commentarii in Proverbia, PG 23:585-590
✝️ Santo Agostinho (latim)
Provérbios 27:19 — “Quomodo in aquis resplendent vultus prospicientium, sic corda hominum manifesta sunt prudentibus.”
(“Como na água o rosto reflete o rosto, assim o coração do homem se revela ao homem.”)
«Manifestatur cor hominis in verbis et operibus, sicut vultus in aqua: sed prudentibus tantum, non omnibus.»
(“O coração do homem se manifesta nas palavras e obras, como o rosto na água; mas somente aos prudentes, não a todos.”)
Comentário: Agostinho associa este versículo ao discernimento espiritual, que permite conhecer os outros não apenas pela aparência, mas pelas ações.
Fonte: Augustinus, Enarrationes in Psalmos, PL 36:1120-1125
✝️ João Crisóstomo sobre Provérbios 27:1
Não fiquemos, então, procrastinando até amanhã. Pois "não sabemos o que o amanhã nos reserva", nem digamos "vamos vencer esse hábito aos poucos", visto que esse "pouco a pouco" jamais acabará. Portanto, descartando essa desculpa, digamos: "Se não reformarmos o hábito de xingar hoje, não adiaremos para mais tarde, quando dez mil coisas nos pressionarem. Ainda que seja necessário morrer, ou sermos punidos, ou perder tudo o que temos, não daremos ao diabo a vantagem da preguiça nem o pretexto da demora". Assim, se Deus perceber sua alma inflamada e sua diligência despertada, então Ele mesmo também prestará Sua assistência para transformá-lo.Fonte: HOMILIAS SOBRE AS ESTÁTUAS 20:22
✝️ Ambrósio de Milão sobre Provérbios 27:6
Repreensões são boas e, muitas vezes, melhores do que uma amizade silenciosa. Mesmo que um amigo se sinta ferido, repreenda-o; e se a amargura da correção lhe ferir a mente, repreenda-o e não tema. "As feridas de um amigo são melhores do que os beijos dos bajuladores." Repreenda, então, seu amigo que erra; não abandone um inocente. Pois a amizade deve ser constante e se firmar na afeição verdadeira.Sobre Provérbios 27:10
Salomão diz: "Melhor é um vizinho perto do que um irmão longe." Por esta razão, uma pessoa geralmente confia mais na boa vontade de um amigo do que nos laços de parentesco com seu irmão. A boa vontade prevalece a tal ponto que muitas vezes vai além das promessas feitas pela natureza.Fonte: Sobre os Deveres do Clero 1.34.174
✝️ Padres do Deserto sobre Provérbios 27:19
Esta história foi contada: Havia três amigos, homens sérios, que se tornaram monges. Um deles escolheu fazer a paz entre homens em desacordo, como está escrito: "Bem-aventurados os pacificadores" (Mt 5:9). O segundo escolheu visitar os doentes. O terceiro escolheu ir embora para ficar em silêncio, em solidão. O primeiro, porém, labutando em meio a contendas, não conseguia resolver todas as disputas e, vencido pelo cansaço, foi até aquele que cuidava dos doentes e o encontrou também desanimado e incapaz de realizar seu propósito. Então, os dois foram ver aquele que havia se retirado para o deserto e lhe contaram suas Problemas. Pediram-lhe que lhes contasse como ele próprio havia passado. Ele ficou em silêncio por um tempo, depois despejou água em um recipiente e disse: "Olhem para a água", e ela estava turva. Pouco depois, disse novamente: "Vejam como a água se tornou clara". Ao olharem para a água, viram seus próprios rostos, como num espelho. Então, ele lhes disse: "Assim acontece com quem vive no meio da multidão: por causa da turbulência, não vê seus pecados; mas quando está em silêncio, sobretudo na solidão, então reconhece suas próprias faltas."Fonte: Os Padres do Deserto, Ditos dos Monges Cristãos Primitivos
✝️ Cirilo de Alexandria sobre Provérbios 27:23
