Interpretação de Lucas 23
Lucas 23
Lucas 23 é um capítulo central do Evangelho de Lucas, pois narra a crucificação e morte de Jesus Cristo. Este capítulo também explora temas de justiça, misericórdia e a resposta de vários indivíduos aos eventos que cercaram a crucificação.
Jesus diante de Pilatos (Lucas 23:1-7): Os líderes religiosos levam Jesus diante de Pilatos, o governador romano, acusando-O de blasfêmia e de incitar o povo à rebelião. Pilatos questiona Jesus, mas não encontra culpa nele. Ele percebe que Jesus é mais uma vítima da inveja dos líderes religiosos do que uma ameaça política.
Esta seção destaca o tratamento injusto de Jesus e o reconhecimento de Pilatos de Sua inocência. Prenuncia o conflito vindouro entre a autoridade romana e os líderes religiosos judeus.
Jesus diante de Herodes (Lucas 23.8-12): Pilatos envia Jesus a Herodes Antipas, o tetrarca da Galiléia, que espera ver Jesus realizar um milagre. Herodes questiona Jesus, mas Jesus permanece em silêncio. Herodes e seus soldados zombaram de Jesus e o enviaram de volta a Pilatos.
Esta passagem enfatiza a zombaria e a humilhação que Jesus suportou durante Suas provações e ressalta Seu compromisso em cumprir a vontade de Deus.
A Tentativa de Pilatos de Libertar Jesus (Lucas 23.13-16): Pilatos, ainda convencido da inocência de Jesus, tenta libertá-Lo como parte de uma tradição da Páscoa. No entanto, a multidão exige a libertação de Barrabás, um notório criminoso, em vez de Jesus. Pilatos finalmente cede às exigências da multidão.
Este evento destaca a pressão política que Pilatos enfrentou e a manipulação da multidão pelos líderes religiosos.
A Crucificação (Lucas 23:26-43): Jesus é levado ao Gólgota, onde é crucificado entre dois criminosos. Apesar das zombarias e insultos, Jesus ora pedindo perdão para aqueles que O crucificam e expressa segurança a um dos criminosos que se arrepende, prometendo-lhe um lugar no paraíso.
Este evento central enfatiza a natureza sacrificial da morte de Jesus e a Sua vontade de perdoar mesmo no Seu sofrimento. Também sublinha o tema da salvação através da fé.
A Morte de Jesus (Lucas 23.44-49): As trevas cobrem a terra do meio-dia até as três horas, e o véu do templo se rasga em dois. Jesus clama: “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito”, e então dá o seu último suspiro. O centurião e a multidão que testemunha estes acontecimentos ficam maravilhados.
Esta seção sublinha o profundo significado da morte de Jesus, simbolizada pelo rasgo da cortina do templo, que significa acesso a Deus para todos os crentes. A resposta do centurião reconhece a singularidade de Jesus.
O Enterro de Jesus (Lucas 23.50-56): José de Arimateia, membro do Sinédrio, pede permissão a Pilatos para enterrar Jesus. Ele pega o corpo de Jesus, envolve-o em linho e coloca-o num túmulo. As mulheres que seguiram Jesus observam o sepultamento e preparam especiarias e perfumes.
Esta passagem mostra o respeito e o cuidado dispensados ao corpo de Jesus após Sua morte e prepara o cenário para a narrativa da ressurreição.
Interpretação
23:1. Levantando-se toda a assembleia, levaram Jesus a Pilatos. Pôncio Pilatos era o governador romano da Palestina de 26 a 36 A.D. Sua residência oficial ficava em Cesareia, mas ele costumava visitar Jerusalém durante a estação da Páscoa afim de vigiar as multidões de lá. Parece provável que ele tenha sido advertido da prisão de Jesus para estar disponível logo de manhã para o julgamento.23:2. E ali passaram a acusá-lo. As acusações dos sacerdotes foram calculadas para incriminar o prisioneiro em uma corte romana, uma vez que violação da lei mosaica não influiria diante de Pilatos. Sua falsidade já ficou demonstrada pela apresentação tola da vida e palavras de Cristo neste Evangelho.
