Gálatas 1 — Interpretação Bíblica

Gálatas 1

1:1 pela vontade de Deus. A igreja de Corinto valorizava muito a sabedoria humana. Essa ênfase equivocada fez com que alguns na igreja desafiassem a autoridade de Paulo. Eles esqueceram que o próprio Jesus Cristo o havia chamado para seu ministério como apóstolo de Cristo.

Facções na Igreja

1 Coríntios 1

Em Corinto, como em qualquer outro lugar naquela época, os cristãos não tinham um local de reunião central. (A única exceção era Jerusalém, onde os cristãos podiam se reunir nos pátios do templo.) Os prédios da igreja só começaram a ser erguidos 200 anos depois, quando as perseguições começaram a diminuir. Eles se reuniam em casas ou salões ou onde quer que pudessem. Havia multidões de cristãos em Corinto, não em uma grande congregação, mas em muitas pequenas congregações, cada uma com sua própria liderança. Essas congregações, ao que parece, estavam se transformando em grupos rivais e concorrentes, em vez de cooperar na causa geral de Cristo nesta cidade ímpia.

Alguns dos gregos, com seu gosto pela especulação intelectual e orgulho de seu conhecimento, eram muito orgulhosos de suas interpretações filosóficas do cristianismo. E, além de se agruparem em torno de uma doutrina ou outra, eles estavam se unindo como partidários em torno de um líder ou outro. Assim, a igreja foi dividida em facções, cada uma tentando carimbar Cristo com sua própria pequena marca registrada.

1:2 santificado em Cristo Jesus. A santidade vem de nossa posição em Cristo, não de nossa própria bondade. A morte de Jesus em pagamento pelos nossos pecados torna o crente santo para sempre aos olhos de Deus (Heb. 10:14). Mas na vida cotidiana, a santificação envolve pequenas mudanças diárias.

No Acrocorinto, uma rocha íngreme e plana que domina a cidade de Corinto, ficava o templo de Afrodite, a deusa do amor, cujo serviço estava ligado à imortalidade, embora na época do Novo Testamento a licenciosidade tenha sido abandonada.

1:7 não carece de nenhum dom espiritual. Os coríntios foram ricamente abençoados com dons espirituais porque Deus estava dando a eles tudo o que eles precisavam para fazer a Sua vontade (12:14-27).

1:10 unidos em mente. A unidade cristã não é uniformidade de aparência, mas unidade de direção, e o vínculo de amor e estima mútuos (Ef 4:14-16).

1:14 Crispo e Caio. Crispo era o chefe da sinagoga em Corinto quando Paulo começou a pregar ali (At 18:8). Ele foi fundamental na conversão de muitos outros cristãos. Gaio pode ser a mesma pessoa que hospedou Paulo e toda a igreja (Rm 16:23).

1:16 Estéfanas. Estéfanas foi um dos primeiros convertidos de Paulo na Acaia, região da qual Corinto era a capital. Paulo elogiou ele e sua família por sua devoção ao ministério e por sua assistência (16:15). Estéfanas era um dos mensageiros que levavam a correspondência de e para Corinto.

1:17 não... para batizar, mas para pregar o evangelho. O ministério primário de Paulo não era o batismo, mas a pregação da verdade. O batismo segue naturalmente a conversão, mas é secundário em importância.

1:20 Onde está a pessoa sábia? Todos os esforços humanos para encontrar o favor de Deus falham lamentavelmente (Rm 3:9-28). Somente pela fé em Cristo podemos ser salvos de nossos pecados.

1:27 as coisas loucas do mundo. O plano de salvação de Deus não está de acordo com as prioridades do mundo. No entanto, na realidade, a salvação eterna é mais valiosa do que qualquer outra coisa.

1:28 as coisas humildes... e as coisas desprezadas. Corinto tinha uma grande população escrava, e muitos desses escravos se tornaram seguidores de Cristo. Os escravos eram desprezados pelos nascidos livres e pelos abastados.

A “festa do conhecimento” sofreu o impacto da repreensão mordaz de Paulo. Corinto ficava perto de Atenas, onde a atmosfera era dominada por egoístas que se apresentavam como filósofos. O espírito de Atenas penetrou na igreja em Corinto.

Paul era um homem universitário, um estudioso notável de sua geração. Mas Paulo desprezava qualquer demonstração pedante de aprendizado. O verdadeiro aprendizado e a verdadeira erudição devem nos tornar humildes e ter uma mente mais aberta em relação aos “ignorantes” – que podem não ter nosso conhecimento, mas que podem ser nossos superiores em sabedoria e compreensão espiritual.

Paulo contrasta a sabedoria de Deus com a sabedoria do mundo incrédulo. A sabedoria do mundo falha em reconhecer Deus por meio de sua própria filosofia. Assim, Deus enviou Cristo, que é a sabedoria de Deus (1:24), para nos revelar um conhecimento do plano divino de salvação que até então era um mistério. Agora a sabedoria de Deus é revelada aos crentes através do Espírito Santo.

Notas Adicionais

Como de costume, Paulo começa esta carta com uma saudação (vs. 1-2) e uma oração em favor dos leitores (v. 3). Nesta carta, entretanto, Paulo não faz uma oração de ação de graças pelos leitores, como faz em outras cartas (Rm 1.8-12; 1Co 1.4-9; Fp 1.3-11; Cl 1.3-14).