Não é apropriado dirigir-se simplesmente a todos os que creram em Cristo, instruções sobre todos os pontos, pois está escrito: "Com o conhecimento, aprenda as almas do seu rebanho". Pois é muito diferente o caminho pelo qual estabelecemos nos caminhos da verdade aquele que acaba de se tornar discípulo, de alguém mais confirmado em mente e capaz de compreender o que é altura e profundidade, e o que é comprimento e largura. No primeiro caso, use um ensino simples, no qual não haja nada de profundo ou difícil de entender. Aconselhe-o a escapar do erro do politeísmo e convença-o adequadamente a discernir, pela beleza das coisas criadas, o criador e artífice universal, que é um por natureza e verdadeiramente Deus.Fonte: COMENTÁRIO SOBRE LUCAS, HOMILIA 93
✝️ Beda sobre Provérbios 27:27
Que o leite das cabras vos baste para o vosso sustento, etc. Apascentai o rebanho que vos foi confiado com tal diligência, que nem no verão nem no frio vos faltará leite novo, mas sempre será suficiente para vós e para os vossos; isto é, insisti tão diligentemente na doutrina, que também promovais antigos penitentes ao ofício de ensinar; para que, por meio Para aqueles que antes pareciam ser colocados à esquerda do juiz devido à imundície dos vícios, o leite razoável e sincero da palavra pode agora ser ministrado àqueles com pouco entendimento. O leite das cabras se torna alimento para as servas, quando aqueles que servem ao Senhor não ainda com amor perfeito, mas ainda com temor servil, são revigorados com o exemplo ou as palavras daqueles que foram salvos pelo arrependimento e se unem para avançar para o crescimento maior das virtudes. Alguns colocaram o que é dito: Os prados estão abertos, e as ervas verdes apareceram, e o feno é colhido das montanhas: cordeiros para suas roupas e cabritos pelo preço do campo; assim: "Os monumentos estão abertos, os corpos revividos apareceram, os pecadores estão separados dos santos, feno para ser queimado dos lugares altos".Fonte: Comentário sobre Provérbios
📚 Comentários Clássicos Teológicos
📖 Matthew Henry (1662–1714)Matthew Henry observa que este capítulo trata principalmente da amizade verdadeira, da prudência e do autocontrole, e oferece conselhos práticos para a vida diária. Ele inicia destacando a imprevisibilidade da vida, como em Provérbios 27:1 (“Não te glories do dia de amanhã...”), onde Henry enfatiza a humildade e a confiança na providência divina, lembrando que não devemos contar com o futuro, pois ele está nas mãos de Deus.
Sobre a amizade, ele ressalta que é uma das bênçãos mais preciosas, mas requer cuidado, sinceridade e fidelidade (vv. 5-6). A crítica velada nas expressões “melhores são as repreensões feitas em aberto do que o amor encoberto” é para pessoas que evitam confrontar o amigo para não causar desconforto, mas isso é um mal maior do que a repreensão amorosa.
Henry também fala da importância de conselhos sábios, exemplificado no versículo 12 (“O prudente vê o mal e esconde-se...”), onde a prudência não é covardia, mas sabedoria para evitar o mal e preservar a vida. Nos versículos sobre os bens e riquezas, ele alerta para a confiança exagerada nos recursos materiais (v.20), que são transitórios e não devem ser fonte de segurança absoluta. O capítulo termina com um apelo à moderação e à gratidão, recomendando cuidar das próprias forças e respeitar o trabalho dos outros.
Fonte: Matthew Henry Commentary on Proverbs 27
📖 John Gill (1697–1771)
John Gill aborda Provérbios 27 com uma análise detalhada das expressões hebraicas, oferecendo tanto uma interpretação prática quanto linguística. Gill começa por comentar o versículo 1, ressaltando que o homem não deve se vangloriar do futuro porque o dia de amanhã não está sob seu controle — uma lição de humildade, embasada na incerteza da vida humana.