23:3. És tu o Rei dos judeus? A tradução não dá a força da sentença em grego: “És TU o rei dos judeus?!” Pilatos estava admirado que um homem de aspecto tão comum se proclamasse um rei. Lucas não dá o interrogatório de Jesus em todos os detalhes, apenas o veredito.
23:4. Não vejo neste homem crime algum. Pilatos não estava se pronunciando sobre a ausência de pecado do prisioneiro, mas estava simplesmente declarando que ele não cometera nenhum crime que exigisse ação legal.
23:5 A Galileia era o centro de constante turbulência e revolta.
23:7. Era da jurisdição de Herodes. Pilatos não tinha jurisdição direta sobre a Galileia, uma vez que fora acrescida ao reino-fantoche de Herodes. Recebeu de braços abertos uma oportunidade de enviar este embaraçoso prisioneiro a outro juiz. Estando este naqueles dias em Jerusalém. Herodes, como judeu nominal, tinha a obrigação de assistir à festa da Páscoa.
23:8. Herodes, vendo Jesus, sobremaneira se alegrou. A fama de Jesus atingira os ouvidos de Herodes, e excitara o seu temor (9:9) e curiosidade.
23:9. Nada lhe respondia. Jesus não temia Herodes, e recusou-se a perder tempo com uma pessoa tão frívola. Para Herodes todo esse negócio não passava de uma grande brincadeira.
23:11 Vestir-se com muito aparato era provavelmente uma das roupas que Herodes não usava mais e que mandou vestir em Jesus para zombar de suas reivindicações reais.
23:12. Herodes e Pilatos se reconciliaram. O gesto de Pilatos em reconhecer o governo de Herodes aliviou qualquer tensão causada por ciúme que houvesse entre as duas autoridades.
23:15. Nada se verificou contra ele digno de morte. Pilatos estava pronto a absolver Jesus pelos méritos da questão.
23:16. Após castigá-lo. Pilatos sugeriu um pequeno açoitamento para “lhe ensinar uma lição”.
23:17. Era-lhe forçoso soltar-lhes um. Era costume do governo romano soltar um prisioneiro político por ocasião da Páscoa como oferta conciliatória feita ao povo (veja Jo. 18:39).
23:18. Solta-nos Barrabás. Barrabás em aramaico significa filho do pai.
23:19. Está no cárcere por causa de uma sedição. Barrabás era um “fora-da-lei”, talvez um zelote galileu que fora apanhado em alguma revolta (cons. Jo. 18:40).
23:26. Um cireneu, chamado Simão. Os judeus de Cirene tinham uma sinagoga própria em Jerusalém (Atos 6:9). Simão se hospedara fora da cidade durante a noite e estava voltando à cidade para adorar no Templo. O guarda, agarrando-o, obrigou-o a carregar a cruz de Jesus. Geralmente o prisioneiro carregava a sua própria cruz, mas nosso Senhor, esgotado pelas tensões das horas precedentes, não estava em condições de fazê-lo.
23:27. Numerosa multidão... batiam no peito, e o lamentavam. Só Lucas menciona este episódio. O processo do julgamento teve lugar antes que os amigos de Cristo percebessem o que estava acontecendo e organizassem um protesto.
23:28. Chorai antes por vós mesmas e por vossos filhos. O Senhor previu a destruição da cidade e as misérias que se desencadeariam sobre os seus habitantes.
23:31. Porque, se em lenha verde fazem isto. Ele citou um provérbio corrente. A aplicação é a seguinte: se uma injustiça tão grande pode ser perpetrada contra um homem inocente em tempo de paz, o que acontecerá ao povo da cidade em tempo de guerra?
23:32. Malfeitores. Mateus os chama de “salteadores” (Mt. 27:44).