1.1 eu que fui chamado para ser apóstolo: Logo de início, Paulo deixa bem claro que ele é apóstolo por ter sido chamado por Jesus Cristo (At 9.3-6,15; 22.6-11,14-15; 26.12-18). Isso quer dizer que ele está em pé de igualdade com os outros apóstolos, que também foram chamados por Jesus.

1.2 Galácia: Ver Intr. 3.3.

1.4 Cristo se entregou... a fim de tirar os nossos pecados: Mc 10.45; Rm 4.25; 5.9; Gl 2.20; Ef 5.2; 1Tm 2.5-6; Tt 2.14; 1Pe 2.24. Já na introdução da Carta o apóstolo deixa claro qual é a mensagem do evangelho. mundo mau: O mundo presente é dominado pelo poder do mal (2Co 4.4; Ef 2.2; Ef 6.12; 1Jo 5.19); o mundo que está por vir será completamente governado por Deus.

1.6-10 De forma enérgica, Paulo ataca o “evangelho” que os seus adversários estão anunciando. Ele afirma que esse “evangelho” é falso. Há uma única Boa Notícia, um só evangelho, o qual foi anunciado aos gálatas por Paulo e seus companheiros de trabalho.

1.6 por meio da graça de Cristo: Alguns dos melhores manuscritos trazem “por meio da graça”, isto é, da graça de Deus.

1.7 pessoas que estão perturbando vocês: Ver Intr. 4.

1.8 nós: Muitas vezes, Paulo fala em nome de si mesmo e dos seus companheiros de trabalho; às vezes, ele fala em seu próprio nome (v. 10; 2Co 1.4, n.).

1.9 que essa pessoa seja amaldiçoada! Isto é, por Deus. Paulo pronuncia essa maldição porque, de fato, havia algumas pessoas (v. 7) que estavam querendo mudar o evangelho de Cristo (ver 1Co 16.22, n.). A mesma maldição se aplicaria a Paulo e seus companheiros, bem como a um anjo vindo do céu, se estes anunciassem um evangelho diferente (v. 8). A verdade do evangelho depende apenas de seu conteúdo e não da pessoa que o anuncia.

1.10 a aprovação de Deus: 1Ts 2.4.

1.11-24 O que aconteceu com o chamado de Paulo para ser apóstolo também se aplica à mensagem que ele anuncia: tanto o chamado quanto a mensagem vieram diretamente de Jesus Cristo e não por meio dos outros apóstolos (ver 1Co 11.23, n.; Ef 3.2-6). Por isso, a autoridade apostólica de Paulo não depende dos doze apóstolos nem é inferior à deles.

1.12 revelou para mim: Ver 2Co 12.1, n.

1.13 eu perseguia... a Igreja: At 8.3; 9.1-2; 22.4-5; 26.9-11; 1Co 15.9; Gl 1.23; Fp 3.6; 1Tm 1.12-13. a Igreja de Deus: Aqui, refere-se a toda a comunidade cristã (ver Mt 16.18, n.; At 20.28).

1.14 mais adiantado... mais zelo: Paulo tinha sido um dedicado e zeloso fariseu (At 22.3; Fp 3.5-6). as tradições dos meus antepassados: Essas tradições são interpretações da Lei de Moisés, feitas por mestres judeus do passado (Mc 7.3-4; At 22.3; 26.4-5).

1.15 antes mesmo de eu nascer: Paulo usa palavras que lembram os profetas do AT (Is 49.1; Jr 1.5), para salientar que foi o próprio Deus quem decidiu que ele seria apóstolo. me chamou: Ver v. 1, n.

1.16 revelar para mim o seu Filho: Paulo está falando sobre a sua conversão e sobre o chamado para ser apóstolo (At 9.3-6; 22.6-10; 26.13-18). Ali, na estrada de Damasco, ele ficou sabendo que o Cristo ressuscitado é o Messias e o Senhor (1Co 15.8). anunciasse aos não-judeus: Gl 2.7-8; ver At 9.15, n.

1.17 aqueles que eram apóstolos antes de mim: Os homens que tinham sido escolhidos por Jesus (Mc 3.14-19). Arábia: Possivelmente, a Nabateia, um país árabe que ficava a sudeste do mar Morto (ver 2Co 11.32, n.). Em Atos, não se menciona essa viagem de Paulo. Paulo conta isso para deixar claro que não esteve em Jerusalém. Damasco: At 9.3-6,19-25; 2Co 11.32-33.

1.18 Três anos depois: Contando a partir da conversão e do chamado de Paulo. fui até Jerusalém: At 9.26-30. Pedro: Literalmente, “Cefas”, o nome aramaico de Pedro, que também significa “pedra” (ver Jo 1.42, n.). duas semanas: Era muito pouco tempo para alguém (no caso, Paulo) se tornar seguidor de outra pessoa (Pedro).

1.19 E não falei com nenhum outro apóstolo, a não ser com Tiago: Também se pode traduzir: “E, além dos apóstolos, a única pessoa com quem falei foi Tiago.” Tiago, irmão do Senhor: Mt 13.55. Tiago se tornou um dos líderes na igreja de Jerusalém (ver At 12.17, n.; 21.18).

1.21 Síria: Província romana cuja capital era Antioquia (ver At 15.23, n.) Cilícia: Distrito que fazia parte da província da Síria. A capital era Tarso, onde Paulo nasceu (At 21.39) e morou (At 9.30; 11.25).