Nos versículos 5-6, ele destaca que as “repreensões abertas” são melhores do que o amor oculto, explicando que a palavra hebraica para “amor encoberto” (דְּבַר־שֶׁקֶר, devar sheqer, “palavra falsa”) implica uma hipocrisia que destrói a confiança entre amigos.
Gill comenta também o versículo 12 (“o prudente vê o mal e se esconde”) como um ensinamento para fugir do perigo, interpretando “prudente” como aquele que é sábio em evitar problemas, o que é louvável. Ao analisar a metáfora do “leão” no verso 13 (“o que se entrega a uma mulher estranha”), Gill observa a gravidade do adultério como um perigo real e comparável a um ataque mortal.
Ele termina enfatizando que a vida é curta e a prudência consiste em aproveitar bem o tempo, confiando no Senhor, e não nas próprias forças.
Fonte: John Gill's Exposition of the Bible on Proverbs 27
📖 Albert Barnes (1798–1870)
Albert Barnes interpreta o capítulo como um conjunto de máximas sobre a vida prática, a amizade e a sabedoria em administrar relações e bens. Ele chama atenção para a advertência em Provérbios 27:1, que ensina a humildade diante do futuro, e para o valor das amizades sinceras que podem corrigir e edificar (vv. 5-6).
Barnes dedica atenção especial à importância da prudência (v.12), a capacidade de prever e evitar o mal, algo vital para a sobrevivência e prosperidade. Ele também destaca o contraste entre a aparência e a realidade, como no verso 15 sobre a “mulher rixosa”, apontando para os conflitos que podem surgir em casa e como devem ser manejados com sabedoria.
Além disso, Barnes observa que a valorização dos bens materiais (v.20) deve ser equilibrada com o reconhecimento da fragilidade da vida e da importância da virtude e da sabedoria. Ele conclui lembrando que este capítulo encoraja o leitor a cultivar amizades verdadeiras, praticar a prudência e confiar em Deus.
Fonte: Albert Barnes' Notes on the Whole Bible on Proverbs 27
📖 Keil (1807–1888) & Delitzsch (1813–1890)
Keil & Delitzsch oferecem uma análise profunda e detalhada dos termos e da estrutura hebraica do capítulo 27. No versículo 1, eles explicam que a expressão “não te glories do dia de amanhã” é construída sobre o verbo הִתְהַלֵּל (hithallel, “vangloriar-se”), que indica um orgulho presumido e insensato diante da incerteza do futuro.
No tocante às “repreensões abertas” (v.5), a palavra hebraica תּוֹכַחַת (tochachat) é destacada como uma correção amorosa e necessária para a amizade verdadeira, em contraste com o “amor encoberto” (v.6), onde a palavra “encoberto” (כֶּזֶב, kezeb) sugere falsidade ou engano. Eles analisam o versículo 12, enfatizando o sentido da prudência no hebraico como הָבוּן (habun), que implica sagacidade e capacidade de perceber o perigo antecipadamente, recomendando a retirada para evitar o mal.
Keil & Delitzsch discutem a metáfora da “mulher rixosa” no verso 15, ressaltando a força da palavra hebraica לָהֶבֶת (lahevet, “chama” ou “língua flamejante”), que simboliza a natureza destrutiva das contendas domésticas. Por fim, eles destacam o ensinamento de todo o capítulo como uma convocação para a humildade, a amizade sincera e a prudência, com o temor do Senhor como base para a verdadeira sabedoria e sucesso na vida.
Fonte: Keil & Delitzsch Commentary on Proverbs 27
📚 Concordância Bíblica
🔹 Provérbios 27:1“Não te glories do dia de amanhã, porque não sabes o que produzirá o dia.”
📖 Tiago 4:13–14
“Eia agora vós, que dizeis: Hoje ou amanhã iremos a tal cidade... vós não sabeis o que acontecerá amanhã. Que é a vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco e depois se desvanece.”