23:33. Lugar chamado Calvário. Não se conhece o sítio exato. Todos os marcos foram destruídos no cerco de Jerusalém, sendo incerta a identificação. O lugar da execução era fora dos muros da cidade, perto de uma estrada de muito trânsito. As opiniões se dividem hoje entre a Igreja do Santo Sepulcro, ou o Calvário de Gordon, exatamente ao norte da Porta de Damasco. Calvário (lat.) ou Gólgota (aram.) significa “caveira”. Evidentemente a colina foi assim chamada ou por causa da configuração do terreno, que tinha a aparência de uma caveira, ou por causa dos ossos que eram espalhados sobre o local da execução. A última alternativa é a menos aceitável porque os judeus eram escrupulosos quanto ao sepultamento de corpos.
23:34 Este versículo, como dois ou três precedentes (22:19, 43), não se encontra em alguns dos melhores manuscritos. Como diversos outros desses textos controvertidos, é sem dúvida um autêntico pronunciamento de Jesus. É mais difícil aceitar a omissão do que a sua inclusão. Repartindo as vestes dele, lançaram sortes. As roupas dos prisioneiros condenados à morte tornavam-se propriedade do esquadrão da morte. Turbante, sandálias, cinturão, capa e túnica somariam cinco itens. O quinto, neste caso a túnica, teria de ser rasgada em quatro partes para distribuição equitativa, o que a tornaria imprestável, ou então aquinhoada por meio de sortes.
23:36. Trouxeram-lhe vinagre. Os soldados bebiam um vinho azedo e barato, que tinha o gosto de vinagre de uvas.
23:38. Esta epígrafe. Os crimes do condenado eram colocados sobre uma placa, a qual pendia do seu pescoço ou sobre a sua cabeça na cruz. As narrativas dos Evangelhos diferem quanto às palavras da inscrição (cons. Mt. 27:37; Mc. 15:26; Jo. 19:19), e poderia haver pequeníssimas diferenças pois foi escrita em diferentes línguas. Toda a inscrição provavelmente era esta: Este é Jesus de Nazaré, o Rei dos Judeus.
23:39. Não és tu o Cristo. Os melhores textos gregos não contêm a condição, “Você é o Messias, não é? (Bem, então,) salve-se e a nós também!” O primeiro ladrão era realmente sarcástico.
23:42. Jesus, lembra-te de mim quando vieres no teu reino. O tom deste pedido é completamente diferente do ataque cínico do outro salteador. Este homem demonstrou confiança espantosa em Jesus; pois ele o viu morrendo numa. cruz, e no entanto creu que ele teria um reino. Disse (gr. elegen) está no imperfeito, o que significa que o pedido foi repetido.
23:43 Paraíso é um antigo termo persa usado em relação a um parque, jardim, ou lugar muito bonito. Tornou-se uma designação para a habitação de Deus (II Co. 12:4).
23:44. A hora sexta. O tempo era contado a partir do nascer do sol, cerca das seis horas da manhã. A hora sexta era o meio-dia. Trevas. A falta da luz do sol não pode ser atribuída, a um eclipse, o qual seria impossível durante a lua cheia da Páscoa.
23:45. E rasgou-se pelo meio o véu do templo. O véu ficava dentro do Templo, separando o Lugar Santo, onde os sacerdotes executaram o seu ministério, da presença de Deus no Santo dos Santos. Era feito de espessa fazenda, a qual um homem não teria forças para rasgar. O rasgamento do véu de alto abaixo foi notadamente sobrenatural.
23:46. Entrego o meu espírito. Ele enviou o seu espírito para o Pai. Sua morte foi consciente e voluntária.
23:47. O centurião. Veja comentários sobre 7:2. Este homem, um gentio, acostumado a ver todo o tipo e condições de homens, confessou que Jesus era homem justo.
23:50. José, membro do Sinédrio. José de Arimateia era um membro do Sinédrio, que não dera o seu voto para o veredito de morte para Jesus. Ele era discípulo, e talvez não estivesse presente quando o concilio se reuniu; se esteve presente, votou contrariamente (v. 51a).
