Gênesis 12 — Explicação das Escrituras

Gênesis 12

12:1–3 O chamado do SENHOR veio a Abrão quando ele ainda estava em Ur (compare v. 1 com Atos 7:1, 2). Abrão foi chamado para deixar seu país, sua família e a casa de seu pai e embarcar em uma vida de peregrinação (Hb 11:9). Deus fez uma aliança maravilhosa com ele que incluía as seguintes promessas significativas: uma terra — isto é, a terra de Canaã; uma grande nação - a saber, o povo judeu; prosperidade material e espiritual para Abrão e sua semente; um grande nome para Abrão e sua posteridade; eles seriam um canal de bênção para os outros; os amigos de Israel seriam abençoados e os antissemitas seriam amaldiçoados; todas as famílias da terra seriam abençoadas em Abrão, apontando para o Senhor Jesus Cristo, que seria descendente de Abrão. Essa aliança foi renovada e ampliada em 13:14–17; 15:4–6; 17:10–14; e 22:15–18.

12:4–9 Depois do que foi chamado de “os anos perdidos em Harã”, isto é, anos sem progresso, Abrão mudou-se para Canaã com sua esposa Sarai, seu sobrinho Ló, outros parentes e posses. Eles chegaram primeiro a Siquém, onde Abrão construiu um altar ao Senhor. A presença de cananeus hostis não era obstáculo para um homem que andava pela fé. Em seguida, Abrão mudou-se entre Betel (casa de Deus) e Ai. Fiel à forma, ele não apenas armou uma tenda para si, mas também construiu um altar ao Senhor. Isso diz muito sobre as prioridades desse homem de Deus. O versículo 9 encontra Abrão se movendo em direção ao sul (Neguebe).

12:10–20 A fé, entretanto, tem seus lapsos. Durante um período de grande fome, Abrão deixou o lugar escolhido por Deus e fugiu para o Egito, um símbolo do mundo. Este movimento gerou problemas. Abrão ficou obcecado com o medo de que o Faraó pudesse matá-lo para tomar sua bela esposa Sarai para seu harém. Então Abrão convenceu Sarai a mentir dizendo que ela era sua irmã. Na verdade ela era sua meia-irmã (20:12), mas ainda era uma mentira, com engano como motivo. O estratagema funcionou para Abrão (ele foi generosamente recompensado), mas funcionou contra Sarai (ela teve que se juntar ao harém do Faraó). E funcionou contra o faraó (ele e sua família contraíram pragas). Este último agiu com mais justiça do que Abrão quando soube do engano. Depois de repreender Abrão, ele o enviou de volta a Canaã.

Este incidente nos lembra que não devemos travar uma guerra espiritual com armas carnais, que o fim não justifica os meios e que não podemos pecar e sair impunes.

Deus não abandonou Abrão, mas permitiu que o pecado se resolvesse. Abrão foi humilhado publicamente pelo Faraó e deportado em desgraça.

A palavra “Faraó” não era um nome próprio, mas um título, como rei, imperador, presidente, etc.

Notas Adicionais:

12.1 A vida de Abraão, desde sua chamada até sua morte, compreende quatro estágios. Dá-se uma revelação divina por ocasião de cada um desses estágios: 1) A primeira (cap. 12-14), incluindo o chamada e a mudança para Canaã; 2) A promessa de um herdeiro e a conclusão de uma aliança (cap. 15, 16); 3) O estabelecimento da aliança, o mudança de nome e a adoção do sinal da circuncisão (cap. 17-21); 4) A prova a que Abraão foi submetido e o aprimoramento de sua vida de fé (cap. 22-25.11).

12.3 Em ti serão benditas todos as famílias. Deus está prometendo neste texto que o Messias, o Senhor Jesus Cristo, haveria de descender ou haveria de nascer da família de Abraão (cf. Mt 1.1). Esta é a segunda referência feita ao Messias (cf. Gn 3.15). O propósito seletivo de Deus se vem delimitando desde todos os filhos de Adão, através de Noé, depois Sem, até o povo escolhido, os pósteros de Abraão, que vieram de Isaque. É a terceira iniciativa, seguindo as duas primeiras nas quais os descendentes de Adão e de Noé falharam.

12.4 Abraão partiu de Harã muito antes da morte de Terá, pois que este veio a morrer quando Abraão já tinha cento e trinta anos.

12.8 Betel significa “Casa de Deus”. Foi onde Jacó, posteriormente, teve uma visão (Gn 28.1-22). Foi, portanto, com razoável argumentação que Jeroboão, quando de sua apostasia, escolheu aquele lugar para erigir ali, um ídolo (1 Reis 1.28-32). Por causa deste pecado, Deus ordenara a destruição de Betel (1 Reis 13.1 -5; 2 Reis 23.15-17 e Am 3.14-15).

12.10 Fome. É frequente que Deus permita ocorrências assim sobre Seu povo, para prová-lo na sinceridade e na confiança. Quando o povo deixa de confiar em Deus, volta-se para os recursos que o mundo oferece (o Egito ilustra a mundo), verificando então, que só tribulação há pela frente. É tão somente mediante a confissão do pecado e a busca de uma nova vida com Deus que se encontra a solução para cada dificuldade (ver 13.3-4).

12.13 Era apenas meia verdade, pois Sara era filha de Terá mediante outra esposa (20.12).

12.17, 18 O filho de Deus, contrariando a vontade Divina, poderá tornar-se num verdadeiro tropeço aos que não pertençam ao povo de Deus. É inevitável que o mundo tome conhecimento de tais pecados nas vidas dos crentes e se mostre tão apressado em julgá-los.

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