Comentário: Tiago ecoa Provérbios ao advertir contra a presunção humana. Ambos os textos ressaltam a fragilidade e a incerteza da vida, chamando à humildade diante da soberania de Deus.
📖 Lucas 12:19–20
“Direi à minha alma: Alma, tens em depósito muitos bens... Mas Deus lhe disse: Louco, esta noite te pedirão a tua alma.”
Comentário: Jesus também adverte que a confiança no futuro e nas posses é tolice. A advertência de Provérbios 27:1 ganha um reforço dramático nas palavras de Cristo sobre o insensato.
🔹 Provérbios 27:2
“Seja outro o que te louve, e não a tua própria boca; o estranho, e não os teus próprios lábios.”
📖 2 Coríntios 10:17–18
“Quem se gloria, glorie-se no Senhor. Porque não é aprovado quem a si mesmo se louva, mas aquele a quem o Senhor louva.”
Comentário: Paulo retoma o princípio da modéstia ensinado em Provérbios. A verdadeira honra vem do reconhecimento divino e não da autopromoção. A autoglória é vazia e carnal.
📖 Mateus 23:12
“Qualquer que a si mesmo se exaltar será humilhado; e qualquer que a si mesmo se humilhar será exaltado.”
Comentário: Jesus reforça o princípio de que a exaltação própria é caminho para a queda. A sabedoria de Salomão e as palavras de Cristo convergem na ética da humildade.
🔹 Provérbios 27:3
“Pesada é a pedra, e a areia também; mas a ira do insensato é mais pesada do que ambas.”
📖 Eclesiastes 7:9
“Não te apresses no teu espírito a irar-te, porque a ira repousa no íntimo dos tolos.”
Comentário: A insensatez aliada à ira gera peso insuportável — uma força destrutiva. A comparação de Provérbios revela como a raiva insensata é uma carga moral e emocional que excede as físicas.
📖 Mateus 5:22
“Todo aquele que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmão, será réu de juízo.”
Comentário: Jesus eleva o padrão moral, mostrando que a ira tola é pecado digno de julgamento. Isso revela como a sabedoria antiga é aprofundada pela ética do Reino.
🔹 Provérbios 27:4
“O furor é cruel e a ira impetuosa; mas quem poderá resistir à inveja?”
📖 Tiago 3:16
“Porque onde há inveja e espírito faccioso, aí há confusão e toda obra má.”
Comentário: Tiago mostra que a inveja gera desordem e maldade. Enquanto o furor pode ser momentâneo, a inveja é persistente e destrutiva, corroendo relações e estruturas.
📖 Cântico dos Cânticos 8:6
“Dura como o inferno é a inveja; as suas brasas são brasas de fogo, labaredas do Senhor.”
Comentário: O Cântico descreve a inveja com intensidade mortal. Salomão, autor de ambos os textos, vê na inveja um fogo interior que consome mais profundamente que a ira explosiva.
🔹 Provérbios 27:5
“Melhor é a repreensão franca do que o amor encoberto.”
📖 Apocalipse 3:19
“Eu repreendo e castigo a todos quantos amo. Sê pois zeloso, e arrepende-te.”
Comentário: Jesus associa a repreensão ao amor verdadeiro. O provérbio ensina que uma correção clara e justa vale mais que um sentimento amoroso não manifestado ou inútil.
📖 Efésios 4:15
“Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo.”
Comentário: Paulo mostra que o amor cristão se expressa com verdade. A correção amorosa é sinal de maturidade espiritual, não de frieza ou julgamento.
🔹 Provérbios 27:6
“Leais são as feridas feitas pelo amigo, mas os beijos do inimigo são enganosos.”
📖 João 13:27–30
“E, após o bocado, entrou nele Satanás. Disse-lhe, pois, Jesus: O que fazes, faze-o depressa... E era noite.”
Comentário: O beijo de Judas exemplifica os “beijos do inimigo” — falsos gestos de afeto usados para trair. Em contraste, a correção de um amigo fiel, mesmo dolorosa, revela lealdade e amor verdadeiro.