23:52. Tendo procurado a Pilatos. Pedir o corpo de um criminoso condenado colocaria José imediatamente em situação suspeita.
23:53. Envolveu-o num lençol. O verbo significa enrolar firmemente, envolver. Só aqui, em Mt. 27:59 e em Jo. 10:7, é que esse termo foi usado. Dá a entender que o corpo não foi embrulhado de qualquer jeito num lençol, mas que José, com seus ajudantes, enrolaram-no cuidadosamente com faixas, e o depositaram em sua sepultura.
23:54. Era o dia da preparação. De acordo com a tradição geral, Jesus morreu na tarde de sexta-feira, na “preparação” do sábado que começava ao pôr-do-sol. O corpo foi, portanto, colocado rapidamente na sepultura, esperando completar o sepultamento depois de passado o sábado.
23:55. As mulheres... viram o túmulo. As mulheres testemunharam o sepultamento e observaram como o corpo foi deixado. Elas não poderiam ter-se enganado mais tarde sobre a localização da sepultura nem sobre a realidade do sepultamento.
23:56. Prepararam aromas e bálsamos. Especiarias e unguentos de diversos tipos eram usados para preservação do corpo, e eram também um tributo de amor e respeito ao morto.
Notas Adicionais:
23:1 toda a montagem. O corpo do Sinédrio (veja Mt 26:59; 27:1 e nota; Mc 14:55 e nota), que se encontrou ao primeiro sinal do amanhecer (veja 22:66 e nota). levou-o a Pilatos. Veja nota em Lc 3:1. Pilatos. Veja nota em Mc 15:1. O governador romano tinha sua sede principal em Cesareia, mas estava em Jerusalém durante a Páscoa para evitar problemas do grande número de judeus reunidos para a ocasião.
23:2 subvertendo nossa nação. Grandes multidões seguiam Jesus, e o medo era que isso parecesse a Roma como uma insurreição. se opõe ao pagamento de impostos. Sugere que o ensino de Jesus sobre esta questão era enigmático neste tópico (veja 20:25-26 e notas em Mt 22:21-22). afirma ser o Messias, um rei. Jesus afirmou ser o Messias, mas não um rei político ou militar, do tipo que Roma estaria ansiosa para eliminar.
23:3 Você disse isso. Jesus um tanto indiretamente (mas diretamente em Mc 14:62) afirma que ele é um rei, mas depois explica que seu reino não é o tipo que caracteriza este mundo (veja Jo 18:33-38 e notas).
23:5 Judeia. Pode aqui referir-se a toda a terra dos judeus (incluindo a Galileia) ou apenas à seção sul, onde a região da Judeia era governada por Pilatos (veja nota em 4:44).
23:7 jurisdição de Herodes. Este Herodes é Antipas, que governou a Galileia e a Pereia (veja o gráfico; veja também a nota em 3:1). Embora Pilatos e Herodes fossem rivais, Pilatos não queria lidar com esse caso; então ele enviou Jesus a Herodes (cf. v. 12). em Jerusalém. O quartel-general principal de Herodes ficava em Tiberíades, no mar da Galileia; mas, como Pilatos, ele veio a Jerusalém por causa das multidões na Páscoa.
23:8 querendo vê-lo. Herodes pode ter ficado curioso sobre que tipo de pessoa Jesus era. Ele também pode ter se preocupado com a popularidade de Jesus (veja 9:9 e nota), talvez evidenciado pelo relato de alguns fariseus que Herodes desejava matá-lo (veja 13:31 e nota). É improvável que os dois tenham se conhecido. E não há registro de que Jesus tenha pregado em Tiberíades, onde ficava a residência de Herodes. Lucas é o único escritor do Evangelho que menciona esta aparição antes de Herodes Antipas (tanto aqui como em At 4:27-28).
23:11 manto elegante. Veja nota em Mc 15:17.