📖 Salmos 141:5
“Fira-me o justo, será isso um favor; repreenda-me, será um excelente óleo.”
Comentário: Davi reconhece o valor da repreensão justa. A ferida feita por amor é cura; já a lisonja hipócrita, veneno.
🔹 Provérbios 27:7
“A alma farta pisa o favo de mel, mas à alma faminta todo amargo é doce.”
📖 Lucas 15:16–17
“Desejava encher o estômago com as alfarrobas que os porcos comiam, mas ninguém lhe dava nada... Então, caindo em si...”
Comentário: O filho pródigo, faminto, desejava até comida de porcos. A sabedoria de Provérbios mostra como a necessidade altera nosso julgamento e percepção — o que é desprezado por um pode ser tesouro para outro.
📖 Mateus 5:6
“Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos.”
Comentário: Jesus espiritualiza o princípio — aqueles famintos por Deus encontrarão prazer até nas verdades mais difíceis. O coração vazio acolhe o que o cheio rejeita.
🔹 Provérbios 27:8
“Qual a ave que vagueia longe do ninho, tal é o homem que anda vagueando longe do seu lugar.”
📖 Gênesis 4:12–14
“Serás fugitivo e errante sobre a terra... Eis que hoje me lanças da face da terra... serei fugitivo e errante.”
Comentário: Caim, condenado ao exílio, ilustra a desorientação do homem longe de seu lugar natural. Assim como a ave sem ninho é vulnerável, o homem que abandona seu propósito ou vocação perde sua proteção.
📖 Salmos 84:3
“Até o pardal encontrou casa, e a andorinha ninho para si... junto aos teus altares, Senhor dos Exércitos.”
Comentário: O altar do Senhor é o verdadeiro “ninho” da alma humana. Vaguear longe Dele é perder o lar espiritual.
🔹 Provérbios 27:9
“O óleo e o perfume alegram o coração; assim o faz a doçura do amigo pelo conselho cordial.”
📖 Eclesiástico (Sirácida) 6:16–17 (Septuaginta)
“O amigo fiel é bálsamo da vida... o que teme ao Senhor encontrará tal amigo.”
Comentário: A tradição sapiencial reforça o valor de uma amizade sincera, que age como um perfume suave na alma — especialmente quando há conselhos dados com amor e verdade.
📖 João 15:15
“Já não vos chamo servos... mas chamei-vos amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho feito conhecer.”
Comentário: Cristo é o amigo por excelência, cujo conselho cordial é o evangelho. Ele compartilha conosco os mistérios do Pai, alegrando o coração como perfume espiritual.
🔹 Provérbios 27:10
“Não abandones o teu amigo, nem o amigo de teu pai, nem entres na casa de teu irmão no dia da tua adversidade; mais vale o vizinho perto do que o irmão longe.”
📖 Lucas 10:36–37
“Qual, pois, destes três te parece que foi o próximo daquele que caiu nas mãos dos salteadores? ... Aquele que usou de misericórdia para com ele.”
Comentário: A parábola do bom samaritano ilustra perfeitamente este provérbio. A proximidade não é só geográfica, mas compassiva. A amizade verdadeira, mesmo fora dos laços sanguíneos, pode ser mais valiosa no momento de necessidade.
📖 João 19:26–27
“Mulher, eis aí teu filho... Eis aí tua mãe. E desde aquela hora o discípulo a recebeu em sua casa.”
Comentário: Jesus confia sua mãe a João, não a parentes. A lealdade espiritual e a presença são mais eficazes que o mero parentesco distante, refletindo a sabedoria de Provérbios.
🔹 Provérbios 27:11
“Filho meu, sê sábio, e alegra o meu coração, para que eu possa responder àquele que me afronta.”
📖 Filipenses 2:15–16
“Para que vos torneis irrepreensíveis... filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração corrupta... retendo firmemente a palavra da vida, para que no dia de Cristo eu me glorie de não ter corrido nem trabalhado em vão.”
Comentário: Paulo deseja que seus filhos espirituais vivam com sabedoria, como prova de seu trabalho fiel. Provérbios reflete essa expectativa paterna de que o filho sábio honra e defende a reputação de quem o formou.
📖 3 João 1:4
“Não tenho maior alegria do que esta: ouvir que meus filhos andam na verdade.”
Comentário: O apóstolo João ecoa o mesmo princípio: a sabedoria e fidelidade dos filhos espirituais trazem honra e alegria aos pais na fé.
🔹 Provérbios 27:12 –
“O prudente vê o mal e esconde-se; mas os simples passam adiante e sofrem a pena.”
📖 Mateus 10:16
“Eis que vos envio como ovelhas no meio de lobos; sede, portanto, prudentes como as serpentes e simples como as pombas.”
Comentário: Jesus instrui seus discípulos a agir com discernimento diante do perigo. A prudência não é covardia, mas sabedoria em preservar-se do mal.
📖 Hebreus 11:7
“Pela fé Noé, divinamente avisado das coisas que ainda não se viam, temeu e para salvação da sua família preparou a arca...”
Comentário: Noé é o exemplo do prudente que, vendo o mal à distância, prepara-se e escapa. O simples, por desprezar sinais, sofre as consequências.
🔹 Provérbios 27:13
“Toma a sua roupa, porque ficou por fiador do estranho; e por penhor, àquele que se obriga pela mulher estranha.”
📖 Provérbios 6:1–5
“Filho meu, se ficaste por fiador do teu próximo... livra-te como a gazela da mão do caçador.”
Comentário: A sabedoria de Provérbios é recorrente sobre os perigos de garantir dívidas alheias, especialmente de estranhos ou pessoas moralmente duvidosas. A roupa como penhor indica a seriedade da imprudência.
📖 2 Tessalonicenses 3:10–12
“Se alguém não quer trabalhar, também não coma...”
Comentário: Paulo reforça que a responsabilidade pessoal é essencial. Fiar-se a outros sem discernimento é um risco que deve ser evitado.
🔹 Provérbios 27:14
“O que bendiz a seu amigo em alta voz, madrugando pela manhã, por maldição lhe será contado.”
📖 Mateus 6:5
“E, quando orares, não sejas como os hipócritas; porque gostam de orar em pé nas sinagogas... para serem vistos pelos homens.”
Comentário: Um elogio exagerado ou inoportuno pode ser percebido como hipocrisia ou manipulação. A sabedoria ensina que até o louvor deve ser discreto e sincero, ou será contraproducente.
📖 Provérbios 25:27
“Comer muito mel não é bom; assim, a busca da própria glória não é glória.”
Comentário: Louvor excessivo ou ostensivo pode ter o efeito contrário ao desejado. Honrar o outro deve ser feito com modéstia e oportunidade.
🔹 Provérbios 27:15
“A goteira contínua num dia chuvoso e a mulher rixosa são semelhantes.”
📖 Provérbios 21:9
“Melhor é morar num canto do telhado do que com a mulher rixosa numa casa ampla.”
📖 Provérbios 19:13
“O gotejar contínuo da mulher rixosa é uma desgraça.”
Comentário: A imagem da goteira representa um incômodo incessante e desgastante. O texto não visa depreciar a mulher, mas criticar a atitude contenciosa que destrói a paz do lar. Em contraste, a sabedoria feminina é exaltada em Provérbios 31.
📖 Eclesiastes 7:26
“E eu achei uma coisa mais amarga do que a morte: a mulher cujo coração são laços e redes, e cujas mãos são correntes...”
Comentário: A Escritura reconhece o poder tanto destrutivo quanto edificante da convivência íntima. A sabedoria reside em cultivar a paz e o respeito mútuo.
🔹 Provérbios 27:16
“Tentar contê-la é como conter o vento ou segurar óleo com a mão.”
📖 Tiago 3:8
“Mas nenhum homem pode domar a língua; é um mal incontrolável, cheio de veneno mortal.”