23:16 Eu vou puni-lo. Embora Pilatos considerasse Jesus “inocente” da acusação, ele estava disposto a mandar espancá-lo ilegalmente para satisfazer os principais sacerdotes e o povo e advertir contra qualquer possível problema no futuro. A flagelação, embora não destinada a matar, às vezes era fatal (veja nota em Mc 15:15).
23:18 Barrabás. Significa “filho do pai” (veja Mt 27:16; Jo 18:40 e notas). O “filho do pai” é liberado em vez do verdadeiro Filho do Pai. Pilatos ofereceu uma escolha entre Jesus e um criminoso obviamente mau e perigoso.
23:19 insurreição... assassinato. Essa revolta em particular é desconhecida, mas, juntamente com o assassinato, mostra a gravidade de seus atos (veja Jo 18:40 e nota).
23:22 terceira vez. Veja v. 4 , 14.
23:25 entregou Jesus. Pilatos já havia entregado Jesus aos soldados para flagelá-lo antes de ser condenado (Jo 19:1-5). Ele agora o entregou para crucificação.
23:26 Simão. Seus filhos, Rufo e Alexandre (ver Mc 15,21 e nota), devem ter sido conhecidos nos círculos cristãos em um momento posterior, e talvez estivessem associados com a igreja em Roma (cf. Ro 16:13). Cirene. Uma cidade líder (= moderna Trípoli) da Líbia, a oeste do Egito (veja nota em At 6:9). coloque a cruz sobre ele. Veja nota em Mc 15:21.
23:27–28 Encontrado apenas neste Evangelho. Lucas enfatiza o papel das mulheres na história do evangelho (por exemplo, em 8:1–3; veja Introdução: Características).
23:28 chorai por vós e pelos vossos filhos. Por causa do terrível sofrimento que recairia sobre Jerusalém cerca de 40 anos depois, quando os romanos cercariam a cidade e destruiriam totalmente o templo.
23:29 Bem-aventuradas as mulheres sem filhos. Seria melhor não ter filhos do que fazê-los experimentar tal sofrimento. Cf. Jr 16:1-4; 1Co 7:25-35.
23:30 Caia em nós! As pessoas procurariam escapar através da destruição na morte ao invés de suportar sofrimento e julgamento contínuos (cf. Os 10:8; Ap 6:16 e notas).
23:31 árvore é verde... seco. Alguns interpretam a árvore verde como inocente Jesus, e a seca como a culpada Jerusalém. Outros interpretam a árvore verde como o tempo atual de relativa paz com Roma, e a seca como o tempo vindouro da destruição de Jerusalém.
23:33 a caveira. Latina Calvaria , daí o nome “Calvário” (veja nota em Mc 15:22). crucificado. Veja nota em Mc 15:24.
23:34 perdoe-os. Mesmo quando Jesus suporta a agonia dos pregos cravados em sua carne, ele ora por perdão para seus executores e as autoridades por trás deles (mas veja nota de texto NIV; cf. também At 7:60 [Estêvão]). eles não sabem o que estão fazendo. Cf. At 3:17 e nota. dividiu suas roupas. Quaisquer bens que uma pessoa executada tinha com ele foram levados pelos carrascos. Sem querer, os soldados (cf. Jo 19:23-24) estavam cumprindo as palavras do Sl 22:18 (mas veja a introdução do Sl 22 e notas no Sl 22:17 , 20-21).
23:36 vinagre de vinho. Um vinho azedo, a bebida de trabalhadores e soldados comuns. Jesus recusou uma bebida sedativa (ver Mt 27:34; Mc 15:23 e notas), mas depois foi dada a bebida de vinagre quando ele gritou de sede (ver Jo 19:28-30 e notas). Lucas mostra que foi oferecido em zombaria.
23:38 notificação por escrito. Indicava o crime pelo qual uma pessoa estava morrendo. Essa foi a maneira de Pilatos zombar dos líderes judeus, bem como anunciar do que Jesus havia sido acusado. REI DOS JUDEUS. Veja nota em Mc 15:26.