Comentário: Assim como conter o vento ou o óleo é tarefa impossível, também o é controlar uma pessoa contenciosa (v.15). Tiago associa esse princípio à dificuldade de domar a língua — uma metáfora da desordem gerada por palavras desmedidas.
📖 Eclesiastes 1:14
“Tudo é vaidade e correr atrás do vento.”
Comentário: Salomão usa a imagem do vento para expressar a frustração de lidar com aquilo que não pode ser dominado. O texto reforça que certos comportamentos desordenados exigem sabedoria, não controle.
🔹 Provérbios 27:17
“Assim como o ferro afia o ferro, assim o homem afia o rosto do seu amigo.”
📖 Hebreus 10:24
“Consideremo-nos também uns aos outros para nos estimularmos ao amor e às boas obras.”
📖 Eclesiastes 4:9–10
“Melhor é serem dois do que um... Se um cair, o outro levanta o seu companheiro.”
Comentário: O versículo enfatiza a importância da amizade edificante. Relações saudáveis estimulam o crescimento mútuo, assim como o atrito entre metais produz afiação. O Novo Testamento reafirma o papel da comunhão cristã como instrumento de santificação.
🔹 Provérbios 27:18
“O que cuida da figueira comerá do seu fruto; e o que cuida do seu senhor será honrado.”
📖 1 Coríntios 9:7
“Quem planta uma vinha e não come do seu fruto? Ou quem apascenta um rebanho e não se alimenta do leite do rebanho?”
📖 Mateus 25:21
“Foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei.”
Comentário: A sabedoria ensina que fidelidade no trabalho — seja na agricultura ou no serviço — é recompensada. O princípio da recompensa pela diligência é central tanto em Provérbios quanto nas parábolas de Jesus.
🔹 Provérbios 27:19
“Como na água o rosto corresponde ao rosto, assim o coração do homem ao homem.”
📖 1 Samuel 16:7
“O homem vê o exterior, porém o Senhor, o coração.”
📖 Lucas 6:45
“O homem bom, do bom tesouro do seu coração tira o bem... porque a boca fala do que está cheio o coração.”
Comentário: A água reflete o rosto, e o coração revela o verdadeiro caráter. O paralelismo mostra que o interior é o espelho do ser. O Novo Testamento reforça que o coração é a fonte das ações e palavras.
🔹 Provérbios 27:20
“O Sheol e a Destruição nunca se fartam, e os olhos do homem nunca se satisfazem.”
📖 Eclesiastes 1:8
“Os olhos não se fartam de ver, nem os ouvidos de ouvir.”
📖 1 João 2:16
“Porque tudo o que há no mundo — a cobiça dos olhos, a cobiça da carne... — não procede do Pai.”
Comentário: A voracidade da morte e do desejo humano são colocadas em paralelo. Assim como a sepultura nunca recusa mais um corpo, o coração humano, sem freios, nunca se satisfaz com o que possui. A sabedoria combate essa avidez com contentamento e temor a Deus.
🔹 Provérbios 27:21
“O crisol prova a prata, e o forno, o ouro; e o homem é provado pelos louvores que recebe.”
📖 Provérbios 17:3
“O crisol é para a prata e o forno para o ouro, mas o Senhor prova os corações.”
📖 João 5:44
“Como podeis crer, vós que aceitais glória uns dos outros e não buscais a glória que vem do Deus único?”
Comentário: O louvor recebido é um teste de caráter. Ele revela se o homem permanece humilde ou se envaidece. A sabedoria está em receber elogios sem perder o senso de quem realmente é diante de Deus.
🔹 Provérbios 27:22
“Ainda que moas o insensato com pilão, entre grãos de trigo, o seu insensato não se separará dele.”
📖 Isaías 1:5
“Por que continuareis a ser castigados, se ainda vos revoltareis? Toda a cabeça está enferma, e todo o coração está fraco.”
📖 Mateus 13:15
“Porque o coração deste povo se endureceu... de má vontade ouviram com seus ouvidos.”
Comentário: O insensato é impermeável à correção, mesmo sob disciplina severa. Esse endurecimento é apontado também pelos profetas e por Jesus, que advertiu contra a cegueira voluntária dos corações que rejeitam a verdade.
🔹 Provérbios 27:23
“Procura conhecer bem o estado das tuas ovelhas; põe o teu coração sobre os teus rebanhos.”
📖 João 10:14
“Eu sou o bom pastor, e conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou conhecido.”
📖 1 Pedro 5:2
“Apascentai o rebanho de Deus que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente...”
Comentário: Este provérbio ensina responsabilidade e diligência pastoral — literal ou figuradamente. A imagem do pastor cuidadoso é tomada por Cristo para descrever Sua relação íntima com os fiéis. Pedro aplica o mesmo princípio à liderança cristã.
🔹 Provérbios 27:24
“Porque as riquezas não duram para sempre; durará a coroa de geração em geração?”
📖 Mateus 6:19–20
“Não ajunteis tesouros na terra... mas ajuntai tesouros no céu.”
📖 1 Timóteo 6:17
“Ordena aos ricos... que não ponham a esperança na incerteza das riquezas, mas em Deus...”
Comentário: As riquezas são frágeis e transitórias. O versículo questiona a permanência do poder e do patrimônio, desafiando o homem a não confiar em bens materiais, como reforçado pelas advertências de Jesus e Paulo.
🔹 Provérbios 27:25
“Quando os fenos forem retirados, e aparecerem os renovos, e se ajuntarem as ervas dos montes...”
📖 Salmos 104:14
“Faz crescer a erva para o gado, e as plantas para o serviço do homem...”
📖 Isaías 40:6–8
“... toda carne é erva, e toda a sua glória como a flor do campo. Seca-se a erva, e cai a flor...”
Comentário: Este versículo introduz uma imagem cíclica da natureza: o cuidado com os campos e animais como base da subsistência. Ao mesmo tempo, aponta para a transitoriedade da vida humana — um tema comum nos profetas e salmos.
🔹 Provérbios 27:26
“Os cordeiros servirão para te vestires, e os bodes para o preço do campo.”
📖 Gênesis 3:21
“E o Senhor Deus fez túnicas de peles para Adão e sua mulher, e os vestiu.”
📖 Lucas 15:29–30
“... nunca me deste um cabrito para alegrar-me com meus amigos...”
Comentário: O texto enfatiza o valor prático da criação e do bom manejo pastoral. A lã e a carne são recursos que provêm do cuidado diligente, ilustrando o princípio da mordomia e da provisão fiel.
🔹 Provérbios 27:27
“E haverá bastante leite de cabra para o teu sustento, para o sustento da tua casa e para o sustento das tuas servas.”
📖 Salmos 128:2
“Do trabalho de tuas mãos comerás, feliz serás, e tudo te irá bem.”
📖 1 Tessalonicenses 4:11–12
“... procureis viver quietamente, tratar dos vossos próprios negócios e trabalhar com vossas próprias mãos...”
Comentário: A imagem final do capítulo fecha com a bênção da autossuficiência fruto do trabalho diligente. A sabedoria prática valoriza o sustento simples e honesto, como também ensinado pelos apóstolos.
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Índice: Provérbios 1 Provérbios 2 Provérbios 3 Provérbios 4 Provérbios 5 Provérbios 6 Provérbios 7 Provérbios 8 Provérbios 9 Provérbios 10 Provérbios 11 Provérbios 12 Provérbios 13 Provérbios 14 Provérbios 15 Provérbios 16 Provérbios 17 Provérbios 18 Provérbios 19 Provérbios 20 Provérbios 21 Provérbios 22 Provérbios 23 Provérbios 24 Provérbios 25 Provérbios 26 Provérbios 27 Provérbios 28 Provérbios 29 Provérbios 30 Provérbios 31