23:39 Um dos criminosos. Apenas Lucas relata este incidente.
23:43 paraíso. Na Septuaginta (a tradução grega pré-cristã do AT) a palavra designava um jardim (Gn 2:8-10; cf. nota em 2:8) ou floresta (veja Ne 2:8 e nota), mas na NT (usado apenas aqui e em 2Co 12:4; Ap 2:7 [veja nota lá]) refere-se ao lugar de bem-aventurança e descanso entre a morte e a ressurreição (cf. Lc 16:22; 2Co 12:2).
23:44 por volta do meio-dia... três da tarde. Isto é, “por volta da hora sexta... a nona hora”. Jesus foi colocado na cruz às 9h00 (Mc 15:25). Cf. Jo 19:14 e note lá.
23:45 cortina do templo. A cortina entre o Lugar Santo e o Lugar Santíssimo. foi rasgado. Seu rasgo simbolizava a abertura de Cristo do caminho diretamente para Deus (ver Hb 9:3 , 8; 10:19-22 e notas em 10:19-20).
23:47 louvou a Deus. Veja 1:64 e observe; ou por ter visto Deus publicamente vindicar Jesus por sinais poderosos do céu, ou por medo (Mt 27:54) para apaziguar o Juiz celestial e, assim, evitar uma penalidade divina por ter realizado um julgamento injusto. este era um homem justo. Ou: “este homem era o Justo”. Enquanto Mateus e Marcos relatam as palavras do centurião como “este homem era o Filho (ou filho) de Deus”, Lucas enfatiza a inocência de Jesus chamando-o de “o Justo”, que alude a Is 53:11 e aponta para Jesus como o servo do Senhor que morre por seu povo. Lucas coloca uma ênfase maior em Jesus como um sofredor inocente do que os outros escritores dos Evangelhos fazem (23:4 , 14 , 15 , 22 , 41 , 47; At 3:14; 13:28).
23:48 batem no peito. Um sinal de angústia, pesar ou contrição (cf. 18:13).
23:49 mulheres... da Galileia. Veja Mc 15:40; Jo 19:25 e notas; cf. Lc 24:10 e note.
23:50 José, membro do Conselho. Ou José não estava presente na reunião do Sinédrio (22:66), ou não apoiou a votação para matar Jesus (v. 51). Mc 14:64 refere-se a “todo” o Sinédrio condenando Jesus, mas isso pode sugerir uma decisão de todo o corpo, não de cada indivíduo.
23:51 Arimateia. Veja nota em Mt 27:57. esperando o reino de Deus. Veja 2:25 e observe.
23:52 Os restos mortais de um criminoso executado muitas vezes eram deixados insepultos ou, na melhor das hipóteses, colocados em um lugar desonroso no campo de um indigente. Um parente próximo, como uma mãe, pode pedir o corpo, mas foi um gesto corajoso para José, membro do Sinédrio, pedir o corpo de Jesus.
23:53 em que ninguém ainda tinha sido colocado. Tumbas escavadas na rocha geralmente eram feitas para acomodar vários corpos. Este, embora acabado, ainda não havia sido usado. Ver notas às 19h30; Mc 15:46.
23:54 Dia de Preparação. Sexta-feira, um dia antes do sábado, quando foi feita a preparação para guardar o sábado. “Dia de Preparação” poderia ser usado para a preparação da Páscoa, mas como neste caso é seguido pelo sábado, indica sexta-feira (veja nota em Mt 27:62).
23:55 mulheres. Ver v. 49 e nota; cf. 8:2–3 e notas. Eles viram onde Jesus foi sepultado e não confundiram o local quando voltaram.
23:56 especiarias e perfumes. Jardas de tecido e grandes quantidades de especiarias eram usadas na preparação de um corpo para o enterro. Setenta e cinco libras de mirra e aloés já foram usadas naquela primeira noite (veja Jo 19:39 e nota). Mais foi comprado para o retorno das mulheres após o sábado (veja nota em Mc 16:1).
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